Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Infecção pelo HIV Doenças oportunistas • Histórico ➢ 1977 e 1978 – primeiros casos ➢ 1980 – primeiro caso no Brasil, em São Paulo ➢ 1981 – AIDS como nova doença ➢ Homossexuais e infecções oportunistas: P. carinii e Sarcoma de Kaposi ➢ 1982: casos semelhantes – usuários de drogas injetáveis, hemofílicos, pacientes de transfusão, heterossexuais africanos, filhos de mães +, parceiros de bissexuais ➢ Classificação da nova síndrome ➢ 1983 – primeiro caso no sexo feminino e primeiro caso de AIDS em criança (transmissão vertical) • Vírus da Imunodeficiência Adquirida – HIV ➢ Retrovírus com genoma RNA, da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae. ➢ Grupo dos retrovírus citopáticos e não oncogênicos ➢ Enzima transcriptase reversa: traduz o RNA viral em DNA dupla fita ➢ Transcrição do RNA viral para uma cópia DNA ➢ Integrar-se ao genoma do hospedeiro ➢ Partícula por glicoproteínas (gp 120 e gp 41) > ligantes do vírus • Que células o HIV infecta? ➢ Linfócitos TCD4+ naive ➢ Linfócitos TCD4+ de memória ➢ Macrófagos, monócitos, micróglia, astrócitos ➢ Não infecta células permanentes (ex. SNC: neurônios ou oligodendrócitos) • Patogenia ➢ Glicoproteína gp120 liga-se na célula LTCD4+ ➢ Expõe o sítio de ligação CCR5 e CXCR4 ➢ Ativação da gp41: fusão do envelope externo do vírus e a membrana da célula. ➢ Citoplasma > processo de Transcrição reversa ➢ RNA genômico > DNA dupla fita ➢ DNA pró viral • Patogênese do HIV • Tropismo celular • Quais são os santuários do HIV? ➢ Barreiras hemato-celulares ✓ SNC ✓ Órgãos genitais ➢ Trato gastrintestinal ✓ GALT ➢ Medula óssea ➢ Linfonodos • Infecção pelo HIV e inflamação ➢ Infecção aguda: marcadores plasmáticos de fase aguda (alfa 1 anti-tripsina e amiloide A) e liberação de citocinas inflamatórias. ➢ Células dendríticas da submucosa intestinal: primeiras a produzirem grande quantidade de citocinas, com a evolução da infecção. ➢ Monócitos, macrófagos, células Natural Killer e células T ➢ Linfonodos regionais: alvo (maior concentração d?) ➢ Gut Associated Lymphoid Tissue – “GALT”: alvo preferencial do vírus HIV. Linfócitos T ativados > tecido linfoide mucosa intestinal. ➢ > quantidade de células ativadas. ➢ Disseminação de produtos bacterianos para circulação sanguínea e contribui sobremaneira para o processo de disfunção e ativação imune que caracteriza a evolução da doença. ➢ Linfócitos TCD8+ citotóxicos: ocorre após a infecção pelo HIV e sua atividade antiviral. ➢ Modula a evolução da doença, com redução da carga viral e lenta progressão clínica. ➢ Carga viral plasmática com redução após a fase de infecção aguda, a ativação imune persiste no estágio crônico da doença. ➢ Aumento de citocinas pró-inflamatórias: TNF, IL-1, IL-6, elevação da proteína C reativa, dímero D, havendo também aumento da produção e da destruição de LT-CD4+ e de linfócitos B. -PVHA – pessoas que vivem com o HIV. -TARV – terapia antirretroviral. • História natural do HIV ➢ Amplo espectro de apresentações; ➢ Fase aguda até a fase avançada da doença; ➢ Tempo médio entre o contágio e o aparecimento da doença: 10 anos. • Vírus da Imunodeficiência adquirida – definição ➢ Ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo, atingindo os linfócitos TCD4+. • Formas de transmissão ➢ Sexual ✓ Homossexual ou heterossexual (sêmen ou secreções vaginais) ✓ Número de parceiros sexuais ➢ Sanguínea ✓ Receptores de sangue ou hemoderivados ✓ Usuários de drogas injetáveis ➢ Vertical ✓ Transplacentária (5-10%); perinatal/pós-natal (20%) ➢ Ocupacional ✓ Profissional de saúde: acidente percutâneo (risco de aproximadamente 0,3%) ➢ Transplante de órgãos • Infecção aguda ➢ Primeiras semanas da infecção pelo HIV, até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão) ➢ 4ª semana após a infecção ➢ Carga viral alta ➢ Manifestações clínicas: síndrome retroviral aguda • Síndrome retroviral aguda – SRA ➢ 1ª e 3ª semana de infecção ➢ 50-90%: SRA ➢ Autolimitada: desaparecimento de 3 a 4 semanas ➢ Sintomas > 14 dias: associada a progressão mais rápida da doença ➢ A sorologia para HIV geralmente negativa ➢ PCR, carga viral ➢ Febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia, cefaleia, sudorese ➢ Linfadenomegalia, principalmente cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar ➢ Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e ➢ Exantema *Muito parecido com Epstein Barr. • Latência clínica e fase sintomática ➢ Exame físico normal ➢ Linfadenopatia pode persistir após a infecção aguda ➢ Episódios infecciosos mais frequentes são: infecções respiratórias ou tuberculose ➢ Progressão da doença → sintomas constitucionais ➢ Diarreia crônica, Herpes Zoster • Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ➢ Progressão da imunossupressão ➢ Contagem de LT-CD4+ abaixo de 200 células/mm3 ➢ Infecções oportunistas e neoplasias ➢ Neoplasias definidoras de AIDS: CA de colo uterino etc. ➢ Pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus • Diagnóstico e exames de abordagem ➢ Teste rápido – no mínimo 2 testes realizados em locais diferentes. Realizar dois testes se o primeiro for positivo. ➢ Sorologia. • Exames solicitados na primeira consulta do paciente HIV+ Exames complementares para abordagem inicial ***calendário vacinal em situações especiais – HIV. →Doenças de CID nulo. • Rastreamento de neoplasias – preventivo Rastreamento das neoplasias em PVHIV • Quando iniciar o tratamento antirretroviral Objetivo do tratamento: ➔ Reduzir carga viral. • História natural da infecção pelo HIV • Comorbidades não infecciosas – HIV ➢ Antes de 1966: mortalidade superior a 20% ao ano ➢ Tratamento efetivo com antirretrovirais: taxa <2% ao ano no intervalo de 10 anos ➢ Efeitos degenerativos da doença em outros âmbitos de sua saúde ➢ Efeitos adversos do medicamento • Comorbidades não infecciosas – causadas pelo VÍRUS, não pela imunidade ➢ Alterações metabólicas: perfil lipídico e a indução de alterações vasculares ➢ Cardiomiopatia pelo HIV ➢ Síndrome metabólica: dislipidemia, resistência insulínica, anormalidade na distribuição de gordura corporal e hipertensão arterial ➢ Nefropatia pelo HIV ➢ Osteopenia e osteoporose ➢ Alterações neurocognitivas ➢ Alterações psiquiátricas • Manifestações clínicas • Manifestações de Imunodeficiência avançada (doenças definidoras de AIDS) ***tem que saber!!! Doenças oportunistas • Apresentadas por sistemas ➢ Nervoso central/retina* ➢ Respiratório* ➢ Digestório* ➢ Linfohematopoiético (linfoma) ➢ Pele, mucosas e anexos* ➢ Geniturinário ➢ Músculo ➢ Osteoarticular • Infecções oportunistas ➢ Protozoários: toxoplasmose, Criptosporidose, Isosporíase ➢ Fungos: Pneumocystis carinii, Candidíase, Criptococose, Histoplasmose, Coccidiodomicose ➢ Bactérias: Mycobacterium avium, Mycobacterium tuberculosis. Septicemia por Salmonela, infecção múltipla ou recorrente por bactéria piogênica. ➢ Vírus: Citomegalovirose, Herpes Simplex, Herpes Zoster, Sarcoma de Kaposi (HHV-8): + frequente (20% dos pacientes com AIDS) ➢ Linfomas não-Hodgkin ➢ Neoplasias intraepiteliais cervicais ➢ LEMP • Sinais constitutivos da AIDS ➢ Wasting Syndrome Síndrome consuptiva associada ao HIV/AIDS. Emagrecimento – sinais na face. -Síndrome da reconstituição imune -Síndrome da emaciação • Sistema nervoso Doenças em destaque: ➢ Neurotoxoplasmose (encefalite) ➢ Linfoma do SNC ➢ Retinite por CMV ➢ Meningite por Criptococos ➢ Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) ➢ Encefalite herpética ➢ Encefalopatias mielites e neurites periféricaspelo HIV, CMV e idiopáticas. Neurotoxoplasmose – TC de crânio: edema (quadro clínico muito parecido com o AVC); déficit focal; desvio de linha média; pode ter efeito de massa. • Neurotoxoplasmose *A TC de crânio com e sem contraste endovenoso é o exame de imagem preferencial para o diagnóstico de neurotoxoplasmose, em razão da sua maior disponibilidade na rede. ➢ Tratamento: Esquema tríplice Quando o paciente é virgem de tratamento não inicia o antirretroviral logo de cara. ***Diagnóstico diferencial: linfoma!!! • Meningite por Criptococos Febre, cefaleia, perda visual, diplopia, aumento de pressão intracraniana, rigidez de nuca, rebaixamento. Manifestações cutâneas. Diagnóstico diferencial: neurofibromatose e? →Tinta da China, látex, cultura. ➢ Tratamento: Anfotericina B – para a Anfotericina quando 2 culturas liquóricas negativas. Fluconazol 800mg/dia, durante duas semanas, e depois fluconazol 400mg/dia, durante oito semanas. A TARV pode ser iniciada após as duas primeiras semanas de tratamento antifúngico. • Retinite por CMV *Pode reativar. ➢ Clínica: embaçamento visual + perda da visão ➢ CD4+ < 100/mm3 ➢ Diagnóstico: fundo de olho ➢ Sangue: PCR e antigenemia para CMV ➢ Tratamento: TARV e Ganciclovir EV *Fundoscopia1 vez ao ano. Formas CMV: retinite, encefalite e diarreia. Doenças em órgãos causadas pelo CMV ocorrem em pacientes com avançada imunossupressão. CD4<50. Gastrite, enterite, esofagite, colite. • Sistema respiratório Doenças em destaque: ➢ Pneumocistose ➢ Tuberculose (miliar ou cavitaria) ➢ Infecções fúngicas (Histoplasmose, PB micose) ➢ Pneumonias bacterianas de repetição ➢ Pneumonite por CMV ➢ Sarcoma de Kaposi (disseminada) • Pneumocistose – fungo P. jiroveci ➢ Clínica: pneumopatia subaguda/crônica, que evolui com dispneia importante e hipoxemia. Dissociação clínica X imagem. LDH pode se elevar. CD4+ < 200 mm3 ➢ Tratamento: Sulfametoxazol e Trimetropim; corticoide (se sat. O2 < 60%). ➢ Costuma evoluir para insuficiência respiratória aguda se não tratado a tempo. ➢ Pode ser prevenido com uso profilático de Bactrim (2 cp/dia) sempre que CD4+ estiver menor que 200 mm3. ➢ Clindamicina como segunda opção. ➢ Diagnóstico: clínica e imagem. *Pode fazer pneumotórax. • Histoplasmose disseminada e HIV ➢ Clínica: febre, lesões cutâneas, geralmente queixa respiratória e pancitopenia (invasão da medula óssea pelo histoplasma); hepatoesplenomegalia. ➢ Diagnóstico: pesquisa de Ac. contra fungo (CIE); biópsia (pele e medula); pesquisa e cultura do fungo do escarro e do material da biópsia. ➢ Tratamento: fase aguda – Anfotericina B. Manutenção – Itraconazol altas doses. TARV. • Sistema digestório Doenças em destaque: ➢ Candidíase oral e esofágica ➢ Diarreia por Isospora belli ➢ Diarreia por Cryptosporidium parvum ➢ Úlceras esofágicas por CMV ➢ Diarreia por CMV, micobactérias não tuberculosas (M. avium) ➢ Sarcoma de Kaposi TGI (disseminado) • Candidíase oral – preditor de HIV+ ➢ Clínica: depende da extensão da moniliase oral. Quando está no esôfago → disfagia. ➢ Tratamento: bochecho com nistatina (se for só oral) e Fluconazol (VO) se extensa ou no esôfago. ➢ Tratamento: • Diarreia por Isospora e HIV • Diarreia por Cryptosporidium • Pele, mucosa e anexos Doenças em destaque: ➢ Sarcoma de Kaposi ➢ Herpes Zoster ➢ Leucoplasia pilosa da língua ➢ Erupção pápulo-prurítica do HIV ➢ Hipersensibilidade a drogas ✓ Sulfas ✓ Anticonvulsivantes ✓ Antirretrovirais etc. Sarcoma de Kaposi – diagnóstico diferencial é a neurofibromatose Herpes Zoster – reativação da varicela Leucoplasia pilosa • Linfohematopoiético ➢ Linfoma – geralmente linfoma não Hodgkin *Preditor de HIV ➢ Gânglios ➢ Mucosa ➢ SNC *Diagnóstico diferencial de neurotoxoplasmose!!! ➢ Anemia, leucopenia e linfopenia, plaquetopenia (pancitopenia) ✓ Secundária ao HIV ✓ Histoplasmose ✓ Micobactérias não tuberculosas ✓ Secundária a drogas • Sistema gênito-urinário ➢ DSTs ✓ Herpes genital (extenso) ✓ HPV (condilomas gigantes) ➢ Câncer de colo uterino ✓ CA invasivo ➢ Nefropatia associada ao HIV • Leishmaniose e HIV *** ➢ Tratamento: Anfo lipossomal ➢ Profilaxia: • Profilaxia primária CD4+ < 200 mm3 Bactrim ➔ Estimular início imediato de TARV para todas as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA). *PCDT – parte introdutória, até avaliação inicial do paciente, situações especiais como gestantes e doenças oportunistas. *Provas de residência
Compartilhar