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DOENÇAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES

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Geovana Sanches, TXXIV 
DOENÇAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES 
 
INTRODUÇÃO 
 As glândulas salivares são órgãos exócrinos 
produtores de secreção. Existem as maiores, que 
são encontradas em números pares – Parótida, 
Submandibular e Sublingual; e as menores, as 
quais são pequenas glândulas localizadas na 
cavidade oral, nas bochechas e no palato mole. 
 
Funções 
• Lubrificação da cavidade oral e língua 
• Auxilia na deglutição 
• Limpeza mecânica dos dentes 
• Defensa imunológica 
o Produção de IgA salivar – primeira 
forma de prevenção contra 
infecções 
• Produção de amilase salivar 
o Primeira fase da digestão 
• Medeia a gustação 
o O bolo alimentar é impulsionado 
pela língua, passando pelas papilas 
gustativas; quando o paciente 
apresenta boca seca, esse 
movimento é dificultado, de forma 
que a gustação será prejudicada 
 
Produção de saliva 
• Volume máximo de saliva: 1 mL/min/g de 
tecido 
 
• Pacientes adultos: produção de 1.000 a 
1.500 mL/dia de saliva 
o Produção e deglutição a todo 
instante 
 
Contribuição para a saliva e viscosidade 
 
Glândula Saliva 24h Viscosidade 
relativa 
Submandibular 70% 3,4 
Parótida 25% 1,5 
Sublingual 3 – 4% 13,4 
Menor Traços - 
 
Composição da saliva em adulto normal 
 
Inorgânicos 
(mEq/L) 
Parótida Submandibular 
K 20 17 
Na 23 21 
Cl 23 20 
HCO3 20 18 
Ca 2 3,6 
Mg 0,2 0,3 
HPO4 6 4,5 
• Maior proporção de cálcio na SM quando 
comparada a parótida = facilita a formação 
de cálculos na glândula 
 
ANATOMIA 
 As glândulas salivares são formadas 
basicamente por duas estruturas: 
• Ácinos: forma a saliva primária, 
protoenzimas e sialomucina 
• Ducto salivar: transporta a saliva até a 
cavidade oral e promove sua regulação 
hidroeletrolítica 
Inervação 
• SNA simpático: poucos efeitos 
• SNA parassimpático: predominante 
o Liberação da saliva depende do 
SNA - a denervação leva à atrofia 
glandular 
o Acetilcolina: promove o fluxo 
salivar (liberação da saliva) 
§ Anti-colinérgicos: cursam 
com boca seca 
o Bradicinina: efeito vasodilatador – 
mantém equilíbrio hidroeletrolítico 
na passagem do ducto 
 
Geovana Sanches, TXXIV 
Parótida 
• Glândula par, localizada na fossa 
retromandibular 
• Ducto de Stenon 
o Cruza o m. masseter 
o Perfura o m. bucinador 
o Abre-se na cavidade oral a nível do 
último molar superior 
• Relação próxima com o nervo facial 
Submandibular 
• Glândula par, localizada no triângulo 
submandibular 
• Ducto de Wharton 
o Carúncula sublingual (cavidade 
oral) 
o Pode ser identificado quando 
elevamos a língua, lateralmente ao 
freio lingual 
• Relação anatômica com ramo marginal do 
nervo facial (ramo marginal da mandíbula) 
Sublingual 
• Glândula par que repousa sobre o m. 
Milohioídeo (formador do assoalho da 
cavidade oral) 
• Ducto maior 
o Também denominado ducto de 
Bartholin 
o Abre-se no ducto da mandíbula 
para drenar até a cavidade oral 
o Sublingual à submandibular à 
cavidade oral 
 
AFECÇÕES INFLAMATÓRIAS 
Sialadenite supurativa aguda 
• Afecção bacteriana nas glândulas maiores 
• Quadro clínico 
o Aumento rápido e doloroso da 
glândula 
o Febre 
o Secreção ductal purulenta 
o Eventualmente pode ocorrer 
trismo e descolamento anterior do 
pavilhão (se afecção em glândula 
parótida) 
• Fisiopatologia 
o Fluxo salivar à infecção 
ascendente 
o Agentes etiológicos 
§ S. aureus (adultos) 
§ Streptococcus viridans 
(crianças) 
• Fatores de risco 
o Desidratação 
o Má higiene oral 
o Imunossupressão 
o Obstrução mecânica 
• Tratamento 
o Reidratação 
o Analgésicos / AINEs 
o Antibiótico 
o Se necessário, desobstrução e 
drenagem 
Parotidite viral aguda 
• Também denominada Caxumba ou 
Parotidite endêmica 
• É a doença mais comum das glândulas 
salivares 
• Quadro clínico 
o Aumento de volume da glândula 
 
o Trismo 
o Edema dos orifícios de drenagem 
sem secreção purulenta 
• Agente etiológico: Paramixovírus 
• Diagnóstico 
o Essencialmente clínico 
o Difícil isolar o vírus (PCR) 
o Sorologia 
o Amilase sérica 
• Tratamento 
o Sintomáticos 
o Repouso 
• Complicações 
o Encefalite 
o Acometimento do VIII NC com 
perda auditiva 
o Acometimento do pâncreas, 
ovários e testículos (infertilidade) 
 
AFECÇÕES OBSTRUTIVAS 
Sialolitíase 
• Consiste na formação de cálculos nas 
glândulas salivares 
o Matriz orgânica de carboidratos e 
aminoácidos alternados com 
lâminadas de fosfato de cálcio e 
hidroxiapatita 
Geovana Sanches, TXXIV 
o Homogêneos ou lamelares 
(irregulares, com reentrâncias) 
o Radiopacos (devido a presença de 
cálcio) 
• Localização 
o 92% na submandibular 
o 6% na parótida 
o 2% na sublingual e glândulas 
menores 
• Quadro clínico 
o Edema na região cervical: 
inicialmente mais intenso, 
diminuindo após algumas horas 
o Dor cervical 
o Oroscopia: com a língua levantada, 
é possível identificar edema na 
região do orifício de saída do Ducto 
– pode impedir a excreção 
adequada da saliva 
• Diagnóstico 
o Clínico, com visualização do cálculo 
ao exame físico 
 
o Exames de imagem: ultrassom, 
sialografia, tomografia ou Rx 
simples; são utilizados quando não 
é possível identificar a ponta do 
cálculo 
 
• Tratamento 
o O cálculo pode expelir 
espontaneamente; caso contrário, 
faz-se a remoção 
o Remoção via cavidade oral 
o Remoção por cirurgia aberta – caso 
o cálculo esteja muito profundo 
o Acesso endoscópico: não é muito 
utilizado 
o Quando o cálculo está no interior 
da glândula e não expele via ducto, 
faz-se necessária a retirada da 
glândula completa 
§ Submandibulectomia 
§ Não causa problemas de 
boca seca no paciente 
devido a compensação na 
produção salivar pelas 
demais glândulas 
Rânula salivar 
• Massa cística azulada no assoalho bucal ou 
na região interna do lábio 
 
• Paciente apresenta dor caso ela esteja 
infectada 
• Fisiopatologia: secreção mucoide pela 
glândula sublingual ou salivar menor leva a 
obstrução 
• Tratamento: Marsupialização 
o Incisão e esvaziamento líquido, 
seguida de duas suturas com fio 
absorvível) - evita recidiva 
Rânula mergulhante 
• Massa cervical anterior flutuante, que 
causa abaulamento na região cervical 
• Infiltração de mucina no m. milo-hióideo 
• Diagnóstico diferencial de nódulos 
cervicais anteriores 
o Cisto dermoide ou tireoglosso, por 
exemplo 
o Diferenciação através de exames 
de imagem 
 
§ TC ou RNM em T2: 
conteúdo cístico localizado 
no assoalho da boca 
• Tratamento: remoção cirúrgica da massa 
cervical e da glândula sublingual 
 
DOENÇAS SISTÊMICAS 
Sialoadenose 
 Sialoadenose são doenças crônicas que 
podem cursar com alteração na produção ou 
liberação da saliva. As principais são de origem: 
Geovana Sanches, TXXIV 
• Hormonal 
o Aumento da parótida no diabetes 
mellitus 
• Distrófica-metabólica 
o Desnutrição proteica 
o Alcoolismo 
o Hipovitaminoses 
• Neurogênica 
o Disfunção do SNA 
• Imunomediada 
o Síndrome de Sjogren: o diagnóstico 
mais confiável dessa síndrome 
atualmente é realizado a partir da 
biópsia das glândulas salivares 
Fibrose cística 
• Doença de herança recessiva que leva a 
sialodenose crônica 
• Repercussões 
o Ectasia ductal 
o Atrofia acinar 
o Aumento da concentração de sódio 
o Diminuição do fluxo salivar 
 
NEOPLASIAS 
Epidemiologia 
 As neoplasias de glândulas salivares não 
são muito frequentes, correspondendo de 2 a 
6,5% dos tumores de cabeça e pescoço. 
• 2 casos/100.000 habitantes ao ano 
• Diagnosticados até os 45 anos 
o Normalmente benignos 
o Prevalência no sexo feminino 
• Diagnosticados a partir dos 50 
o Normalmente malignos 
o Sem preferência por sexo 
o Quanto mais idoso, maior o grau de 
malignidade 
§ Baixo grau: 44 a 49 anos 
§ Alto grau: > 65 anos 
• Tumores benignos: 54 a 79% dos casos 
• Tumores malignos: 21 a 46% dos casos 
• Glândulas mais acometidas 
o Parótidas: 80% dos tumores 
o Submandibulares:10 a 25% dos 
tumores 
o Sublinguais: < 1% dos tumores 
o Glândulas menores: até 20% dos 
tumores 
Neoplasias benignas 
Histologia 
• Adenoma pleomórfico (45,4%) 
• Tumor de Whartin (6,5%) 
o Cistoadenoma papilífero 
• Cisto benigno (1%) 
• Lesão linfoepitelial (0,6%) 
• Oncocitoma (0,7%) 
• Adenoma monomórfico (0,2%) 
Adenoma pleomórfico 
• 60 a 70% das neoplasias de glândulas 
salivares maiores 
• 84% acometem a glândula parótida (lobo 
superficial) 
o 8% em submandibular 
o 6,5% em glândulas menores 
o 0,5% em sublingual 
• Unilateral 
• Pode acometer nervo facial 
• 2% de recorrência (excisão completa) 
 
 
 
Tratamento das neoplasias benignas 
• Ressecção cirúrgica do tumor 
Neoplasias malignas 
Histologia 
• Carcinoma mucoepidermóide 
o 15,7% das neoplasias 
o 35% das malignas 
• Carcinoma adenóide cístico 
o 10% das neoplasias 
o 25% das malignas 
• Adenocarcinoma (8%) 
• Tumor maligno misto (5,7%) 
• Câncer de células acinares (3%) 
• Câncer epidermóide (1,9%) 
Carcinoma mucoepidermóide 
• Mais prevalente a partir da 5ª década de 
vida 
• Predomínio no sexo feminino 
o Mulheres 4:1 Homem 
• Localização 
o 70% em parótidas 
Geovana Sanches, TXXIV 
o 20% em cavidade oral 
o 10% em submandibular 
• Baixo grau (bem diferenciado) 
o Indolor 
o Crescimento em 6 a 8 anos 
o Normalmente < 3 cm 
• Alto grau (pouco diferenciado) 
o Com dor e ulceração 
o Crescimento rápido, atingindo 
grandes proporções em 1 
• Grandes taxas de metástases regionais 
 
• Tratamento cirúrgico 
• 30% de recorrência 
• Sobrevida em 15 anos 
o 48% baixo grau 
o 25% alto grau 
Carcinoma adenoide cístico 
• Tumor maligno mais frequente da glândula 
submandibular, sublingual e glândulas 
menores 
 
o Submandibular: maior prevalência 
no sexo feminino 
o Parótida: relação com mandíbula e 
conduto auditivo – caso haja 
crescimento na direção 
anterossuperior, faz-se necessária 
a ressecção do conduto além da 
parotictomia e temporalectomia 
• Pico dos 40 aos 60 anos 
• Disseminação neural 
o Tumor em parótida com 
acometimento de nervo facial – 
crescimento neoplásico pelo 
caminho do nervo 
• Metástases para pulmão, osso e fígado 
• Baixa sobrevida em 5 anos (31%) 
Tratamento das neoplasias malignas 
• Resseção do tumor com margem de 
segurança 
• Esvaziamento cervical de acordo com o 
TNM 
• Radioterapia 
Neoplasias não-epiteliais 
• Hemangiomas 
o Parótida 
o Crianças 
• Sarcoma 
o Toda gama de tumores 
mesenquimais 
o Rabdomiosarcoma 
o Condrossarcoma 
• Linfoma 
o 4% primários 
o 6ª década de vida 
o Principalmente em parótida 
§ 5P : 1 SM e SL 
 
METÁSTASES 
 As metástases para glândulas salivares são 
muito raras, correspondendo a apenas 3% dos 
tumores em glândulas salivares. 
Por disseminação linfática 
• Tumores cutâneos 
o CEC 
o Melanoma 
o CBC 
• Tumores de oro e nasofaringe 
Por disseminação hematogênica 
• Pulmão 
• Mama 
• Rim 
• Trato gastrointestinal

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