Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR Professora Me. Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Jorge Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração Douglas Crivelli Revisão Textual Leandro Vieira Web Designer Thiago Azenha FATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.fatecie.edu.br FICHA CATALOGRÁFICA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Avaliação da Aprendizagem na Educação Básica E Superior Maria do Carmo Paranavaí - PR.: Fatecie, 2018. 53 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira da Silva. As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Freepik. Atribuições: Designed by katemangostar / Freepik Designed by rawpixel.com / Freepik Designed by jcomp / Freepik Designed by D3Images / Freepik Designed by jannoon028 / Freepik Designed by creativeart / Freepik Designed by senivpetro / Freepik Designed by photoroyalty / Freepik Designed by Pressfoto / Freepik PALAVRA DA DIREÇÃO Prezado Acadêmico(a), É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e expansão de nossa instituição que estrapolam os limites físicos e permite por meio da tecnolgias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade contemporânea. Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso grupo educanional ao longo de nossa história. Queremos lembrar a você querido aluno, que a Faculdade Fatecie nasceu do sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade com a autorização da faculdade fatecie no ano de 2007. Desde o princípio a fatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara para a cidadania de qualidade. Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para paranavaí e toda região noroeste. No ranking, divulgado pelo mec em 2014 e 2015, a Fatecie foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São paulo, apontando a Fatecie como a 1ª colocada no Paraná. Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de história tem como base a proposta global da faculdade fatecie, que consiste em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e reflexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. Para isso, a Fatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência profissional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. Seja bem-vindo! Direção Faculdade Fatecie A U T O R Oi! Meu nome é Maria do Carmo, e para falar de mim é preci- so falar de animais e aprendizagem. Sou apaixonada por animais e também pelas possibilidades de aprender, vejo aprendizagem em tudo e em todos os momen- tos da vida. Uma leitura por mais breve que seja, tem uma pa- lavra que marca. Para mim, aprender só tem um motivo, para ser uma pessoa melhor! Carrego comigo o encanto dos animais, as lições que apren- di com alguns que convivi até hoje: ser gentil, com gentileza ganhamos confiança e apoio, ser bravo espanta as pessoas e acabamos ficando só. Agradecer as pequenas coisas do dia a dia, um carinho é a melhor forma de agradecimento. E o quan- to somos dependente uns dos outros. É fabuloso aprender! Por isso escolhi a área da educação. Tra- balho na área da educação há 10 anos,como professora e também na área da gestão. Sou formada em Pedagogia, tenho especialização em Ges- tão educacional, Psicopedagogia e EaD e novas tecnologias. Também sou mestre em gestão do Conhecimento nas organi- zações, Ah! O conhecimento me fascina! Atualmente estou fa- zendo uma nova graduação em Processos Gerenciais, tenho 35 anos e tenho muitos planos para o futuro, sobre isso con- versamos outro dia. Você pode saber mais sobre onde e quando estudei e onde trabalhei no meu currículo Lattes, deixarei o link para você: http://lattes.cnpq.br/0412755877897123 Um abraço e até breve! APRESENTAÇÃO Olá! Vamos começar uma leitura sobre um tema de extrema relevância para quem atua com a educação, vamos falar de avaliação da aprendizagem. Algu- mas pessoas tem pavor de ser avaliado, mas na verdade, o outro lado também é intenso, estar na condição de avaliador requer uma responsabilidade muito grande! Veremos que ser avaliado precisa ser prazeroso, já que, a avaliação deve aflo- rar resultados a serem desenvolvidos e não punidos. Apesar de alunos e professores estarem envolvidos de forma geral no campo das avaliações, poucos se dispõem a analisar e discutir suas implicações, e no que se refere à avaliação, é possível constatar o recente interesse por parte de pesquisadores e instituições de ensino, que buscam qualidade e metodologias diferenciadas de ensino. Iniciaremos o estudo do tema, contextualizando sobre propostas e as funções das avaliações, os desafios de mudar a concepção de avaliação, intrínseca há séculos na educação e a nova postura do professor. Já adianto que não tem re- ceita mágica,mas podemos pensar juntos, isso é o começo. A seguir vamos refletir sobre avaliação significativa na educação básica, extre- mamente necessário repensar a avaliação para este nível da educação, discu- tiremos sobre a avaliação contínua e as contribuições da neurociência para a aprendizagem. Que tal repensar a avaliação? Precisamos sair do conceito de avaliação homogênea, nem os alunos e nem os ambientes de aprendizagem são iguais. Ao refletir sobre a avaliação no en- sino superior veremos a necessidade de uma avaliação significativa no contex- to contemporâneo. Vamos aproveitar o momento para refletir também sobre a avaliação da apren- dizagem na Educação a Distância, os desafios e as possibilidades que a tecno- logia proporciona no processo de avaliação. Enfim, não prometo receitas prontas, mas no decorrer dessa leitura você fará novas sinapses e com certeza sairá com insights, ou seja, pistas de algo que você pode fazer para conseguir um resultado positivo no processo de avalia- ção. Vem comigo! SUMÁRIO CAPÍTULO 1 07 | Avaliação da Aprendizagem CAPÍTULO 2 19 | Avaliação Significativa na Educação Básica CAPÍTULO 3 33 | Avaliação no Ensino Superior CAPÍTULO 4 43 | Avaliação da Aprendizagem em Ead Desafios e Possibilidades PÁGINA 7 CAPÍTULO 1 AVALIAÇÃO DAAPRENDIZAGEM Professora Mestre Maria do Carmo Teles Ferreira Stringhetta Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar avaliação da aprendizagem • Compreender os desafios da mudança da avaliação • Refletir sobre as propostas pedagógicas da avaliação Plano de Estudo: • Proposta e Funções da Avaliação • Desafio da mudança na avaliação • Nova postura do professor PÁGINA 8 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá! Que oportunidade boa poder conversar com você sobre avaliação! O que você sente quando sabe que será avaliado/a? Já pensou sobre isso? Neste momento, vamos mergulhar no processo de avaliação da aprendizagem. Vamos procurar não somente compreender o tema, mas analisá-locriticamen- te, verificando as questões que envolvem as práticas avaliativas educacionais e também apontar os desafios da mudança da proposta da avaliação, superando a abominável seleção. Este é o momento para discutir o conceito de avaliação dentro do processo de ensino e aprendizagem, os conceitos, as propostas pedagógicas de cada mo- delo de avaliação, medir, diagnosticar, planejar e os instrumentos que podem ser desenvolvidos de acordo com objetivo da proposta. Vamos conversar sobre isso? PÁGINA 9 1. PROPOSTA E FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO Vivemos em uma sociedade acostumada com processos avaliativos classi- ficatórios e isso pode ser perigoso, pois ameaça a democracia, o direito de aprendizagem. Atualmente a discussão sobre avaliação nos diferentes níveis de educação tem acontecido com mais ênfase e este é o momento para refletir sobre as propostas da avaliação e romper processos seletivos e excludentes. A sociedade contemporânea é muito dinâmica e está em constante mudança, percebemos as mudanças nos valores, nas instituições, que sofrem muita influ- ência da tecnologia, o imediatismo e a quantidade de informação faz com que os alunos queiram aulas mais significativas. Nesse contexto, romper a avaliação tradicional também torna-se urgente. Lu- ckesi (2005, p. 04) enfatiza que “a questão central da prática da avaliação não está nos instrumentos, mas sim na postura pedagógica e consequentemente na prática da avaliação”. Ou seja, quando o aluno se vê forçado a estudar para fazer a prova, o foco da educação está em aprovar ou reprovar o educando e não centrado no seu processo de construção do conhecimento. PÁGINA 10 1.1 Desafio da mudança na avaliação Há docentes que ainda resistem a qualquer mudança em sua prática, e usam a avaliação como instrumento de controle e punição. Abramowicz (2001, p.124) afirma que “face controladora da avaliação como controle educacional ainda permite que percebamos mais uma dimensão: a ênfase no domínio cognitivo, expresso pelo controle dos conteúdos e pela insistência da memorização”. No contexto da avaliação da aprendizagem é preciso que haja uma exclusão do antigo conceito de avaliação como forma de medir do nível de aprendiza- gem. É necessário o emprego de um sistema de avaliação que considere a relação existente entre os aspectos qualitativos e quantitativos, a natureza da relação pedagógica e os objetivos que se propõe alcançar. Nesse cenário, o professor também precisa se autoavaliar. PÁGINA 11 REFLITA É preciso considerar que, a avaliação está intrinsecamente relacionada à aprendizagem, e é um desafio constante em qualquer nível de ensino. Para Abramowicz (2001), a avaliação constitui uma janela por onde se vislumbra toda a educação. Além de um instrumento que possibilita a aprendizagem do aluno, o processo avaliativo permite ao professor e à instituição de ensino um planejamento e melhoria constante do processo de ensino. Se os alunos possuem competências e interesses diferentes, por qual motivo você acredita que todos devem ser avaliados da mesma forma? Fonte: a autora Vamos à ao exemplo: Após identificar fragilidades no resultado de uma avalia- ção em relação à um conteúdo ou disciplina, é importante propor a revisão do processo, seja com uma nova proposta de ensino ou nova proposta de avalia- ção. Essa mudança de postura requer despreendimento de crenças e aceita- ção do novo e em muitas situações esse comportamento é um desafio e exige sabedoria da gestão. PÁGINA 12 No contexto da avaliação da aprendizagem é preciso que haja uma exclusão do antigo conceito de avaliação como forma medir o nível de aprendizagem. É preciso que se conheçam as características dos processos, sendo necessário tomar medidas que contribuam com o aperfeiçoamento do ensino e da aprendi- zagem. Torna-se necessário ainda o emprego de um sistema de avaliação que considere a relação existente entre os aspectos qualitativos e quantitativos, a natureza da relação pedagógica e os objetivos que se propõe alcançar. Muitos profissionais confundem o uso da avaliação com o processo e gestão da aprendizagem dos alunos. Vamos ver o que Vasconcelos nos fala sobre o tema: avaliação do ensino e aprendizagem. [...] a avaliação sempre faz parte do processo de ensi- no-aprendizagem, pois o professor não pode propiciar a aprendizagem a menos que esteja constantemente ava- liando as condições de interação com seus educandos. Está relacionada ao processo de construção do conheci- mento [...] VASCONCELOS (2000, p. 59) É importante observar que Vasconcelos (2000) define a avaliação do ensino e aprendizagem como um “processo”, porque segundo o autor o professor estará acompanhando a construção do conhecimento do aluno, ao invés de simples- mente julgá-lo em determinada situação. 1.1.1 Nova postura do professor Nesse sentido, a formação docente deve ser estimular o desenvolvimento de profissionais reflexivos e investigadores, com intensa capacidade de refletir so- bre sua prática docente. Para um professor com essas características é fácil usar os resultados da avaliação para rever suas metodologias e ampliar seu planejamento. Moran, Masetto e Behrens (2015, p. 77) afirmam que: “nessa nova visão, o pro- fessor deve mudar o foco do ensinar para reproduzir conhecimento e passar a preocupar-se com o aprender e, em especial, o ‘aprender a aprender’, abrindo caminhos coletivos de busca e investigação para a produção do seu conheci- mento e do seu aluno” Um exemplo simples de um professor dinâmico é aquele que após a aplica- ção e correção de uma avaliação faz uso das tecnologias e estatisticamente comprova a questão e o tema com maior número de erros, na aula seguinte o professor pode fazer um planejamento para recuperação deste conteúdo. Nes- te caso, o professor se coloca em uma posição de responsável pela aprendiza- gem dos seus alunos e utiliza a avaliação a seu favor. PÁGINA 13 SAIBA MAIS O desempenho em uma prova pode ser explicado também pela ansiedade do estudante, Veja o que a neurociência explica sobre a ansiedade na prova. https://www.youtube.com/watch?v=eGOwZv4UB9s CONSIDERAÇÕES FINAIS# O contexto da educação atual e da avaliação da aprendizagem escolar estão em processo de transição na tentativa de superação de um modelo educacio- nal conservador, permeado por uma prática de avaliação excludente, para a consolidação de um modelo de educação voltado para o crescimento do es- tudante enquanto sujeito de sua aprendizagem e uma prática de avaliação de diagnóstico, do desempenho do estudante, voltada para a promoção da quali- dade do ensino e da aprendizagem. A prática avaliativa que se espera de um educador é o comprometimento com o crescimento do estudante. Espero que essas reflexões colaborem para uma avaliação mais justa, provei- tosa e ética, cumprindo com com as necessidades do processo de ensino e aprendizado. PÁGINA 14 LEITURA COMPLEMENTAR PERSONALIZAÇÃO DO ENSINO Para demonstrar como a personalização acontece na prática, o Porvir pesqui- sou iniciativas que utilizam diferentes estratégias para promover um ensino personalizado. Algumas dessas experiências estão centradas no uso da tecno- logia, outras pouco utilizam recursos digitais. Há aquelas que têm como foco crianças e as que se voltam mais para os adolescentes. Parte delas estão no Brasil, outras no exterior. Todas são gratuitas e acontecem em três tipos de es- colas: públicas convencionais, geridas via parceria público-privado ou mantidas por investidores sociais. Confira algumas características recorrentes em todas elas: Autonomia As escolas que se propõem a oferecer um ensino mais personalizado colocam o aluno no centro de sua proposta pedagógica e criam oportunidades para que se torne o principal agente do seu aprendizado. A autonomia é estimulada a partir de diferentes estratégias. Em algumas escolas, os alunos elaboram seus planos individuais de aprendizado, outras dão ao estudante a liberdade defa- zer escolhas ao longo de sua trajetória escolar. Ambiente de aprendizagem Para que os alunos tenham a possibilidade de aprender de diferentes manei- ras, as escolas têm reorganizado seu espaço físico. Na maior parte das vezes, a opção é por mobiliário flexível, que permite diferentes arranjos, capazes de abrigar atividades diversas (on-line, experimentações, debates e até aulas ex- positivas), tanto realizadas individualmente, quanto em grupos. Há escolas que aboliram as salas de aula tradicionais. Mentoria O apoio individual oferecido por um adulto de referência é outra das estratégias usadas para promoção do ensino personalizado. Normalmente, cada professor tem um número máximo de alunos que acompanha em diferentes níveis: rotina acadêmica, projeto de vida, dificuldades fora do âmbito escolar e articulação com família. Em alguns casos, o mentor (tutor ou orientador) também é aquele que ajuda o aluno a descobrir seus talentos e se conectar com pessoas de fora da escola que podem apoiá-lo no desenvolvimento dessas habilidades. PÁGINA 15 Planos individuais de aprendizado Muito relacionados ao desenvolvimento da autonomia, os planos individuais de aprendizado são utilizados por algumas das escolas pesquisadas como instru- mentos pedagógicos desenvolvidos com ou sem o apoio da tecnologia, mas sempre a partir do que o aluno precisa e deseja aprender. Com a tecnologia, são elaborados com apoio de plataformas inteligentes, que entendem como cada aluno aprende melhor e sugerem caminhos para que ele cumpra seus ob- jetivos educacionais. Avaliação individualizada e de processo As escolas investigadas também utilizam formas mais personalizadas de ava- liação. Uma vez que cada aluno segue seu próprio percurso pedagógico, res- peitando ritmo, características e interesses distintos, as provas padronizadas deixam de fazer sentido. Com isso, as avaliações passam a ser feitas de forma contínua, com o intuito de acompanhar a evolução de cada estudante e garantir que ele aprenda. Aprendizado por projetos As experimentações concretas ou atividades mão na massa têm sido ampla- mente utilizadas pelas escolas mapeadas, com grande efeito sobre o engaja- mento dos alunos. Geralmente, os projetos são interdisciplinares, ajudam os alunos a compreender conceitos mais complexos ou abstratos e permitem o desenvolvimento de uma série de outras competências, como liderança, criati- vidade, capacidade de resolver problemas e trabalhar em grupo. Em algumas escolas, eles são realizados por alunos de idades e séries diferentes, o que amplia a integração e enriquece a troca. Muito frequentemente, buscam resol- ver problemas da vida real, conferindo sentido ao que se aprende. Desenvolvimento integral As escolas que promovem a educação personalizada têm um olhar integral para o aluno, a fim de assegurar que os conteúdos e estratégias de aprendiza- gem dialoguem com o perfil e o projeto de vida de cada um. Assim, promovem atividades educativas que desenvolvem os estudantes em diferentes dimen- sões (acadêmica, física, socioemocional, cultural). Tecnologia e Ensino híbrido O uso mais intensivo e estratégico de recursos tecnológicos na educação ge- rou uma nova abordagem pedagógica denominada de ensino híbrido, que mes- cla atividades on-line e offline. Fonte: GOMES, Patrícia. Educação sob medida. Diponível em: http://porvir.org/ especiais/personalizacao/. Acesso em 20 de out de 2018. PÁGINA 16 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO FILME Práticas de avaliação educacional: materiais e instrumentos Autor: Santiago Castillo Arredondo , Jesús Cabrerizo Diago Editora: InterSaberes Sinopse: Escrito por especialistas em avaliação edu- cacional, o livro: Práticas de avaliação educacional: materiais e instrumentos traz para os profissionais da educação instrumentos que podem ser utilizados como avaliações. O objetivos é apresentar modelos e inspirações para que os professores desenvolvam seus próprios instrumentos, de acordo com a realidade. Professores da educa- ção infantil ao ensino superior, encontrarão temas que poderão ser adaptados para enriquecer os momentos de aprendizagem. Título: A educação proibida Ano: 2012 Sinopse: O filme é uma produção argentina e inde- pendente. O objetivo principal do filme documentário é repensar metodologias, valorizar a diversidade edu- cativa e a liberdade pedagógica. Comentário: O filme documentário apresenta 45 experiências de ensino não convencionais, bastante importantes para pensarmos nossas metodologias de ensino e refletir sobre o que é de fato, a educação. PÁGINA 17 NA WEB No vídeo Cipriano Luckesi fala sobre a Avaliação da aprendizagem. Luckesi é referência em avaliação da aprendizagem escolar e faz uma contextualiza- ção histórica para explicar o modelo de avaliação usado como instrumento de classificação e seleção o autor defende que avaliação deve ser instrumento de aprendizagem, subsidiando a democratização da sociedade. Link: https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc PÁGINA 18 REFERÊNCIAS DEMO, Pedro. Metodologia da Investigação em Educação. Curitiba. Intersa- beres. 2013 MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21 ed. Campinas, SP: Papirus, 2013. ABRAMOWICZ, Anete (org.); MELLO, Roseli Rodrigues de. Educação: pes- quisas e práticas. Campinas: Papirus, 2001. LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos so- bre a pedagogia do exame. Tec. Educ. v.20, n.101, p.82 – 86, 1991. LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2005. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de Mudança - por uma práxis transformadora. São Paulo: Libertad, 1993. PÁGINA 19 CAPÍTULO 2 AVALIAÇÃOSIGNIFICATIVA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Professora Mestre Maria do Carmo Teles Ferreira Stringhetta Objetivos de Aprendizagem: • Compreender a importância da avaliação significativa • Reconhecer os tipos de avaliação aplicadas na Educação Básica • Estabelecer a importância socioeconômica do Marketing Plano de Estudo: • Avaliação significativa • Tipos de avaliação aplicadas na Educação Básica • Habilidades no processo de avaliação da aprendizagem PÁGINA 20 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá! Vamos continuar nossa reflexão sobre a avaliação da aprendizagem, ve- remos que é possível avaliar de forma significativa e construindo aprendiza- gem, para isso, já sabemos que precisamos ter uma postura de superação das práticas autoritárias de avaliação. A avaliação é uma forma de auxiliar o estudante direta e indiretamente, pois, além de ser contínua e sistematizada, deve primar por uma preparação ante- rior, durante e posterior, a fim de que o estudante, aprenda antes e no momen- to que está sendo avaliado, exteriorize seus conhecimentos aprendendo com o instrumento proposto para que, após a avaliação, reestruture suas estruturas mentais. Podemos entender que, avaliação é muito mais prova. Vamos pensar juntos! PÁGINA 21 1 AVALIAÇÃO SIGNIFICATIVA Convido você a refletir sobre a avaliação como um instrumento do processo de ensino e aprendizagem. É nesse sentido que as avaliações precisam ser elaboradas com significado, ao ser planejada, o professor precisa saber qual o objetivo da questão proposta. Para ser significativa, a avaliação precisa ter foco no aprendizado. No en- tanto, se não for bem planejada e com objetivos claros e precisos, a avaliação pode perder o foco e gerar desconforto em estudantes e professores. Convido você a fazer a leitura das situações abaixo e refletir se você enquanto estu- dante ou docente se identifica ou conhece alguém que se identifica com estas situações. Estudantes Docentes Os estudantes muitas vezes associam a avaliação somente às provas, sendo que alguns deles desenvolvem até alguns “sintomas”, tais como esquecimento, sudorese, uso de meios escusos como a “cola” etc. Os docentes se questionam sobre qual é a melhor maneira de avaliar aaprendizagem de seus alunos, se o instrumento utilizado será ou não capaz de captar o nível de aprendizagem da turma, que ações serão necessárias após a análise dos resultados, entre outros. SUHR, 2012, p, 18. Adaptado pela autora. PÁGINA 22 Isso acontece porque muitas vezes a avaliação é apenas um processo mecâ- nico e burocrático, com o finalidade de proporcionar uma nota ao estudante. Quando realizada deste modo a avaliação, a avaliação em nada contribui para o desenvolvimento do aluno pois serve apenas para corresponder a uma exi- gência dos sistemas de ensino (SUHR, 2012, p, 20). As práticas docentes inovadoras buscam romper com as práticas pedagógicas reprodutivistas. Nesse contexto, Christensen, Horn e Johnson (2009) afirmam que, nas últimas três décadas tem aumentado o número de psicólogos cogni- tivos e neurocientistas que reconhecem que as pessoas aprendem de forma diferente uma das outras, diversas pesquisas proporcionam melhores conheci- mentos sobre o funcionamento e mapeamento do cérebro, indicando como os neurotransmissores disparam as sinapses e como ocorre o processamento das informações em cada área cerebral. PÁGINA 23 REFLITA SAIBA MAIS Conhecer os resultados das pesquisas sobre o funcionamento e mapeamento do cérebro, podem ajudar os docentes a elaborarem avaliações mais significa- tivas? Fonte: A autora Os conhecimentos da Neurociência contribuem para muitos estudos que pro- põem novas ferramentas que auxiliam o processo de aprendizagem. Nem sem- pre a dificuldade de aprendizagem está relacionada à indisciplina, de acordo com estudos da neurociência: - Crianças que sofrem carência alimentar provavelmente terão dificuldade no processo de aprendizagem. - Crianças que dormem mal, também apresentam dificuldade de aprendi- zagem. - Complicações na gestação ou no nascimento também causam dificulda- de de aprendizagem nas crianças. Isso não significa que a criança não é capaz de apreender, significa que o pro- fessor precisará buscar recursos extras para ensinar as crianças com dificulda- de de aprendizagem. Por exemplo: Uma forma diferenciada de avaliação. Fonte: a autora PÁGINA 24 Vasconcellos (1995) nos alerta para a distinção entre avaliação e nota. Avaliação Nota Avaliação é um processo abrangente da existência humana que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. A nota, seja a forma de número (0 a 10), conceito (A, B, C), ou menção (bom, médio, ruim), é uma exigência formal do sistema educacional. Vasconcellos (1995) adaptado pela autora. Ainda de acordo com o autor, podemos imaginar um dia que não haverá mais nota na escola, ou reprovação, mas certamente haverá necessidade de conti- nuar existindo avaliação, para se acompanhar o desenvolvimento dos educan- dos e ajudá-los em suas eventuais dificuldades. Qual a sua opinião sobre os conceitos acima? Quero relembrar você que, não significa que a avaliação tenha forma única, com questões e respostas Construir uma avaliação significativa demanda ações que levem o professor e o estudante a buscar processos de investigação e pesquisa. (MORAN; MA- SETTO; BEHRENS, 2015, p. 77), outra sugestão é a realização de um mapa mental. O mapa mental é um instrumento de avaliação por proporcionar ao aluno a possibilidade de organizar o pensamento, criar estratégias e expor o conhecimento, ainda com possibilidades de fazer conexões. 1.1 Tipos de avaliação aplicadas na Educação Básica A educação Básica, composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio é regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9394/96 a qual afirma que a avaliação da aprendizagem consiste em medir o aproveitamento e também a apuração da assiduidade do estudante. Nesse sentido, a avaliação da aprendizagem deve ser diagnóstica, para saber o nível que o estudante está, processual e formativa, que consiste no planejamento, didática e instrumentos avaliativos. PÁGINA 25 SAIBA MAIS Podemos entender, que a avaliação não acontece apenas no final do bimestre ou no final ano, precisa ser contínua. Para nos ajudar a esclarecer, vamos identificar quais os tipos de avaliação do processo ensino-aprendizagem, de acordo com os estudos de Bloom (1993). As categorias do domínio cognitivo que ficaram conhecidas como Taxonomia de Bloom são: 1. Conhecimento 2. Compreensão 3. Aplicação 4. Análise 5. Síntese 6. Avaliação A Taxonomia de Bloom do domínio cognitivo é muito interessante e importan- te. Você pode ler mais sobre este tema em diversas fontes, uma sugestão é o acesso ao link: https://www.biblioteconomiadigital.com.br/2012/08/a-taxonomia- -de-bloom-verbos-e-os.html Fonte: a autora PÁGINA 26 Diagnóstica - Analítica Tipo de avaliação recomendado para o início do processo de ensino e aprendi- zado.Contribui para diagnóstico do conhecimento dos estudantes, a partir dos resultados o professor realiza o planejamento das ações pedagógicas. Como aplicar a avaliação diagnóstica? • Entrevistas com alunos, ex-professores, orientadores, pais e familiares; • Consulta ao histórico e anotações da vida escolar do estudante; • Observações dos comportamentos dos estudantes; • Roda de conversa com estudantes, observando e ouvindo atentamente os estudantes. Formativa- Controladora Faz parte do processo de replanejamento e intervenções da prática em sala de aula. Esse tipo de avaliação, tem como objetivo verificar se a proposta de ensi- no está sendo efetiva para a aprendizagem dos estudantes. Como aplicar a avaliação formativa? • Diariamente: ao observar e acompanhar o desempenhos dos estudantes nas tarefas propostas. • Ocasionalmente: por meio de provas, questionários ou outros instru- mentos. • Periodicamente: utilizando testes ao final de cada conteúdo. Somativa- Classificatória Geralmente é aplicada no final de um processo, bimestre, módulo ou ano. Tem o objetivo de atribuir notas e conceitos para progressão. Como aplicar a avaliação somativa? • prova ou trabalho final; • Soma de avaliações aplicadas no decorrer do ano. Conforme afirma (HOFFMANN, 2003), se o indivíduo constrói conhecimentos na interação com o meio em que vive, a avaliação não pode ser pensada de modo a contemplar critérios precisos e uniformes para avaliar o desempenho de alunos que passaram por experiências diversas e, naturalmente, adquiriram capacidades distintas. PÁGINA 27 Nesta nova perspectiva a avaliação deixa de ser um momento final para se tor- nar uma busca visando à compreensão do educando e oportunizando a cons- trução do conhecimento, levando-o a refletir sobre o mundo do qual faz parte. PÁGINA 28 1.1.1 Habilidades no processo de avaliação da aprendizagem A LDB 9.394/96, deixa claro que a avaliação significa apropriar-se do saber; deve ser contínua e cumulativa e; os aspectos qualitativos devem permanecer sobre os quantitativos. Isto porque vemos que um dos grandes propulsores do mundo pós-moderno e o desenvolvimento da criatividade, além da autonomia, equilíbrio emocional para lidar com situações do dia a dia entre outros. Moretto (2007) relaciona o termo habilidade ao “saber fazer” algo específico, o que significa que estará sempre associada a uma ação, sendo esta física ou mental, indicadora de uma capacidade adquirida. Então se existem ações cognitivas diferentes, é importante perceber a impor- tância que os verbos de ação ou de comando proporcionam em uma atividade avaliativa. Para Perrenoud (2002) a habilidade consiste em uma série de procedimentos mentais que o aluno aciona para resolver uma situação-problema para a qual necessita apresentar uma solução. Partindo desse entendimento, vamos conhecer a estrutura de avaliação por competências e habilidades cognitivas, a partir dos verbos apresentados na Ta- xonomia de Bloom. PÁGINA 29 Níveis e objetivos Processos /metodologiaVerbos ou ações resultantes (avaliação) Conhecer Refere-se à habilidade de lembrar informações sobre: fatos, datas, palavras, teorias, etc... a partir de situações de aprendizagens anteriores. Definir, descrever, distinguir, identificar, rotular, listar, memorizar, ordenar, reconhecer, reproduzir etc. Compreensão Refere-se à habilidade de entender a informação ou o fato, captar seu significado e expressar com suas próprias palavras. Classificar, converter, descrever, discutir, explicar, generalizar, identificar, inferir, interpretar, prever, reconhecer, redefinir, selecionar, situar, traduzir etc. Aplicação Refere-se à habilidade de aplicar o conhecimento em situações concretas Aplicar, construir, demonstrar, empregar, esboçar, escolher, escrever, ilustrar, interpretar, operar, praticar, preparar, programar, resolver, usar etc. Análise Refere-se à habilidade de identificar as partes e suas inter-relações analisar, calcular, comparar, discriminar, distinguir, examinar, experimentar, testar, esquematizar, questionar etc. síntese Refere-se à habilidade de combinar partes não organizadas para formar um todo Compor, construir, criar, desenvolver, estruturar, formular, modificar, montar, organizar, planejar projetar etc. Avaliação Refere-se à habilidade de julgar o valor do conhecimento Avaliar, criticar, comparar, defender, detectar, escolher, estimar, explicar, julgar, selecionar etc. Fonte: A autora, adaptado de Ferraz; Belhot (2010) Ao avaliar o professor deverá coletar, analisar, sintetizar, da forma objetiva, as manifestações de conduta cognitivas e afetivas dos educandos, produzin- do uma configuração do efetivamente aprendido, atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem e tomar uma decisão sobre as condutas docen- tes e discentes com base nessas informações. PÁGINA 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como vimos, não há espaço para estudantes e docentes passivos, a tendência é que ambos sejam ativos na busca pela construção do conhecimento. Aqueles que não se adaptarem às mudanças podem estar fadados ao fracasso. Além de docentes e estudantes, é necessário que as instituições de ensino contem- porâneas estimulem a participação ativa e crítica dos alunos as diversas pro- postas de ensino, seja na sala de aula, no ambiente online ou na forma de viver na comunidade. As novas propostas de aprendizagem consideram que o que influencia o aprendizado é aquilo que o aprendiz já conhece, desta forma, a proposta ba- seada nas competências e habilidades é aperfeiçoar a autonomia individual do aluno, desenvolvendo-o como um todo, para que ele seja capaz de compreen- der aspectos cognitivos, socioeconômicos, afetivos, políticos e culturais. PÁGINA 31 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO FILME NA WEB Título: Avaliação mediadora: uma prática em constru- ção da pré-escola à universidade Autor: Jussara Hoffman Editora: Mediação Sinopse: O livro aborda a questão da avaliação da aprendizagem na escola, em termos conceituais e prá- ticos, passando por abordagens filosóficas, sociológi- cas, políticas, psicológicas e pedagógicas. Título: Ser e Ter Ano: 2002 Sinopse: O filme retrata a rotina de uma escola francesa, nas quais crianças de idades distintas dividem a sala de aula. O filme aborda a importância do pro- fessor na educação e formação dos alunos. A Taxionomia de Bloom Classifica os diferentes níveis de cognição humana do pensamento, aprendizado e compreensão, mas no momento digital que viven- ciamos, é necessário compreender também a Taxonomia Digital de Bloom, o vídeo a seguir apresenta as habilidades associadas a cada nível do aprendi- zado, considerando o contexto digital. Link: https://www.youtube.com/watch?v=_1xN0jGIbdw PÁGINA 32 REFERÊNCIAS CHRISTENSEN, Clayton M. HORN, Michael B. JOHNSON Curtis W. Inovação na sala de aula: como a inovação de ruptura muda a forma de aprender. Porto Alegre, Bookman, 2009. FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti. BERLHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gest. Prod.[online] São Carlos, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010. Diposnível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2. Acesso em 31 de out de 2018. HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993. MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas : Papirus, 2015 MORETTO, Vasco pedro. Prova: Um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. 3.ed.Rio de Janeiro: DP&A, 2007. PERRENOUD, Philippe. Construir Competências é virar as costas aos saberes? Pátio. Revista Pedaógica. Nº 11, nov. 1999, p.15-19. Porto Alegre, 2002. SUHR, Inge Renate Fröse. Processo avaliativo no Ensino Superior (livro eletrônico). Curitiba, Intersaberes, 2012. VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação: Concepção dialética-libertadora do processo da avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1995. PÁGINA 33 CAPÍTULO 3 AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR Professora Maria do Carmo Teles Ferreira Stringhetta Objetivos de Aprendizagem: • Reconhecer a avaliação como instrumento de aprendizagem • Identificar as contribuições do processo de Avaliação para o planeja- mento das instituições de Ensino Superior • Contextualizar o momento atual considerando as mudanças sociais, po- líticas, econômicas e culturais que comprometem a educação. Plano de Estudo: • Ensino Superior • O educador no contexto avaliativo significativo • Educação contemporânea PÁGINA 34 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Chegou o momento de conversar com você sobre o Ensino Superior! O Ensi- no Superior é um nível de ensino que merece atenção e valorização. Você se orgulha de estar cursando o Ensino Superior? Espero que sim, mesmo viven- ciando a segunda década do século XXI, cursar as etapas da graduação, es- pecialização, mestrado e doutorado ainda é oportunidade para poucos. Bom, você pode pensar que conhece muitas pessoas que estão cursando ou já con- cluíram um curso no nível superior, sim! Você deve conhecer mesmo, mas essa proeza, ainda é para poucos, os números do censo podem confirmar. A educação, independente do nível, envolve o desenvolvimento integral do indi- víduo, em seus aspectos cognitivo-mente, motor-corpo, espírito-emoções e co- nhecimento técnico, considerando as condições históricas e sociais nas quais a sociedade está inserida. A sociedade atual enfatiza a importância do conceito de educação permanente ou contínua, defendendo que o processo educativo não se limita a acontecer na infância e na juventude, já que o ser humano deve adquirir e construir co- nhecimentos ao longo de toda a sua vida. Vale destacar que, atualmente vivenciamos a expansão da oferta da educação Superior, paralelamente às necessidades da sociedade, as metas do Plano Nacional da Educação -PNE que propõe o aumento significativo dos índices de formandos na Educação Superior E neste nível de ensino, que a avaliação também é um instrumento de gran- de importância, contribuindo para a aprendizagem, desenvolvimento humano e para o planejamento das instituições de ensino superior. Contextualizada em uma sociedade extremamente volátil e tecnológica, a ava- liação precisa ser significativa pois a avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do processo de ensino e aprendizagem. É sobre a avaliação nesse contexto da educação que vamos conversar, vamos lá? PÁGINA 35 1- ENSINO SUPERIOR A Educação Superior tem como objetivo a formação e desenvolvimento de pro- fissionais nas diversas áreas do conhecimento, ampliando a atuação nas pes- quisas científicas e a especialização na prestação de serviços. Há estudos que relacionam os índices de profissionais com educação Superior e o desenvolvi- mento do país, apesar de não ser nosso objetivo, a reflexão sobre esse tema é uma dica valiosa! PÁGINA 36 Para que a formaçãona educação superior aconteça de forma eficaz, diversas discussões sobre novas estratégias metodológicas, recursos tecnológicos são realizadas, porém, o maior desafio contemporâneo da Educação Superior é a elevação da taxa de matrícula aliada à melhoria da qualidade da qualidade da educação. A elevação dos índices de matrícula no ensino superior e formação de profes- sores está prevista no Plano Nacional de educação -PNE, vigente no decênio 2014 a 2024. O PNE, é um documento composto por vinte metas que orientam a execução e o aprimoramento de políticas públicas da educação. É um plano decenal, ou seja, metas pensadas para serem alcançadas a cada dez anos. Muito bem! Após essa breve contextualização sobre o ensino superior, você deve estar se perguntando: E como a avaliação contribui para qualidade da educação superior? Apesar de ser uma pergunta complexa, podemos considerar que avaliação é fundamental para a garantia de qualidade de ensino e importante instrumento para a aprendizagem. Vamos entender! Além de instrumento pedagógico, a avaliação apresenta indicadores valiosos para a instituição de ensino, que podem contribuir para o planejamento de ações assertivas. Por exemplo: Mensurar os resultados e saber quais discipli- nas mais reprovam ou qual a questão com maior número de erros, pode contri- buir para identificar uma falha na forma de ensinar ou de elaborar a questão. Resultados simples que, quando visualizados e observados com atenção re- fletem as fragilidades e também as potencialidades do processo de ensino e aprendizagem. Discorrer sobre a relevância dos métodos avaliativos no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas aos processos de ensino e aprendizagem admitidos no Ensino Superior assume proporções ainda mais críticas, portanto, avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico, busca-se contemplar o processo de ensino e aprendizagem de forma a utilizar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático, uma vez que, “[...] avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica do conceito formal e estatís- tico; não é, simplesmente, atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinada disciplina”. (OLIVEIRA, 2007, p.1). PÁGINA 37 Na responsabilização pela educação, todos devem ser julgados, desde a insti- tuição de ensino que assume a educação como as políticas públicas que valori- zam e tornam eficazes os processos, até a autoavaliação do comprometimento do estudante. Por isso, há a necessidade de que essa responsabilização seja horizontal, diferente do que acontece, recaindo sobre os professores a obriga- ção de formar alunos capacitados para os testes que são aplicados em diver- sos segmentos educacionais. A importância do processo avaliativo e a necessidade do Ensino Superior se resumem na antecipação para tal processo, o “que pressupõe a capacidade de planejá-lo, antevê-lo como exercício coletivo pautado na cultura de antecipa- ção.” (EYNG, 2004, p.1) 1.1 O educador no contexto avaliativo significativo Podemos identificar que, a concepção de educação tradicional, como foco na transmissão de conteúdos, requer uma estratégia didática de repetição e acu- mulação, nesse contexto, o perfil do professor está propenso a exposição or- denada dos conteúdos. Da mesma forma, o educador na perspectiva técnica desenvolve competências e atitudes adequadas à intervenção prática, técnica, não chega ao conhecimento científico. Na perspectiva radical, o educador reflete sobre sua prática na busca pela compreensão dos processos de ensino e aprendizagem. A partir dessa con- cepção o educador é considerado um agente transformador que contribui para a consolidação de uma sociedade mais justa. Nas palavras de GÓMEZ (2000, p. 374): O professor/a é ao mesmo tempo um educador e um ati- vista político, no sentido de intervir abertamente na análise e no debate dos assuntos públicos, assim como por sua pretensão de provocar nos alunos/as o interesse e com- promisso crítico com os problemas coletivos. No papel de educador, o mesmo precisa conhecer e atuar no processo da construção da cidadania e contribuir para o sucesso na formação dos futuros cidadãos. Assim, o papel do educador é desenvolver uma tomada de decisão de consciência. Você pode estar pensando que, traçar um perfil do educador com a compe- tência necessária para a transformação social, é um desafio, afinal o professor deixa de ser o dono do saber e passa a construir conhecimento. Se pensou as- sim, seu pensamento está correto! PÁGINA 38 Porém, alguns estudiosos defendem que, o desafio da atuação do educador está na formação. Sim! exatamente nesta etapa que você está inserido/a. Behrens (1996, p. 63) nos diz que, “O novo docente exigido pela sociedade na modernidade, seria desafiado a criar grandes projetos do conhecimento aliados à pesquisa. A busca de conhecimento demandaria a criação e a participação efetiva dos alunos no processo educativo”. Estudante! Esse novo docente exigido pela contemporânea somos nós, eu e você! E para modificarmos nossa prática, necessitamos rever nossas crenças e nossos modos de agir. Há docentes que ainda resistem a qualquer mudança em sua prática pedagógi- ca, principalmente devido ao autoritarismo. No entanto, Seabra (1994) nos diz que, “O profissional do futuro (e o futuro já começou) terá como principal tarefa aprender, pois, para executar tarefas repetitivas existem os computadores e robôs.” Você já tinha pensado sobre isso? É nesse contexto que novas formas de avaliar são necessárias, rompendo a avaliação punitiva, repetitiva e sem contexto. PÁGINA 39 SAIBA MAIS 1.1.1 Educação contemporânea É importante refletir sobre o contexto da sociedade que vivemos para com- preender a proposta dos novos paradigmas da educação. A sociedade atual, também chamada de sociedade do conhecimento, tem características o com- partilhamento e a construção do conhecimento, uma sociedade dinâmica e al- tamente tecnológica. Para atender essa característica da sociedade, são necessárias teorias inova- doras da educação que enfatizam o envolvimento do aluno no processo edu- cativo. Isso implica em práticas pedagógicas que estimulam a análise, a capa- cidade de reflexão, de pesquisa e a necessidade de reconhecer a realidade. Consequentemente, as avaliações precisam estimular a análise e capacidade de reflexão. Behrens (1996) nos diz que, o desafio atual dos estudiosos é a superação da fragmentação e reprodução do conhecimento. Porém, em algumas situações a educação acaba não sendo um elemento para a mudança social, e sim, um elemento fundamental para a conservação e fun- cionamento do sistema social vigente. Isso é verdade, embora exista uma rela- ção muito próxima entre a educação e a sociedade. A educação na sociedade do conhecimento acontece a partir da: • Criatividade • Flexibilidade • solução de problemas • inventividade • Inteligência coletiva • confiança profissional • disposição para o risco • aperfeiçoamento permanente (HARGREAVES, 2004, p. 46). O que se percebe contudo é que ainda existe uma grande diferença entre o ato de avaliar e examinar que precisam ser revistos na composição dos processos avaliativos, pois “o ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores re- sultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação” (LUCKESI, 2000.) PÁGINA 40 Torna-se, portanto, necessário compreender o processo avaliativo numa pers- pectiva histórica e formativa individual e coletiva que propicia uma elevação nos níveis educacionais, diferenciando-se uma avaliação quantitativa da quali- tativa. Esses conceitos de avaliação quantitativa e avaliação qualitativa nasceram de uma distorção no entendimento dos dispositivos legais da Lei 5692/71, quando trata do tema da aferição do aproveitamento escolar, no qual se afirma que, em relação ao aproveitamento escolar, é preciso levarem conta predominantemen- te os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Numa compreensão distorcida, corrente inclusive no meio acadêmico, enten- deu-se qualitativo por afetivo e quantitativo por cognitivo. A lei, na verdade, di- zia outra coisa: por qualitativo, entendia o aprofundamento seja da assimilação de uma informação, seja de uma habilidade, seja de um conjunto de procedi- mentos, ou elementos semelhantes. Digamos que o qualitativo seja a preciosi- dade do desenvolvimento (LUCKESI, 2000, p.7). Conforme mencionado ao longo desse estudo, a avaliação é um processo con- tínuo e necessário para o aprendizado, tanto no que diz respeito ao professor quanto ao aluno. No Ensino Superior, a até mesmo na modalidade EaD, isso não é diferente e a presença de instrumentos variados para o processo ava- liativo torna-se ainda mais importante, pois o ato de avaliar implica momentos e procedimentos e ao fazer uso de instrumentos diversos, o professor poderá ampliar a sua capacidade de observação, podendo, assim, melhorar a sua prá- tica e contribuir para aprendizagem dos alunos. PÁGINA 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na contexto educacional do século XXI é urgente e necessário romper o ensino tradicional e fragmentado. O momento exige inovação, ousadia, criatividade. A valorização da postura coletiva e não a individual; a valorização das inteligên- cias múltiplas; a emoção e a imaginação devem ser tão importantes quanto o conhecimento técnico. Nesse contexto é necessário adquirir novos conheci- mentos durante toda a vida. Falar de construção de conhecimento e praticar a transmissão faz ainda parte integrante de nossa docência. Essa prática impõe ao aluno a repetição como única forma aceitável de aprendizagem. Isto é, o aluno recebe tudo pronto, não problematiza, não é solicitado a fazer relação com aquilo que já conhece ou a questionar a lógica interna do que está recebendo, e acaba se acomodando. Para refletirmos sobre a prática educativa é necessário, primeiramente, o en- tendimento de que o processo ensino-aprendizagem não se limita apenas ao momento de planejar, executar e avaliar.O processo de ensino-aprendizagem está intimamente ligado à avaliação. O conhecimento atual aponta para atitudes criativas, para a busca de soluções inéditas, para a liderança ética, para o resgate dos valores. Nesse estudo, vimos que é necessário considerar a avaliação da aprendiza- gem como um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhe- cimentos, habilidades e competências dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja con- dições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo. A avaliação do ensino e aprendizagem deve ser vista como um processo siste- mático e contínuo, no decurso do qual vão sendo obtidas informações, atribuin- do-lhes valores. PÁGINA 42 REFERÊNCIAS BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação Continuada dos Professores e a Prática Pedagógica. Champagnat. Curitiba, 1996. EYNG, Ana Maria. A avaliação como estratégia na construção da identida- de institucional. Avaliação (Campinas) [online]. v.09, n.03, 2004. HARGREAVES, Andy. O Ensino na Sociedade do Conhecimento. Educação na Era da Insegurança. Porto Alegre, Artmed. 2004. LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2000. OLIVEIRA, Gerson Pastre de. Avaliação formativa nos cursos superiores: verificações qualitativas no processo de ensino-aprendizagem e a autonomia dos educandos. OEI-Revista Iberoamericana de Educación. 2007. SEABRA,Carlos. Uma Educação Para Uma Nova Era. In. Tecnologia Socie- dade. A revolução tecnológica e os novos paradigmas da sociedade. Belo Hori- zonte: Oficinas de Livros. 1994. PÁGINA 43 CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DAAPRENDIZAGEM EMEAD DESAFIOS E POSSIBILIDADES Professora Mestre Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Objetivos de Aprendizagem: • Refletir sobre novos ambientes de aprendizagem • Verificar cenários e protagonistas que compõem o quadro da EaD • Analisar as possibilidades advindas da aprendizagem colaborativa pro- porcionadas pelos ambientes virtuais de aprendizagem Plano de Estudo: • Avaliação e os ambientes virtuais de aprendizagem. • Avaliação da aprendizagem na educação a distância. PÁGINA 44 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Em nossos estudos temos discutido que a avaliação sempre se apresentou como algo comum na vida do ser humano, e, principalmente, é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, seja na educação presencial ou a dis- tância. Mas você acredita que temos necessidade pensar a avaliação diferente na Educação a Distância? Na Educação a Distância há uma prática de reprodução das modalidades ava- liativas do ensino presencial, porém na EaD há uma série de particularidades que precisam ser consideradas e atendidas quando se trata de avaliação da aprendizagem. A partir desse cenário, vamos refletir sobre os desafios e possibilidades de ava- liar na Educação a Distância. Vem comigo? PÁGINA 45 1- Avaliação e os ambientes virtuais de aprendizagem. Atualmente somos impactados pelas Tecnologias de Comunicação e Informa- ção (TIC) que modificam significativamente nossos costumes, comportamen- tos, atitudes, a forma de comunicar. E a forma de avaliar, também muda? Tradicionalmente os estudantes são avaliados de maneira quantitativa e esse mecanismo, considerado autoritário e classificatório, não está de acordo com a ideia de que a avaliação possa ser um instrumento de aprendizagem. Você conhece ambientes escolares, onde o professor é o informante, único de- tentor do conhecimento os estudantes são pacíficos e aguardam o conteúdo repassado de forma rígida e linear, atividades sem significados e repetitivas? PÁGINA 46 Esse modelo de ambiente escolar tradicional é comum, porém, diversos auto- res defendem uma educação disruptiva, Seabra (1994) nos diz que, o profissio- nal do futuro (e o futuro já começou) terá como principal tarefa aprender, pois, para executar tarefas repetitivas existem os computadores e robôs, nesse sen- tido,alguns educadores já estão percebendo que a metodologia tradicional, uti- lizada em sala de aula, já não contempla as necessidades dos alunos e muito menos seus verdadeiros anseios em relação à vida que se apresenta fora dos “muros da escola”. É importante refletir sobre o contexto da sociedade que vivemos, as formas de compartilhamento e a construção do conhecimento, uma sociedade dinâmica e altamente tecnológica para compreender a proposta dos novos paradigmas da educação. Podemos usar como exemplo o celular: hoje o celular é utilizado para inúmeros fins: consultar redes sociais e e-mails, extratos bancários, ouvir música, tirar, editar e publicar fotos, acessar e consultar agenda cultural e, ainda, comprar ingressos, assistir vídeos, acessar blogs, ler livros online, encaminhar e receber mensagens via wifi ou operadoras e, inclusive, fazer ligações. Você pode fazer avaliação pelo celular! Isso significa ressignificar a avaliação. A educação a distância é beneficiada pela tecnologia e ganha flexibilidade e possibilidades de interações. Muitos foram os motivos que levaram a normati- zação da educação a distância no Brasil, entre eles, a democratização da edu- cação. Por esta perspectiva, as instituições de ensino superior iniciaram um movimento de concepção e oferta de cursos na modalidade a distância, utili- zando-se de ambientes virtuais de aprendizagem, com a finalidade de atender às demandas econômicas e sociais: cursos de graduação, de pós-graduação, de extensão, tecnólogos, técnicos, profissionalizantes ou livres e recentemente temos a discussão no congresso para a liberação da modalidade a distância para o ensino médio. Não vamos nos aprofundar nessa concepção política da EaD porque ela pode ser alterada constantemente. É importante você saber que, os ambientes virtuais de aprendizagem são es- paços que facilitam a interaçãoentre seus usuários, neles são alocados ferra- mentas que favorecem a prática do aluno com autonomia, oferecendo recursos para a aprendizagem coletiva e individual. PÁGINA 47 REFLITA Como avaliar a aprendizagem em tempos de compartilhamento de informa- ções? Fonte: a autora 1.1 Avaliação da aprendizagem na EaD Não basta automatizar a sala de aula para se garantir educação de qualidade, ou criar e fazer uso de ambientes virtuais de aprendizagem. Muitos professores revestem sua velha metodologia com cores de tecnologia e o resultado disso pode ser desastroso para a aprendizagem. Independente da modalidade, o compromisso dos professores com a avalia- ção que vai além da classificação é fundamental. A educação a distância é um processo de aprendizagem mediado pelas mídias, onde tutores e alunos estão separados fisicamente, porém estão ligados por meio da internet ou outros meios midiáticos. A Educação a Distância promove uma aprendizagem autônoma, no qual os processos pedagógicos sejam inte- rativos, no qual os professores devem manter os alunos interessados e motiva- dos por meio de atividades diversificadas e criativas. Gutierrez e Prieto (1991), em referência ao processo de avaliação da apren- dizagem na EaD, destacam que a avaliação precisa contemplar além matéria aprendida pelo aluno, sendo preciso o desenvolvimento de atitudes e da criati- vidade. Já para Hoffman (2001), a avaliação na educação a distância possui di- mensão mediadora, subsidiando uma compreensão dos limites e possibilidades dos alunos e o permanente ajustar das estratégias pedagógicas. A avaliação utilizada como instrumento de reflexão para uma constante tomada de decisão, busca superar a fragmentação do fazer pedagógico, sendo enca- rada como um processo contínuo, partindo da autoavaliação do aluno enquan- to reflexão do educando tomada de consciência individual sobre aprendizagem e condutas, atravessando a avaliação formativa na dialogia entre a provisorie- dade e complementaridade e terminando na avaliação somativa onde o erro é encarado com ponto de partida para um novo ciclo de aprendizagem, num processo permeado pela permanente atenção à avaliação qualitiativa e quan- titativa da interação coletiva que permeia todo o processo de ensino e aprendi- zagem. PÁGINA 48 REFLITA Compreender a avaliação como um ciclo contínuo é essencial. Podemos considerar inclusive que, em se tratando da educação a distância, a avaliação é basicamente baseada em atividades que são propostas ao aluno ao longo do curso, devendo essas a serem cumpridas em um determinado pe- ríodo de tempo. Muitas delas são registradas em portfólio e associadas a uma contínua comunicação e interação com o aluno, assumindo elas papel mais im- portante e fidedigno das reais aprendizagens dos alunos do que as próprias provas presenciais. PÁGINA 49 SAIBA MAIS De acordo com Nunes (2012), os problemas encontrados na avaliação da edu- cação presencial ficam mais evidentes na educação a distância, como exem- plo, a cópia de trabalhos entre colegas (“cola”) e a cópia de trabalhos prontos da internet e de diferentes autorias. Para contornar esse transtornos, institui- ções de Ensino Superiores criam estratégias próprias, conforme os meios que dispõem, por exemplo, campanhas de conscientização. A EaD conta com o apoio das tecnologias e algumas ferramentas favorecem a gestão dos resultados das avaliações, por exemplo: • Conhecer a quantidade de estudantes que erraram determinada ques- tão. Isso possibilita uma investigação sobre o resultado. • As competências mais evidenciadas pelos estudantes de determinado curso, por exemplo: Interpretação ou raciocínio lógico. • Indicadores de tempo de resposta. • Conhecimentos sobre o comportamento dos estudantes, em relação ao calendário de atividades, se realizam com antecipação ou no último pra- zo. • Comparação entre o que foi proposto e os resultados encontrados. • Certificação. Enfim, existe a possibilidade de mapeamentos diversos sobre os comporta- mentos e indicadores gerados pela avaliação, consequentemente esse conhe- cimento pode ser revertido a favor do estudante, com feedback e redefinição de estratégias de aprendizagens, replanejamento de metas e objetivos. Fonte: a autora Já para Maia et al (2005) a avaliação em EAD pode ocorrer de forma presen- cial, em que é feita uma prova, à distância, em que são aplicados testes on-line e ainda por meio de avaliação contínua, que é feita com base em componentes que forneçam informações reais para o professor fazer a avaliação dos seus estudantes. Como forma de avaliar podem ser utilizados ainda os comentários postados, as atividades realizadas e a participação em grupos, fóruns e chats. PÁGINA 50 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como já temos estudado nas unidades anteriores, a avaliação ocupa um lugar de destaque dentro do processo ensino-aprendizagem, e que é de suma im- portância que professores e alunos entendam o seu real objetivo. Porém, tor- na-se preciso compreender que a avaliação não deve estar presente somente no final de trabalhos e atividades, mas durante todo processo realizado em prol da construção do conhecimento, evidenciando a participação e o progresso do aluno no decorrer da caminhada educativa. Nessa unidade pode-se verificar a importância que há em avaliar diante de um processo que acontece a distância, a compreensão que deve ser feita durante o avaliar e como é preciso que isto aconteça para os estudantes. Mas o mais importante é que a avaliação seja realizada de forma qualitativa, e que o estu- dante busque cada vez mais, aprender, e que a sua participação seja de ma- neira quantitativa. A avaliação em EaD faz parte de um processo de ensino aprendizagem, e que cada vez mais é importante e que envolve aspectos pedagógico, educacional, social, sendo ainda um mecanismo de comunicação e interação, tornando-se imprescindível que a instituição assuma uma proposta de avaliação a partir da concepção mediadora, por meio de uma visão lógica do conhecimento huma- no, onde este busca compreender seus limite e suas possibilidades. PÁGINA 51 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO FILME NA WEB Título: Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica Autor: José M. Moran Editora: Papirus Sinopse: “A escola é pouco atraente”. Com base nessa afir- mação, José Manuel Moran traça um paralelo entre a educa- ção que temos e a que desejamos para nossos alunos, mos- trando as tendências para um novo modelo de ensino. A obra analisa principalmente as mudanças que as tecnologias tra- zem para a educação presencial e a distância, em todos os ní- veis de ensino, sem esquecer o papel que professores e ges- tores terão que desempenhar nessa revolução Título: Matrix Sinopse: Podemos fazer uma analogia à Mídia que manipula o que os telespectadores veem de acordo com seus interesses, Matrix também é uma grande metáfora sobre um mundo controlado por máquinas em que os seres humanos conectados a elas tem sua energia vital sugada ; um mundo sombrio em que as imagens que são vistas pelas pessoas são gera- das por um grande computador, e que o mundo lá fora é bem diferente daquele digitalizado. Filme inte- ressante para o contexto tecnológico vivenciado pela EaD. Para ampliação dos seus conhecimentos sobre avaliação escolar na Educação a Distância sugerio a leitura do artigo “Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?”, de Enilton Ferreira Rocha, publicado em 2014. Disponível em: http://www.abed.org.br/arquivos/Avaliacao_na_EaD_Enilton_ Rocha.pdf PÁGINA 52 REFERÊNCIAS GUTIERREZ, F.; PRIETO, D. A mediação pedagógica: Educação a Distância Alternativa. São Paulo: Papiros 1991. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. NUNES, R.C. A avaliação em educação à distância é inovadora? – Uma refle- xão. Est. Aval. Educ., São Paulo, v.23, n.52, p.274-299, maio/ago. 2012. SEABRA,Carlos. Uma Educação Para Uma Nova Era. In. Tecnologia Socie- dade. A revolução tecnológicae os novos paradigmas da sociedade. Belo Hori- zonte: Oficinas de Livros. 1994. MAIA, M.C.; MENDONÇA, A.L.; GÓES, P. Metodologia de ensino e avaliação de aprendizagem. In: Congresso Internacional de Educação à Distancia, 12.; 2005, Florianópolis-SC. Disponível em : http://www.abed.org.br/congresso2005/ por/pdf/206tcc.pdf>. Acesso em: 20 out. 2018. PÁGINA 53 CONCLUSÃO Estudante! Tivemos a oportunidade de refletiRmos sobre a avaliação da apren- dizagem. Vivenciamos um momento de ressignificação da avaliação, isso é ne- cessário porque no novo cenário da sociedade a memorização e classificação não são mais suficiente para concretizar a aprendizagem. O professor não deve limitar-se a apenas um instrumento de avaliação, poden- do construir outros, sendo sensível ao estágio de desenvolvimento específico de seus alunos e propiciando uma vivência distinta da avaliação tradicional. Nossa leitura perpassou por conceitos importantes, como as propostas e as funções das avaliações, essa discussão é importante devido ao significado classificatório que a avaliação tinha na educação muitas críticas foram constru- ídas em torno do processo de avaliação da aprendizagem. Essas críticas foram importantes, a partir daí surgiram os desafios da mudança na avaliação e a ne- cessidade de uma nova postura do professor, na primeira unidade estudamos essa necessidade de romper o caráter seletivo da avaliação. Na segunda unidade, refletimos sobre a avaliação significativa, em especial na educação básica. A Educação básica é um nível importante para a educação brasileira, tem como objetivo o desenvolvimento do educando. Na Educação básica, há uma intensa vivência entre professores e alunos na sala de aula, isso propicia uma avaliação contínua, permeada por observações e feedback, o professor que conhece as vantagens e aplica um processo avaliativo signifi- cativo tem grande êxito com seus alunos. Na terceira unidade, refletimos sobre a avaliação no Ensino Superior. O Ensino Superior, tem por finalidade formar profissionais nas diferentes áreas do saber. O processo avaliativo no Ensino Superior também contribui para a aprendi- zagem, nesse sentido, a avaliação deve superar os testes, seleção e classi- ficação, deve ser instrumento que prepara para a prática, para a aplicação da aprendizagem nas diferentes áreas do saber. Por fim, na quarta unidade, refletimos sobre uma modalidade de ensino em ex- pansão no Brasil, a Educação a Distância. Mediada por tecnologias a educação a distância possui algumas especificidades que a diferencia do ensino presen- cial, porém além dos desafios de pensar a avaliação em ambientes online, tam- bém existe um mundo de possibilidades. São diversos recursos que podem contribuir para uma avaliação contínua e interativa e ainda para a gestão dos resultados da avaliação e consequentemente ampliar a construção do conheci- mento. Desejo que esse conhecimento seja útil para você! Muito sucesso!
Compartilhar