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NJ Pneumologia Derrame pleural Introdução - Derrame pleural não é uma doença, mas sim um sina clínico que há algum problema tanto intra quanto extra- torácicos - Definição: • Acúmulo anormal de líquidos entre as pleuras parietal e visceral • Fisiológica: proteína, glicose, neutrófilos - Pleura: • Folheto continuo ( camada única de células mesoteliais firmemente unidas) • Pleura visceral: recobre pulmões e cissuras interlobares • Pleura parietal: demais trajetos - Pode ser: sangue, pus, quilotórax Considerações anatômicas - A pleura tem dois folhetos: 1. Folheto parietal 2. Folheto visceral - Espaço pleural: • Virtual: ‣ 7-14 ml de líquido (límpido, incolor) • Líquido pleural: ‣ 0,1 a 0,2 ml/Kg peso corporal ‣ 1 a 1,5g/dl proteínas ‣ 1.500 cels/mm3 ( monócitos, linfócitos, macrófagos, células mesoteliais e polimorfonucleares) • Redução do atrito entre as pleuras ‣ Função do derrame pleural • Pressão intrapleural = 5cm em H20 ( final da expiração) • Patologia pulmonar que ocasiona excesso de líquido no pulmão, o pulmão envia o líquido para a pleural como mecanismo de defesa, a pleura parietal ajuda na absorção ‣ Não eficácia do sistema linfático= derrame pleural Fisiopatologia Aumento na pre!ão hidrostática sistêmica ou pulmonar - As forças de Starling, ou equação de Starling, foi formulada em 1896, e o que ela mostra é que, em situações fisiológicas, há um equilíbrio entre a filtração (depende da pressão hidrostática) e a reabsorção (que depende da pressão oncótica) - Dentro do vaso há equilíbrio entre a pressão hidrostática e coloidosmótica 1 NJ Pneumologia - O derrame ocorre pela desordem do equilíbrio = aumento da pressão hidrostática= extavasamento do líquido para o interstício - Causas: • ICC ‣ A pressão hidrostática dentro dos vasos principalmente da VCS e VCI vão estar túrgidos ‣ Acúmulo de líquidos nas periferias e pulmão ( o aumento dos líquidos causa o extravasamento para o interstício depois pleura como mecanismo de compensação) ‣ Como tratar: diuréticos e melhora da função cardíaca ‣ Não é possível punção, somente em casos de muita dispneia Diminuição na pre!ão coloidosmótica do plasma - A perda de muita proteína ocasiona aumento da pressão hidrostática ocasionando o mecanismo patológico igual o de cima - Causas: • Síndrome nefrótica ‣ Eliminação de proteína na urina Acúmulo de líquidos na cavidade peritoneal - Na ascite ocorre diferenças de pressão intra-abdominal e intra-pleural. A pressão intra-abdominal é positiva e a intra-pleural é negativa na normalidade - Quando há ascite, ocorre aumento da pressão intra-abdominal - Dispneia: • É para se realizar a paracentese e não a toracocentese • Esvaziando a cavidade abdominal, ocorre o aumento da complacência pulmonar melhorando a dispneia Aumento da permeabilidade dos capilares pleurais - Mais frequente - Há doença na pleura - Causas: • Processos infeccioso ‣ Pneumonia que causa processo inflamatório ‣ Pneumonia = principal causa • Inflamatório ‣ Lúpus, doenças reumatológicas ‣ Atingem todas as camadas serosas (peritônio, pericárdio e pleura) ‣ Doença inflamatória que atinge a pleura e aumenta a permeabilidade capilar • Neoplásico ‣ Neoplasia causa aumento da permeabilidade por conta do tumor 2 NJ Pneumologia Diminuição da drenagem linfática pleural ou mediastinal - Formação do quilotórax (rico em linfa e triglicerídeos) - Dentro da parede torácica há o ducto torácico que carrega a linfa abdominal ( linfa do TGI) - Tudo o que compromete o sistema de condução do ducto torácico ocasiona derrame pleural - Causas: • Doenças mediastinais ‣ Tumor de mediastino Sintomas e sinais Sintomas 1. Dor torácica • Pleura visceral não dói, pois não tem inervação ( sistema simpático que atua nela) • Pleura parietal dói por conta do nervo intercostal 2. Tosse • Por conta da compressão pulmonar • Se não tiver doença pulmonar associada ( somente doença pleural ou extrapulmonar), é tosse seca • Cheia quando há alguma doença pulmonar associada 3. Dispneia • Trocas gasosas estão comprometidas por conta do fechamento dos alvéolos • Depende também de outras doenças associadas Sinais - Inspeção: • Abaulamento hemitórax acometido ( cheio de líquido), desvio do ictus cordis cardíaco e traqueia (líquido empurra) - Palpação: • Redução ou ausência do frêmito tóraco-vocal, redução da expansibilidade torácica - Percussão: • Maciça ou submaçica sobre a região com líquido • Maciço: Local onde não há pulmão e sim o líquido ou atelectasiado/fechado ou cheia de líquido no lado acometido - Ausculta: • Redução ou abolição do murmúrio vesicular sobre a região com líquido • Pulmão aberto = MV • Pulmão fechado = ausência de MV - OBS: para haver alteração na semiologia é necessária a presença de =~ 300 mL de líquido na cavidade pleural Diagnóstico Raio X - + Utilizado - Sistemas: • Respiratório • Cardiovascular • Ósseo • Digestivo - Fácil acesso e baixo custo - Normal: pequenos volumes não são identificados 3 NJ Pneumologia - Elevação e conformação do diafragma com retificação medial - Obliteração do seio costofrênico ( a partir de 175 a 500 mL) - Opacificação das porções inferiores dos campos pleuropulmonares (parábola com concavidade para cima) - Incidências: póstero-anterior (PA), perfil e decúbito lateral com raios horizontais - RX em PA: • Mais fidedigna • Necessários 300 mL de líquido na cavidade pleural para visualizar derrame •Melhor para identificar cardiomegalia - RX em AP: • Pacientes em UTI • Lado contrario do PA • Medida alterada, tamanho não fidedigno - RX em perfil: • Avaliar doença anterior ou posterior - RX apicolordótica: • Melhor analise da área superior do pulmão - RX em decúbito lateral (incidência de Lawrell): • É a + sensível para diagnóstico • Indicação: casos de duvida de presença ou não de derrame • Opacidade compatível com líquido escorrido pela superfície pleural de espessura > 10 mm -> derrame puncionável - Achados: •Parábola de Damoiseau •Pulmão esquerdo colapsado •Pulmão colapsado por líquido posterior •Incidência de Lawrel mostrando que o líquido está solto 4 NJ Pneumologia •Derrame pleural sem a parábola de Damoiseaur ( concavidade para cima)- encarcerado •Nesse caso Lawrell não se move •Pulmão encarcerado em cima e em baixo •Pulmão encarcerado = cirurgia Ultra!onografia - Alta sensibilidade em derrames pequenos - Identificar septações, espessamento de pleura e presença de grumos de fibrina ( infecção) - Distinguir lesões solidas de liquidas - Diferente de derrames loculados ( pulmão encarcerado) Tomografia computadorizada - Melhor contraste entre estruturas vizinhas: • Derrame e tumor - Auxilia na investigação etiológica: • Alto coeficiente de atenuação - hemotórax • Hiper-realce da pleura após contraste - exsudato ‣ Infecção • Definição de conduta - tipo de procedimento •Líquido encarcerado •Septado •Espessamento pleural ( ela é milimétrica) •Septado Toracocentese - Procedimento simples, seguro e de baixo custo - Quando não se tem diagnóstico firmado - Caracterização de exsudato ou transudado ( critério de Light) 5 ‣ RX com parábola de Demoseaur ‣ TC mostra líquido livre ( cinza) NJ Pneumologia - Parâmetros laboratoriais avaliados: • pH • Bioquímica (proteínas, glicose e DHL) • Citologia diferencial e oncótica • Microbiologia - Principal contraindicação: • Presença de discrasias sanguíneas graves • Plaquetas baixas, etc - Sempre nas costas e o paciente sentado - Critério de light: • Sensibilidade 98%, especificidade: 83%) • Diferenciaçãoentre transudato e exsudato • Presença de qualquer um ou + dos 3 critérios caracteriza o exsudato • Diuréticos- exsudato = falso positivo Exsudato - Decorrem das doenças que afeta diretamente a pleura • Infecção, neoplasia, inflamação ou obstrução linfática - Causa + comum: pneumonia bacteriana • Derrame parapneumônico - Pleuras visceral ou parietal comprometida com permeabilidade capilar - Outras causas: • TB pleural • Infecção • Infarto • Tumor • Tuberculose • Linfoma Transudato - Diminuição da pressão coloidosmótica do plasma - Aumento da pressão hidrostática capilar - Doenças não pleurais • Cirrose • Hipoalbuminemia • Síndrome nefrótica • Embolia pulmonar (20%) • Dialise peritoneal - Causa + comum: ICC 6 NJ Pneumologia Diagnóstico Agulha de COPE - Capacidade de tirar o líquido e biopsiar a pleura Tratamento - Depende da fisiopatologia - Drenagem torácica: • Quando realiza a toracocentese e veio pus ( secreção purulenta - empiema) - Pleuroscopia: • Diagnóstica e terapêutica • Casos de pulmão encarcerado que só o dreno não vai resolver • Consegue abrir o pulmão e trata-lo - Pleurodese: • Colagem da pleura • Usado em tratamentos oncológicos - paliativo • Substância química que irrita a pleura causando inflamação e grude do pulmão • Talco, tetraciclina, polvidine, nitrato de prata 7 Derrame pleural
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