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Como o fator RH pode afetar a gestação?

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Nome do Estudante: Milena Gigante Hilário (Matrícula: 0045824)
Título da Atividade: Como o fator RH pode afetar a gestação?
Como evitar esse problema?
Qual a importância da tipagem sanguínea no pré-natal?
É de conhecimento geral que existem Mais de 100 tipos de antígenos determinados geneticamente na superfície das hemácias. Muitos desses antígenos aparecem em padrões característicos, um fato que permite aos cientistas ou aos profissionais de saúde identificar o sangue de um indivíduo como pertencente a um ou mais grupos sanguíneos; existem pelo menos 14 sistemas de grupos sanguíneos reconhecidos na atualidade. Cada sistema é caracterizado pela existência ou não de antígenos específicos na superfície da membrana plasmática de uma hemácia. As duas categorias mais usadas são os sistemas de grupos sanguíneos ABO e Rh. O sistema de grupo sanguíneo ABO se baseia em dois antígenos, simbolizados como A e B. Os indivíduos cujos eritrócitos produzem apenas antígeno A são considerados do tipo sanguíneo A. Aqueles que produzem apenas antígeno B são do tipo B. Pessoas que produzem tanto A quanto B são do tipo AB. Aqueles que não produzem nenhum dos dois tipos são do tipo O. O plasma sanguíneo geralmente contém anticorpos que reagem com os antígenos A e B, caso os dois sejam mesclados. Esses são o anticorpo anti-A, que reage com o antígeno A, e o anticorpo anti-B, que reage com o antígeno B. Os indivíduos não tem anticorpos que reajam com os antígenos de seus próprios eritrócitos, mas, na realidade, tem anticorpos para quaisquer antígenos que seus eritrócitos não tenham. 
O problema mais comum de incompatibilidade Rh, a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), origina-se durante a gravidez. Normalmente não ocorre contato direto entre o sangue materno e o fetal durante a gravidez. No entanto, se uma pequena quantidade de sangue Rh+ extravasa do feto através da placenta para a corrente sanguínea de uma mãe Rh-, a mãe começará a produzir anticorpos anti-Rh. Como há maior possibilidade de extravasamento de sangue fetal para a circulação materna ocorrer no parto, o primogênito geralmente não é afetado. No entanto, se a mãe engravidar novamente seus anticorpos anti-Rh atravessam a placenta e entram na corrente sanguínea do feto. Se o feto for Rh-, não há problema, porque o sangue Rh- não possui o antígeno Rh. Contudo, se o feto for Rh+, pode ocorrer aglutinação e hemólise (ruptura dos eritrócitos no sangue fetal) por causa da incompatibilidade fetal-materna. 
O recém-nascido ictérico e eritroblastótico, em geral, é anêmico ao nascer, e as aglutininas anti-Rh da mãe usualmente circulam pelo sangue do neonato durante 1 a 2 meses após o nascimento, destruindo cada vez mais hemácias. Os tecidos hematopoéticos do recém-nascido tentam repor as hemácias hemolisadas. O fígado e o baço se dilatam e produzem hemácias do mesmo modo como faziam durante o meio da gestação. Devido à produção muito acelerada de hemácias, muitas formas precoces de hemácias, incluindo diversas formas blásticas nucleadas, passam da medula óssea para o sistema circulatório do neonato, e devido à presença dessas hemácias blásticas nucleadas, a doença é chamada eritroblastose fetal. Apesar de a grave anemia da eritroblastose fetal, muitas vezes, levar à morte, muitas crianças que sobrevivem a essa anemia apresentam retardo mental permanente ou lesões das áreas motoras do cérebro devido à precipitação da bilirrubina nas células neuronais, causando a destruição de muitas delas, a condição chamada kernicterus. 
O tratamento da eritroblastose fetal é a substituição do sangue do neonato por sangue Rh negativo. Cerca de 400 mililitros de sangue Rh negativo são transfundidos durante período de 1,5 hora ou mais, enquanto o próprio sangue Rh positivo do neonato é removido. Esse procedimento pode ser repetido várias vezes durante as primeiras semanas de vida, principalmente para manter baixos níveis de bilirrubina prevenindo contra o kernicterus. Com o passar do tempo, as células Rh negativas transfundidas são substituídas pelas células Rh positivas próprias do neonato, processo que necessita de 6 ou mais semanas, tempo mais que suficiente para que as aglutininas anti-Rh da mãe sejam destruídas.
Já a prevenção pode acontecer com uma injeção de anticorpos anti-Rh, chamada gamaglobulina anti-Rh (RhoGAM®), é administrada para evitar a doença hemolítica do recém-nascido. Mulheres Rh negativo "recebem RhoGAM® antes do parto, e logo após o parto, aborto terapêutico ou aborto. Esses anticorpos se ligam aos antígenos Rh fetais, inativando-os antes que o sistema imune materno responda aos antígenos estranhos, produzindo seus próprios anticorpos anti-Rh. 
A tipagem sanguínea é importante para detectar mulheres que tenham sangue com fator Rh negativo que estejam grávidas de bebês com sangue Rh positivo, por isso o exame contendo grupo sanguíneo e fator RH deve ser solicitado logo na primeira consulta de pré-natal. Em geral, o sangue do bebê não se mistura com o sangue da mãe durante a gravidez, porém, durante o parto, pode o correr esse contato, estimulando o sistema imunológico materno a produzir anticorpos contra o fator Rh do bebê. Em uma próxima gravidez, o sistema imunológico da mãe pode rejeitar um feto com fator Rh positivo, causando uma grave complicação conhecida como eritroblastose fetal. 
Referencial bibliográfico: 
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017.
TORTORA, Gerard J. Editora: Guanabara Koogan, Edição: 14 ed., Local de Publicação: Rio de Janeiro, Ano de Publicação: 2019 Ano do Material: 2019, Tipo de Material: Livros Paginação: 1201 Idioma: Português.

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