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Vulvovaginites 1 💢 Vulvovaginites Tags Status Finalizado Na gestação, as vulvovaginites mais frequentes são a candidíase, a vaginose bacteriana e a tricomoníase, sendo esta última de transmissão sexual. É importante o tratamento devido a complicações como rotura prematura das membranas, parto prematuro, infecção puerperal, entre outras. Vulvovaginites e vaginoses são as causas mais comuns de corrimento vaginal patológico e acometem o epitélio estratificado da vulva e/ou vagina. Os agentes etiológicos mais frequentes são fungos, bactérias anaeróbicas em número aumentado, tricomonas (protozoário) e até mesmo um aumento exacerbado dos lactobacilos. As principais queixas são: Fluxo vaginal aumentado (leucorreia); Prurido; @February 19, 2023 Vulvovaginites 2 Cheiro desagradável; Desconforto intenso. O diagnóstico pode ser feito através da anamnese, exame pélvico e exame macroscópico do fluxo vaginal e o tratamento varia de acordo com o possível agente etiológico. Cerca de 10% das pacientes podem apresentar mucorreia, que é quando a secreção vaginal está acima do normal. O exame especular pode mostrar ausência de inflamação e áreas de epitélio endocervical secretando muco claro e límpido. Para esses casos, a conduta é orientar a paciente que as secreções são normais e fazem parte da fisiologia e podem sofrer variações de acordo com alterações hormonais e da idade. É responsável por 40% dos casos de vulvovaginites em mulheres em idade reprodutiva e cerca de 70% são assintomáticas. A presença de vaginose bacteriana é fator de risco para salpingites, peritonites, infecções após procedimentos cirúrgicos ginecológicos e endometrites pós-parto ou cesariana. Está associada a multiplicidade de parceiros e pode facilitar a aquisição de DST, embora não seja uma DST. A vulvovaginites pode ser diagnosticada com pelo menos 3 critérios de Amsel: pH vaginal > 4,5; Leucorreia: cremosa, homogênea, cinzenta e aderida às paredes vaginais e colo; Teste das aminas/Whiff-test: adicionar 1 a 2 gotas de hidróxido de potássio (KOH) a 10% na secreção vaginal e depositar em uma lâmina. Surgimento de odor desagradável (peixe em putrefação) é característico à TESTE POSITIVO; Exame a fresco (microscopia): presença de clue cells (células epiteliais vaginais cobertas de gardnerella vaginalis). OBS: o diagnóstico também pode ser feito através do método de gram da secreção vaginal e do citopatológico (clue cells). Sinais e sintomas Vulvovaginites 3 Candidíase vulvovaginal: prurido na vagina e, às vezes, na vulva, que piora à noite, aumenta com o calor local, associa-se a edema, rubor, fluxo genital esbranquiçado grumoso, variando de espesso a aquoso, branco, aderente, tipo nata de leite, escoriações na vulva (devido ao prurido). Pode ocorrer dor na relação sexual (dispareunia) e dor no ato da micção (disúria). Alguns fatores de risco podem levar ao desequilíbrio desencadeando o quadro anormal da microbiota vaginal. (Não é uma IST). Fatores de risco da candidíase Gestação; Diabetes; Contato oral-genital; Uso de estrogênios em altas doses; Anticoncepcionais orais; Antibióticos; Espermicidas; DIU. A confirmação pode ser feita através do exame microscópico a fresco ou a coloração de Gram demonstrando a presença de hifas e pseudo-hifas. Gardnerella vaginalis: ocorre sem prurido, sem irritação vulvar; ao exame especular, a mucosa vaginal é normal, sem eritema, corrimento branco- acinzentado, homogêneo, fino, com pequenas bolhas e odor de peixe, o odor se dispersa com o teste KOH a 10%. Quando as concentrações de Gardnerella sp. aumentam, devido a fatores que possam interferir no sistema imunológico e microbiota genital (higienização incorreta, múltiplos parceiros sexuais ou lavagem genital frequente), probabilidade da mulher desenvolver uma infecção vaginal conhecida como vaginose bacteriana ou vaginite por Gardnerella sp é muito maior. (Não é uma IST) Tricomoníase: 50% das gestantes são assintomáticas. Quando apresentam sintomas, podem ter irritação/prurido vulvar (sintoma variável, pode provocar Vulvovaginites 4 eritema (manchas vermelhas) na vulva e no períneo), dor para urinar (mesmo com exame de urina e urocultura normais) e dor na relação sexual, prurido leve na vagina, com odor ou não, ao exame especular, o corrimento é amarelo-esverdeado, espumoso. Exame clínico: colo em aspecto de morango. (IST) Tratamento Candidíase vulvovaginal: 1. Miconazol creme vaginal: uma medida em aplicador intravaginal à noite, por 7 dias. 2. Nistatina 100.000 UI creme vaginal: um aplicador intravaginal à noite, por 14 dias. 3. Clotrimazol: alternativa também para gestantes e nutrizes. Não é necessário tratar o parceiro Vaginose bacteriana (gardnerella): O tratamento deve ser prescrito após o primeiro trimestre da gestação. Evitar álcool durante o tratamento. A via oral pode ser utilizada em qualquer fase da gravidez. Deve-se evitar relações sexuais e consumo de bebidas alcóolicas. 1. Metronidazol 250mg, via oral, de 8/8h por 7 dias, ou 500mg, via oral, de 12/12h por 7 dias. 2. Clindamicina 300mg, via oral, 12/12h por 7 dias. 3. Clindamicina óvulos, como tratamento alternativo via intravaginal: 100mg, 1xdia, por 3 dias, ou metronidazol gel 0,75%, 1 aplicador 1xdia, por 5 dias. Não é necessário tratar o parceiro Tricomoníase: Pode ser prescrito no primeiro trimestre da gestação. Evitar ingestão de álcool durante o tratamento e relação sexual. 1. Metronidazol 2g, via oral, dose única; ou 250mg, via oral, de 8/8h por sete dias; ou 500mg, via oral, 12/12h por 7 dias. 2. Tratamento tópico pode ter falha de até 50%, não sendo recomendado. Vulvovaginites 5 Realizar tratamento com o parceiro com a mesma dose prescrita para a gestante. (DST) Referências Araújo, Ângela Cristina Labanca de Rede de atenção : saúde da mulher / Ângela Cristina Labanca de Araújo, Rachel Rezende Campos. -- Belo Horizonte : Nescon / UFMG, 2020. 115p.
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