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Botulismo: uma doença grave causada por Clostridium botulinum

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1. CLOSTRIDIUM BOTULINUM 
O botulismo é uma doença bacteriana grave, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, encontrada no solo, nas fezes humanas ou de animais e nos alimentos. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória.
As melhores condições para sobrevivência do Clostridium botulinum são:
· Pouca exposição ao oxigênio.
· Locais de baixa acidez.
· Temperatura entre 25 e 37ºC. No entanto, algumas cepas podem crescer em temperaturas tão baixas quanto 4°C.
1.1 Neurotoxina Botulínica
A neurotoxina botulínica produzida pelo Clostridium botulinum é um dos venenos mais potentes que conhecemos. Apenas como comparação, para que o cianureto seja letal em ratos é preciso uma dose 10000 microgramas por quilo. Já a toxina botulínica é capaz de matar com apenas 0,0003 microgramas por quilo.
São conhecidos oito tipos de toxinas botulínicas: A, B, C1, C2, D, E, F e G, das quais as do tipo A, B e E são as mais tóxicas para os seres humanos. As formas F e G também podem provocar doença, mas é raro.
2. TRANSMISSÃO
A bactéria causadora do botulismo produz esporos que sobrevivem até em ambientes com pouco oxigênio, como em alimentos em conserva ou enlatados. Ela produz uma toxina que, mesmo se ingerida em pouquíssima quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas.
Além disso, os esporos desta bactéria existem na natureza, como em solos e sedimentos de lagos e mares. Também estão presentes na água não tratada e em produtos agrícolas, como legumes, vegetais e mel, e em intestinos de mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos.
A bactéria entra no organismo por meio de machucados na pele ou pela ingestão de alimentos contaminados.
Embora raros, há descrição de casos de botulismo acidental associados ao uso terapêutico ou estético da toxina botulínica e à manipulação de material contaminado em laboratório.
3. PRINCIPAIS FORMAS DE TRANSMISSÃO
O botulismo apresenta três formas: alimentar, por ferimentos ou intestinal.
4.1 Botulismo alimentar  - Ocorre por ingestão de toxinas presentes em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados. O período de incubação (entre o consumo e o início dos sinais e sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação.
4.2 Botulismo intestinal –  Neste tipo de botulismo, os esporos contidos em alimentos contaminados, tornam-se viáveis, se fixam e multiplicam no intestino, onde ocorre a produção e absorção de toxina. Em adultos são descritos alguns fatores de risco, como cirurgias intestinais, Doença de Crohn e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado, que levaria à alteração da microbiota intestinal. Não se sabe o período de incubação deste tipo da doença porque é impossível saber o momento da ingestão dos esporos.
4.3 Botulismo por ferimentos – Uma das formas mais raras, o botulismo por ferimentos é causado pela contaminação de ferimentos com C. botulinum. As principais portas de entrada para os esporos são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de membros, ferimentos em áreas profundas mal vascularizadas ou, ainda, aqueles produzidos por agulhas em usuários de drogas injetáveis e lesões nasais ou sinusais, em usuários de drogas inalatórias. O período de incubação pode variar de 4 a 21 dias, com média de 7 dias.
4.4 Botulismo infantil - Este tipo de botulismo é uma forma de ocorrência intestinal mais frequente em crianças com idade entre 3 e 26 semanas, tendo uma das principais causas o consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. Os casos de botulismo infantil têm sido notificados na Ásia, Austrália, Europa, América do Norte e América do Sul. A incidência e a distribuição real não são precisas porque os profissionais de saúde, em poucas ocasiões, suspeitam de botulismo. Esta doença pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em lactentes.
4. SINTOMAS MAIS COMUNS
· Dores de cabeça;
· Vertigem;
· Tontura;
· Sonolência;
· Visão turva;
· Visão dupla;
· Diarreia;
· Náuseas;
· Vômitos;
· Dificuldade para respirar;
· Paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas;
· Comprometimento de nervos cranianos;
· Prisão de ventre;
· Infecções respiratórias.
6. COMPLICAÇÕES
A toxina botulínica afeta o controle motor e, por essa razão, pode levar a diversas complicações. Ela pode levar à insuficiência respiratória, que, no geral, é a forma mais comum de morte causada por botulismo. Outras complicações podem incluir:
· Dificuldade para falar
· Dificuldade para engolir
· Fraqueza de longa duração
· Fadiga
· Pneumonia por aspiração e infecção
· Problemas no sistema nervoso em geral
7. DIAGNÓSTICO
O processo de diagnóstico do botulismo geralmente começa com um exame físico feito pelo próprio médico no consultório. Nesta consulta, o profissional poderá pedir outros exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para completar a investigação e confirmar o diagnóstico. Podem ser realizados, também, exames de sangue para identificar a toxina no organismo e exame de fezes, além de exames laboratoriais no alimento suspeito de conter a bactéria transmissora de botulismo.
8. TRATAMENTO
O êxito do tratamento do botulismo está diretamente relacionado à oportunidade com que é iniciado e às condições do local onde será realizado. O tratamento deve ser realizado em unidade hospitalar que disponha de unidade de terapia intensiva (UTI), tendo em vista que diminuem as chances de óbito.
Basicamente, o tratamento da doença se baseia em dois conjuntos de ações: tratamento de suporte e tratamento específico que pode ser consultado em detalhes no Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica do Botulismo.
Tratamento de suporte: as medidas gerais de suporte e monitorização cardiorrespiratória são as condutas mais importantes no tratamento do botulismo;
Tratamento específico: visa eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produção, o C. botulinum, pelo uso do soro antibotulínico (SAB) e de antibióticos.
O Soro Antibotulínico é fornecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde mediante a notificação do caso suspeito em ficha específica.
Antes de iniciar o tratamento específico (com SAB), todas as amostras clínicas para exames diagnósticos devem ser coletadas.
9. RECOMENDAÇÕES
· Toda atenção é pouca, quando se trata de alimentos enlatados, em vidros, ou embalados a vácuo, porque a bactéria tem predileção por ambientes sem oxigênio. Não os consuma se notar qualquer irregularidade na embalagem, como lata enferrujada ou estufada ou água turva dentro dos vidros;
· O preparo de conservas caseiras deve obedecer rigorosamente aos cuidados de higiene para evitar a contaminação pelo Clostridium;
· Ferver os alimentos enlatados, especialmente palmito, ou as conservas antes de consumi-los, é uma boa dica para destruir toxinas liberadas pela bactéria;
· O mel pode ser um reservatório da bactéria do botulismo. Só consuma os fabricados por companhias idôneas.
10. NÚMERO DE CASOS
Imagem 1.
11. CONCLUSÃO
Podemos concluir que uma das principais maneiras de prevenção contra a infecção é ficar atento à higienização e conservação dos alimentos consumidos principalmente em crianças que precisam que os responsáveis fiquem mais atentos a essas situações. Casos de intoxicação botulínica sempre devem ser considerados como de emergência, mantendo o paciente em Unidade Tratamento Intensivo até sua recuperação. Para eliminar de vez a toxina botulínica é necessário administrar por via intravenosa o Soro Antibotulínico (SAP), em conjunto com antibióticosem horários receitados pelo médico.
12. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual, Botulismo. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/botulismo/#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,por%20paralisia%20da%20musculatura%20respirat%C3%B3ria> Acesso em 27 de abril de 2023 às 14h34min.
Ministério da Saúde. Botulismo. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo/sintomas> Acesso em 27 de abril de 2023 às 14h40min.
Ministério da Saúde. Diagnóstico do Botulismo. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo/diagnostico> Acesso em 27 de abril de 2023 às 14h45min.
Ministério da Saúde. Tratamento do Botulismo. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo/tratamento> Acesso em 27 de abril de 2023 às 15h04min.
Ministério da Saúde.Doenças infecciosas. Disponível em: https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/botulismo/> Acesso em 27 de abril de 2023 às 15h10min.
Mariela Tornese, M, et al. Epidemiología y factores de riesgo asociados al botulismo de los alimentos y al botulismo infantil: ¿Dónde y cuándo?. Revista chilena de infectología, fevereiro de 2008, Santiago, Chile. Disponível em: <https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0716-10182008000100004&script=sci_arttext>. Acesso em: 27 de abril de 2023 as 15h:12min.
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