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TICs 06 VASCULITES


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UNITPAC- CENTRO UNIVERSITÁRIO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO 
CARLOS 
 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA 
3º Período 
 
 
 
JOSÉ ANTONIO DE SOUSA NETO 
 
 
MÓDULO: TICS 
PROFESSOR: MÁRIO DE SOUZA LIMA E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASCULITES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Araguaína – TO 
2023 
• Quais as manifestações clínicas das vasculites de acordo com o tamanho do 
calibre do vaso acometido? 
 
Vasculite é o nome dado ao grupo de doenças que provocam inflamação dos vasos 
sanguíneos. A inflamação de uma artéria ou veia leva ao espessamento de sua parede, 
diminuindo o espaço para a circulação do sangue. Conforme esse espessamento progride, 
o vaso pode se fechar, cessando o fluxo sanguíneo por completo. Se não tratada a tempo, 
a vasculite leva à cicatrização, necrose e morte definitiva dos vasos acometidos e dos 
tecidos nutridos por eles. 
Em alguns casos, as vasculites podem causar enfraquecimento da parede dos 
vasos, fazendo-os ceder à pressão do sangue, propiciando a formação de aneurismas. 
Também pode haver rotura do vaso inflamado, levando a quadros como AVC hemorrágico. 
As vasculites de grandes vasos são as que afetam as grandes artérias do organismo, 
com preferência para a artéria aorta. Se manifestam com arterite de Takayasu: vasculite 
que acomete grandes artérias, principalmente aquelas mais próximas do coração, como a 
artéria aorta e seus ramos, arterite temporal (arterite de células gigantes): Também 
acomete grandes artérias, principalmente a aorta e os vasos que nutrem a face. 
Vasculite de médios e pequenos vasos são vasculites que acometem vasos de 
tamanho médio e pequeno, poupando a artéria aorta. Podem ou não estar associada a 
outras doenças, como lúpus, hepatite, esclerodermia ou neoplasia. As vasculites de médios 
e pequenos vasos mais comuns são as poliarterite nodosa, doença de Kawasaki, Vasculite 
primária do sistema nervoso central (vasculite cerebral) e Tromboangeíte obliterante 
(doença de Buerger). 
Vasculite de vasos pequenos e microscópicos são as vasculites que acometem os 
pequeníssimos vasos dentro dos órgãos e podem ser primárias ou secundárias. As 
principais vasculites de pequenos vasos são: Vasculite de Churg-Strauss, Púrpura de 
Henoch-Schönlein, Granulomatose de Wegener, Crioglobulinemia, Doença de Behçet, 
Poliangeíte microscópica. O quadro clínico das vasculites depende do tamanho dos vasos 
inflamados e de quais órgãos são acometidos. Alguns sintomas inespecíficos são comuns 
a todas as vasculites, entre eles podemos destacar são o Cansaço, Mal estar, 
Emagrecimento, Dor abdominal, Febre, Dor nas articulações e Perda do apetite. Algumas 
vasculites acometem vasos que irrigam órgãos internos, como intestinos, cérebro, pulmão, 
baço etc. Nesses casos, os sintomas variam de acordo com o local em sofrimento. 
Frequentemente, as vasculites acometem vasos da pele, causando lesões que chamamos 
de púrpura. São sinais de sangramento no tecido subcutâneo, como pode ser visto na 
imagem abaixo. Vasculite pés e mãos também acometem com frequência os vasos dos 
pulmões e dos rins. No primeiro, ela costuma causar quadro muito grave com hemorragia 
pulmonar e risco de insuficiência respiratória. Já nos rins as vasculites costumam estar 
associadas a lesões dos glomérulos renais, provocando glomerulonefrite e insuficiência 
renal aguda. Outro sinal comum das vasculites é o acometimento dos nervos periféricos, o 
que causa dor e perda de sensibilidade nos membros. As vasculites que atacam vasos de 
órgãos internos são as mais graves e podem levar ao óbito se não forem diagnosticadas e 
tratadas a tempo. 
 
RELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA 
 
Com base no evidenciado sobre as vasculites em vasos de grande, médio e 
pequeno calibre, vê-se a importância ímpar no conhecimento teórico desses achados, 
tendo em vista que o médico, durante a prática clínica deve ser capaz de realizar um 
diagnóstico direcionado para as vasculites, tendo sempre em mente que a depender do 
calibre do vaso identificado durante a anamnese e ao exame físico, ele deve ser 
direcionado ao devido tratamento e intervenção cirúrgica, se for o caso. 
Isso só pode ser possivel caso haja conhecimento prórprio do tipo de vaso 
acometido e esse achado é fundamental para determinar a gravidade da inflamação. Essa 
gravidade se dá, por que a vasculite, a depender de seu estágio, pode levar a um quadro 
de isquemia grave e acometer diversos órgãos vitais, no caso dos vasos de grande calibre, 
causando morte de forma rápida. Outra importância é a necessidade de revascularização 
ou não, quando acomete vasos pequenos, que podem levar a um quadro de morte tecidual, 
acarretando até na amputação dos mesmbros acometidos. 
Fica evidente que, para que haja uma conduta adequada, o médico deve ter domínio 
anatômico das circulações do nosso corpo, além de conhecer as manifestações clínicas 
de cada etapa acometida numa vasculite, a fim de conduzir com sucesso no tratamento e 
prognóstico de seu paceinte, determinando os riscos e gravidades corretamente. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Robbins & Cotran: Bases Patológicas das Doenças. 7ª Edição. Editora Guanabara 
Koogan S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2005. 
 
Goldman L, Ausiello D. Cecil: Tratado de Medicina Interna. 22ªEdição. Rio de 
Janeiro:ELSEVIER, 2005. 
 
Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Sotto MN, Criado PR. Vasculites dos médios e 
grandes vasos. Ass Bras Dermatol [Internet]. 2009Jan;84(An. Bras. Dermatol., 2009 
84(1)):55–67. Available from: https://doi.org/10.1590/S0365-05962009000100008. Acesso 
em 18 de março de 2023.