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Introdução a Saúde do Idoso O estilo de vida moderno e hábitos inadequados podem interferir na saúde do idoso. Esses fatores aumentam as dificuldades advindas do envelhecimento natural. O fisioterapeuta pode atuar tanto na prevenção quando na reabilitação do idoso. Como forma preventiva, o fisioterapeuta irá trabalhar exercícios aeróbicos, como: caminhada, bicicleta, dança esteira, entre outros; exercícios de fortalecimento; exercícios de resistência e equilíbrio e educação do paciente idoso. Como reabilitação, o fisioterapeuta atua no pós trauma, pós patologias instaladas, pacientes hospitalizados, restrição prolongada ao leito e perda funciona. O maior objetivo da fisioterapia na saúde do idoso é proporcionar um envelhecimento saudável, bem sucedido. Termos Básicos Tipos de idade – existem 4 tipos de idade, são eles: cronológica, biológica, psicológica e social. O ser humano é considerado idoso a partir de 60 anos, em países em desenvolvimento, e a partir de 65 anos, em países desenvolvidos. O envelhecimento se inicia após a concepção, no final da 3ª década de vida e próximo ao final da existência da pessoa. A idade psicológica está relacionada com o senso subjetivo da idade, em como a pessoa avalia os marcadores biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento. HÁBITOS DE VIDA INADEQUADOS → Tipo de atividade profissional → Ausência de atividade física regular (sedentarismo) → Excesso de álcool e medicamentos → Tabagismo → Ingestão alimentar incorreta IDADE CRONOLÓGICA – baseada na data de nascimento. IIDADE BIOLÓGICA – baseada no processo de envelhecimento biológico. IDADE PSICOLÓGICA – relacionada com a idade cronológica e as capacidades (percepção, aprendizagem e memoria). IDADE SOCIAL – relacionado com a avaliação da capacidade de adequação da pessoa ao desempenho de papéis e comportamentos esperados para a sua idade SENESCÊNCIA ou SENECTUDE – envelhecimento saudável Resultado da somatória das alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal. SENILIDADE – envelhecimento com patologias Modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa. Demografia Área da ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional humana. Estudo das dimensões, estatísticas, estrutura e distribuição das populações humanas ou de um grupo específico (exemplo: idosos). MORBIDADE é considerada um “desvio do bem- estar”, ou seja, qualquer condição de saúde que impeça o ser de desempenhar todas suas funções biológicas plenamente. Algo que não mata (ou ainda não matou), mas atrapalha e diminui a qualidade de vida. Pode ser expressa em termos de pessoas que estão enfermas e/ou episódios de enfermidade. CO-MORDIDADE é uma patologia associada a moléstia principal, que também interfere na realização plena das atividades do indivíduo Exemplo: Morbidade – sequela de um AVC (acidente vascular cerebral). Co-morbidade – dificuldades da marcha devido a gonartrose do joelho. Envelhecimento – conceito Fatores extrínsecos podem influenciar no envelhecimento, intensificando seus efeitos – aceleram o envelhecimento. Ex: dieta, sedentarismo, causas biopsicossociais, entre outros. ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDO – não há presença de fatores extrínsecos ou são de pequena importância. No envelhecimento bem sucedido, o individuo terá baixo risco de desenvolver doenças e incapacidades funcionais, tem um funcionamento mental e físico bom e envolvimento ativo com a vida. ENVELHECIMENTO PATOLÓGICO – patologias levam ao idoso desenvolver morbidades e/ou co- morbidades, afetando a qualidade de vida. TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Em 1998, Arking propôs a divisão de teorias do envelhecimento em dois: teorias estocásticas e teorias sistêmicas. TEORIA ESTOCÁSTICA Deterioração por acúmulo de danos moleculares que ocorrem ao acaso. → Teoria de Uso e Desgaste – falha no reparo celular: acúmulo de agressões diárias. O envelhecimento seria resultado da constante agressão dos diversos tecido → diminuição da eficiência do organismo. → Teoria das proteínas alteradas – proteínas oxidadas + lentidão no processo de proteínas. → Teoria do dano oxidativo e radicais livres – extensão do dano oxidativo versus a defesa antioxidante. O envelhecimento é resultante da sobreposição dos mecanismos lesivos sobre os mecanismos reparadores. TEORIA SITÊMICA Teorias que se fundamentam em uma abordagem genética. → Teoria metabólica → Teoria genética – defende a ideia de que o envelhecimento é resultado das alterações bioquímicas programadas pelo próprio genoma, o qual proderia regular a expectativa de vida por meio de vários genes, dessa forma cada ser vivo teria uma duração de vida estipulada pelo seu padrão genético. → Teoria neuroendócrina → Teoria imunológica e outras – a função imunológica decai com os anos, o que tornaria as pessoas mais sucetíveis a agressões, provocando o envelhecimento. Fisiologia do Envelhecimento e Aspectos Interdisciplinares SISTEMA TEGUMENTAR ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS → fibras elásticas → melanócitos e células de Langerhans → Alteração do bulbo capilar → Atrofia dos folículos pilosos → Atrofia das glândulas sudoríparas → glândulas sebáceas → vascularização dérmica → Hipertrofia das células de pigmentação: manchas senis → aderência derme e epiderme, perda das microvilosidades ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E/OU FISIOPATOLÓGICAS → Rugas cutâneas e flacidez → Telangiectasias → Palidez cutânea → Fragilidade capilar → Hiperqueratose seborréica → Alopécia (calvície) → Cabelos grisalhos (canície) → transpiração e incapacidade de manutenção da temperatura corporal → Riscos: úlcera por pressão, skin tears SISTEMA ENDÓCRINO ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS → síntese de hormônio adrenal (aldosterona) → síntese de hormônio hipotalâmico (antidiurético) → Aumento da resistência periférica à insulina – diabetes. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E/OU FISIOPATOLÓGICAS → Hiponatremia ( sódio no sangue) → Hiperpotassemia ( potássio no sangue) → Predisposição à diabetes mellitus SKIN TEARS Lesão traumática resultante da separação entre derme e epiderme Relacionada à fricção Pode ocorrer por acidente, queda, colisão ou remoção traumática de adesivos FATORES DE RISCO Idosos, pele seca e frágil, alteração sensorial, imobilização, dependência, desnutrição e desidratação. PREVENÇÃO Nutrição e hidratação adequada, uso de adesivos específicos, manter unhas curtas e limpas, sabonete que não resseque a pele, hidratação da pele. SISTEMA CARDIOVASCULAR ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E/OU FUNCIONAIS → resistência periférica – depósito de cálcio → da espessura e da luz do vaso: comprometimento circulatório → colágeno, elastina: maior rigidez na parede dos vasos → Espessamento ventrículo esquerdo → Barorreceptores menos sensíveis (detectam as variações da PA) → Espessamento e calcificação das valvas cardíacas: rigidez → Alteração dos receptores de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina): ações metabólicas e endócrinas → Degeneração das fibras musculares do miocárdio e hipertrofia das remanescentes ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E/OU FISIOPATOLÓGICAS → débito cardíaco → força de contração cardíaca → Hipotensão ortostática → Hipóxia de órgãos e células → tolerância aos exercícios → Arritmias cardíacas → Hipertensão arterial SISTEMA RESPIRATÓRIO ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E/OU FUNCIONAIS → Enfraquecimento eatrofia da musculatura acessória da respiração → Rigidez da parede torácica (fusão óssea e cartilaginosa entre esterno e arcos costais) → número de alvéolos → Atrofia ciliar → reflexo laríngeo – engasgam mais. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E/OU FISIOPATOLÓGICAS → expansibilidade e aumento da complacência pulmonar → volume residual → prejuízo na relação ventilação/perfusão → Lentidão do reflexo de tosse e maior risco de infecção (retenção de secreção brônquica) → propensão à aspiração SISTEMA GÊNITO-URINÁRIO ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E/OU FUNCIONAIS → número de néfrons e do peso renal: 250 a 270g para 180 a 200 g → Fluxo plasmático renal: 50% → tônus muscular e do esfíncter vesical → Enfraquecimento do assoalho pélvico → função tubular → testosterona e esclerose dos vasos penianos → produção de estrógeno → volume prostático – hiperplasia prostática ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E/OU FISIOPATOLÓGICAS → filtração glomerular e da função renal → Lentidão da excreção dos metabólitos → capacidade de reter urina: incontinência (esforço, tosse, gargalhada) → reabsorção de glicose: glicosúria e proteinúria podem não ter um significado diagnóstico importante → Esperma menos viável, demora da ereção e ejaculação, atividade sexual → muco vaginal e atrofia dos órgãos genitais → Retenção urinária SISTEMA GASTROINTESTINAL ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E/OU FUNCIONAIS → Esôfago: tônus muscular esofágico e enfraquecimento do esfíncter → Estômago: atrofia da mucosa gástrica, suco gástrico, enzimas digestivas e pancreáticas → Fígado: atividade das enzimas hepáticas, síntese proteica e de albumina → Intestino: peristaltismo, tônus e esfíncter do intestino grosso ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E/OU FISIOPATOLÓGICAS → Trânsito esofágico prolongado, refluxo → Esvaziamento gástrico retardado, propensão a crescimento bacteriano, intolerância a alguns alimentos, alteração na absorção de nutrientes → metabolismo de fármacos, absorção de gorduras e flatulência → Constipação intestinal, incontinência fecal, fecaloma FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO o Diferenciar o que é doença do que não é. o Compreender a manifestação atípica de doenças. o Antecipar o efeito de doenças em um sistema sobre os outros sistemas. o Antecipar prováveis efeitos indesejáveis de medicamentos em diversos sistemas. CONSIDERAÇÕES Envelhecimento é fisiológico e esperado. Envelhecimento resulta em mudanças biopsicossociais. O fisioterapeuta deve reconhecer as modificações e intervir no momento adequado. Fisioterapia na Saúde do Idoso Existem 7 pontos principais para uma boa prática 1. Avaliação físico-funcional correta e exame corporal completo 2. Colaboração com os outros integrantes da equipe multidisciplinar 3. Reconhecimento do fato que o paciente precisa reaver ou manter sua autonomia 4. Acertar com o paciente as metas imediatas e a longo prazo: reavaliação 5. Qualidade no tratamento e colaboração com as pessoas envolvidas com o paciente 6. Medidas preventivas 7. Avaliação dos métodos de tratamento e dos padrões de orientação Escalas Funcionais ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA Escolher o(s) teste(s) de avaliação da capacidade funcional: • Escala de Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) de Katz (ou Índice de Katz). • Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) de Lawton e Brody. • Índice de Barthel • Brazilian OARS (Olders Americans Research and Services) Multidimensional Functional Assessment Questionnaire ÍNDICE DE KATZ Sidney Katz (1963) → avaliar a capacidade funcional do idoso. Estabeleceu 6 itens hierarquicamente relacionados e que refletem os padrões de desenvolvimento infantil. A perda da função no idoso começa pelas atividades mais complexas, como banhar-se, até chegar as de auto regulação (alimentar-se e excreção). O índice de Katz é avaliação de 6 itens, são eles: vestir-se, tomar banho, alimentação, incontinência urinaria ou fecal, transferência e higiene. Deve ser respondido pelo próprio paciente. ESCORE TOTAL – fazer a soma das respostas “SIM”. → Independente: 6 pontos → Dependência moderada: 5-3 pontos → Dependência importante: 2-0 pontos BÁSICAS (ABVD) – envolvem o auto cuidado (alimentar-se, banhar-se, vestir-se, arrumar-se, mobilizar-se, manter controle sobre suas excreções). INSTRUMENTAIS (AIVD) – indicam a capacidade do indivíduo de levar uma vida independente dentro da comunidade onde vive (preparar refeições, realizar compras, utilizar transporte, cuidar da casa, utilizar telefone, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos). ESCALA DE ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (AIVD) DE LAWTON E BRODY Desenvolvida por Lawton e Brody (1969). De acordo com o resultado é avaliado se o idoso pode viver sozinho. Adaptação ao contexto brasileiro por Santos e Virtuoso Jr (2008) – quadro a seguir Para cada questão a: 1ª resposta = independência 2ª resposta = dependência moderada 3ª resposta = dependência ESCORE (pontuação) Independência = 21 pontos Dependência parcial = 8 a 20 pontos Dependência total = 7 pontos ÍNDICE DE BARTHEL Mahoney e Barthel (1965) determina o grau de dependência funcional nas AVD – usada mais em pacientes com AVE. Avalia 10 tipos de AVD. Estudos têm demonstrado e comprovado a validade e confiabilidade em pacientes idosos sem alterações cognitivas e com idade inferior a 65 anos (ROCHA, 2004). ESCORE: 0 a 100 pontos 0 a 15 pontos = dependência total 20 a 35 pontos = dependência grave 40 a 55 pontos = dependência moderada 60 a 95 pontos = dependência leve 100 pontos = independência Data Itens Pontuação Alimentação 0 = totalmente dependente 5 = necessita de ajuda 10 = independente Banho 0 = necessita de ajuda 5 = executa sem assistência Toalete pessoal 0 = necessita de ajuda 5 = lava o rosto, penteia os cabelos e escova os dentes sem ajuda Vestuário 0 = totalmente dependente 5 = necessita de ajuda, mas faz a metade da tarefa em tempo razoável 10 = independente, amarra sapatos, fixa fivelas e coloca adaptações Controle de intestinos 0 = incontinência ou acidentes freqüentes (> 1 por semana) 5 = acidentes ocasionais ou necessita de auxílio com enema ou supositório 10 = sem acidentes e independente para usar enema e supositório se necessário Controle de bexiga 0 = incontinência ou necessidade de uso de cateter 5 = acidentes ocasionais ou necessita de ajuda com o dispositivo 10 = sem acidentes, capaz de cuidar do dispositivo de coleta, se for usado Locomoção até o banheiro 0 = não usa o banheiro, restrito ao leito 5 = necessita de ajuda para equilibrar-se, colocar- se as roupas, cortar o papel 10 = independente no banheiro Transferência da cama para a cadeira 0 = restrito ao leito não é possível o uso da cadeira 5 = capaz de sentar, mas necessita assistência máxima na transferência 10 = mínima assistência ou supervisão 15 = independente, inclusive nas travas da cadeira de rodas e levantar o suporte do pé Mobilidade e deambulação 0 = senta na cadeira de rodas, mas não se impulsiona 5 = independente na cadeira de rodas por 50 m, não consegue caminhar 10 = caminha com ajuda por uma distância de 50 m 15 = independente por 50 m, pode usar dispositivo de auxílio, sem ser o andador com rodas Subir escadas 0 = não sobe escadas 5 = necessita de ajuda ou supervisão 10 = independente, pode usar dispositivo de auxílio QUESTIONÁRIO OARS: “BRAZILIAN OARS MULTI DIMENSIONAL FUNCTION ASSESMENT QUESTIONNAIRE”(BOMFAQ) Validação da versão brasileira (Blay SL, Ramos LR, Mari JJ, 1988). Questionário sobre AVD para idosos. ESCORE Nenhuma atividade comprometida – sem comprometimento. 1 a 3 atividades comprometidas – comprometimento leve. 4 a 6 atividades comprometidas – comprometimento moderado. 7 ou mais atividades comprometidas – comprometimento grave. Alterações Anatômicas e Fisiológicas dos Sistemas Articular, Muscular e Osteometabólico FRATURAS DO TERÇO PROXIMAL DO FÊMUR Fraturas do colo do fêmur Fraturas transtrocanterianas TIPO DE CIRURGIA Depende do local da fratura (colo do fêmur ou região transtrocantérica), pela presença ou não de desvio do segmento ósseo, nível de atividade do paciente. As cirurgias podem usar parafusos e placas, haste intramedular, fixação percutânea com fios e parafusos – OSTEOSSÍNTESE. Prótese de quadril – ARTROPLASTIA. FRATURAS TRANSTROCANTERIANAS Ocorrem fora da cápsula articular. A vascularização da cabeça do fêmur raramente é comprometida, não sofrendo necrose. No tratamento cirúrgico é preservado a cabeça do fêmur. Fixação das fraturas transtrocanterianas → Fraturas mais simples Placas especiais e parafusos. Placa com parafusos tipo DHS – dinamic hip screw – parafuso dinâmico de quadril. → Fraturas mais difíceis Hastes femorais – região medular do osso. Conferem grande força para síntese. FRATURAS DO COLO DO FÊMUR CLASSIFICAÇÃO DE GARDEN – FRATURAS DO COLO DO FÊMUR FRATURA SIMPLES FRATURA MULTIFRAGMENTA FIXAÇÃO FRATURA SIMPLES FIXAÇÃO FRATURA MULTIFRAGMENTA Divide as fraturas em estágios. → Estágio 1 – fratura incompleta ou impactada em valgo. → Estágio 2 – fratura sem desvio. → Estágio 3 – fratura completa com desvio parcial. → Estágio 4 – fratura desviada completa com desvio total do foco da fratura. Fraturas estágio 1 e 2 – osteossíntese Fraturas estágio 3 e 4 – artroplastia total do quadril devido ao menor índice de reoperação, melhor função do quadril e melhor qualidade de vida após quatro anos de pós operatório. → Garden 1 – tratamento cirúrgico, pois 20% dos pacientes evoluem para estágio 4 em 6 semanas. Artroplastia total de quadril Dividido em 2 partes 1. Encaixe da pelve (acetábulo) – de polietileno, cerâmica ou metal. 2. Encaixe do fêmur – composto de titânio ou cromo-cobalto. Ambos fixados por cimento e/ou pressão. Após a colocação dos implantes a prótese é encaixada na sua posição. TIPOS DE FIXAÇÃO DOS IMPLANTES Componente acetabular é não cimentado e o componente femoral é cimentado. Polimetilmetacrilato (PNMA) – 90% polimerização ocorre nos primeiros 10 minutos – fixação rápida dos componentes da prótese. Favorece uma descarga de peso precoce do membro operado sem dependência de osteointegração. CIMENTADA (CIMENTO BIOLÓGICO) Implantes com micro porosidades – fixação ocorre através do mecanismo de encaixe press fit e a osteointegração acontece por meio do crescimento ósseo dentro das micro porosidades durante as primeiras 8 semanas pós operatórias. NÃO CIMENTADA HÍBRIDA ACESSO CIRÚRGICO REABILITAÇÃO PÓS FRATURA As relações tempo e dosagem ainda não são totalmente claras. → Temporais – em quanto tempo após a cirurgia a fisioterapia deve começar? → Dose-resposta – em quanto o resultado melhora se a quantidade de terapia aumentar? As diretrizes clínicas que prescrevem o momento exato e a dose da terapia após ATQ estão ausentes, apesar das recomendações gerais que especificam o início precoce da fisioterapia quando possível. PRECAUÇÕES Adução do membro operado por 8 semanas – P.O usar férula para manter quadril em abdução – mais ou menos 30 graus. Evitar flexão maior que 90 graus. Evitar rotações de quadril. → Esses movimentos podem levar a luxação posterior da prótese. . COMPLICAÇÕES PÓS OPERATÓRIO MAIS COMUM À CURTO PRAZO Luxação posterior da prótese. Infecção do Sítio Cirúrgico – ocorre em 0,5% a 1% dos casos – levará a “rejeição” da prótese. Trombose Venosa Profunda (TVP) – pode ocorrer em 45% a 70% dos casos quando não se faz profilaxia química (anticoagulante) ou mecânica (fisioterapia). Abordagem pelo espaço entre a fáscia lata e glúteo médio, com liberação do glúteo médio. VIA LATERAL Acesso se dá através da separação do músculo glúteo máximo e liberação dos rotadores laterais. VIA POSTERIOR Alterações do Sistema Articular e Muscular – Quedas, Alterações Posturais e Marcha PRINCIPAIS ALTERAÇÕIES DO SISTEMA ARTICULAR E MUSCULAR PELO ENVELHECIMENTO → Alterações da postura → Alterações da marcha → Quedas → Sarcopenia e Osteopenia TIPOS DE PACIENTES IDOSOS → Pacientes independentes, porém vulneráveis → Pacientes dependentes, porém com capacidade de deambulação → Pacientes dependentes e restritos ao leito OBJETIVO DO FISIOTERAPEUTA Avaliar e intervir no controle motor – postural e das demais articulações considerando todos os componentes. ALTERAÇÕES DA POSTURA A manutenção da estabilidade postural é uma função complexa. Requer integração central apropriada de: → sensações visuais → vestibulares → proprioceptivas Todas sofrendo declínio funcional com o envelhecimento INSTABILIDADE POSTURAL DEFINIÇÃO: falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço. Aumenta com o envelhecimento e se manifesta por uma perda de reflexos de correção e um aumento na oscilação do corpo. O tempo da reação também aumenta, aumentando o intervalo entre a percepção do perigo e a ação para evitá-lo ALTERAÇÃO DA MARCHA Alterações na mobilidade ocorrem por disfunções motora, cognitiva, equilíbrio e sensório-perceptivo. 1. Fase de oscilação diminui e apoio de calcâneo pode desaparecer 2. Tríplice flexão de MMII reduzida 3. Centro de gravidade corporal tende a adiantar em busca de maior equilíbrio (flexão de tronco) e amplitude de movimento dos MMSS também diminui (braços mais próximos do corpo) e diminuindo da dissociação de cintura escapular com a cintura pélvica 4. Aumento da flexão de joelho na fase de apoio (que pode levar a um encurtamento dos músculos posteriores da coxa e perna) 5. Redução na amplitude dos passos: mais curtos e lentos (tendência a arrastar os pés) e base de sustentação amplia INSTABILIDADE ALTERAÇÃO DA MARCHA RISCO DE QUEDA PAPEL DO FISIOTERAPEUTA Avaliar sempre equilibrio e marcha EQUILÍBRIO ESTÁTICO – teste de Romberg (bipodal) ou Romberg modificado (unipodal) – realizados com o indivíduo de pé (pés juntos ou unipodal), olhos fechados, sendo orientado a permanecer na postura por 1 minuto. Oscilou ou aumentou a base é positivo. OBS: Nos idosos, de preferência, fazer na barra paralela ou em frente ao espaldar com uma cadeira atrás EQUILÍBRIO DINÂMICO - transferência de sentado para em pé ou marcha em linha reta, de lado e para trás AVALIAÇÃO DA MARCHA - avaliar um membro inferior de cada vez Fases principais a serem observadas 1. Apoio do calcâneo(contato inicial) 2. Apoio médio 3. Aceleração (apoio final) 4. Oscilação (balanço médio) Avaliação Postural O idoso tem alterações próprias do envelhecimento e uma delas é a postura. OBJETIVO → Avaliar se a postura adotada pelo paciente é a posição que gasta mais energia. → Deve buscar o alinhamento ideal do paciente. → Determinar se um segmento corporal ou articulação desvia-se do alinhamento postural. → Caso o idoso nãoconsiga ficar na posição em pé, deve realizar a avaliação postural sentada ou em decúbito. o Se o paciente fica em pé com dispositivo de auxílio, deve avaliá-lo em pé com o dispositivo. o Avaliar postura de pacientes acamados – pode ter presença de flexão do quadril e/ou joelho, presença de realização do movimento de abdução, entre outros. → Sempre orientar os responsáveis (familiares) e pacientes da posição que deve manter e como faz isso. AVALIAÇÃO Técnicas de Avaliação → Queixa principal, patologias associadas, HMA, antecedentes pessoais e familiares. → Exames complementares (RX, TC, RM) – complementa o direcionamento do tratamento. → Inspeção visual – vista anterior, lateral direita e esquerda, posterior e sentado. o Se o paciente fica a maior parte do tempo sentado ou deitado, deve avaliar em pé e sentada. → Exame de função muscular de tronco → Mensuração da discrepância dos membros inferiores o Medida real e aparente → Testes de comprimento normal dos músculos (retração muscular). → ADM de tronco e cervical. → Testes especiais ADAM – ver gibosidade. SCHOBER – ver restrição de flexão da coluna ESCÁPULA ALADA – fraqueza de serrátil anterior TRENDELEMBURG – ver fraqueza dos músculos abdutores do quadril – glúteo médio e glúteo mínimo. Um teste positivo é aquele em que a pélve cai no lado contralateral durante uma perna única no lado afetado. Isso também pode ser identificado durante a marcha : a compensação ocorre ao lado flexionando o tronco em direção ao lado envolvido durante a fase de apoio na extremidade afetada. → Avaliação computadorizada – posturograma. MATERIAIS → Ficha de avaliação → Vestimenta apropriada → Goniômetro → Fita métrica → Lápis dermográfico → Fio de prumo → Simetrógrafo → Podoscópio → Programa de avaliação computadorizado → Câmera digital e computador DESVIOS POSTURAIS MAIS COMUNS → Vista lateral – cifose-lordose, dorso plano, postura desleixada. → Vista anterior/posterior – escoliose. POSTUROGRAMA → Software de avaliação postural em escala métrica. Tira 6 fotos digitais, permite salvar os laudos em formato digital, possibilitando a entrega dos exames aos pacientes em CD. Quedas Deve ocorrer 3 dos seguintes fatores 1. Parte do corpo da pessoa acabe em contato com o chão ou com algum nível mais baixo (abaixo da cintura pélvica). 2. Acontecimento inesperado e não intencional. 3. Que as circunstâncias causais não sejam capazes de provocar a queda de uma pessoa em boa forma (exemplo: escorregar sobre o gelo). 4. Que o evento não possa ser explicado como sendo consecutivo a algum fator intrínsecos. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Causas de natureza INTRÍNSECA – relacionada com o indivíduo. EXTRÍNSECA – relacionada com o ambiente. FATORES INTRÍNSECOS DE QUEDA Neurológico AVE ou AIT, Parkinsonismo, Distúrbios Cerebelares, Confusão, Convulsões, Neuropatia, Demência. Cardiovascular Infarto do Miocárdio, Hipotensão Ortostática, Arritmia. Gastrointestinal Sangramento, Diarréia. Metabólico Hipotireoidismo, Hipoglicemia, Anemia, Desidratação. Musculoesquelético Artrite, Miosite, Deformidade Espinhal, Fraqueza Muscular, Descondicionamento. Psicológico Depressão, Ansiedade, Induzido por droga. Medicamentos Anti-Hipertensivos, Cardiotônicos, Hipnóticos, Sedativos, Psicotrópicos. FATORES EXTRÌNSECOS DE QUEDA Súperficie do Solo Assoalhos escorregadios (polidos, encerados, molhados), tapetes soltos, carpete muito espesso, tacos soltos. Iluminação Brilho Excessivo Escadas Falta de corrimão, pouca iluminação, degraus altos, escadas rolantes. FATORES INTRÍNSECOS Alterações fisiológicas Envelhecimento Medicamentos Doenças FATORES EXTRÍNSECOS Perigos ambientais Iluminação Tipo de piso Falta de corrimões Banheiro Chão ou banheira escorregadios, falta de barras de apoio, assentos sanitários baixos. Outros Cômodos Cadeiras em altura incorreta, falta de descanso de braço nas cadeiras, quinas, prateleiras muito altas. Pessoal Roupas desajustadas (barras compridas ou descosturadas), sapatos inapropriados ou muito gastos. Outras causas Raízes de árvores, subir em ônibus, farol de pedestre muito rápido, animais domésticos. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DAS QUEDAS → Lesões de partes moles → Restrição prolongada ao leito → Hospitalização → Institucionalização → Risco de doenças iatrogênicas (doenças ou alterações patológicas advindas de efeitos colaterais de tratamento medicamentoso). → Fraturas → Hematomas subdural → Incapacidade e morte
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