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TESTES AUDITIVOS

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Geovana Sanches, TXXIV 
TESTES AUDITIVOS 
 
INTRODUÇÃO 
 A audiometria é o exame mais importante 
e de maior acurácia para avaliação da audição. Ela 
consegue avaliar se o paciente ouve e escuta e, 
quando o paciente apresenta perdas, qual o grau 
da perda. 
Conceitos 
 
 
Ouvir Ato sensorial de captação do estímulo 
sonoro 
Escutar Implica no entendimento de um som 
(além do ato sensorial, necessita da 
função cortical) 
 
Definição 
 A audiometria é um exame psicoacústico. 
Trata-se da medida psicofísica da audição, da 
capacidade individual de distinguir e interpretar as 
várias modalidades de estímulos acústicos, 
avaliando a sensibilidade auditiva. 
Importância clínica 
• Determina o limiar mínimo de audição 
o Limiar auditivo: nível mínimo de 
pressão acústica necessária para 
provocar uma sensação auditiva. 
Pontos abaixo do limiar mínimo 
(em dB) não serão escutados pelo 
paciente. 
o Limiar normal: entre 0 e 20 dB 
• Topodiagnóstico da perda auditiva 
(localização da perda) 
o Orelha externa 
o Orelha média 
o Orelha interna 
§ cóclea 
§ nervo auditivo 
• Determina graus de incapacidade 
o Perda leve 
o Perda moderada 
o Perda severa 
o Perda profunda 
o Acúsia 
• Controlar a audição de expostos a ruídos 
o Exame periódico anual ou 
semestral em trabalhadores 
expostos a ruído intenso 
• Avaliar possibilidades de reabilitação 
auditiva por cirurgias ou aparelho de 
amplificação sonora individual (AASI) 
• Diagnóstico precoce de perdas incipientes 
o Perdas congênitas ou familiares 
 
• Determinar casos de simulação 
o Principalmente em trabalhadores 
que buscam processar a empresa 
em que trabalham ou querem se 
aposentar. 
• Acufenometría 
o Medida da intensidade e da 
frequência dos acúfenos 
(zumbidos) 
Requisitos do exame 
• Examinador 
o Não deve permitir que o 
examinado leia seus lábios 
• Examinado 
• Audiômetro (aparelho responsável por 
emitir sons) 
 
• Cabine acústica (isolamento acústico) 
• Calibração do aparelho anualmente 
 
Tipos de testes 
Audiometria clássica 
• Audiometria tonal limiar 
o Emissão de tons puros, com 
objetivo de determinar o limiar 
auditivo do paciente. 
• Audiometria vocal (ou logoaudiometria) 
o Emissão sonora de palavras, as 
quais devem ser repetidas pelo 
paciente. 
• Imitanciometria 
o É um exame mais objetivo, que não 
depende da resposta do paciente 
o Avalia o sistema tímpano-ossicular 
e o reflexo estapediano 
o Exame muito bom para quando há 
suspeita de simulação de perda 
auditiva 
Testes alternativos 
• Avaliação auditiva comportamental 
o Realizado geralmente em crianças 
de até 1,5 ano. 
o Testa os reflexos através de 
aparelhos que emitem sons, como 
por exemplo um chocalho. 
• Audiometria infantil condicionada 
Geovana Sanches, TXXIV 
o Realizado em crianças entre 1,5 a 7 
anos, com estímulos sonoros 
através de brinquedos. 
 
AUDIOMETRIA TONAL LIMIAR 
Via aérea (audiograma) 
 Para avaliação da via aérea, devemos 
iniciar pela orelha que o paciente acha que ouve 
melhor. Será realizada a avaliação de 
frequências pré-determinadas, que levam em 
consideração os sons que os indivíduos são 
expostos na natureza. 
 São testadas as frequências 250 Hz, 500 Hz, 
1.000 Hz, 2.000 Hz, 3.000 Hz, 4.000 Hz, 6.000 Hz e 
8.000 Hz. É importante testar inicialmente as 
frequências médias, passando para as agudas e 
finalizando pelas graves, pois essas são de mais 
difícil percepção. 
 O teste é iniciado com sons de maior 
intensidade (maior amplitude), entre 40 e 50 dB, e 
vai decrescendo. 
 
“RESPEITO AOS 85 dB” 
 A orelha humana pode se expor a um som 
de 85 dB por 8 horas sem que isso desencadeie 
um trauma acústico. A partir disso, para o 
aumento de cada 5dB, é necessário reduzir em 
50% o tempo de exposição para que isso não 
gere um trauma. Assim, temos: 
• 85 dB à 8h de exposição 
• 90 dB à 4h de exposição 
• 95 dB à2h de exposição 
• 100 dB à 1h de exposição 
• 105 dB à 30 minutos de exposição 
 
 
Padronização gráfica 
• Símbolos 
o O: orelha direita 
o X: orelha esquerda 
• Eixo horizontal (x, abscissa): frequências 
sonoras (Hz) 
• Eixo vertical (y, ordenada): intensidade 
(dB) 
 
Resultados 
• Limiar auditivo normal: entre 0 e 20 dB 
para todas as frequências testadas. 
o < 20 = audição normal 
§ 0 não é ausência de som!!! 
Esse valor foi padronizado 
pois a maioria da população 
não escuta mais nesse 
padrão. Todavia, se escutar, 
significa que a audição 
desse paciente é melhor do 
que da população geral. 
o > 20 = perda auditiva 
§ Indica ser necessário maior 
intensidade de som para 
que o paciente escute. 
Exemplos 
 
 
• Avaliação da orelha direita (pois o símbolo 
é O, em vermelho) 
• Limiar auditivo mínimo: 10 dB 
o Dentro do padrão de normalidade 
 
 
• Avaliação da orelha esquerda (pois o 
símbolo é X, em azul) 
• Limiar auditivo mínimo: 0 dB 
o Dentro do padrão de normalidade 
 
Via óssea 
 Para avaliação da via óssea é utilizado um 
estimulador / vibrador ósseo na mastoide (mais 
comum) ou na fronte. O som nesse caso passa 
diretamente para a orelha interna, de forma que a 
orelha externa e a orelha média não participam do 
processo. 
• Som à osso temporal à cóclea à nervo 
 
Geovana Sanches, TXXIV 
A audiometria por via óssea avalia, 
portanto, o funcionamento da orelha interna. 
Quando está alterada, pode-se inferir que há 
alteração na própria orelha interna ou no trajeto 
posterior a ela (nervo auditivo, SNC). 
O objetivo desse exame é, portanto, 
realizar o topodiagnóstico da perda auditiva, 
avaliando se é por alteração na orelha média ou na 
orelha interna. Dessa forma, é obrigatoriamente 
realizada em pacientes com via aérea pior que 20 
dB (limiar auditivo > 20 dB). 
 
Padronização 
• Avaliação de frequências entre 500 e 4.000 
ou 6.000 Hz 
• Maior intensidade sonora gerada pelo 
vibrador ósseo é de 70 dB. 
o Se o paciente apresentar perda 
maior do que 70 dB na via óssea, 
isso é indicado por uma seta para 
baixo, referindo que foi emitido a 
maior intensidade possível do 
aparelho e, ainda sim, o paciente 
não escutou. 
• Requer mascaramento do lado 
contralateral ao testado, individualizando 
a resposta entre as orelhas. 
• Símbolos 
o [ ou <: orelha direita 
o ] ou >: orelha esquerda 
Resultados 
 
 
 
 Na orelha direita, vemos que o limiar 
auditivo para via aérea chega a 40 dB, indicando 
perda auditiva na via aérea da orelha direita. Já 
para via óssea, verifica-se que não há alterações. 
 Na orelha esquerda, vemos que o limiar 
auditivo da via aérea chega a 30 dB, indicando 
perda auditiva na via aérea da orelha esquerda. Já 
para via óssea, verifica-se que não há alterações. 
Graus de Perda Auditiva 
 Os graus de perda auditiva serão dados a 
partir de uma média do limiar auditivo (tonal) 
presente nas frequências de 500, 1.000, 2.000 e 
4.000 Hz, na via aérea. 
 
Média Classificação 
0 – 20 dB Normal 
21 – 40 dB Perda leve 
41 – 70 dB Perda moderada 
71 – 90 dB Perda severa 
> 90 dB Perda profunda 
 
 
 
 
Perda auditiva condutiva 
 A perda condutiva é ocasionada por 
alguma condição que está prejudicando a 
condução do som pela via aérea, a qual envolve a 
orelha externa e a orelha média. 
• Perda auditiva na via aérea 
o Limiar auditivo pior que 20 dB 
• Sem alteração na via óssea 
• Presença de gap aéreo-ósseo (A-O) > 10 db 
o Como a via aérea está alterada, as 
curvas da via aérea e via óssea não 
ficam equivalentes, existindo um 
intervalo (gap) entre elas. 
• Não tem recrutamento 
o Fenômeno estudado na 
imitanciometria, estando presente 
apenas na perda neurossensorial, 
lesão na cóclea e de célula ciliada 
• Não ultrapassam 60 dB 
o Geralmente, alterações na 
membrana timpânica ou nos 
Geovana Sanches, TXXIV 
ossículos não são capazes de causar 
perdas auditivas severas 
• Reconhecimento de fala bom 
o Não há comprometimento do 
nervo auditivo,de forma que 
aumentarmos o tom de voz, o 
indivíduo entenderá o que está 
sendo dito 
Etiologias 
• Cerumen 
• Tímpano perfurado 
• Tímpano rígido 
• Corpo estranho 
• Desarticulação da cadeia ossicular 
• OMA 
• Otoesclerose (calcificação dos ossículos) 
Gráficos 
 
 
• Orelha direita 
• Sem alteração na via óssea (limiar de 10 
dB) 
• Perda auditiva na via aérea (limiar chega a 
45 dB) 
o Perda condutiva moderada 
 
 
• Orelha esquerda 
• Sem alteração na via óssea (limiar de 15 
dB) 
• Perda auditiva na via aérea (limiar chega a 
60 dB) 
o Perda condutiva moderada 
Perda Neurossensorial 
 Na perda neurossensorial, a alteração se dá 
na orelha interna (coclear ou retrococlear – do 
nervo em diante). Dessa forma, tanto a via aérea 
quanto a via óssea vão se apresentar prejudicadas, 
já que ambas as vias convergem ao mandarem 
seus respectivos estímulos sonoros para a cóclea. 
• Via aérea e Via óssea com perda na mesma 
intensidade, ambas piores de 20 dB. 
• Curvas equivalentes, muitas vezes 
acopladas 
o Não tem GAP A-O 
• Quando a alteração é coclear, há 
recrutamento 
• Há alteração do reconhecimento da fala, 
proporcional ou não ao grau da perda 
auditiva 
Apenas com a audiometria tonal, é possível 
identificar que há alteração em ambas as vias na 
mesma intensidade, indicando que a perda 
auditiva é neurossensorial. Todavia, a topografia 
exata não é definida, sendo necessário a 
realização de outros testes para auxiliar nessa 
definição, como a audiometria vocal e a 
imitanciometria. 
• Na audiometria vocal, quando o 
acometimento é retrococlear, os acertos 
são < 88% das palavras, indicando que há 
alteração do índice de reconhecimento da 
fala. 
• Na imitanciometria, quando o 
acometimento é coclear (sensorial), há 
reflexo acústico (estapediano) recrutante. 
Caso isso não ocorra, pode ser 
retrococlear. 
Etiologias 
• Cóclea 
o Presbiacusia 
o Trauma acústico 
o Ototoxicidade 
o Pós-infecciosa 
• Nervo coclear 
o Tumor no nervo coclear 
(Schwannoma vestibular ou 
neuroma acústico) 
• SNC 
o AVC 
Geovana Sanches, TXXIV 
Gráficos 
 
 
• Orelha direita 
• Perda auditiva na via óssea (limiar de 70 
dB) 
• Perda auditiva na via aérea (limiar de 70 
dB) 
• Não há um GAP A-O (ambas prejudicadas 
na mesma intensidade) 
• Conclusão: perda neurossensorial na OD 
 
 
• Orelha esquerda 
• Perda auditiva na via óssea (limiar de 90 
dB) 
• Perda auditiva na via aérea (limiar de 90 
dB) 
• Não há um GAP A-O (ambas prejudicadas 
na mesma intensidade) 
• Conclusão: perda neurossensorial na OE 
 
Perda Mista 
 A perda mista consiste na lesão simultânea 
e independente da orelha média e da orelha 
interna, resultando em acometimento da via aérea 
e da via óssea. Há, portanto, perdas em ambas as 
vias, acima de 20 dB, com presença de GAP aéreo-
ósseo > 10 dB. 
 Nas altas frequências, especialmente se 
topografia em cóclea, pode haver recrutamento. 
Gráficos 
 
 
• Orelha direita 
• Perda auditiva na via aérea (limiar de 70 
dB) 
• Perda auditiva na via óssea (limiar de 40 
dB) 
• Com GAP > 10 dB 
• Conclusão: perda mista na orelha direita 
 
 
• Orelha esquerda 
• Perda na via aérea (limiar de 90 dB) 
• Perda na via óssea (limiar de 50 dB) 
• GAP > 10 dB 
• Conclusão: perda mista na orelha esquerda 
 
Perda 
auditiva 
Via aérea Via óssea GAP 
A – O 
Condutiva < 20 dB Preservada > 10 dB 
Neuro-
sensorial 
< 20 dB < 20 dB < 10 dB 
Mista < 20 dB < 20 dB > 10 dB 
 
AUDIOMETRIA VOCAL (LOGOAUDIOMETRIA) 
Objetivos 
• Auxiliar no diagnóstico diferencial de 
perdas auditivas e na topografia da perda 
Geovana Sanches, TXXIV 
o Definir se há comprometimento 
retrococlear ou não 
• Testar a percepção sonora e o 
entendimento das palavras 
• Confirmação dos limiares tonais 
• Estimar a efetividade da comunicação 
• Seleção, avaliação e adaptação de próteses 
auditivas 
• Referência para diagnóstico de alteração 
do Processamento Auditivo Central (PAC) 
Realização do exame 
 A audiometria vocal consiste em evocar 
uma sequência de 25 monossílabos, em uma 
frequência 40 dB acima do limiar tonal. Ao ouvir 
essas palavras, o paciente deverá repeti-las, 
demonstrando que, além de ouvir, ele 
compreendeu a palavra. 
 Esse teste compreende duas etapas: SRT e 
IPRF. 
SRT 
• Speech recognition threshold (limiar de 
reconhecimento de fala) 
• Objetiva obter o limiar auditivo 
(intensidade sonora, dBs) em que houve o 
reconhecimento de pelo menos 50% das 
palavras 
• Para tal, o limiar auditivo do paciente já foi 
obtido na audiometria tonal, de forma que 
o SRT será iniciado com um som 30 dB 
acima desse limiar. 
o Exemplo: se o limiar tonal do 
paciente foi de 30 dB, a intensidade 
sonora emitida no SRT será de 60 
dB (30+30) 
• Após esse número inicial, a intensidade 
sonora vai sendo decrescida até se obter o 
limiar auditivo em que apenas metade das 
palavras ditas foi compreendida. 
• Esse exame é um bom comparativo com o 
limiar tonal (500 – 2kHz) e deve coincidir 
com este, podendo variar 10 dB para mais 
ou para menos. 
o Verifica a compatibilidade entre os 
testes 
IPRF 
• Índice percentual de reconhecimento de 
fala 
• Objetiva obter a quantidade de palavras 
que o paciente consegue reconhecer no 
seu limiar auditivo. 
o Com isso, visa topografar se a perda 
neurossensorial é decorrente de 
acometimento coclear ou 
retrococlear. 
• Nessa etapa do teste, será lida uma grande 
lista de palavras (monossílabos ou 
dissílabos) no limiar auditivo obtido no SRT 
+ 30 a 40 dB e o paciente deve acertar ao 
menos 88% dessas palavras. 
à Resultados do IPRF 
• Acertos < 88% das palavras = alteração do 
índice de reconhecimento de fala, 
indicando um problema retrococlear 
o O indivíduo está recebendo o som 
com maior intensidade que o seu 
respectivo limiar auditivo (ou seja, 
ouve o som), mas não consegue 
interpretá-lo, indicando que o 
problema está no nervo auditivo ou 
no SNC. 
• Acertos > 88% das palavras: exame normal, 
indicando que o reconhecimento da fala 
está preservado 
o Não há acometimento retrococlear 
o Caso haja perda neurossensorial, 
esta é provavelmente de origem 
coclear. 
 
AVALIAÇÃO AUDITIVA COMPORTAMENTAL 
 A avaliação auditiva comportamental é 
uma alternativa a audiometria tonal e vocal 
clássica, com mudança de atividade para 
indivíduos de 0 a 2 anos (18 meses). 
 Está indicado na suspeita de perda auditiva 
ou em bebês com fator de risco para perda 
auditiva, tais como filhos de mães que tiveram 
rubéola ou pré-eclâmpsia na gestação ou bebês 
que apresentaram sofrimento intrauterino. 
 
Idade 
(meses) 
Reação 
para fala 
Audição 
0 – 2 40 – 60 
dB 
Acorda ou se assusta com 
ruídos fortes 
2 – 4 47 dB Vira a cabeça em direção a 
um ruído forte ou médio 
4 – 7 21 dB Vira a cabeça para os lados 
quando chamado 
7 – 9 15 dB Localiza diretamente sons 
para os lados, para baixo e 
reconhece ordens simples 
9 – 11 8 dB Reconhece ordem simples 
como “Não” 
11 – 16 5 dB Reconhece ordens como “Dá 
tchau”, “Joga beijo” 
16 – 21 5 dB Localiza sons diretamente 
para os lados, para cima e 
para baixo 
Geovana Sanches, TXXIV 
21 – 24 3 dB Compreende ordens e 
reconhece partes do corpo 
4 anos 3 dB Compreende frases, histórias 
e ordens 
 
Testes realizados 
• Estímulos sonoros de forte intensidade 
o Reflexo cócleo-palpebral (piscar os 
olhos diante de forte estímulo) 
• Reflexo de moro 
• Localização ao chamado 
• Resposta à instrumentos musicais 
 
AUDIOMETRIA CONDICIONADA 
 A audiometria condicionada geralmente é 
realizada em crianças com faixa etária entre 1,5 e 
3 anos. Para sua realização, coloca-se a criança em 
uma cabine acústica, estimulando-a através de 
brinquedos ou jogos. 
 
 
 
• Condicionamento lúdico 
o Solicita-se que a criança aperte um 
botão ao ouvir determinado som 
• Observação do comportamento auditivo 
• Pode ser feito em uma cabine adaptada ou 
um audiômetro infantilo Avaliação subjetiva 
 
IMITANCIOMETRIA 
 A imitanciometria visa aferir a imitância 
acústica da orelha média. Trata-se de um exame 
objetivo, realizado em 2 fases: timpanometria e 
pesquisa do reflexo estapediano (complacência 
máxima do tímpano). 
Timpanometria (ou curvas timpanométricas) 
 A timpanometria tem como objetivo 
avaliar a integridade e a impedância (imitância 
acústica) do sistema tímpano-ossicular. É muito 
importante nas perdas condutivas e mistas, nas 
quais há acometimento no sistema de condução 
sonora. 
Ele avalia a mudança da flexibilidade da 
membrana timpânica obtida por variação de 
pressão do ar no meato acústico externo (conduto 
auditivo) e a complacência (facilidade ou 
magnitude do movimento tímpano-ossicular). 
Realização do exame 
 Uma pequena sonda que emite pressão 
sonora (pressão de ar) é inserida na orelha do 
paciente, resultando na vibração da membrana 
timpânica. Essa pressão sonora reflete no tímpano 
e na cadeia ossicular, voltando pelo conduto 
auditivo. 
 Ao voltar pelo conduto auditivo, é captada 
por um receptor, o qual converte esse valor de 
pressão em uma curva de complacência do 
tímpano. Dessa forma, mede-se a mudança da 
flexibilidade da membrana timpânica. 
Resultados 
 A complacência da membrana timpânica e 
sistema tímpano-ossicular pode estar normal 
(volume e pressão sonora emitido pela onda = 
volume e pressão sonora refletido de volta pelo 
tímpano), aumentada ou diminuída. Os tipos de 
curva, por sua vez, podem ser A (Ar ou As, Ad), B 
ou C. 
Curva A 
 A curva do tipo A demonstra complacência 
normal, sendo esperada em indivíduos com 
membrana timpânica e cadeia ossicular sem 
alterações. 
 
 
 
 O pico da complacência (demonstrada pelo 
triângulo) ocorre próximo à pressão 0, 
simbolizando que a pressão da orelha média está 
igual à pressão atmosférica. A amplitude do pico 
deve de ao menos 0,5 mL, correspondendo ao 
volume de ar captado. 
Variantes da Curva A 
 As variantes da curva A são comumente 
encontradas em algumas doenças. 
à Curva Ar ou As 
 A curva Ar (Areduzida), também denominada 
As (Asmall), ocorre quando o pico da complacência 
está dentro da faixa de normalidade (geralmente 
em zero), porém o pico é feito em resposta a um 
pequeno volume de ar (< 0,5 mL). 
 Essa alteração está relacionada com uma 
rigidez do sistema tímpano-ossicular e baixa 
complacência (a pressão sonora emitida pela onda 
Geovana Sanches, TXXIV 
vai e volta rápido, demonstrando que a membrana 
timpânica não vibra adequadamente). 
 
 
 
 Dentre as causas, estão a otosclerose, 
timpanosclerose e membrana timpânica 
espessada. 
 
à Curva Ad 
 A curva Ad (Adesarticulação) demonstra que a 
complacência do tímpano está muito aumentada, 
ou seja, a membrana timpânica está muito flácida, 
vibrando excessivamente. 
Nesses casos, não é possível identificar o 
pico de complacência, pois este se encontra muito 
elevado. 
 
 
 Dentre as possíveis causas, estão a 
interrupção da cadeia ossicular, como por 
desarticulação tímpano-ossicular, ausência de 
cadeia ossicular e membrana muito flácida, como 
por tuba patente (a tuba permanece aberta o 
tempo todo, permitindo a saída do ar livremente – 
nesses casos, o paciente escuta o barulho de sua 
respiração). 
Curva B 
Na curva B é típica da presença de líquido 
ou tumor na orelha média (efeito de massa). 
Nesses casos, a pressão sonora emitida pela sonda 
não reflete no tímpano e a cadeia ossicular, não 
retornando pelo conduto. Dessa forma, não existe 
um pico máximo de complacência e a curva fica 
achatada. 
 
 
 Uma etiologia frequente para a curva B é a 
otite média secretora, na qual há efusão na orelha 
média (acúmulo de líquido). 
 
Curva C 
 A curva C demonstra uma complacência 
máxima de membrana timpânica deslocada para 
pressões negativas. 
Nesse caso, a pressão sonora emitida pela 
sonda reflete em parte (menos do que o esperado) 
no tímpano e cadeia ossicular, de forma que há 
retenção de pressão na orelha média. 
 
 
 
Essa curva é muito típica de uma disfunção 
tubária, já que a tuba tem como função equalizar 
a orelha média com a pressão externa do ar. 
Quando está alterada, há alteração nessa 
equalização, fazendo com que o pico de 
complacência seja deslocado para fora da faixa de 
normalidade (entre -100 e 100). 
 
Comparação entre as curvas 
 
Reflexo estapediano 
 O reflexo estapediano é um arcoreflexo 
protetor para sons de alta intensidade 
(especialmente graves). 
É acionado por um estímulo acústico 
intenso (normalmente de 70 a 90 dB), entre o VIII 
nervo craniano (nervo vestíbulo-coclear) e o VII 
nervo craniano (nervo fácil), promovendo a 
contração do músculo estapédio (ou do estribo) na 
orelha média. 
Essa contração puxa os ossículos, 
deixando-os rígidos e, assim, diminuindo a 
vibração sonora. Espera-se que indivíduos com 
limiares auditivos normais tenham reflexos 
estapedianos presentes. 
Vias Aferentes 
• Cóclea → nervo coclear → núcleo coclear 
ipsilateral → complexo olivar superior (ipsi 
e contralateral) → núcleo do nervo facial 
Geovana Sanches, TXXIV 
Vias Eferentes 
• Núcleo do nervo facial → nervo facial → 
nervo estapediano → contração do 
músculo estapediano 
Realização do exame 
 A pesquisa do reflexo estapediano é feita 
através de um aparelho que capta a 
movimentação da membrana timpânica, a qual é 
secundária a contração do músculo do estribo 
(estapédio), após um estímulo sonoro na orelha 
contralateral. 
Ausência do reflexo estapediano 
• Perfuração da membrana timpânica 
o som se dissipa, não desencadeando 
o reflexo 
• Fixação da platina do estribo ou da cadeia 
ossicular 
o O músculo do estribo não se contrai 
e a membrana timpânica não se 
movimenta 
• Presença de líquido na orelha média (curva 
B) 
• Paralisia facial periférica 
o Acometimento do VII nervo (facial) 
o O reflexo nesses casos é 
encontrado somente ipsilateral ao 
estímulo sonoro 
• Perdas auditivas importantes 
• Alterações em vias neurais eferentes ou 
aferentes 
Fenômeno Recrutamento 
 O Fenômeno recrutamento (Objetivo de 
Metz) ocorre em indivíduos com perdas cocleares, 
em cujo reflexo estapediano é deflagrado em 
limiares auditivos baixos. 
 Ou seja, há uma diferença entre os limiares 
tonais e limiares que desencadeiam o reflexo. 
• Normal: entre 70 e 90 dB 
• Recrutamento: < 60 dB 
o Reflexo presente recrutante 
o Sugere cocleopatia, como por 
exemplo a perda de células ciliadas. 
• Super-recrutamento: < 40 
 
Exemplo de uma Imitanciometria 
 A imagem abaixo demonstra uma 
imitanciometria, a partir da qual podemos 
determinar algumas informações. 
• Curva do tipo A tanto para orelha direita, 
quanto para a esquerda à timpanometria 
normal 
• Limiar tonal OD: 10, 10, 10 e 0 à via aérea 
preservada 
• Limiar tonal OE: 10, 15, 0 e 5 à via aérea 
preservada 
• Diferença entre o limiar tonal e do reflexo 
deflagrado OD e OE à todos estão acima 
de 60 dB à imitanciometria normal 
o Se abaixo de 60 dB, sugestivo de 
cocleopatias

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