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Semiologia do Idoso - resumo

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Semiologia do Idoso 
 
Envelhecimento e capacidade funcional 
 
 Senescência: refere ao envelhecimento normal, onde ocorre a redução de reservas funcionais em 
conjunto com alterações do mecanismo de controle da atividade das células, tecido e sistemas. 
 Senilidade: envelhecimento, porém com a implicação de que a involução, degeneração ou algum 
grau de alteração patológica estão ocorrendo em um ou mais órgãos ou sistemas. 
 O processo de envelhecer engloba dois grandes problemas: alterações inflamatórias e 
imunológicas. 
 Um estado de inflamação crônica ocorre com o envelhecimento: inflammaging. 
 Inflamagging relaciona-se a senescência celular, onde bloqueios na proliferação das 
células ocorrem, mas as mesmas permanecem metabolicamente ativas secretando 
substancias pró-inflamatórias (inflamação baixa e persistente). 
 Imunossenescência são as alterações imunológicas que ocorrem com o envelhecimento, 
ocorrendo a exaustão do sistema imune por stress antigênico. 
 A capacidade intrínseca e a habilidade funcional declinam com o envelhecimento: 
 Capacidade intrínseca: combinação das capacidades física e mental, incluindo o 
psicológico. 
 Duas habilidades: autonomia (humor – afetividade, comportamento - e 
cognição – memória, atenção) e independência (mobilidade – força, equilíbrio 
- e comunicação). 
 Habilidade funcional: combinação e interação da capacidade intrínseca com o meio 
ambiente habitado. 
 Histórico de queda: paciente com duas ou mais quedas em um ano é considerado um caidor 
crônico. 
 É muito importante avaliar o local da queda, as circunstâncias do momento, se houve 
sintomas antes de queda e as suas repercussões. 
 Avaliação Geriátrica Ampla (AGA): difere do exame clínico padrão por enfatizar a avaliação da 
capacidade funcional e da qualidade de vida e por basear-se em escalas e testes quantitativos que 
permitem quantificar o grau de incapacidade. 
 Permite identificar problemas atuais e potenciais → determina as deficiências, 
incapacidades e as desvantagens, permitindo o planejamento do cuidado e 
acompanhamento a longo prazo. 
 Avaliação física: pela observação clínica. 
 Avaliação da capacidade intrínseca: principalmente pela AVD e AIVD. 
 Avaliação do suporte social, econômico e familiar: mapa min. relações. 
 
Alterações fisiológicas do envelhecimento 
 
 Composição corporal: Há menor água intracelular. A porcentagem de gordura corpórea é maior, 
com concomitante redução de massa muscular. 
 O idoso torna-se susceptível a desidratação e com maior risco de intoxicação por 
drogas lipo ou hidrossolúveis 
 Pele: Seca, fina e com papilas menos profundas. Há diminuição de fibras colágenas, maior 
formação de rugas e predisposição a lesões bolhosas. 
 Há também uma maior fragilidade vascular e para a formação de hematomas, e 
dermatites tornam-se comuns. Há rarefação de fâneros. A caníce (cabelos brancos) 
ocorre por perda de melanócitos no bulbo capilar. 
 Músculos: diminuição de força muscular global e contínua (proeminente em alguns grupos 
musculares como antebraço e panturrilha, que contribuem muito para o desempenho funcional). 
 Diminuição da quantidade de corpúsculos de Meissner e de Pacini (tato fino e pressão 
estão alterados), contribuindo para piora de coordenação motora 
 Sistema Respiratório: caixa torácica mais rígida (diminui a complacência pulmonar). 
 Diminuição da altura vertebral, cifose e calcificações de artic. condroesternais e 
condrovertebrais reduz o tamanho e a expansibilidade do tórax. 
 Perda da capacidade de retração elástica do pulmão, por alterações de colágeno. 
 Mecanismos de defesa contra infecções estão comprometidos, o clearance mucociliar é 
reduzido. 
 Sistema cardiovascular: miocárdio sofre alterações elásticas e há proliferação de fibroblastos. 
(favorecem o aparecimento de arritmias). 
 Há acúmulo de gordura nos átrios e septo interventricular, e deposição de proteína 
amiloide. 
 Valvas sofrem progressiva calcificação. 
 “Endurecimento” arterial (aumento da velocidade de onda de pulso e de impedância 
arterial). 
 Células de marcapasso no nó sinoatrial se tornam deficientes, aumentando a chance de 
arritmias. 
 Sistema urinário: Rins: maior redução da camada cortical 
 Vasculatura renal sofre enrijecimento e deposição lipídica (nºglomérulos 70 a. = 1/3 do 
nascimento). 
 Diminuição na taxa de filtração glomerular (> eliminação de h2o e eletrólitos a noite 
por < reabsorção de sódio e < resposta ao ADH). 
 Bexiga: deposição de colágeno (< complacência e contratilidade). Tb, esclerose da 
vasavasorum 
 Músculo detrusor torna-se hiperativo frequentemente. 
 Mulher = consequência no sistema miccional (<estrógeno) e homem = hiperplasia 
prostática (prejudica micção freq.). 
 Sistema gastrointestinal: boca torna-se mais ressecada (menor secreção de saliva). 
Incoordenação mastigatória e de deglutição são mais prevalentes. 
 Esôfago diminui motilidade (contrações podem ser não propulsivas), e seu esfíncter 
inferior diminui em tônus (refluxo) estômago perde mecanismos de proteção 
(diminuição de prostaglandinas e de bicarbonato) e há diminuição de motilidade e de 
secreção de ácido clorídrico e pepsina. 
 No pâncreas ocorre fibrose, lipoatrofia e aumento de densidade. 
 Intestino delgado se torna mais propenso a malformações vasculares, e o grosso, a 
presença de divertículos. 
 Fígado: diminuição de retículo endotelial dos hepatócitos levando a redução da 
capacidade de metabolização de drogas. A capacidade reduzida de secreção de 
albumina e glicoproteínas. 
 Sistema nervoso: há um declínio cognitivo relacionado à idade, principalmente dos processos 
baseados em habilidades fluidas, por uma redução da velocidade de processamento, descréscimo 
atencional, redução da capacidade de memória de trabalho e prejuízo da função dos 
neurotransmissores. 
 Sistema endócrino: metabolismo basal menor, diminuição da necessidade de hormônio 
tireoideano, glicemia de jejum se eleva, reduz GH e a secreção de melatonina, além da quantidade de 
testosterona no homem e estrogênio na mulher. 
 
Particularidades da Anamnese 
 
 Perguntar sobre dieta, banho de sol, medicamentos, histórico de quedas, vacinas e sexualidade. 
 Barreiras da comunicação: déficit auditivo, déficit visual, déficit cognitivo, desconforto, 
linguagem. 
 Queixa inespecífica: sintomas vagos, dificuldade em explicar os sintomas, não recorda detalhes 
dos sintomas, múltiplas doenças podem explicar um sintoma e vice-versa. 
 Apresentação atípica de doenças: infecções sem febre, infarto agudo com dispneia ou confusão 
mental, incontinência como sinal de cistite, queda. 
 Anamnese passiva pobre/paciente informa pouco: medo de consequência de informar os 
sintomas (exames, tratamentos dolorosos), doença como algo inevitável, medo de gastos em saúde, 
itimidação por médico apressado. 
 Muitas vezes, os sintomas apresentados pelo idoso não são explicados por apenas uma doença, de 
modo que ele apresenta multimorbidade. A multimorbidade é frequente e sintomas de diversas 
doenças podem se apresentar de maneira atípica, dificultando todo o processo diagnóstico e 
terapêutico. 
 
Particularidades do Exame Físico 
 
 Evitar desconforto e respeitar pudores. 
 Sinais vitais: PA, FC, FR, T e dor. 
 Hipotermia (T < 35°C) pode significar infecção. 
 FC: 60 – 100 bpm. O pulso diminuído pode ser indicativo de neoplasia ou trombose. 
 PA: aferir nos membros superiores e inferiores. 
 Tomar cuidado com a hipertensão do jaleco branco. 
 Hipotensão ortostótica: diferença de mais de 20 mmHg na pressão sistólica ou 
10 mmHg na pressão diastólica entre nas medições sentado e em pé. 
 FR: o normal é de 12 – 18 ipm. 
 Taquipneia: FR > 20 ipm → infecção, DPOC, ICC, embolia pulmonar, acidose 
metabólica. 
 Bradipneia: FR < 10 ipm → mixedema, drogas, hipoglicemia, meningite, 
hemorragia pontina. Antropometria: peso, altura e circunferência de panturrilha. 
 Baixo peso: IMC < 22 Kg/m2 
 Eutrofia: IMC entre 22 – 27 Kg/m2 
 Sobrepeso: IMC > Kg/m2 
 Circunferência de panturrilha: informa a massa muscular. O ideal é que esteja acima de 
31 cm. 
 Pulmonar: observar a elasticidade e expansibilidade pulmonar. No caso de na ausculta serem 
encontrados estertores na base, no caso de pacientes que passam muito tempo deitado pode ser 
normal. 
 Cardiovascular: sopros sistólicos são frequentes, além da presença da quarta bulha ser comum em 
idosos. 
 Existência de terceira bulha denuncia insuficiência ventricular. 
 Abdômen: abdômen agudo em idosos pode advir sem rigidez intensa na parede abdominal, sendo 
até mais comum a distensão abdominal. 
 Locomotor: articulações (deformidades, sinais inflamatórios, derrame articular ou creptações de 
marcha), trofismo muscular (sarcopenia → sd. sarcopênica). 
 Neurológico: 
 Sensibilidade: testes de sensibilidade no idoso são limitados particularmente pela 
cooperação e cognição. 
 Sinais de irritação meningea: a rigidez cervical é de difícil interpretação devido à alta 
prevalência de osteoartrose da coluna cervical. 
 
Classificação clínico-funcional do idoso 
 
 Idoso robusto: independente e com autonomia. 
 Idoso pré-frágil: encontra-se em estado dinâmico entre senescência e senilidade (há limitações 
funcionais). 
 Idoso frágil: há declínio funcional estabelecido – dependência funcional e perda de autonomia (há 
muitas limitações funcionais). 
 Diagnósticos importantes em geriatria: incapacidade cognitiva, iatrogenia, instabilidade (queda), 
imobilidade, incontinência, insuficiência sociofamiliar, insuficiência comunicativa, síndrome da 
fragilidade (redução de força de preensão palmar, redução de velocidade de marcha, perda de peso 
não intencional, sensação de exaustão e baixa atividade física). 
 Síndrome geriátrica: múltiplas alterações que concorrem simultaneamente para um único fenômeno 
clínico. 
 
Avaliação Geriátrica Ampla – Caso Clínico 
 
 ID: Fátima, 86 anos, casada, mora com o marido, em casa própria, mãe de 4 filhos, dona de casa, 
residente e procedente de São Paulo. 
 QD: quer fazer acompanhamento com geriatra. Teve um queda 5 dias antes da consulta. 
 HPMA: após sair do supermercado, caiu na calçada. Machucou o rosto, ficou com um hematoma 
grande. 
 Aspectos a serem avaliados: ISDA, estilo de vida, medicações em uso, doenças crônicas, 
capacidade funcional por domínios, exame físico. 
 ISDA: várias queixas em diferentes sistemas, bastante emotiva durante a consulta. 
 Estilo de vida: não faz nenhuma atividade física regular, cuida da casa, não fuma, eventualmente 
bebe uma taça de vinho. 
 Medicações em uso: 3 anti-hipertensivos, 2 anti-diabéticos, hipolipemiante, AAS, 2 vitamínicos. 
 Doenças crônicas: HAS, DM2, dislipidemia, 2 AVCs prévios, sem sequela motora. 
 Vulnerabilidades da paciente: risco de queda, polifarmácia, múltiplas doenças, alto risco 
cardiovascular, risco de déficit cognitivo. 
AGA 
 Quedas: 1x, provável desequilíbrio, em ambiente externo. 
 Teste do sentar e levantar sem apoio 2x: não conseguiu. 
 Índex de Dowtonw: não é alto risco 
 Medicações: anti-hipertensivo (1 ponto) 
 Orientada. 
 Marcha instável (1 ponto). 
 RISCO MODERADO DE QUEDA 
 Mini Avaliação Nutricional: sem risco de desnutrição. 
 IMC: 35 → obesidade 
 Capacidade funcional – domínios: 
 Executar tarefas: AVDs (básicas – autocuidado) e AIVDs (instrumentais – 
comunidade). 
 Cognição: mini-mental, fluência verbal, relógio. 
 Emocional: GDS. 
 Desempenho físico: sentar-levantar sem apoio, TUGT, velocidade de marcha, força de 
preensão palmar. 
 Suporte social: se tem a quem recorrer quando precisar de ajuda. 
 AVDs – atividades básicas de vida diária (Katz): 
 Banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro e fazer higiene pessoal, transferir-se da cama para a 
cadeira e vice-versa, ser continente, alimentar-se. 
 SRA. FÁTIMA POSSUI PERDAS OCASIONAIS DE URINA. 
 AIVDs – atividades instrumentais de vida diária (Lawton): 
 Habilidade de usar o telefone, ir a lugares distantes e uso do transporte, fazer compras, 
preparar a refeição, cuidar da casa, fazer trabalhos manuais (pequenos reparos), lavar a 
roupa, cuidar da medicação, cuidar das finanças. 
 Classificar cada item em sem ajuda, ajuda parcial ou ajuda total. 
 SRA. FÁTIMA – INDEPENDENTE 
 Minimental: resultado esperado de acordo com a escolaridade: analfabetos – 20 pontos; 1 a 4 anos 
– 25 pontos; 5 a 8 anos – 27 pontos; 9 a 11 anos – 28 pontos; > 11 anos – 29 pontos. 
 SRA. FÁTIMA: 4 ANOS DE ESCOLARIDADE – 27 PONTOS 
 Teste da fluência verbal – animais: resultado esperado de acordo com a escolaridade: analfabetos 
– 12 animais; 1 a 4 anos – 12 animais; 5 a 8 anos – 14 animais; 9 a 11 anos – 16 animais; > 11 anos – 
17 animais. 
 SRA. FÁTIMA: 4 ANOS DE ESCOLARIDADE – 14 ANIMAIS 
 Escala da depressão geriátrica: 15 perguntas, respostas sim ou não. 
 > 5 pontos: depressão possível. 
 ≥ 7 pontos: depressão provável. 
 SRA. FÁTIMA: 9 PONTOS 
 Teste do relógio: 15 itens avaliados. 
 Resultado muito influenciado pela escolaridade. 
 ≥ 11 pontos: cognição preservada. 
 SRA. FÁTIMA: 14 PONTOS 
 Suporte social: avalia se está satisfeito coma ajuda que recebe, com a comunicação, empatia e 
acolhimento e tempo juntos. 
 SRA. FÁTIMA: FAMÍLIA ALTAMENTE FUNCIONAL 
 Desempenho físico: avalia mobilidade, equilíbrio e força. 
 Teste do sentar e levantar sem apoio. 
 TUGT (ideal que seja < 10s) 
 Velocidade de marcha. 
 Força de preensão palmar. 
 SRA. FÁTIMA COM EQUILÍBRIO E FORÇA COMPROMETIDOS 
 Resultados do AGA da Sra. Fátima: 
 Quedas – 1x 
 Executar tarefas – independente 
 Cognição – preservada 
 Emocional – síndrome depressiva 
 Desempenho físico – comprometido: equilíbrio e força 
 Suporte social – família altamente funcional 
 Nutrição – obesidade 
 PLANO TERAPÊUTICO: controlar as doenças crônicas, exercício físico supervisionado, 
alimentação adequada. 
 
 OBS: via principal da incapacidade: 
 Doença, lesão → disfunção (anormalidades estruturais e funcionais em sistemas orgânicos 
– ex: muscular, cardiovascular, neurológico) → limitações funcionais (restrições em 
atividades básicas físicas e mentais – ex: caminhar, subir escadas, linguagem) → 
incapacidade (dificuldade em atividades da vida diária – ex: trabalho, cuidar da casa, 
cuidados pessoais, socialização).

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