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Derrame Pleural À pleura é uma membrana que cobre as superfícies internas da cavidade torácica, consiste em uma camada de células mesoteliais suportadas por uma rede de tecido conjuntivo fibroelástico. O suprimento vascular da superfície pleural parietal vem da circulação sistêmica e contém os nervos sensoriais e vasos linfáticos. À pleura visceral é dotada dos vasos sanguíneos da circulação pulmonar e não possui nervos sensoriais. Obs: toda a drenagem linfática vai para à veia cava inferior Normalmente, uma pequena quantidade de líquido no espaço pleural forma uma camada fina entre as superfícies pleurais visceral e parietal, e age como lubrificante para minimizar a fricção entre a parede torácica e o pulmão enquanto eles se movem um contra o outro durante a inspiração e expiração Existe um movimento contínuo do líquido para dentro e fora do espaço pleural. Esse fluxo depende da pressão oncótica e hidrostática dentro das pleuras, bem como da pressão dentro do espaço pleural propriamente dito. À pressão hidrostática na pleura parietal é semelhante a circulação sistêmica, enquanto a da visceral é semelhante à pulmonar O excesso de fluídos que podem se acumular no espaço pleural em resultado da: Diminuição de sua remoção → devido à obstrução dos vasos linfáticos. Produção aumentada → devido ao aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão oncótica, diminuição da pressão no espaço pleural ou diminuição da permeabilidade da membrana pleural. O derrame pleural é o líquido que fica entre a pleura parietal e visceral que comprime o pulmão. Se há essa compressão, um dos principais sintomas é a dispneia, pois diminui o espaço da troca gasosa. Entre as pleuras há de 5 a 10 ml de líquido com uma baixa concentração de proteínas Alteração nas forças de reabsorção Mecanismos que provocam o acúmulo de líquido pleural ● Circulação microvascular ○ Aumento na pressão hidrostática (insuficiência cardíaca) ○ Redução na pressão oncótica (hipoalbuminemia grave) ○ Aumento na permeabilidade (pneumonia) ● Espaço Pleural ○ Pressão reduzida (colapso do pulmão) ● Linfático ○ Drenagem linfática comprometida (derrame maligno) ● Diafragma ○ Movimento do líquido a partir do espaço peritoneal (hidrotórax hepático) Transudatos Provocado por aumento da pressão hidrostática ou redução na pressão oncótica que resulta em líquido pleural pobre em proteínas. Ex: insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica, hidrotórax hepático, síndrome da veia cava inferior, diálise peritoneal, atelectasia. Exsudatos Alterações na permeabilidade da membrana pleural pode produzir derrames ricos em proteínas Ex: empiema, tuberculose, ruptura de esôfago, fungos, parasitas, malignidade e etc. História clínica ➔ Tosse, dispneia, dor ventilatório-dependente. ➔ Dependendo da patologia, pode ocorrer emagrecimento, sudorese, febre e edema de MMII. ➔ Dor unilateral e aguda e piora com inspiração Exame físico Inspeção: ● Dependendo do derrame pleural, pode ocorrer abaulamento do lado comprometido. ● Pode ocorrer desvio da traqueia para o sentido oposto ao lado comprometido por um grande derrame. Palpação ● Diminuição da elasticidade ● Frêmito toracovocal abolido na área comprometida Percussão ● Som maciço ● Sinal de signorelli positivo Ausculta ● Abolição do murmúrio vesicular (MV) Utilização de diurético em paciente com IC e derrame pleural pleurodese: para derrame recidivantes, à principal etiologia para derrames recidivantes é o câncer. Exame radiológico É frequentemente o primeiro método de imagem usado para detectar o derrame pleural. O volume de líquido no espaço pleural precisa exceder 250 ml para ser visualizado na radiografia de tórax. Quando um derrame pleural está presente, ocorre um velamento do seio costofrênico na radiografia torácica posteroanterior, e o sinal do menisco pode ser visto posteriormente na radiografia de tórax em perfil. sinal do menisco O derrame subpulmonar ocorre entre a base do pulmão e a margem superior do diafragma. Há aparente elevação de uma ou ambas hemicúpulas diafragmáticas Incidência em Laurell Paciente em decúbito lateral Caso realmente tenha derrame pleural, o líquido irá escorrer para o lado em que o paciente está deitado Diferenciação entre Derrame Pleural e Atelectasia Em casos de derrames pleurais volumosos, que opacifica todo o hemitórax, deve-se observar a posição da traqueia para diferenciar DP de atelectasia. ● Atelectasia → traqueia desviada para o lado atelectasiado ● Derrame Pleural → traqueia desvia-se para o lado oposto Determinação da etiologia do Derrame Pleural ● Toracocentese Para determinar a etiologia, pode ser coletada uma amostra de líquido do espaço pleural por toracocentese, de preferência com auxílio de orientação de US ou por TC para minimizar as complicações do procedimento. Uma quantidade relativamente pequena (30 - 50 mL) é suficiente. Volumes maiores de líquido podem ser removidos (1 a 1,5 L na tentativa de aliviar os sintomas. Com o líquido, é possível diferenciar entre transudato e exsudato, para isso: O fluido pleural precisa ser analisado quanto à proteína e à desidrogenase lática (DHL). Transudatos Geralmente é provocado por alterações nas forças osmóticas e hidrostáticas. É mais comumente decorrente da insuficiência cardíaca, no qual o derrame pleural é muitas vezes bilateral ou, se unilateral, envolve preferencialmente o hemitórax direito. Os transudatos também podem ser vistos na cirrose, síndrome nefrótica, mixedema, embolia pulmonar, obstrução da veia cava superior e diálise peritoneal. Exsudatos Decorrem de uma alteração da permeabilidade vascular e/ou da reabsorção do líquido pleural, podem ser observados em estados inflamatórios, infecções ou neoplasias; Precisa preencher um desses critérios: ● Relação líquido pleural/proteína sérica acima de 0,5 ● Relação líquido pleural/HDL sérica acima de 0,6 ● Concentração de HDL do líquido pleural acima de dois terços do valor sérico normal Derrame Parapneumônico É o tipo mais comum de derrame pleural exsudativo, ocorre em até 40% dos pacientes com pneumonia. Normalmente ocorre por pneumonia bacteriana. Pode ser classificado como complicado ou não complicado: Não complicado: pH > 7,3; Glicose > 60 mg/dL; DHL < 1000 IU/L Os derrames não complicados geralmente têm fluxo livre, não exigem drenagem e respondem à mesma terapia com antibióticos que a própria pneumonia. Complicado: pH < 7,2; Glicose < 60 mg/dL Geralmente não respondem apenas ao tratamento com antibióticos, mas precisam de drenagem para impedir a formação de um empiema, fístulas cutâneas e broncopleurais. Empiema ● Está presente quando o pus evidente é aspirado no espaço pleural. ● A pneumonia por Streptococcus pneumoniae ou Staphylococcus aureus pode provocar empiema. ● Os indivíduos com empiema queixam-se de dor torácica pleurítica e têm febre refratária por vários dias. ● Malignidade É a segunda causa mais comum de formação de exsudatos e podem resultar da disseminação, para a pleura parietal e visceral, de células malignas que alteram a permeabilidade vascular e/ou impedem a reabsorção. As células tumorais também podem amplificar a produção de mediadores que promovem a saída de líquido para o espaço pleural. O câncer de pulmão é a causa mais frequente de derrame pleural neoplásico, e outras malignidades que podem envolver o espaço pleural incluem câncer de mama, de ovário, gástrico e linfoma. Quilotórax ● Tem uma aparência leitosa e branca e é caracterizada por altos níveis de TGI (>110 mg d/L) e quilomícrons. ● É causado pelo vazamento da linfa do ducto torácico para o espaço pleural. Hemotórax Dosagem de hematócrito: superior a 50% do hematócrito do sangue, sugere hemotórax. O derrame pleural sanguinolento é vermelho, mas tem um valor menor de hematócrito. Causas: malignidade, trauma, infarto pulmonar, tuberculose, doença vascular do colágeno e distúrbios hematológicos
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