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Geovana Sanches, TXXIV PSICOFARMACOLOGIA FARMACOLOGIA Todos os medicamentos apresentam três nomes: químico, comercial e clínico. Um mesmo medicamento pode ter mais de um nome comercial e nome clínico (por apresentar mais que uma função), mas o nome químico é único. 1. Nome químico: científico (genérico) o Cefalexina o Paracetamol o Fluoxetina 2. Nome comercial: marca (produto) o Keflex® o Tylenol® o Prozac® 3. Nome clínico: função (tipo) o Antibiótico o Analgésico o Psicotrópico Conceitos Os três medicamentos devem ter o mesmo princípio ativo, porém os excipientes são diferentes, levando a alterações no medicamento final. Isso é permitido pois, a maioria dos indivíduos reagem ao princípio ativo e não aos excipientes, mas alguns podem reagir com os excipientes, levando a efeitos distintos ao do original. Referência / Original • Indústria fez uma pesquisa e lança a medicação. Após um determinado período, há quebra da patente e o medicamento pode ser produzido por outras empresas • É o primeiro medicamento que surge com determinado princípio ativo • Produto de marca, com nome comercial Similar / Equivalente • Apresenta nome comercial, mas é produzido por outro laboratório Genérico • Não tem um nome comercial • O nome é o próprio princípio ativo Remédio x Medicamento Remédio é tudo aquilo que remedia, que trata, que cura, como, por exemplo, o banho de sol utilizado para tratar o raquitismo em crianças. Medicamento, por sua vez, é uma substância química usada com fins terapêuticos. Assim, o banho de sol é um remédio, mas não é um medicamento. PSICOTRÓPICOS Os psicotrópicos consistem nos medicamentos que agem sobre a vida psíquica. Podem ser divididos em cinco grandes grupos: • Antidepressivos • Estabilizadores de humor • Ansiolíticos & hipnóticos • Antipsicóticos • Psicoestimulantes ANTIDEPRESSIVOS Tricíclicos • Imipramina (Tofranil®) • Clomipramina (Anafranil®) • Amitriptilina (Tryptanol®) • Nortriptilina (Pamelor® Inibidores da recaptação de serotonina (ISRS) • Fluoxetina (Prozac®, Daforim®, Verotina®) • Paroxetina (Aropax®, Cebrilim®, Paxan®) • Sertralina (Zoloft®, Serenata®, Assert®) • Citalopram (Cipramil®, Denyl®, Procimax®) • Escitalopram (Lexapro®) • Fluvoxamina (Luvox®) Novos • Bupropiona (Welbutrim®, Zyban®, Zetron®, Bup®) o Atua também como anti-tabagismo • Venlaxafina (Efexor®, Venlift®) • Mirtazapina (Remeron®, Menelat®, Razapina®) • Trazodona (Donaren®) • Duloxetina (Cymbalta®) • Vortioxetina (Brintelix®) • Cetamina (Spravato®) Clínica Início de ação • 1 mês • Para pacientes com alto risco de suicídio, portanto, faz-se necessário a associação de um ansiolítico no início do tratamento, pois Geovana Sanches, TXXIV o efeito do antidepressivo é mais demorado. Após estabilização, retira-se essa medicação, mantendo apenas o antidepressivo Efeitos colaterais • Iniciam na primeira tomada • Efeitos iniciais: náuseas, vômitos, tontura, xerostomia, constipação o Costumam ocorrer mais no início do tratamento, cessando posteriormente (em cerca de 3 semanas) o Muitos pacientes acabam achando que o remédio não faz efeito e abandonam o tratamento • Paciente piora no primeiro mês • Aumento do peso o A Bupropiona e a Vortioquixetina (Brintelix®) não engordam o Tricíclicos aumentam muito o peso, enquanto os ISRSs aumentam um pouco • Retardo orgasmico e diminuição da libido o Efeito presente tanto no homem, quanto na mulher o Relaciona-se com o períneo e não ao Sistema Nervoso Central, pois há um retardo no sistema de condução o Em geral, não afeta a ereção • Retenção urinária o Também decorrente da alteração no períneo o Pode evoluir com bexigoma o Cuidado com o uso em pacientes idosos • Virada maníaca o Grande problema na clínica o Melhora rápida na primeira semana não é bom sinal, pois indica a saída do polo depressivo para o polo maníaco o Pode-se reduzir a dose ou retirar o antidepressivo e administrar um estabilizador de humor • Comprometimento cardíaco o Associa-se principalmente aos tricíclicos o Aumento do intervalo QT o Contraindicado em pacientes com qualquer tipo de arritmia o Evitar em cardiopatas em geral § Opções são o citalopram ou escilalopram, os quais são mais seguros para esses pacientes • Não causam dependência física ESTABILIZADORES DE HUMOR Os estabilizadores de humor são medicamentos complicados, de forma que devem ser prescritos apenas pelos médicos psiquiatras. Eles costumam ter efeito maior sobre a agitação, sendo muitas vezes necessário associar um antidepressivo para pacientes bipolares. Medicamentos • Lítio (Carbolitium®) o Metal pesado o Padrão-ouro para tratamento do paciente bipolar • Carbamazepina (Tegretol®, Tegretard®) • Ácido valproico (Depakene®, Depakote®) • Topiramato (Topamax®, Amato®) • Oxcarbamazepina (Trileptal®) Clínica • Início de ação: 15 dias para iniciar a estabilização do humor; a ação sedativa (indução de sono), no entanto, é rápida • Alta toxicidade (tireoide, renal, cardíaca) o Especialmente o lítio (tireoide e rins) • Dificuldade de adesão a longo prazo o Os pacientes bipolares, quando em mania, sentem-se muito bem e não acham que estão doentes. Dessa forma, não é incomum que não queiram tomar a medicação o Mesmo medicados, os pacientes podem ciclar, porém com crises menos intensas • Efeitos secundários o Ganho de peso o Retenção de líquido o Inchaço o Problemas de pele • Antiepilépticos o Com exceção do lítio, todos os demais medicamentos, além de estabilizadores de humor, são antiepilépticos. Litemia A litemia diz respeito ao monitoramento das concentrações de lítio a partir do exame de sangue. Em indivíduos que não fazem o uso da Geovana Sanches, TXXIV medicação, não há sentido em solicitar a litemia, pois não temos o lítio como um elemento do sangue no corpo humano. Sendo assim, não deve ser solicitado buscando nenhum diagnóstico – não podemos assumir que aquilo que tratou uma doença era na sua ausência a causa (Dissociação genérico- clínica). As concentrações do lítio são muito variáveis, de forma que os pacientes devem dosá- la 1 vez ao mês. • Faixa ideal: 0,6 a 1,5 • Se muito alta = tóxico • Se muito baixa = inútil ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS Os ansiolíticos são considerados medicamentos “faixa preta”, o que se refere ao risco de dependência física associado a eles. Dessa forma, seu uso deve ser restrito a, no máximo, poucas semanas. A principal classe são os benzodiazepínicos, os quais são muito parecidos entre si, alterando- se mais a meia-vida. Benzodiazepínicos • Diazepam (Diazepan®, Valium®, Diempax®) • Alprazolan (Apraz®, Frontal®) • Bromazepan (Lexotan®, Somalium®) • Clonazepan (Rivotril®) • Lorazepan (Lorax®) • Midazolan (Dormonid®) Não benzodiazepínicos – hipnóticos • Zolpidem • Melatonina • Canabidiol Clínica • Início rápido de ação o Cerca de 20 minutos • Risco alto de dependência o Quanto menor o tempo entre o estímulo e recompensa, maior o risco de dependência o Dependência física: reações físicas que o paciente apresenta quando cessa o uso de substância de uso costumeiro. É droga dependente, ou seja, que para cada droga manifesta-se de uma forma. Pelos sinais da abstinência, podemos supor o uso. • Múltiplos efeitos o Ansiolítico o Hipnótico o Relaxante muscular • Sedação, lentificação cognitiva, problemas de memória o Aumento do risco para demência na terceira idade quando utilizado por longos períodos • “Deusepan” (pan = tudo) ANTIPSICÓTICOS • Amisulprida (Socian®) • Clorpromazina (Amplictil® • Haloperidol (Risperdal®) • Olanzapina (Zyprexa®) • Clozapina (Leponex®) • Zipazidona (Geodon®) • Ariprirazol • QuetiapinaClínica • Início de ação demorado o Cerca de 15 dias o Efeito sedativo é imediato • Neuroleptização • Acatisia (dificuldade para se manter sentado) e/ou discinesia • Parkinsonisto medicamentoso o Sintomas extrapiramidais – atingem núcleos da base o Administrar antiparkinsoniano - biperideno (Akineton®), o qual é um anticolinérgico • Síndrome neuroléptica maligna o Reação aguda ao uso dos antipsicóticos, com destruição de fibras nervosas o Febre, variação de pressão, sinais de rabdomiólise e se atingir o coração, óbito o É grave, porém raro • Ganho de peso e Síndrome metabólica • Pode cursar com galactorréia • Aderência e recaídas ao tratamento o Baixa aderência ao tratamento • Em doses baixas, é utilizado para conter agitação, principalmente na geriatria, quando o paciente se encontra em delirium (Haloperidol é a principal escolha) PSICOESTIMULANTE • Metilfenidato (Ritalina®, Concerta®) Geovana Sanches, TXXIV • Piracetan (Nootropil®) • Anfepramona • Fenproporex • Lisdexanfetamina (Venvanse®) Clínica • Início de ação rápido o Cerca de 20 minutos • Uso médico para TDAH e Narcolepsia • Uso médico para perda de peso o Estimula a saciedade o Uso controverso • Efeitos cardiovasculares o Aumenta PA e FC • Efeitos psíquicos • Depressão pós-anfetaminas • Desencadeia ansiedade e psicoce o São da família da cocaína • Uso inadvertido como drogas PSICOTRÓPICOS x ÁLCOOL Como regra geral, o paciente que estiver tomando remédios psiquiátricos não deve ingerir bebida alcoólica. O problema não é “cortar o efeito” do remédio, mas sim os efeitos paradoxais que a interação entre as substâncias pode causar, tais como sedação excessiva, coma e problemas respiratórios.
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