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História da Educação de Surdos.
Os surdos, durante os diversos períodos da história, foram colocados 
à margem do mundo econômico, social, cultural, educacional e 
político, sendo considerados como deficientes e incapazes 
desapropriados de seus direitos e da possibilidade de escolhas; 
[...] a partir do final do último século [XX] houve mudanças 
significativas na forma de compreender suas características, que 
afetaram as propostas educacionais oferecidas a eles. Merselian & 
Vitaliano (2009, p. 3736)
Alguns termos: 
anormal, mudo, mudo e surdo, surdo-
mudo, excepcional, deficiente auditivo, 
deficiente da audiocomunicação, pessoa 
deficiente, pessoa portadora de 
deficiência, pessoa/aluno especial, 
pessoa/aluno com necessidades 
especiais, pessoa com surdez, Surdo...
Na visão clínica da surdez - algumas descobertas, mudanças e 
conquistas.
Novos exames 
audiométricos
Teste da 
“orelhinha”
AASI - aparelho de 
amplificação sonora 
individual – moderno
Cirurgia 
do 
Implante 
Coclear
Surdos oralizados 
(usuários da língua 
portuguesa)
Fonoaudiologia
Na visão cultural do Surdo – lutas e conquistas
Linha histórica - Nos primórdios...
A vida primitiva do homem
Não se tem indício de como os primeiros grupos humanos se 
comportavam em relação aos deficientes, mas tudo indica que 
essas pessoas não sobreviviam ao ambiente hostil da Terra. 
Provavelmente, os deficientes, eram entendidos como “não 
humanos“, seres desqualificados, vistos como possuidores de 
defeito de nascença. Portanto, como animais que precisam 
competir pela sobrevivência, eram inferiores aos outros animais 
homens e deveriam ser eliminados. 
O Egito Antigo
Evidencias arqueológicas levam a crer que há mais de cinco mil anos as 
pessoas com deficiência se integravam nas diferentes classes sociais.
Músico anão – V Dinastia –
Oriental 
Os especialistas revelam 
que os anões eram 
empregados em casas de 
altos funcionários, 
situação que lhes permitia 
honrarias e funerais 
dignos
Essa pequena 
placa de calcário 
traz a 
representação de 
uma pessoa com 
deficiência física, 
sua mulher e filho, 
fazendo uma 
oferenda à deusa 
Astarte, da 
mitologia fenícia.
Museu Ny Carlsberg Glyptotek, em Copenhagen, Dinamarca
O Egito Antigo foi por muito tempo conhecido como a Terra dos 
Cegos porque seu povo era constantemente acometido de 
infecções nos olhos, que resultavam em cegueira. Os papiros 
contêm fórmulas para tratar de diversas doenças, dentre elas a dos 
olhos. 
O Egito Antigo
Papiro médico, contendo procedimentos para curar os olhos. Museu Britânico
A Grécia Antiga
Na Grécia antiga, devido à valorização da guerra, a eliminação das 
pessoas com deficiência era uma prática corrente. Em uma sociedade em 
que o corpo, a força e a beleza eram valorizados e cultuados, 
deformidades não eram aceitas e, portanto, essas pessoas eram 
consideradas aberrações que deveriam ser exterminadas. Gurgel (2007)
Platão, no livro A República, e Aristóteles, 
no livro A política, tratam do 
planejamento das cidades gregas, 
indicando as pessoas nascidas 
“disformes” para a eliminação.
Aristóteles
Emitiu opiniões em relação aos surdos e a 
sua educação que parecem os ter 
prejudicado. Para ele, a educação somente 
poderia ser obtida através da audição. Desta 
forma, alguém que não conseguia ouvir, não 
seria capaz de aprender nada. 
Porém, Sêneca afirmou:
“Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros 
bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as 
demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-
nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos, 
afogamo-los, não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as 
coisas inúteis das saudáveis”. 
A Grécia Antiga
Sócrates perguntou ao seu discípulo 
Hermógenes: “Suponha que nós não 
tenhamos voz ou língua, e queiramos 
indicar objetos um ao outro. Não 
deveríamos nós, como os surdos-
mudos, fazer sinais com as mãos, a 
cabeça e o resto do corpo?” 
Hermógenes respondeu: “Como poderia 
ser de outra maneira, Sócrates?” 
(Cratylus de Plato, discípulo e cronista, 
368 a.C.).
Roma Antiga
As leis romanas da Antiguidade não eram favoráveis às 
pessoas que nasciam com deficiência. Aos pais era 
permitido matar as crianças com deformidades físicas, 
pela prática do afogamento.
Na Roma antiga, os romanos 
herdaram dos Gregos a idolatria 
pela perfeição física.
Assim, os recém nascidos que 
apresentavam imperfeições 
físicas eram sacrificados. No
entanto, este destino não se 
aplicava muitas vezes aos bebês 
surdos, porque não se percebia 
a surdez ao nascerem. 
(STROBEL, 2006, p. 246)
Cristianismo
Com as idéias de Jesus, os deficientes começaram a deixar de 
serem abandonados. As práticas de eliminação compulsória de 
bebês com deficiência passaram a ser condenadas. (Ferreira e 
Guimarães,2003). Não foram mais considerados impuros, nem 
carregavam sobre si o castigo de pecados seus ou alheios. 
Segundo Jesus, todos seriam filhos de Deus, amados pelo Pai, não 
pelo que poderiam ter, ser ou fazer, mas pelo que eram - seres 
humanos.
Jesus curou o cego e o mudo
Idade Média
Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se 
que os surdos não fossem educáveis, ou que fossem imbecis. 
(LACERDA, 1998) 
Na Idade Média a igreja condenava o infanticídio e atribuía a causas 
sobrenaturais as anormalidades que as pessoas apresentavam. 
O holandês Rodolfo Agrícola (1443-1485) escreveu em De Inventione 
Dialectica a história de um surdo que aprendeu a escrever e mostrava 
os seus pensamentos, sendo esse o primeiro relato que testemunha a 
educação de uma pessoa surda.
A igreja católica também considerava que os surdos não podiam ser 
imortais, pois não podiam falar os sacramentos. Somente ao final da 
Idade Média iniciou-se um caminho para a educação do surdo: um 
professor se dedicava ao aluno e ensinava-o a falar, ler e escrever 
para que eles pudessem ter o direito de herdar os títulos e os bens 
familiares.
Idade Moderna
Marcou a passagem de um período de extrema ignorância para o 
nascer de novas idéias. Ela ocorreu do ano de 1453 (Século XIV), 
quando da tomada de Constantinopla pelos Turcos otomanos, até 
1789 (Século XVIII) com a Revolução Francesa.
Gerolamo Cardomo (1501 a 1576), 
médico e matemático inventou um 
código para ensinar pessoas surdas 
a ler e escrever. 
1º professor de surdos do século 
XVI- o monge beneditino Pedro 
Ponce de Leon (1520-1584)
Esses sinais e métodos contrariaram 
o pensamento da sociedade da 
época que não acreditava que 
pessoas surdas pudessem ser 
educadas.
(Gugel, 2007)
Monumento a Pedro Ponce de 
Leon com Juan Pablo Bonet. Por 
Manuel Iglesias Lecio, 1920, nos 
Jardines de Buen Retiro em Madri, 
Espanha.
Idade Moderna
Em 1620 na Espanha, Juan Pablo Bonet (1579-1633), escreveu sobre 
as causas das deficiências auditivas e dos problemas da 
comunicação, condenou os métodos brutais e de gritos para ensinar 
alunos surdos. 
O alfabeto apresentado por Juan Pablo Bonet organizou um livro -
Reduction de las letras y arte para ensenar a hablar los mudos.
Com essa iniciativa ele demonstrou que o surdo podia aprender e 
tudo era realizado na intenção de ensinar o surdo a falar e/ou se 
comunicar por meio da escrita.
No século XVIII, surgiram vários educadores de surdos que 
desenvolveram vários métodos, dentre eles o do abade francês Charles 
Michel de L'Epée “sinais metódicos” (1712-1789). Era época do 
Manualismo e usavam-se os gestos para a comunicar e oralizar os surdos 
por meio do canal viso-gestual. Os abades precisavam catequizar, levar 
as escrituras e a palavra de Deus aos surdos-mudos. Em 1775, L'Epée 
fundou a primeira escola pública para o ensino das pessoas surdas.
Abade L'Epée
O trabalho educacional do abade L'Epée com a língua de sinais foi 
conhecido em todo o mundo. Em 1791, sua escola pública tornou-seo Instituto Nacional para Surdos-Mudos em Paris.
Os surdos dessa escola, após cinco ou seis anos de formação,
“dominavam a língua de sinais francesa, o francês escrito, o latim e 
uma outra língua estrangeira também, de forma escrita, [...] tinham 
acesso aos conhecimentos de geografia, astronomia, álgebra, etc., 
bem como artes de ofício e atividades físicas” (SILVA et al, 2006, p. 
23-24).
Idade Moderna
Século 18, o Iluminismo - busca o aperfeiçoamento das pessoas e de 
suas capacidades de aprendizagem. Possibilidade de habilitar as 
pessoas com deficiência para que elas se aproximem do modelo de 
normalidade valorizado socialmente. 
A Educação Especial, possibilidade de “recuperação” e libertação dos 
considerados anormais e em situação de necessidade, ignorância, 
miséria e abandono. 
Criam-se instituições, a medicina passa a ter o poder de julgar, 
condenar ou salvar o indivíduo com deficiência. Ainda não se pensava 
em integração dessas pessoas à sociedade ou à família, mas as 
preocupações eram cuidar e afastá-las para medicalizar.
Philippe Pinel (1745-1826) 
explica que pessoas com 
perturbações mentais, devem 
ser tratadas como doentes, ao 
contrário do que acontecia na 
época, quando eram trados 
com violência e discriminação.
Em relação à educação de surdos
Para Merselian & Vitaliano (2009, p. 3740, 3741), apesar da difusão 
da língua e dos métodos gestuais, no início do século XIX, os 
problemas na aprendizagem dos surdos, que não foram resolvidos 
pela corrente gestualista, são incentivo para o surgimento, de uma 
corrente denominada ORALISMO, representada por Samuel 
Heinicke na Alemanha, e Jacob Pereira em Portugal. Para eles o 
pensamento apenas seria possível por meio da língua oral, a língua 
escrita seria secundária (LACERDA, 1998).
Os médicos também desenvolveram métodos educacionais. Como 
exemplo, temos o médico francês Jean Marc Itard (1774-1830) que, 
em 1821, publicou o livro Traité des maladies de l’oreille et de 
l’audition, no qual afirmava que o surdo poderia ser educado
apenas pela fala (GUARINELLO; MASSI; BERBERIAN, 2007). 
Idade Moderna 
Comentário de (Soares- 1999)
[...] a partir do Renascimento, baseada no desenvolvimento da 
ciência, as áreas médica e tecnológica começam a destinar atenção 
aos deficientes e, no caso dos surdos, à capacidade do 
desenvolvimento da 
oralização,
bem como de suas possibilidades de aprendizagem. Assim se inicia 
um longo percurso de patologização da educação de indivíduos com 
deficiência. 
Comentário de (Skliar - 2006) No caso da educação de surdos se 
voltou para um processo de medicalização
que significa orientar toda a atenção à “cura” do problema auditivo, 
à correção da fala e ao treinamento de algumas habilidades que 
objetivavam aproximar o indivíduo surdo do modelo de perfeição 
ouvinte. Ou seja, foi dado mais valor ao discurso médico 
patológico do que à pedagogia no que se referiu a educação desses 
indivíduos. 
1880 - Congresso Internacional de Surdo-Mudez, em Milão – Itália.
Este congresso reuniu 255 participantes, sendo a maioria de 
ouvintes e somente três eram professores surdos.
Os professores decidiram retirar radicalmente a língua de sinais da 
educação de surdos, declarando a superioridade do método oral 
puro.
Curiosidade:
Dos 164 representantes presentes ouvintes, 
apenas 5 eram dos Estados Unidos. O grupo 
americano, liderado por Edward Miner 
Gallaudet, votou contra o oralismo puro.
Edward Miner Gallaudet, filho de Thomas 
Hopkins Gallaudet
1857 – Nos Estados Unidos
Edward Miner Gallaudet era o filho de Thomas Hopkins Gallaudet. Ele 
ajudou a iniciar a Columbia Institution for the Deaf and Blind, em 
Washington, DC, que mais tarde se tornou Gallaudet University que é
a primeira instituição mundial de ensino superior para surdos.
Em meados do século havia mais de cento e cinquenta escolas 
européias e vinte e seis nos EUA que utilizavam a língua gestual nas 
aulas. Neste país, um terço dos professores de surdos eram surdos.
Thomas Hopkins Gallaudet
Comentário de Oliver Sacks (1998, p.40) sobre o Congresso de Milão
[...] após a abolição oficial da Língua de Sinais, o caos que se instala:
“Os alunos surdos foram proibidos de usar sua própria língua 
natural” e, dali por diante, forçados a aprender, o melhor que 
pudessem, a ”artificial “ língua falada. E talvez isso seja
condizente com o espírito da época, seu
arrogante senso da ciência como poder, de
comandar a natureza e nunca se dobrar a ela”.
A educação de surdos no Brasil, inicia , oficialmente, em 1857 
no Rio de Janeiro, com a fundação, do Instituto Nacional de 
Surdos-Mudos (INSM, atual Instituto Nacional de Educação de 
Surdos- INES), através da Lei 839, que D. Pedro II assinou em 26 
de setembro de 1857
O professor surdo francês Ernest Huet veio ao Brasil a convite de D. 
Pedro II para iniciar um trabalho de educação de duas crianças 
surdas.
1857 - Brasil
Nos EUA - 1876 – Alexandre Graham Bell, no intuito de fazer um 
amplificador que diminuisse a surdez de sua esposa, inventou várias 
“engenhocas” chegando à invenção do telefone. Ela foi a primeira 
surda alfabetizada no país. Bell obteve a fama de oralista ferrenho, 
pois perseguia os surdos que só sinalizavam. Ele dizia que os sinais 
deveriam ser banidos da educação de surdos. 
Mabel Hubbard Bell, era sua esposa, ela era surda e uma excelente leitora de 
lábios
Século XX - Oralismo
Objetivo: desmutizar e oralizar
1920 – No INES temos o professor João Brasil Silvado Júnior que 
realizou um trabalho inovador para a época sendo um dos primeiros a 
usar aparelhagem de amplificação em sala de aula. Foi um homem de 
vanguarda, politizado e humanitário.
1950 – Implantado no INES o Oralismo. Criado o 1° curso normal na 
instituição.
1947 – Professor Geraldo Cavalcanti de Albuquerque, que teve como 
mestre o professor João Brasil Silvado Júnior. O professor Geraldo 
organizou um método nomeado de Oral, Global, Natural, Dedutivo e 
Direto. Este método ficou em vigor, com sucesso, durante muitos 
anos no INES. Na época em que lecionou, o INES só tinha 06 
professores com turmas de até 30 alunos. As turmas possuíam um 
professor regente e um auxiliar de linguagem. 
No Brasil – anos 60
O professor Geraldo Cavalcanti foi afastado do INES pelo regime 
militar e obrigado a aposentar-se. Como morava em Niterói, foi 
convidado a orientar o ensino aos deficientes auditivos das classes 
anexas ao Serviço de Educação Especial do antigo Estado do Rio de 
Janeiro.
1969 – Fundação da APADA – Associação de Pais e Amigos dos 
Deficientes da Audição de Niterói tendo como patrono da instituição o 
professor Geraldo Cavalcanti. Lançamento do 1º livro sobre a 
linguagem dos sinais do Brasil, organização do Padre Eugene Oates 
(missionário católico oriundo dos EUA).
Década de 1970
1971: SEE – Curso de formação pedagógica em deficiência auditiva. 
Professor Geraldo Cavalcanti e equipe do INES
1974 – I Congresso Brasileiro sobre Deficiência Auditiva no Instituto 
Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro. A temática 
principal foi o Oralismo com destaque para a conferência do Dr. Guy 
Perdoncini criador do método oral-auditivo. O congresso foi 
organizado pela professora Álpia Ferreira Couto e equipe.
1977: Projeto Tulipa. Fundação da FENEIDA com diretoria ouvinte.
Língua de sinais.
1979: Departamento do Silêncio. 1ª Igreja Batista. Maria Izabel (fono) 
e Eulália Fernandes (linguista pesquisadora).
Neste ano de 1979, a Comunicação Total que é uma filosofia 
educacional, foi introduzida no Brasil pela professora Maria Ivete 
Vasconcelos, sob influência do Congresso Internacional de 
Gallaudet College, Washington, nos Estados Unidos.
Décadas de 80, 90 e 2000 no Brasil
Concepções de uma educação com bilinguismo para o surdo 
começam a chegar às escolas e a serem pesquisadas por 
profissionais perspectiva para educação de surdos.
1981 - Ano Internacional daPessoa Deficiente - AIPD. Política de 
Integração. Educação Precoce na Apada. Conhecimento e divulgação 
dos anais do Congresso da FMS em Roma. Abertura para as Línguas 
de Sinais.
1987 – Fundação da FENEIS – Federação Nacional de Educação e 
Integração de Surdos, em 16 de maio. Os cargos de decisão na sua 
diretoria foram ocupados por surdos.
1988 - Constituição da República, capítulo III, Seção I – Da Educação, 
art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante 
a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores 
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
1991 - A Libras é reconhecida oficialmente pelo Governo do Estado de 
Minas Gerais (lei nº. 10.397 de 10/1/91). 
1993 – Conferência Internacional sobre Bilinguismo na Suécia e no 
Brasil - Congresso Latino-Americano de Bilinguismo no Rio de Janeiro.
1994 – Declaração de Salamanca (Espanha, 07 a 10 de junho)
Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades 
Educativas Especiais. 
II. Linhas de ação em nível nacional. A. Política e organização. Item 19.
Políticas educacionais deveriam levar em total consideração as 
diferenças e situações individuais. A importância da linguagem de 
signos como meio de comunicação entre os surdos, por exemplo, 
deveria ser reconhecida e provisão deveria ser feita no sentido de 
garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso a educação em 
sua língua nacional de signos. Devido às necessidades particulares de 
comunicação dos surdos e das pessoas surdas/cegas, a educação 
deles pode ser mais adequadamente provida em escolas especiais ou 
classes especiais e unidades em escolas regulares.
1996 – LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 
20/12/1996- n.º 9394, no título III – Do direito à educação e do dever de 
educar, está estabelecido no item III que o atendimento educacional 
especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, 
deverá ser preferencialmente na rede regular de ensino.
1996 - No INES, iniciadas pesquisas com Bilinguismo em turmas da 
pré-escola, sob a coordenação da linguista Eulália Fernandes.
2002 – Lei nº. 10.436 de 24 de abril - gestão do então presidente 
Fernando Henrique Cardoso - reconhece e oficializa a Língua 
Brasileira de Sinais.
2005 – Decreto nº. 5.626 de 20 de dezembro regulamenta a lei nº. 
10.436/2002 – Língua Brasileira de Sinais -, durante a gestão do 
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
2008 - Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva
Oralismo 
*Vê a educação de surdos como a retomada de ouvir e falar.
*Oferece o modelo do ouvinte ao aluno surdo.
*Busca desfazer a diferença surdo/ouvinte
*Não valoriza a língua de sinais e acredita que o aprendizado dessa 
língua prejudica o aprendizado da língua oral.
*Considera desnecessária a integração do surdo na comunidade 
surda.
*Prioriza a integração do surdo na comunidade majoritária ouvinte.
*A surdez é vista como um aspecto médico passível de ser contornado 
com reabilitação, uso de aparelhos, transplantes, etc., pois o modelo é 
clínico-terapêutico.
Comunicação Total
É uma filosofia educacional que vê a educação de surdos como 
processo educativo globalizado.
Não deseja “apagar” a surdez na tentativa de transformar o surdo em 
um sujeito ouvinte.
Aceita a integração social do surdo com a sua comunidade surda.
Utiliza a língua de sinais, mas não de forma plena, pois não privilegia 
o fato de essa ser uma língua natural. E a usa como um recurso para 
aprender a língua majoritária – a língua portuguesa oral e escrita.
Usa o bimodalismo que desestrutura as duas línguas.
Apesar das contradições, foi esta filosofia que abriu as portas para a 
aceitação da língua de sinais e do indivíduo surdo enquanto ser social 
e cidadão participativo da sociedade em que vive.
O Bilinguismo
Objetiva o domínio de duas línguas; a aquisição da L1 (língua de 
sinais como língua natural), e da L2 (língua portuguesa).
Leva em consideração as duas funções importantes da língua ( de 
comunicação e de suporte de pensamento)
Prioriza a integração do surdo com a sua comunidade para a 
aquisição de língua e cultura de forma natural.
Prevê a integração social do surdo, na sociedade majoritária, como 
consequência natural do seu pleno desenvolvimento.
Não permite o bimodalismo (uso concomitante de duas línguas)
A surdez é vista apenas como impedimento sensorial
Não desconsidera o aprendizado da língua oral, mas especifica que este 
deve ser feito por profissional capacitado (fonoaudiólogo) e fora do 
horário escolar.
A língua oral do país deve ser aprendida como segunda língua.
A inclusão
A educação inclusiva para surdos, deve ser realizada por intermédio 
de uma filosofia bilíngue, para que possa garantir a permanência do 
aluno surdo no sistema educacional regular com igualdade de 
oportunidades.
Para educar indivíduos surdos não adianta colocá-los em turmas 
regulares com currículos e métodos voltados para alunos ouvintes. A 
surdez é muito mais uma questão lingüística e cultural do que 
propriamente ligada à deficiência. 
Wrigley (In: Quadros, 2005, p.33) “Contrário ao modo como muitos 
definem a surdez – isto é, como um impedimento auditivo – pessoas 
surdas definem-se em termos culturais e lingüísticos.” Sendo assim, 
a educação de surdos não deve ser ocorrer pela ótica da deficiência e 
sim pela diferença linguística e cultural.
“O objetivo do modelo bilíngue-bicultural é criar uma identidade 
bicultural confortável ao permitir a criança surda desenvolver suas 
potencialidades dentro da cultura surda e aproximar-se por meio dela 
da cultura ouvinte.” (Carlos Skliar)
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Disponível em:
www.dspcom.fee.unicamp.br/cristia/surdos/h_surdo_prof.html
Acesso em 12 jul. 2013

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