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ANÁLISES DA RELAÇÃO PROCESSUAL ENTRE O JUÍZ, O RÉU E O ADVOGADO: Lições das Misérias do Processo Penal Simone Cruz de Freitas Félix – Matrícula 202003035114 – Turma 3001 25/04/2023 No livro As Misérias do Processo Penal, Carnelutti (1959) argumenta que o sistema de justiça criminal, particularmente em relação processual entre o juiz, o réu e o advogado, está repleto de falhas que levam às misérias do processo criminal. Ele destaca diversos pontos chave, como o desequilíbrio de poder entre o Estado e o indivíduo, pois de acordo com o autor, o sistema de justiça criminal é projetado para favorecer o Estado, que tem maiores recursos e poder do que o réu individual. Esse desequilíbrio de poder leva a um processo injusto e desigual (SILVA, 2023). Segundo Carnelutti (1959) os juízes são muitas vezes participantes passivos no processo penal, permitindo que os promotores ditem o curso do processo. Ele sugere que os juízes devem assumir um papel mais ativo na garantia de justiça e na proteção dos direitos dos acusados. Nesse sentido, o autor refere-se à importância do advogado de defesa, que enfatiza o papel crítico do advogado na proteção dos direitos dos acusados e na garantia de um julgamento justo, sendo esses profissionais essenciais para equilibrar a dinâmica de poder entre o Estado e o indivíduo. Em convergência com o autor, Magalhães (2022) pontua que há uma necessidade de reforma processual, para assim incluir mudanças na maneira com que ocorrem os julgamentos. Para Carnelutti (1959) essas modificações são importantes, considerando o sistema de justiça criminal e a forma como se conduz o papel do juiz e do advogado de defesa. Assim, o livro levanta a reflexão através de uma crítica ao sistema de justiça criminal e um apelo à ação para a reforma. Carnelutti (1959) argumenta que, ao abordar as falhas na relação processual entre juiz, réu e advogado, o sistema de justiça criminal pode se tornar mais justo para todas as partes envolvidas. Desse modo, as ideias trazidas por Carnelutti na obra, são validadas por autores como Moreira (2013) e Nucci (2011), que defendem que a justiça criminal deve ser projetada para proteger os direitos dos acusados e que isso é essencial para garantir a equidade e a justiça no processo criminal. Os autores também enfatizam a importância dos advogados de defesa na proteção desses direitos, e possui obras que trazem de maneira extensiva o papel do advogado de defesa no processo penal, centrado na proteção dos direitos individuais e em particularmente no contexto do direito dos direitos humanos. Nucci (2011) aborda com grandiosidade a importância da comunicação eficaz e do respeito mútuo entre as partes, a fim de garantir resultados justos em casos criminais, assim como pontua que juízes e advogados devem trabalhar juntos para defender os princípios do devido processo legal e proteger os direitos dos acusados. O autor discute os vários papéis que juízes e advogados desempenham no processo de justiça criminal, incluindo investigar e apresentar provas, interrogar testemunhas e fazer argumentos legais. Assim, ao analisar a perspectiva de Carnelutti (1959) sobre o sistema de justiça criminal, que deveria priorizar a proteção dos direitos dos acusados, e que essa deveria ser a principal preocupação de juízes e advogados, o autor também argumenta que a presunção de inocência é um princípio fundamental do direito penal e que os juízes devem errar do lado da cautela ao considerar provas contra um réu, além de pontuar que os processos criminais deveriam ser conduzidos de forma transparente e acessível ao público, a fim de promover a responsabilização e evitar o abuso de poder. Nucci (2011), por outro lado, apresenta uma visão mais equilibrada do papel de juízes e advogados no sistema de justiça criminal, reconhecendo a importância de proteger os direitos dos acusados, mas também reconhece a necessidade de defender a lei e garantir que a justiça seja feita. Assim, o autor enfatiza a importância de uma comunicação e colaboração eficazes entre juízes e advogados, e enfatiza a necessidade de ambas as partes manterem padrões éticos e profissionais, também oferecendo conselhos práticos para advogados sobre como representar efetivamente seus clientes no tribunal e fornece insights sobre os desafios da tomada de decisões judiciais em casos criminais. Nucci (2011) enfatiza a necessidade de juízes e advogados manterem padrões profissionais e éticos e evitarem qualquer aparência de parcialidade ou impropriedade. Ele também explora o impacto da tomada de decisões judiciais no trabalho dos advogados de defesa criminal e oferece conselhos práticos para advogados sobre como representar efetivamente seus clientes no tribunal. Desse modo, pode-se direcionar para Carnelutti (1959) a proteção dos direitos do acusado e ênfase na importância da transparência e da responsabilização no processo penal e para Nucci (2011) uma visão mais equilibrada que sinaliza a importância de uma comunicação e colaboração eficazes entre juízes e advogados, bem como a necessidade de manter padrões éticos e profissionais. Em última análise, ambos os estudiosos contribuem com insights valiosos para o campo do direito processual penal, e suas ideias continuam a moldar a maneira como pensamos sobre o sistema de justiça criminal hoje. REFERÊNCIAS SILVA, G. J. F. A audiência por videoconferência como política pública de acesso à justiça penal. 2023. MOREIRA, E. et al. Direito Processual Penal: conceito e princípios. Direito & Realidade, v. 2, n. 1, 2013. CARNELUTTI, F.; MILLAN, C. E. T. As misérias do processo penal. Editora Pillares, 1959. NUCCI, G. Curso de Direito Processual Penal. 7ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. MAGALHÃES, R. C. M. O devido processo legal, o sistema acusatório e o princípio da proteção judicial efetiva na concretização do Direito Penal. 2022.
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