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Miomas Uterinos 1 🏪 Miomas Uterinos Tumor de células musculares lisas. São tumores hormônio-dependentes (do estrogênio E da progesterona). Porém, mulheres expostas constantemente ao estrogênio desenvolvem mais leiomiomas. O nome correto é leiomioma. São tumores não-capsulados, circunscritos (consigo ver todos os limites do mioma) e tem tecido fibroso. Está entre as principais indicações de histerectomia. Fatores de risco Idade. Peso (aumento da conversão de androgênios suprarrenais em estrona, tendo como resultado a elevação do estrogênio). Raça (mulheres de raça negra desenvolvem mais). Nuliparidade. Histórico familiar → parente de primeiro grau confere risco de 2,5x maior. Menarca precoce e menopausa tardia. Alimentação (pode ser fator de risco ou fator protetor) → Miomas Uterinos 2 comida gordurosa e carnes vermelhas aumentam a chance de mioma. Fatores de proteção Atividade fisica → pela liberação de endorfinas. Menarca tardia e menopausa precoce. Multiparidade (fator de proteção para o aparecimento de miomas). Se a mulher já tem o mioma, durante a gravidez ele pode crescer. Contraceptivos hormonais → mulheres que já têm mioma, tomando ACO ele parece não crescer mais. Alimentos → dimimuição da ingestão de gorduras e carnes vermelhas e aumento na ingestão de verduras. Tabagismo → a nicotina faz vasoconstrição, o que diminui o fluxo de sangue para o tumor; inibição da aromatase pela nicotina. Tipos de miomas Miomas 0, 1, 2, 3 e 2-5 causam SUA porque tem contanto com a cavidade endometrial. Miomas intramurais causam muita dor (pelo contato com o miométrio) e sangramento (pelo contato com o endométrio) → 2, 3 e 2-5. Miomas intramurais SEM contato com o endométrio não causam sangramento. Miomas intramurais causam muita dor porque a direção da força muscular gerada pelos nodos na parte superior do útero precisa passar por eles → vai doer o 2, 3, 4, 5 e 2-5 Miomas paridos são os miomas intracavitários pediculados, que podem exteriorizar pelo colo do útero → não é comum. Miomas Uterinos 3 Fisiopatologia São hormônio-dependentes. O estradiol faz a proliferação das células musculares e também atua na matriz extracelular (colágeno, proteoglicanos, fibronectina). A progesterona aumenta a atividade mitótica nas células musculares lisas (diminui a atividade mitótica APENAS no endométrio). Além disso, inibe a apoptose. 💡 Ação sinérgica entre estrogênio e progesterona que favorecem o crescimento do mioma. Estradiol age principalmente na fase I (maturaçao folicular). Quadro clínico SUA → miomas em contato com o endométrio (submucosos). Miomas Uterinos 4 Não há uma relação muito estabelecida, por isso deve-se considerar coagulopatias → DVW. Miomas 0 e 1 foram associados à anemia. Dismenorréia secundária. Sintomas compressivos (aumento do útero) → qualquer leiomioma pode causar sintomas compressivos, vai depender do tamanho e da localização. Dor pélvica acíclica → crônica. Dispareunia de profundidade (e não de entrada). Sintomas urinários e gastrointestinais → miomas serosos. Infertilidade e abortamento → os que causam isso são os miomas intracavitários. Dor pélvica aguda por torção dos miomas pedunculados. Os miomas podem causar intercorrências obstétricas → abortamento, RCIU e apresentação fetal anômala. Em resumo Submosos → causam SUA e abortamento. Intramurais → causam dor. Serosos → sintomas do TGI ou urinários se o tamanho for considerável. Degeneração dos miomas Necrobiose asséptica → infarto do mioma. Pode causar dor pélvica. Quando o mioma cresce muito, a vascularização não acompanha o crescimento, fazendo com que não chegue nutrientes no centro do mioma. Acontece durante a gravidez pelo bombardeamento de hormônios. ACO e análogos do GnRH também podem causar. Tabagismo pode gerar também. Diagnóstico Anamnese → avaliar queixas da paciente. Miomas Uterinos 5 Exame pélvico tumores no hipogástrio. bocelamento (nodulação de vários miomas). consistência fibroelástica (firme). mobilidade laterolateral (movimentar o colo do útero também movimenta o mioma). tumores subserosos e intramurais podem ser diagnosticados somente pelo exame físico. útero aumentado, irregular, firme e indolor à palpação. Exames de imagem USG via abdominal ou vaginal. Uso por via abdominal em paciente que nunca teve relaçoes sexuais ou em miomas muito volumoso. Miomas Uterinos 6 RM Peço em úteros muito grandes e quando preciso saber as relações do mioma com o endométrio, miométrio ou serosa. Útil para diferenciação de benignidade para malignidade (leiomiossarcoma) → para isso utiliza-se o contraste (gadolíneo). Histeroscopia Apenas para visualizar miomas em contato direto como endométrio → submucosos. Esse exame serve como diagnóstico e tratamento, porque posso tirar o mioma dentro da cavidade. Miomas Uterinos 7 NÃO há necessidade nenhuma em fazer esse exame para pacientes com miomas serosos. Tratamento A escolha do tratamento depende da idade, dos sintomas, se há desejo reprodutivo, achados do exame físico, exames de imagem, estado hormonal, doenças concomitantes, exames laboratoriais. Clínico Uso em miomas pequenos e quando a paciente não tem sintomas exuberantes. AINES. Ácido tranexâmico → agente antifibrinolítico que pode ser utilizado no tratamento da menorragia. 1,3g 3x ao dia de 3 a 5 dias durante o sangramento menstrual. Anticoncepcionais orais combinados de uso contínuo; Implante. Androgênios → gestrinona. Miomas Uterinos 8 Análogos agonistas do GnRH → inibe FSH → inibe hormônios → diminui o volume do útero, dos miomas e sangramento. A administração é mensal. Posso usar por no máximo 6 meses, porque pode causar hipogonadismo hipogonadotrófico → paciente vai ter sintomas de menopausa (perda óssea, perda muscular, onda de calor). Há a possibilidade de continuar o tratamento se associar baixas doses de estrogênio e progestágenos. A redução do tamanho do útero ocorre principalmente durante os 3 primeiros meses de tto. A interrupção do tto a menstruação retorna entre 4 a 8 semanas e o tamanho do útero volta ao que era em 4 a 6 meses. Acetato de ulipristal → diminuição de sangramento e redução do tamanho dos miomas. O mioma geralmente não some, só diminui um pouco de volume ou permanece igual. Cirúrgicos → condições clínicas graves ou obstrução ureteral Miomectomia → retirada do mioma. Por via histeroscópica, quando o mioma está dentro da cavidade endometrial. Por via laparoscópica, quando intramural e serosos. Por essa via o mioma não pode ser tão volumoso. Por via de laparotomia → cirurgia aberta usada em miomas muito volumosos. Pede-se a paciente para engravidar somente após um ano depois do procedimento (se esse for o desejo). Histerectomia → MUITO importante considerar o desejo reprodutivo. Não-cirúrgicos Embolização das artérias uterinas. Não é procedimento de ginecologista e sim de cirurgiões vasculares com especialização em endocirurgia. Cateteriza a artéria uterina e joga as microbolhas na parede do mioma, diminuindo ou inibindo o fluxo que nutre o mioma. Faz o que a necrobiose faz, gera a necrose do interior do mioma. Alto custo. Miomas Uterinos 9 Excelente procedimento para quem tem condições. Em 6 meses eles diminuem e ficam praticamente assintomáticos. Ultrassom guiado por RM. Ultrassom focado de alta intensidade(HIFU) → só há dois aparelhos desse no Brasil - na UFRJ e no sírio-libanês. Paciente em decúbito ventral e o transdutor envia o som do transdutor para “queimar” o mioma. Miomas e menopausa Como ele é hormônio dependente, ele diminui após a menopausa.
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