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Botulismo

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Definição 
O botulismo alimentar ocorre pela ingestão de toxinas pré-
formadas pelo Clostridium botulinum, consideradas as mais 
potentes dentre as toxinas conhecidas. 
Doença neuroparalítica grave 
Não contagiosa 
Extrema gravidade: provoca distúrbios digestivos e 
neurológicos de evolução aguda 
Formas da doença 
Conservas caseiras 
Estão entre os alimentos que oferecem maior risco à 
população consumidora 
Embutidos 
 Embutidos e conservas caseiras que não sofreram 
tratamento térmico adequado, ou foram armazenados em 
condições que permitiram a germinação dos esporos do 
Clostridium botulinum 
Botulismo por feridas 
Botulismo infantil 
Também conhecido como botulismo de lactentes (associado 
à Síndrome de Morte Súbita do Recém-Nascido), ocorre em 
crianças muito jovens devido à absorção de toxina produzida 
in vivo, no intestino da criança. A ausência da microbiota de 
proteção permite a germinação de esporos de Clostridium 
botulinum ingeridos e a produção de toxina na luz intestinal. 
Associada ao consumo de mel contaminado, por isso este 
alimento não deve ser fornecido para crianças menores de 
dois anos. 
Botulismo alimentar 
 Ocorre pela ingestão da toxina pré-formada 
 Uma vez absorvida, a toxina é transportada via hematógena 
até neurônios sensíveis 
 
Botulismo por ferida, Colonização intestinal em adultos e 
botulismo infantil= a enfermidade ocorre pela infecção, 
multiplicação e produção de toxinas por microrganismos 
clostridiais em feridas ou no trato gastrintestinal 
 
Característica do agente etiológico 
Bacilo gram positivo 
Desenvolve-se em meio anaeróbio 
Produtor de esporos 
Toleram até 100° C por horas 
A germinação dos esporos nos alimentos é promovida por 
condições anaeróbicas (alimentos embalados ou lacrados) 
em que o pH é superior a 4,5, com uma elevada atividade de 
água. Assim, as células vegetativas produzem a toxina 
dentro do recipiente durante o armazenamento 
São descritos sete tipos de Clostridium botulinum (de A a G), 
que se distinguem pelas características antigênicas da 
neurotoxina que produzem, embora tenham ação 
farmacológica similar. 
Assim são conhecidas sete neurotoxinas sorologicamente 
distintas e altamente potentes 
Existem diferenças na epidemiologia da intoxicação pelos 
diferentes tipos de toxinas 
 Toxinas dos tipos A, B, E e F = causam doença humana (a do 
tipo G foi associada a alguns casos de morte súbita) 
Tipos C e D = são quase exclusivos de animais 
 
Patogenia 
As toxinas botulínicas são as mais potentes toxinas 
conhecidas 
Estas não atingem o sistema nervoso central devido à 
barreira hematoencefálica, não ocorrendo, portanto, 
perturbações de ordem central, permanecendo o paciente 
consciente durante a evolução do quadro. 
As toxinas atuam nas junções neuromusculares, provocando 
paralisia funcional motora sem a interferência com a função 
sensorial. 
Os efeitos farmacológicos das toxinas acometem 
principalmente os nervos periféricos, os quais têm a 
acetilcolina como mediador. As toxinas ligam-se na 
membrana nervosa bloqueando a liberação da acetilcolina, 
causando a paralisia flácida que evolui para a morte, devido 
à paralisia dos músculos respiratórios, sem o 
desenvolvimento de lesões histológicas. 
 
Ocorrência 
Surtos de botulismo são descritos em todos os continentes. 
O número de casos de botulismo e a letalidade têm 
diminuído devido à utilização do soro antitoxina botulínica, 
mas esta doença ainda permanece provocando riscos à 
Saúde Pública. 
No Brasil, o primeiro caso de botulismo notificado à 
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde 
ocorreu em 1999 e, até 2004, houve 41 casos suspeitos 
notificados, sendo confirmado um caso de botulismo por 
ferimento e 18 casos de botulismo alimentar. 
Em 1958= primeira epidemia de botulismo do Brasil, no 
Estado do Rio Grande do Sul, em que nove pessoas 
morreram após consumirem conserva caseira de peixe. 
Manifestações Clínicas 
Vômitos 
Diarreia, sendo mais comum a constipação 
Alterações da visão(visão turva, dupla, 
fotofobia) 
 Flacidez de pálpebras (ptose) 
 Modificações da voz e da fala (dislalia, 
disfonia,rouquidão, afonia, ou fonação lenta) 
Distúrbios da deglutição 
 Paralisia flácida ou flacidez muscular 
generalizada, sempre se manifesta de forma 
descendente e simétrica: da face, para o 
pescoço, membros superiores (MMSS) até 
membros inferiores (MMII). 
Dificuldades de movimentos, agitação 
psicomotora e outras alterações 
relacionadas com os nervos cranianos afetados, até 
provocar paralisia da musculatura respiratória e levar ao 
óbito,caso não receba a assistência adequada 
 
Diagnóstico diferencial 
Quadros neurológicos súbitos que se manifestam com 
paralisia flácida aguda descendente, em geral, pessoas 
hígidas, sem história anterior de doenças que poderiam 
causar quadros neurológicos semelhantes. Outras 
patologias também devem ser consideradas no diagnóstico 
diferencial: 
 1) Infecção alimentar pela bactéria Campylobacter que 
pode ser responsabilizada por quadros de paralisia flácida 
simulando a Síndrome de Guillain-Barré; 
2) Enterovírus e o vírus da poliomielite causando síndromes 
infecciosas com quadros neurológicos; 
3) Intoxicações origem alimentar como micetismo nervoso, 
micetismo coleriforme, favismo, síndrome de Kwok ou do 
“restaurante chinês”, mariscos e peixes tropicais, ciguatera 
poisoning (barracuda), triquinelose, ou de origem química 
por pesticidas clorados, pesticidas organofosforados, 
raticidas, etc.. 
4) Outros quadros neurológicos como meningoencefalites, 
polineurites, acidentes vasculares cerebrais, neurastenia, 
araneísmo, hipopotassemia, intoxicação por atropina ou 
beladona, intoxicação por álcool/embriagues, 
envenenamento por curare. 
Diagnóstico laboratorial 
Os testes consistem na análise de amostras clínicas (sangue, 
fezes e lavado gástrico) e bromatológicas, de sobras dos 
alimentos, na suspeita de botulismo alimentar, para 
detecção da toxina botulínica. 
 Atualmente a técnica utilizada é o bioensaio em 
camundongos com resultado moroso, que pode demorar 
até 96 horas. No caso de botulismo intestinal ou por 
ferimentos pode ser feito o isolamento do C. botulinum 
através da cultura de amostras de fezes ou tecido 
desbridados. 
Eletroneuromiografia 
Tem importante valor no diagnóstico por mostrar o 
comprometimento da membrana pré-sináptica na junção 
neuromuscular. Auxilia no diagnóstico diferencial, 
especialmente nos quadros onde a instalação foi rápida e de 
difícil diferenciação quanto à evolução ascendente ou 
descendente. É importante também, nos casos em que não 
foi possível a realização de testes para a identificação da 
toxina. 
 
Tratamento 
A assistência deve ser prestada o mais precoce possível, em 
hospital que possua unidade de terapia intensiva. 
Medidas gerais de suporte, monitorização 
cardiorrespiratória e assistência ventilatória quando 
necessária são as condutas mais importantes para o 
tratamento do botulismo. 
 O tratamento específico visa eliminar a toxina circulante 
que ainda não se fixou no sistema nervoso, e é feito com o 
soro antibotulínico. 
 
Prevenção 
Consiste basicamente em procedimentos capazes de evitar a 
germinação dos esporos, a multiplicação dos 
microrganismos e consequente produção de toxinas do 
Clostridium botulinum nos alimentos. 
Esterilização 
Conservação dos alimentos em temperaturas de 
refrigeração ou congelamento. 
Os alimentos enlatados cujas latas estejam estufadas devem 
ser imediatamente rejeitados e destruídos. 
Educação sanitária da população 
Crianças menores de dois anos não devem consumir mel. 
 
Ações de Vigilância Epidemiológica 
A suspeita de Botulismo deve ser notificada imediatamente 
ao Serviço de Vigilância Epidemiológica Regional, Municipal 
e Central. 
O botulismo de origem alimentar é considerado emergência 
em saúdepública, pois outras pessoas poderão vir a 
apresentar a doença, caso tenham ou venham a consumir do 
mesmo alimento. 
Atende as notificações, orienta tecnicamente os 
profissionais de saúde frente a suspeita de botulismo e para 
a liberação do soro antibotulínico. 
A investigação epidemiológica a partir da notificação deve 
cumprir os seguintes passos: 
1. Levantar a história do doente e de sua internação; 
2. Estabelecer o início preciso da doença e a progressão dos 
sinais e sintomas; 
3. Avaliar os resultados dos exames clínicos e neurológicos; 
4. Levantar a história de alimentos consumidos dentro de 
um período mínimo de 5 dias, relacionando-os por ordem 
de data de consumo em relação ao início dos sintomas; 
5. Acionar imediatamente a Vigilância Sanitária para coleta 
das sobras dos alimentos ingeridos para análises; 
6. Monitorar e acompanhar a evolução do paciente, de seus 
familiares, de pessoas próximas ou aqueles que tenham 
sido expostos aos mesmos alimentos; 
7. Preencher a Ficha de Investigação de Botulismo do SINAN 
e, quando surto, preenchimento da Ficha de Surtos de 
DTA (SINAN e Form. 05/DDTHA CVE), com envio imediato 
dos dados.

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