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Proposta de intervenção em saúde pública- educação sexual

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Proposta de intervenção em saúde pública
Tema proposto: Educação sexual
Grupo alvo: Comunidade X
A proposta é desenvolver um curso com a temática educação sexual, em uma
comunidade “X”, inicialmente o trabalho se dará a partir da coleta de perguntas
anônimas (dúvidas, curiosidades envolvendo a sexualidade, gênero, orientação
sexual) em uma palestra inicial, nesta palestra será apresentado o objetivo de
trabalho da equipe de saúde.
A partir da leitura destas perguntas as atividades serão elaboradas com o intuito de
atender a demanda dessa população, serão cinco encontros com este público e em
cada um deles serão tratados os diversos temas contidos nas perguntas . Tendo em
vista alguns questionamentos básicos que o tema sexualidade humana envolve, foi
pensado:
1° Encontro: Roda de conversa “Um bate-papo sobre a sexualidade”
-Roda de conversa guiada a partir das perguntas recebidas, promovendo a troca de
conhecimentos e informações entre os próprios membros da comunidade sobre as
questões levantadas, possibilitando que todos se envolvam diretamente e também
servindo como um “quebra-gelo” em relação a todo o tabu que circunda a
sexualidade humana e a timidez que muitas pessoas tem ao falar sobre o assunto.
-Intervenções serão feitas à medida que se fizer necessário, considerando-se que a
proposta é oferecer realmente um espaço aos moradores da comunidade e tentar
tornar natural o falar sobre sexo nesse espaço.
-Uma dinâmica será realizada no começo, as perguntas recebidas serão dobradas e
colocadas em uma caixinha e cada participante vai tirar uma. Faremos a brincadeira
do “Passa a bola”, uma música estará tocando ao fundo e será interrompida
bruscamente, quem estiver com a bola na mão terá que ler a pergunta que pegou e
tentar ajudar o colega, respondendo da maneira possível e incitando os demais a
participarem, desenvolvendo assim uma reflexão coletiva a partir das falas que
forem surgindo. Nos momentos oportunos farei as intervenções e contribuições.
Aproveitaremos o gancho entre uma pergunta e outra para prosseguirmos a
conversa e quando ninguém quiser falar, usarei a brincadeira do “Passa a bola” para
trazer as pessoas para a atividade.
-Ao final, deixarei o espaço aberto para que as pessoas façam colocações,
comentários, desabafos, perguntas sobre algo que não entenderam, etc..
Embasamento teórico que utilizarei para fazer as intervenções e contribuições:
- Reflexões levantadas a partir da leitura do artigo científico “Iniciação sexual,
masculinidade e saúde: narrativas de homens jovens universitários”, autoria
de Figueiredo e Gomes, publicado na revista “Ciência & Saúde Coletiva”, vol.
14, núm. 2, abril de 2009, Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva do Rio de Janeiro. O artigo traz um conteúdo importante sobre a
sexualidade dos adolescentes do sexo masculino e as questões que
envolvem o início da vida sexual (o uso de preservativos, os significados que
dão ao início da vida sexual, a descoberta do corpo, as inseguranças, a
problemática dos papéis de gênero e o que é esperado em relação a
masculinidade,etc.).
- Para trazer reflexões sobre a sexualidade das mulheres lésbicas e as dúvidas
a respeito da relação sexual entre mulheres , usarei como base o artigo
“Lesbianidades e as referências legitimadoras da sexualidade” , de Toledo e
Filho, publicado na “Red Revistas Científicas de América Latina y el Caribe,
España y Portugal”, este artigo traz uma problematização acerca dos
estereótipos sobre a homossexualidade feminina, os estigmas que são
atribuídos a essa manifestação de sexualidade, o discurso heteronormativo e
seus efeitos.
- Para fomentar reflexões sobre adolescência, sexualidade feminina e
masculina e as questões que povoam este universo (medos, inseguranças,
virgindade, prevenção de gravidez, uso de preservativos e prevenção de
DSTs, ejaculação precoce, homossexualidade, transexualidade,
masturbação, anorgasmia, impotência, menstruação, compulsão sexual,
infidelidade do parceiro ou parceira, papéis de gênero, etc.) vou me valer dos
textos “Saúde sexual e reprodutiva”, de Monalisa Barros; “O prazer e o
pensar”, de Marcos Ribeiro; “A sexualidade e o processo educativo, uma
análise inspirada no referencial Reichiano”, de Albertini; “Conjugalidade, ética
sexual e parceria homoerótica”, de Jurandir Freire. Destacarei alguns trechos
desses textos que casem com os assuntos, de maneira didática, para
enriquecer a discussão.
2° Encontro- Cine-debate - Exibição do filme “As horas”
Neste segundo encontro com o grupo será exibido o filme “As horas”, de Stephen
Daldry, para promover uma discussão sobre a bissexualidade e a homossexualidade
femininas, aproveitarei para falar também sobre os conceitos de gênero, sexo e
orientação sexual e Feminismo.
Após a exibição do filme, vou sugerir que façamos uma roda e deixar as pessoas a
vontade para que façam quaisquer comentários e a partir daí linkar com o assunto.
Os textos base que utilizarei para guiar o debate serão “Conceito de gênero e a sua
importância para a análise das relações sociais”, de Carloto; “Problemas de gênero:
feminismo e subversão da identidade”, de Judith Butler.
3° Encontro - Cine-debate- Exibição do documentário “Os tabus sociais na
percepção de gêneros e papéis sexuais”
Dando prosseguimento a discussão sobre gênero, sexo e orientação sexual,
apresentarei o documentário “Os tabus sociais na percepção de gêneros e papéis
sexuais”, farei um apanhado das questões propostas inicialmente, levando os
participantes a refletirem sobre estas de maneira crítica, a partir das falas que
aparecem no documentário. O objetivo é mostrar que tudo se trata de construção
social, que a sexualidade humana é muito ampla, porém as normas sociais e as
instituições funcionam em prol de limitar as suas manifestações, de controlar, de
ditar o que é “normal” e o que não é e que a submissão a essas normas não se faz
necessária, que o respeito a subjetividade é mais importante.
4° Encontro - Oficina “Diário de bordo”
Neste quarto dia promoverei uma atividade mais descontraída, levarei papel e
material para desenho, lápis de cor, giz de cera, tinta guache, etc. e propor que cada
participante da oficina desenhe as suas experiências e emoções relativas às
temáticas que já trabalhamos durante o curso. Ao final, sentados em roda,
poderemos conversar sobre o que apareceu nesses desenhos, cada um livre para
se expor ou não se expor.
5° Encontro - Oficina : “As cores da prevenção”
O objetivo dessa dinâmica é conhecer os métodos contraceptivos, a forma de
usá-los e a eficácia. Distribuirei folhas, pincéis, lápis de cor, giz de cera, fita adesiva,
e etiquetas coloridas (verde, amarela e vermelha). Os participantes da oficina
deverão listar individualmente quais os métodos contraceptivos que conhecem.
Uma cartolina será colada na parede e anotarei nela os métodos contraceptivos
existentes, separados em colunas de acordo com as categorias: método de barreira,
método comportamental, método hormonal, dispositivo intra-uterino, método
cirúrgico. Depois, vou propor que cada participante localize os métodos que anotou
nessas categorias listadas.
Convidarei um profissional da área ginecológica para falar sobre DSTs e
contracepção. Ao final, os participantes poderão esclarecer dúvidas e fazer
comentários.

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