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Unidade 3 -Princípios do Direito do Trabalho e seus objetos

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Aula 1
Princípios do Direito do Trabalho
Nesta aula, você aprenderá a interpretar os Princípios do Direito do Trabalho. Para isso, vamos estudar os princípios basilares que regem a relação entre o empregador e o empregado e os direitos e deveres do trabalhador. Este assunto é de interesse de qualquer trabalhador! Vamos conferir?
Mas o que seria Princípio do Direito do Trabalho? Na literatura, podemos encontrar diversas definições; contudo, vamos ficar com a do Juiz e Professor titular de Direito do Trabalho – Dr. Sergio Pinto Martins, o qual define que:
A definição acima ratifica que os Princípios no Direito do Trabalho devem ser respeitados durante a elaboração, interpretação e aplicações das leis, e que a própria CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, no seu Art. 8º, cita a previsão da possibilidade da utilização dos princípios por parte das autoridades administrativas e da Justiça do Trabalho.
Os princípios são um conjunto de regras que servem a toda espécie de ação jurídica, eles traçam a conduta a ser observada em qualquer operação jurídica.
· Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. (CLT)
Não podemos nos esquecer que a diretriz básica do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador, pois ele não se encontra em um mesmo nível de igualdade com o empregador.
· O Direito do Trabalho tem a finalidade de alcançar uma igualdade entre as partes – empregador e empregado, por isto os princípios são utilizados, para justamente equilibrar esta relação.
Estude, a seguir, alguns princípios. Lembre-se de clicar nos itens indicados.
 
 
 
 
 
Vamos ver, agora, alguns exemplos dos princípios colocados em prática, como forma de proteção ao empregado.
· A CLT determina pagamento de hora noturna de 20% sobre a hora diurna. Contudo, se o Regulamento Interno da empresa determinar 40%, o que será aplicado será os 40%.
· Empregado recebe salário mensal de R$ 1.000,00, contudo em seus contracheques está formalizado o valor do salário-mínimo. Ou seja, caracteriza um salário que é conhecido como “por fora”. Caso fique comprovado que ele recebe mensalmente da empresa o valor de R$ 1.000,00, este valor que será considerado pela justiça.
O caso acima é muito grave, pois está lesando o estado devido aos recolhimentos a menor e ao funcionário, pois o cálculo de seu FGTS, remuneração de férias e outros fica em um valor menor.
· Se o empregador concede alimentação e planos de saúde com descontos módicos, sendo habitual ao empregado, ele não mais poderá suprimir estes benefícios.
· Empregador permite que o trabalhador trabalhe apenas 6 horas diárias, apesar de no contrato de trabalho estar 8 horas. Se quiser que o empregado volte a trabalhar 8 horas, ele terá que pagar a diferença de 2 horas como horas extras.
Depois de conhecermos os princípios trabalhistas, observamos que a hierarquia das normas trabalhistas é flexível, uma vez que sempre será aplicada a norma que for mais favorável ao trabalhador. Também vimos que os direitos trabalhistas não estão somente na CLT, com a nova Constituição Federal de 1988, os direitos do cidadão previstos no Art. 5º fazem com que os direitos fundamentais não deixem de pertencer ao trabalhador quando eles entram em uma relação de trabalho. 
· Para aprofundar seus conhecimentos sobre os Princípios Trabalhistas, leia:
DAMASCENO, Fernando Américo Veiga. Direito, Processo e Justiça do Trabalho, Princípios e Perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. pp.21 – 48.
A prevalência de tratamento mais favorável ao trabalhador depende de alguns requisitos:
· Existência de condição concreta anterior ou de uma norma concreta anterior aplicável àquela situação;
· Situação ou norma nova, distinta da anterior e aplicada voluntariamente e habitualmente pela empresa e que seja vantajosa ao trabalhador.
Todos os princípios que vimos mais os que vocês puderam ler nos livros sugeridos existem para proteger o trabalhador na relação empregador – empregado, mas a notícia agora não é boa: o princípio da proteção ao trabalhador está sendo mais abrandado, devido às crises financeiras mundiais, às dificuldades econômicas que os países estão atravessando, à inserção de novas tecnologias, à automação, entre outros. Podemos observar que está existindo uma tendência a diminuir a proteção ao trabalhador ou a completa desproteção. Constata-se isto com as jurisprudência e súmulas mais recentes dos tribunais trabalhistas.
· Leia a reportagem de Adriana Mattos, para o Valor Econômico, que fala sobre a redução de lucro do Walmart devido a ações trabalhistas no Brasil.
Aula 2
Contrato de Trabalho
Após o estudo desta aula, você deverá ser capaz de caracterizar os tipos de Contrato de Trabalho. 
Pelo Art. 442 da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho: 
O contrato de trabalho é firmado, de um lado, pela empresa contratante e, por outro lado, pelo trabalhador. Enquanto a empresa compromete-se em remunerar o empregado, este se submete a disponibilizar sua mão de obra às ordens do empregador. O contrato poderá ser: verbal, escrito, tácito ou expresso com prazo determinado ou indeterminado.
Existem vários tipos de trabalhador e cada um deles tem sua relação de trabalho com características específicas. Vamos comentar um pouco sobre alguns tipos.
Aprendiz
É o estudante entre 14 e 24 anos que está ainda em formação e as tarefas que ele executará estão compatíveis e são necessárias a sua formação. As horas trabalhadas não poderão exceder seis horas diárias e seu contrato é por tempo determinado. 
Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem números de aprendizes de 5% (cinco por cento) a 15% (quinze por cento) do total de trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional conforme o art. 429 CLT.
As microempresas, as pequenas empresas e as entidades sem fins lucrativos não precisam ter esta cota de aprendiz obrigatória.
· Importante saber: ainda segundo o art. 429 CLT - § 1º-A, o limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional (incluído pela Lei nº 10.097, de 2000).
Para saber um pouco mais, consulte os artigos: 428 e 429 da CLT.
Autônomo
É a pessoa física que presta serviço remunerado a uma ou mais empresas, por conta própria. Neste caso, não existe relação de emprego. Para regularizar sua situação, o autônomo deve inscrever-se no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM) na Secretaria de Finanças ou equivalente de seu município.
A Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) enfrentou a questão dos contratos de trabalho autônomo acrescentando na CLT o artigo 442-B da seguinte forma: “A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado, ou seja, não gera vínculo empregatício.
Celestista
Todo o trabalhador que trabalha com registro em carteira de trabalho, obedecendo à CLT, sendo do setor público ou privado, é celetista. O objetivo principal da CLT é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho. Desde 1943, quando foi decretada, ela vem sofrendo diversas alterações com o intuito de se adequar às nuances da modernidade.
Cooperado
É o trabalhador que está associado a uma cooperativa. Para todos os ramos de atividades da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre o cooperado e sua cooperativa. Contudo, nada impede que uma cooperativa tenha cooperados que sejam celetistas. O Art. 442, parágrafo único da CLT, define que:
Deficiente/reabilitadoO trabalhador deficiente ou reabilitado é celetista. O Art. 93 da Lei 8.213 regula que a empresa com 100 ou mais empregados fica obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoa com deficiência (PCD), habilitadas, de acordo com a proporção apresentada na tabela ao lado. 
· O Decreto nº 3.298/99 e Lei 8.213/91 são específicos para o trabalhador deficiente.
· Segundo o Censo 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), 45 milhões de brasileiros disseram ter algum tipo de deficiência, ou seja, quase 24% da população. Desses, quase 13 milhões de pessoas disseram aos pesquisadores do IBGE que têm uma deficiência grave motora, visual, auditiva ou mental.
Estagiário 
 O estagiário é um estudante em curso com mais de 16 anos, que é contratado pela empresa por meio de um Contrato de Estágio. O estágio possibilita que o estudante tenha conhecimento prático das funções profissionais existentes nas empresas, que podem corresponder às disciplinas teóricas que ele cursou em sala de aula. O contrato de estágio tem a interveniência compulsória da instituição de ensino. 
O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza com a empresa. O contrato do estagiário é de 2 (dois) anos, podendo ser renovado por mais 1 (um) ano. Esta prorrogação foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, em 17/04/2013, e altera a Lei do Estágio. A prorrogação do estágio fica condicionada à análise e à aprovação pela instituição de ensino à qual o estudante está vinculado.
· A idade mínima para estagiar é de 16 anos, pois a Constituição Federal (art. 7°, XXXIII) proíbe qualquer trabalho de ser feito com idade menor que essa, salvo o de aprendiz.
Ao final do prazo do contrato de estágio, o estagiário poderá ser contratado como funcionário, e passará a ser celetista, como qualquer outro funcionário da empresa.
O estágio pode ser obrigatório ou não. O estágio obrigatório é aquele definido como tal no curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. O estágio não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional.
Existe uma lei que trata, especificamente, sobre o estagiário, a Lei 11.788/08, e estipula alguns direitos desse tipo de trabalhador.
· São exemplos de direitos do estagiário, de acordo com a Lei 11.788/08:
· Jornada de trabalho de 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos. Jornada de 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.
· Recesso (férias) de 30 dias, a ser gozado preferencialmente durante as suas férias escolares, com remuneração, quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de remuneração.
Trabalho temporário
O trabalhador temporário é a pessoa física contratada para prestar serviço temporário a uma empresa. Este tipo de trabalho é para atender uma necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. Com a nova redação da Lei nº 13.467/2017, o prazo de duração do trabalho temporário passou de três meses para 180 dias, consecutivos ou não, permitindo-se uma prorrogação máxima de 90 dias, consecutivos ou não, não se exigindo mais a autorização prévia do Ministério do Trabalho para a prorrogação. Também houve o estabelecimento mínimo de 90 dias entre um e outro contrato de trabalho temporário com idêntico tomador. 
 
· O trabalho temporário está regulamentado pela Lei nº 6.019, de 03 de janeiro de 1974 e pelo Decreto 73.841, de 13 de março de 1974.
· Importante saber:
· A empresa tomadora é responsável pelos débitos trabalhistas dos trabalhadores temporários, sendo que a sua responsabilidade é subsidiária (Art. 10, § 7º, com a redação dada pela Lei nº 13.429). Essa disposição já vinha sendo consagrada ante a aplicação da Súmula 331, IV, TST.
· Por fim, o art. 16, Lei nº 6.019 mantém a sua redação originária, dispondo que, no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a contratante é responsável solidária pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, da remuneração e indenização do período em que o trabalhador esteve à sua disposição.
· O trabalhador temporário não tem vínculo com a empresa à qual ele está prestando serviço, e sim com a agência pela qual ele foi contratado.
Veja algumas regras dispostas pela Lei 6.019/74, que regula o trabalho temporário:
· O contrato entre a empresa fornecedora do trabalhador temporário e a empresa tomadora de serviço ou cliente deverá ser obrigatoriamente escrito e dele deverá constar expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporário e as modalidades de remuneração da prestação de serviço.
· O trabalhador temporário trabalha com pessoalidade e sob direção da empresa tomadora de serviço.
· O trabalhador temporário pode exercer as mesmas funções dos empregados da empresa tomadora do serviço, contudo tem o direito de receber a mesma remuneração.
· O trabalhador temporário pode ser contratado para atuar na atividade-meio ou na atividade-fim da empresa tomadora do serviço.
· O prazo de duração do trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado passou para 180 dias, consecutivos ou não, permitindo-se uma prorrogação máxima de 90 dias, consecutivos ou não, não se exigindo mais a autorização prévia do Ministério do Trabalho para a prorrogação seguindo (Lei nº 13.467/2017). 
Terceirização
O empregado “terceiro” mantém vínculo com a empresa prestadora de mão de obra – empresa terceirizada –, ou seja, o empregado não está subordinado ao poder diretivo, técnico e disciplinar da empresa tomadora ou cliente. A empresa prestadora é quem é responsável em remunerar e dirigir o trabalho realizado por seus funcionários.
As empresas tomadoras contratam as empresas fornecedoras, em tese, para diminuir os custos e pela necessidade de especialização de um serviço que ela não domina.
· Hoje, com o advento da Lei nº 13.467/2017, os trabalhadores terceirizados podem trabalhar tanto nas atividades-meio quanto nas atividades-fim, sem gerar vínculo empregatício com as empresas tomadoras dos serviços.
· Assista ao vídeo Terceirização na atividade-fim, do Justiça em Movimento, e veja exemplos dessa irregularidade na região de Lages, em Santa Catarina.
Vínculo empregatício
Como você estudou, existem vários tipos de trabalhadores, mas será que todos os estes têm uma relação de trabalho com a empresa à qual estão alocados ou prestam serviço? Quais são os fatores que caracterizam o vínculo empregatício?
Os artigos 3º e 2º da CLT relacionam os requisitos necessários para que se estabeleça uma relação de emprego e definem empregado e empregador.
Pensando-se nos diversos tipos de trabalhador, a empresa tem que tomar cuidado para que não seja caracterizada uma relação de emprego onde não exista.
Entendendo melhor:
A empresa tomadora contrata outra empresa que vai fornecer, por exemplo, pessoas para trabalharem dentro da sua empresa. Os funcionários da prestadora de serviço, que estão dentro da sua empresa, podem, posteriormente, solicitar vínculo empregatício com a empresa tomadora. Para isto, basta provar que existia uma relação de emprego e não uma relação de trabalho. 
Mas qual seria a diferença entre relação de trabalho e relação de emprego?
Os sujeitos da relação de emprego são os empregados e os empregadores, isto é, trabalhadores e empresários que reúnam as características exigidas, respectivamente, pelos Artigos 2º e 3º da CLT.
Por isso, parte significativa da doutrina jurídica prefere o uso da denominação “contrato de emprego”, em vez de contrato de trabalho.
Os elementos identificadores da relação de emprego servem exatamente para diferenciá-la das demais relações de trabalho. Estes elementos identificadoresda relação de emprego podem ser encontrados nos artigos 2º e 3º da CLT.
Para que esta relação de emprego se caracterize é necessário que haja:
Pessoa física
A figura do trabalhador deve ser uma pessoa física, pois a prestação de serviço por uma pessoa jurídica não caracteriza uma relação de emprego e, sim, um contrato de trabalho. Existem no mercado prestadores de serviços que, apesar de serem pessoas físicas, abrem uma pessoa jurídica para mascarar o vínculo empregatício. Contudo, no Direito do Trabalho, lembrando o que vimos na aula anterior sobre o Princípio da Primazia da Realidade, prevalece o que é praticado, não o que deveria ser feito pelo contrato de trabalho. 
O contrato de trabalho é pessoal, ou seja, é desempenhado por uma determinada pessoa que foi selecionada pelas suas qualificações e habilidade. Ele foi contratado para prestar o serviço e não pode ser substituído por outro. Ou seja, existe um contrato que foi firmado com aquela determinada pessoa. Geralmente, as empresas, quando utilizam serviços de “terceiros”, o fazem escolhendo o colaborador e não o serviço a ser prestado, evidenciando a relação de emprego, e é isto que deve ser evitado para não ocasionar a solicitação de vínculo empregatício deste colaborador posteriormente. 
A subordinação é a imposição de ordem, submissão, dependência, subalternidade hierárquica. Esse item é muito utilizado para diferenciar o contrato de emprego e os demais contratos de trabalho como autônomos, representantes etc. A caracterização da subordinação é um indício que existe a relação de emprego. 
A onerosidade é a contraprestação devida pelo empregador ao empregado, uma vez que este prestou um serviço. O empregado recebe o salário, que pode ser pago na sua totalidade em dinheiro, ou parte em dinheiro e a outra parte em utilidades. Ou seja, a prestação de serviço não é gratuita, salvo o voluntariado. 
A prestação do serviço é habitual e não eventual. A necessidade daquele serviço é permanente, será prestado o serviço de forma contínua ou intermitente. Esta habitualidade é referente à necessidade do empregador do serviço de uma forma contínua.
Agora, vamos ver, de uma forma resumida, a classificação do contrato de trabalho. Isto vai ajudar você a caracterizar o contrato de trabalho.
O contrato de trabalho pode ser classificado de diversas formas, conforme segue:
QUANTO À FORMA E À VONTADE
QUANTO À DURAÇÃO
QUANTO À JORNADA
São exemplos de contrato por tempo determinado o contrato por obra certa e o contrato de safra.
· Período de descanso 
Pelo Art. 71 da CLT, sempre que o trabalho for contínuo e exceder a 6 (seis) horas diárias, é obrigatório um intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder 2 (duas) horas. Não excedendo as 6 (seis) horas diárias de trabalho e ultrapassando a duração de 4 (quatro) horas diárias, é obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos.
· Clique aqui e saiba qual à diferença entre Intrajornada e Interjornada
· Saiba mais sobre Jornada Parcial.
Rescisão
A rescisão do contrato de trabalho é a formalização do término do vínculo empregatício, seja por vontade do empregado, do empregador ou de ambos. A rescisão é o momento de rompimento contratual, em que o empregador ou empregado resolve não dar continuidade à relação de emprego, devendo saldar os direitos legais. 
A tabela a seguir apresenta os tipos de rescisão do contrato de trabalho:
Em algumas situações, o trabalhador adquire alguns direitos em que seu contrato de trabalho não pode se extinguir. Essas estabilidades são previstas na CLT, na Constituição Federal ou em Acordos Coletivos da categoria. São eles:
 
O Departamento Pessoal (RH) da empresa é responsável em efetivar a rescisão do funcionário. São providenciados alguns registros e documentos para que a rescisão seja efetivada. A Reforma Trabalhista revogou o § 1º e 3§ do art. 477 da CLT, desobrigando empresas de fazerem a homologação do TRCT e do TQRCT junto ao sindicato da categoria ou ao Ministério do Trabalho, em casos de rescisão de contrato firmado por empregado com mais de um ano de serviço.
Portanto, desde de 11.11.2017 (quando entrou em vigor a lei da reforma trabalhista), empregado e empregador estão desobrigados da homologação junto ao sindicato, podendo acordarem em formalizar o desligamento na própria empresa, independentemente do tempo de emprego, ficando o empregador obrigado apenas a comunicar a dispensa aos órgãos competentes e a realizar o pagamento das verbas rescisórias.
O pagamento das verbas rescisórias, pelo Art. 477 da CLT, possui os seguintes prazos, que devem constar no Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho:
· A Lei nº 13.467/2017 (com vigência a partir de 11.11.2017), revogou as alíneas "a" e "b" do § 6º do art. 477 da CLT, bem como alterou o caput do citado artigo, estabelecendo um prazo único, que independentemente do tipo de aviso prévio (trabalhado ou indenizado) ou de quem o concedeu (empregado ou empregador), o prazo para pagamento das verbas rescisórias será de até 10 dias contados a partir do término do contrato.
· Importante: os prazos são computados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
· Reforçamos outra alteração promovida pela Reforma Trabalhista, que foi a revogação do § 1º e 3§ do art. 477 da CLT, desobrigando a empresa de fazer a homologação do TRCT e do TQRCT junto ao sindicato da categoria ou ao Ministério do Trabalho (atual Secretaria Especial de Previdência e Trabalho - SEPT), em casos de rescisão de contrato firmado por empregado com mais de um ano de serviço.
· Caso a empresa não respeite os respectivos prazos, ela deverá pagar uma multa a favor do empregado no valor equivalente ao seu salário.
Para cada tipo de rescisão de contrato de trabalho e para cada situação, a legislação trabalhista estabelece quais os direitos que o empregado desligado tem. Vamos nos aprofundar nesta questão na próxima aula.
· Para ver os termos envolvidos em uma rescisão de trabalho, acesso o Portal do Trabalho e Emprego do Ministério do Trabalho.
Aula 3
Direitos e Deveres do Trabalhador
 Assim como as empresas têm deveres com seus empregados, estes também têm seus deveres com a empresa; contudo, conforme vimos nas aulas anteriores, os trabalhadores possuem direitos adquiridos ao longo dos anos. 
Nesta aula, você aprenderá a analisar a aplicabilidade dos objetos trabalhistas aos direitos e deveres gerais do trabalhador. 
Os direitos e deveres iniciam-se a partir de um contrato de trabalho firmado entre as partes. Vamos ver alguns deles! 
Antes de falarmos sobre os direitos e deveres do trabalhador, temos que lembrar que, acima de qualquer legislação trabalhista, encontra-se a nossa Constituição Federal, que deve ser respeitada e cumprida. No Capítulo I – Dos direitos e deveres individuais e coletivos, encontramos alguns direitos e deveres do cidadão brasileiro, os quais não podem ser esquecidos. Os direitos e deveres abaixo são exemplos descritos nesse capítulo que o trabalhador deve respeitar dentro da sua empresa: 
Direitos
· Não ser tratado de forma desumana ou degradante. Não ser submetido a atos de tortura física, psicológica ou de qualquer outra natureza.
Deveres
· Respeitar os direitos dos outros cidadãos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros.
· Tratar com respeito e solidariedade todos os cidadãos, principalmente os idosos, as crianças e as pessoas com deficiências físicas.
· https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/pqr/rts/re/u3/objeto-aprendizagem/objeto.htm 
Em se tratando de segurança, higiene e saúde no trabalho, o trabalhador tem os seguintes direitos e deveres:
Direitos
· Ter um ambiente de trabalho com condições de segurança e saúde;
· Ser instruído com informação sobre os riscos existentes no local de trabalho e medidas de proteção adequadas ao risco;
· Contar com acesso gratuito a equipamentos de proteção individual para exercer suas atividades;
· Realizar exame médicoadmissional, demissional e anualmente realizar exames periódicos;
· Em caso de acidente de trabalho ou doença profissional, receber prestação social e econômica;
· Nos casos de perigo grave e iminente, afastar-se do seu posto de trabalho.
· O vídeo Quais são os direitos de quem foi demitido? ilustra os direitos do empregado quando de um desligamento da empresa. Vale a pena conferir! 
Deveres
· Cumprir as normas/regras de segurança e saúde, no intuito de zelar pela sua integridade física e de todos da empresa;
· Fazer uso correto das máquinas, instrumentos, equipamentos e substâncias perigosas conforme instruções;
· Levar ao conhecimento dos membros da equipe de segurança e ao seu superior quaisquer anormalidades detectadas;
· Manter e contribuir para limpeza e organização do seu posto de trabalho;
· Realizar os exames médicos quando requisitado
Encerramento
Resumo da Unidade
Nesta unidade estudamos os princípios do trabalho que regem as relações de trabalho entre a empresa e o empregado e que eles são um conjunto de regras que traça a conduta a ser observada em qualquer operação jurídica. Também que eles que devem ser respeitados durante a elaboração, interpretação e aplicação das leis e que a própria CLT cita a possibilidade de utilização desses princípios. Caracterizamos os tipos de contrato de trabalho, os tipos de trabalhadores e os riscos que podem existir em uma contratação em que, por exemplo, um prestador de serviço pode solicitar o vínculo empregatício. Por último identificamos os direitos e deveres do trabalhador. 
Resumo da Unidade
Nesta unidade estudamos os princípios do trabalho que regem as relações de trabalho entre a empresa e o empregado e que eles são um conjunto de regras que traça a conduta a ser observada em qualquer operação jurídica. Também que eles que devem ser respeitados durante a elaboração, interpretação e aplicação das leis e que a própria CLT cita a possibilidade de utilização desses princípios. Caracterizamos os tipos de contrato de trabalho, os tipos de trabalhadores e os riscos que podem existir em uma contratação em que, por exemplo, um prestador de serviço pode solicitar o vínculo empregatício. Por último identificamos os direitos e deveres do trabalhador.
Espero que tenham gostado!

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