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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL A assistência pré-natal engloba aplicação individualizada de condutas clínico-obstétricas protocolares ao longo de todo o período gestacional. É uma estratégia interdisciplinar de atendimento profissional, que otimiza o alcance e a manutenção da integridade das condições de saúde materna e fetal. Os objetivos básicos da assistência pré-natal são: ❖ Orientar os hábitos de vida. ❖ Assistir a gestante psicologicamente. ❖ Preparar a gestante para a maternidade, instruindo-a sobre o parto, dando-lhe noções de puericultura. ❖ Evitar o uso de medicação e de medidas que se tornem prejudiciais para o feto. ❖ Tratar os pequenos distúrbios da gravidez. ❖ Realizar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças próprias da gravidez ou nela intercorrentes. Em seu conjunto, envolve avaliação clínica e procedimentos complementares de laboratório direcionados ao binômio materno- fetal. As atenções se voltam ao equilíbrio emocional em sentido amplo, familiar, social, econômico e emocional, em paralela orientação nutricional fundamentada e criterioso seguimento periódico direcionado às adaptações do organismo, às imposições do estado gravídico e ao desenvolvimento do concepto. O tratamento das intercorrências da gestação deve ser realizado com a classificação de risco gestacional, que deve ser realizada na primeira consulta e nas subsequentes. Dentre os fatores de risco gestacional, tem-se: ❖ Antecedente de óbito fetal. ❖ Morte neonatal. ❖ Aborto espontâneo recorrente. ❖ Crescimento fetal restrito. ❖ Macrossomia fetal. ❖ Intercorrências clínicas ou cirúrgicas em gestação anterior. Na gestação atual, poderemos ter como fatores de risco: ❖ Gravidez na adolescência ou acima dos 40 anos. ❖ Gravidez múltipla. ❖ Aloimunização Rh. ❖ Hemorragia vaginal. É importante também avaliar os antecedentes clínicos, tais como: ❖ Diabetes tipo 1. ❖ Nefropatia. ❖ Cardiopatia ou outras doenças. Em outras palavras, no primeiro atendimento o objetivo primário é enquadrar a paciente em baixo ou alto risco; durante o seguimento pré-natal, essa situação poderá ser modificada. REGISTRO DO PRÉ -NATAL A padronização dos registros permite que haja comunicação e continuidade nos cuidados proporcionados, além de avaliações objetivas da qualidade da atenção ao longo do tempo. DEFINIÇÕES Nuligrávida -> mulher que não esteja nem jamais tenha estado grávida. Grávida -> mulher que esteja grávida ou que tenha estado no passado, independente da evolução da gestação. ❖ Primigrávida -> quando se trata da 1ª gestação. ❖ Multigrávida -> sucessivas gestações. Primípara -> mulher que tenha parido uma única vez feto(s) nascido(s) vivo(s) ou morto(s) com IG estimada de 20 semanas ou mais. Multípara -> mulher que tenha completado 2 ou mais gestações com 20 semanas ou mais. A paridade é determinada pelo número de gestações que tenham atingido 20 semanas. DURAÇÃO NORMAL DA GRAVIDEZ A duração normal da gestação, calculada desde o 1º dia do último período menstrual normal, aproxima-se de 280 dias/40 semanas. Porém, a duração do ciclo menstrual varia entre as mulheres, e faz com que esses cálculos não sejam acurados. ❖ US no 1º trimestre é o método mais acurado para estabelecer ou confirmar a IG. Regra de Naegele -> é uma estimativa rápida da DPP. Pode ser feita somando-se 7 ao dia da última menstruação e subtraindo-se 3 meses. TRIMESTRES ❖ 1º trimestre -> estende-se até o final de 14 semanas. ❖ 2º trimestre -> até 28 semanas. ❖ 3º trimestre -> de 29-42 semanas. Cada trimestre é formado por 14 semanas. Determinados problemas obstétricos tendem a se concentrar em cada um desses períodos: ❖ 1º trimestre -> abortamentos espontâneos. ❖ 3º trimestre -> maior parte das mulheres com distúrbio hipertensivo causado pela gravidez é diagnosticada nesse período. APG 22 - PRÉ-NATAL Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Como o conhecimento exato da idade fetal é importante para o manejo obstétrico ideal, a unidade clinicamente adequada é a de semanas de gestação completas. ❖ Mais recentemente, os médicos definem a IG usando as semanas completas e os dias. ANAMNESE É o momento em que se obtém informações detalhadas de aspecto social e clínico e de antecedentes familiares. A utilização de fichas padronizadas de atendimento e/ou prontuários informatizados auxilia na coleta das informações que serão úteis na avaliação dos riscos gestacionais. IDENTIFICAÇÃO Nome -> Deve ser salientada a importância do nome correto da paciente em toda a documentação do prontuário. No entanto, é importante verificar qual é a forma preferencial de identificação da gestante, utilizando-a durante os atendimentos. Idade -> é pesquisada neste item, considerando gestantes de risco gestacional: ❖ <19 anos -> uso de drogas, maiores taxas de processos hipertensivos e prematuridade, bem como menor adesão ao pré-natal. ❖ >35 anos -> aumento do risco de alterações fetais ligadas às alterações genéticas e cromossômicas, além da predisposição à HAS. Raça -> algumas complicações clínicas e gestacionais apresentam maior incidência de acordo com a cor da pele e descendência racial. ❖ Negras -> pré-eclâmpsia e anemia falciforme. ❖ Amarelas -> degeneração trofoblásticas. Atividades laborais -> precisam ser averiguadas, já que, algumas delas são consideradas de risco gestacional e fetal (ex.: manuseio de produtos tóxicos). Situação conjugal -> é importante saber o grau de segurança emocional que o relacionamento proporciona à mulher. Detectar o grau de conforto e segurança da gestante com o relacionamento atual, se há aceitação da gravidez, sustentabilidade financeira do casal e da família. Escolaridade -> espera-se maior entendimento das orientações pré- natais entre mulheres com mais anos de escolaridade. O risco de haver dificuldades no entendimento dessas orientações pode ser maior entre aquelas com menor escolaridade. Naturalidade e procedência -> contém informações relevantes principalmente no que se refere às infecções e infestações. QUEIXAS ATUAIS OU MOTIVO DA CONSULTA História atual -> perguntar sobre a percepção da paciente a respeito de sua saúde atual, sua certeza de gravidez e buscar eventuais queixas. Havendo queixas, devem ser registradas e pesquisadas ao longo da consulta. ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS E HÁBITOS É preciso averiguar condições de nascimento e infância, desenvolvimento puberal, doenças comuns da infância, vacinações, alergias, cirurgias (gerais e pélvicas), transfusões de sangue, anestesias, tratamentos clínicos prévios à gestação e no decorrer da gravidez atual, doenças infectocontagiosas, desvios nutricionais, alergias, reações medicamentosas, uso crônico de medicamentos prescritos e hábitos nocivos à saúde. Aqui também se devem avaliar o nível de estresse do casal, a aceitação da gravidez e sinais indicativos de depressão. Identificar também o uso de drogas lícitas e ilícitas. ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS ❖ Cirurgias prévias no útero -> atentar-se para cirurgias que deixam cicatriz uterina, fragilizando o útero para um novo processo gestacional (leiomioma, cesárea, rafia). ❖ Insuficiência lútea. ❖ Perdas gestacionais prévias. ❖ Insuficiência cervical. ❖ Trabalho de parto pré-termo. ❖ Pré-eclâmpsia. Características do ciclo menstrual -> na dependência dessa informação é possível validar com elevada confiabilidade a DUM como marco balizador no cálculo da IG e DPP. Uso de métodos anticonceptivos e programação da gravidez -> também são importantes, pois podem indicar uma gravidez não programada. Parcerias sexuais -> pode ser um indicativo da necessidade de aprofundar os questionamentos sobre IST’s e os tratamentos realizados. Há necessidade de complementar esse item com a históriade tratamento do parceiro sexual. ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS Informações importantes sobre o passado obstétrico: ❖ DUM. ❖ Número de gestações e intervalo entre elas. ❖ Evolução do pré-natal (aborto, DM, parto pré-termo, restrição de crescimento intrauterino ou baixo peso ao nascer, pré- eclâmplsia/eclampsia, anomalias congênitas no RN, óbito fetal ou neonatal). ❖ Via do parto (se cesárea, qual foi a indicação e quanto tempo foi realizada, tempo do trabalho de parto, condições do RN e evolução neonatal). Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ANTECEDENTES FAMILIARES Deve-se tentar identificar se existem familiares hipertensos, diabéticos, com doenças autoimunes, cardiopatas, parentes de 1º grau que apresentaram pré-eclâmpsia/eclampsia, gemelaridade, distócias no parto e doenças infectocontagiosas. INFORMAÇÕES SOBRE OS DIVERSOS APARELHOS E SISTEMAS ❖ Digestório -> azia, refluxo e obstipação intestinal. ❖ Urinário -> nictúria, polaciúria. ❖ Musculoesquelético -> dor lombar e câimbras. ❖ Neurológicas -> cefaleia e distúrbios do sono. ! Explicar à gestante que essas mudanças são fisiológicas a deixará mais tranquila. Porém, mesmo sendo fisiológicas, elas precisam ser dimensionadas quanto à intensidade. Queixas respiratórias e cardíacas -> devem ser registradas e, se possível, avaliadas por um especialista. Queixas obstétricas -> as mais comuns são as perdas vaginais e as cólicas. É importante indagar sobre movimentação fetal. EXAME FÍSICO Na 1ª consulta do pré-natal, o exame físico tem 2 papéis básicos: ❖ Buscar anormalidades não mencionadas durante a anamnese. ❖ Conferir as alterações indicadas no interrogatório. EXAME FÍSICO GERAL A aferição do pulso, da PA e da presença de edema é item obrigatório nessa fase do exame -> para medir a PA, a paciente deve estar sentada há pelo menos 5min, com o antebraço direito apoiado na altura do precórdio, com o manguito colocado de 3-5cm acima da prega cubital. EXAME FÍSICO ESPECIAL Sistema Tegumentar -> avalia-se a presença de alterações na pele. A maioria das alterações da pele durante a gravidez consiste em modificações funcionais decorrentes do processo gestacional. ❖ Mesmo que essas alterações não ocorram, a gestante deve ser lembrada da possibilidade do surgimento. Em seguida, avalia-se mucosa ocular, presença de varizes nos MMII, ausculta cardíaca e ausculta pulmonar. Sistema Digestivo -> a paciente pode deitar-se, procedendo-se a inspeção da cavidade oral e palpação abdominal. ! Exame do ânus para verificar a presença de hemorroidas pode ser realizado no exame físico gineco-obstétrico. EXAME DAS MAMAS Modificações importantes -> proliferação das glândulas, aumento do volume, edema, vasodilatação (rede venosa de Haller), aumento da pigmentação da aréola primária, aparecimento da aréola secundária e hipertrofia dos tubérculos de Montgomery. ❖ Avaliar se os mamilos estão invertidos ou não, pois vai ditar as orientações sobre cuidados com as mamas e amamentação. Deve-se verificar cicatrizes e fazer associação com as informações da anamnese. O exame das mamas inicia-se com inspeção estática, seguida da inspeção dinâmica. A palpação das glândulas mamárias e do segmento axilar é fundamental. Em seguida, procede-se a expressão mamária. ! É importante que a mulher receba todas as orientações sobre as vantagens do aleitamento materno e o manejo do aleitamento. EXAME PÉLVICO Inspeção -> verifica-se detalhes da anatomia genital (malformações, rupturas, cicatrizes), alterações de coloração, lesões vegetantes e ulcerações. Deve ser ampliada, avaliando também o períneo e a região anal. Exame com espéculo vaginal -> permite avaliar as paredes vaginais, características físicas do conteúdo vaginal e o colo uterino, verificando a eventual presença de lesões. Na sequência, orienta-se a coleta de exames, de acordo com os protocolos de cada serviço. Nesse caso, é necessário saber quais exames estão acordados com o gestor local. O único exame laboratorial cérvico-vaginal orientado pelo MS é o colpocitológico (Papanicolaou), para o qual não há restrição de coleta durante a gravidez. EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO Faz parte do exame físico obstétrico o exame do abdome -> inspeção, palpação, mensuração da altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Inspeção -> buscam-se alterações de coloração (linha nigrans), de estrias, cicatrizes, tensão (polidrâmnio) e outras alterações. Palpação -> completa-se o exame do aparelho digestivo tentando a palpação do fígado, do baço e de possíveis massas abdominais intestinais. MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA Visa o acompanhamento do crescimento fetal e a detecção precoce de alterações. Reflete com relativa exatidão o desenvolvimento fetal intraútero após a 16ª-18ª semana. Para sua realização, a gestante deve permanecer em decúbito dorsal, com o útero na linha média e a bexiga vazia. A fita métrica deverá ser estendida do bordo superior da sínfise púbica até o fundo uterino, delimitado pela borda cubital da mão esquerda durante a 1ª manobra de Leopold-Zweifel (sem comprimir o fundo uterino). ❖ Durante esse tempo, é preciso cuidado para definir com exatidão o fundo uterino antes de sua mensuração. ❖ A anotação das medidas da AU em gráfico específico no cartão pré-natal proporciona uma visão do desenvolvimento fetal nas curvas dos percentis 10, 50 e 90. Consideram-se normais variações dos BCF entre 110-160 bpm, os quais não guardam nenhuma sincronia com os batimentos cardíacos maternos -> essas variações podem ser aferidas utilizando o sonar Doppler, que detecta BCF a partir da 12ª semana, exceto em obesas. ❖ Para aferição dos BCF em IG mais precoces, o exame ecográfico é o melhor recurso. Complementa-se o exame físico obstétrico com o toque vaginal (na maioria das vezes, bidigital), combinado com a palpação uterina. No início da gravidez ele permite detectar eventual encurtamento cervical e dilatação não detectada no exame com espéculo vaginal. VACINAÇÃO A vacinação nas mulheres em idade reprodutiva deve estar idealmente completa antes da gestação, para que a mãe e o feto usufruam da imunização. Anticorpos IgG atravessam a placenta e conferem proteção passiva à criança até aproximadamente os 15 meses. Esses anticorpos também são transmitidos pelo leite materno. As vacinas indicadas na gestação são: Gripe A e sazonal -> é segura em qualquer IG, e gestantes são consideradas grupo de risco para infecção respiratória grave, devendo ter preferência nos programas de vacinação. Hepatite B -> O esquema completo é de 3 doses, iniciando a partir do 1º trimestre e podendo estender-se até após o parto. dT (difteria e tétano) -> o esquema de vacinação completo da é de 3 doses, devendo ser reforçada a cada intervalo de 5 anos. dTpa (difteria, tétano e coqueluche) -> deve ser recomendada, não importa o intervalo de tempo da última dose de dT, pois é essa a vacina que vai proteger contra a coqueluche no RN. ❖ Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada gestação, independentemente de terem tomado anteriormente. ❖ MS recomenda a dTpa entre a 27-36ª semana de gestação, período que gera maior proteção ao RN, com efetividade de até 91%. Entretanto, a dose também pode ser administrada até, no máximo, 20 dias antes da DPP. As vacinas contra Pneumococcus, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e a vacina antirrábica podem ser aplicadas na gestação. As vacinas atenuadas (bactérias ou vírus enfraquecidos) apresentam risco teórico de contaminação do feto, sendo contraindicadas na gestação. EXAMES COMPLEMENTARES DO PRÉ-NATAL EXAMES LABORATORIAIS TIPO SANGUÍNEO E PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES A tipagem sanguínea e o fator Rh precisam ser solicitados na 1ª consulta depré-natal a todas as gestantes, com o intuito de identificar eventual incompatibilidade Rh no casal e prevenir a aloimunização perinatal. Se a gestante for Rh-negativa -> deve ser solicitado em seguida o teste de Coombs indireto, a fim de identificar sensibilização prévia. ❖ Se este for negativo, a partir da 24ª semana, deve-se repeti-lo mensalmente. ❖ Se for positivo, considerar gestante previamente aloimunizada e seguir conduta específica. Em gestantes com história prévia de transfusão sanguínea, mesmo sendo Rh+, devem ser também solicitados Coombs indireto e pesquisa de anticorpos irregulares, pois pode ter havido aloimunização por outros antígenos. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA HEMOGRAMA O hemograma deve ser solicitado na 1ª consulta pré-concepcional ou pré-natal com objetivo de avaliar os níveis de Hb e hematócrito. ❖ Há queda de cerca de 2 pontos na concentração de Hb em torno do fim do 2º trimestre e início do 3º trimestre da gestação. ❖ Valores de Hb <11 g/dL ou de Ht <33%, em qualquer período gestacional, indicam anemia. Na gestação, é esperada leucocitose à custa do aumento dos neutrófilos, com a contagem total de leucócitos não excedendo 14000/mm³. SOROLOGIAS Sífilis e VDRL -> é obrigatório em todo o pré-natal. Deve ser solicitado um teste de VDRL na 1º consulta, o qual deve ser repetido no 3º trimestre. Devido ao aumento dos casos de sífilis congênita no Brasil, o MS tornou obrigatório repetir a testagem em todas as gestantes no momento do parto. ❖ Se o teste realizado for o VDRL e este for positivo, deve-se solicitar um teste treponêmico a fim de descartar falsos- positivos. ❖ Sífilis na gestação e sífilis congênita são doenças de notificação compulsória pelo Sinan. Toxoplasmose -> a investigação laboratorial deve começar pela detecção de IgM e IgG. Para gestantes suscetíveis (IgG e IgM negativas), o acompanhamento sorológico deve ser mensal até 36 semanas. ❖ Gestantes com IgM negativa e IgG positiva são consideradas imunes e não necessitam da repetição do exame. ❖ Gestantes com IgG e IgM positivas no 1º trimestre, deve ser realizado o teste de avidez para determinar se a infecção ocorreu antes/durante a gestação. Rubéola -> é realizado pela pesquisa de IgG e IgM. Se IgM for positiva, a paciente deve ser encaminhada para avaliação de medicina fetal. Se a sorologia for negativa, ela é considerada suscetível e deve ser orientada para que, mediante exposição suspeita, repita a sorologia quantitativa e seja vacinada no puerpério. Hepatite B -> o exame deve ser realizado na 1ª consulta do pré- natal, independentemente da IG. Se a gestante for negativa, e o anti-HBs for não reagente, recomenda-se a imunização antes ou durante a gestação, em qualquer trimestre. Se o anti-HBs for reagente, não há mais necessidade de repetir o teste ao longo da gestação, uma vez que a gestante já está imunizada. ❖ Gestantes com HBsAg reagente devem ser encaminhadas no parto para unidades obstétricas que assegurem a administração de vacina e da Ig específica para o vírus da hepatite B ao RN. Hepatite C -> se a pesquisa for positiva, é recomendada a realização de um teste confirmatório. A sorologia é repetida quando há exposição a risco de infecção. HIV -> deve ser realizada na 1ª consulta do pré-natal a fim de identificar gestantes soropositivas e iniciar o tratamento para diminuir a carga viral e o risco de transmissão vertical. Se negativo, deve-se repetir o teste no 3º trimestre e no momento da internação hospitalar. ❖ Se o teste rápido for negativo, encerra-se a investigação naquele momento e repete-se no 3º trimestre e no momento da internação hospitalar. ❖ Se o resultado for positivo, repete-se sequencialmente; se confirmar positividade, inicia-se o aconselhamento e o tratamento. ❖ Se os resultados forem discordantes/indeterminados, segue- se a investigação. ! O pré-natal da gestante soropositiva deve ser diferenciado, incluindo avaliação clínica mais especializada e preferencialmente acompanhada por um infectologista. GLICEMIA EM JEJUM E TTGO DE 75g Glicemia de jejum <92mg/dL são considerados normais -> recomenda-se o TTGO entre 24-28 semanas. Os valores de normalidade da curva glicêmica são: ❖ Jejum: <92mg/dL. ❖ 1h após sobrecarga: <180mg/dL. ❖ 2h após sobrecarga: <153mg/dL. Glicmia em jejum entre 92-125mg/dL definem o diagnóstico de DM gestacional, enquanto valores de 126mg/dL ou mais são considerados alterados e determinam o diagnóstico de DM não diagnosticado previamente à gravidez. ❖ Nessa situação, solicita-se a HbA1C (hemoglobina glicada) com objetivo de avaliar o risco de malformação fetal e confirmar o diagnóstico de DM -> se HbA1C >6,5%, confirma-se DM. HORMÔNIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE (TSH) O rastreamento de tireoidopatias na gestação é realizado a partir da dosagem desse hormônio. Caso haja alteração, a pesquisa é completada com dosagem de T4. URINA TIPO I E UROCULTURA São avaliadas as característica gerais, a presença de elementos anormais e a microscopia do sedimento. Tem objetivo de rastreamento da bacteriúria assintomática. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA Pode ser colhida rotineiramente na 1ª consulta, independente de outras queixas e sem riscos para a gestação. Essa coleta permite também que o obstetra observe se há ectopia ou outras lesões cervicais, vaginais/vulvares. No caso de serem observadas quaisquer alterações macroscópicas e/ou na presença de alterações celulares à citologia, o estudo colpocitológico é complementado por colposcopia e vulvoscopia, com a realização de biópsia dirigida quando necessário. CULTURA PARA STREPTOCOCCUS AGALACTIAE (GRUPO B) O Streptococcus do grupo B faz parte da flora gastrointestinal e está presente na vagina/ânus de 10-30% das gestantes de forma transitória, intermitente ou crônica. Sua importância se deve à alta taxa de complicações no RN relacionadas às gestantes colonizadas. ❖ A transmissão vertical chega a 50% nos RN na primeira hora de vida, quando a gestante apresenta cultura vaginal/anal positiva durante o pré-natal. ❖ Mais da metade dos casos de sepse neonatal grave em RN a termo tem o Streptococcus do grupo B como responsável. Recomenda-se a realização do exame em todas as gestantes entre 35-37 semanas de gestação para que seja realizada a profilaxia da infecção neonatal antes do parto. ULTRASSONOGRAFIA (US) É uma ferramenta indispensável na assistência pré-natal. Entre os principais benefícios da US obstétrica, estão: ❖ Datação correta da gestação. ❖ Diagnóstico da gestação não evolutiva. ❖ Diagnóstico precoce da gestação múltipla. ❖ Detecção de malformações fetais. ❖ Diagnóstico de alterações placentárias, do cordão umbilical e do crescimento fetal. ALIMENTAÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO DA GESTANTE Estado nutricional -> deve ser avaliado preferencialmente no período pré-concepcional, e as modificações alimentares necessárias também devem ser iniciadas antes da gestação. ❖ Estado nutricional materno adequado é um fator importante na redução da morbidade e a mortalidade materno-infantil. A incidência de complicações na gestação é maior nos extremos do ganho de peso. Ganho de peso inferior ao ideal para a faixa de IMC está associado à restrição do crescimento fetal e ao parto prematuro; os ganhos superiores estão associados à macrossomia fetal e aumento de 2x nas taxas de cesáreas. RECOMENDAÇÕES GERAIS Na avaliação pré-concepcional e a cada consulta de pré-natal, deve- se encorajar a mulher a: ❖ Consumir uma variedade de alimentos para obter o valor calórico energético e os nutrientes necessários, bem como a meta ideal de ganho ponderal. ❖ Priorizar frutas e vegetais frescos adequadamente higienizados, carnes magras. ❖ Evitar bebidas alcoólicas, tabagismo e drogasilícitas. NECESSIDADES CALÓRICAS As calorias constituem-se no fator nutricional isolado mais importante para a determinação do peso da criança ao nascimento. A ingesta recomendada consiste em média a 30kcal por dia do peso magro, flexibilizando o aumento da ingesta calórica em 340kcal por dia no 2º trimestre e 452kcal no 3º trimestre. (FREBASGO) ❖ Necessidades calóricas específicas são baseadas em IMC pré- gestacional, idade materna, trimestre, ganho de peso e atividade física. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA O ganho adequado de peso na gestação pode ser utilizado como indicador de ingesta energética suficiente. As recomendações para ganho de peso seguem como base o peso pré-gravídico: MACRONUTRIENTES Proteínas -> a unidade feto-placentária consome aproximadamente 1kg de proteína durante a gestação, a maior parte dessa exigência se dá no 2º e 3º trimestre. Para cumprir essa exigência, a gestante deve ingerir 1,1g/kg por dia de proteína. ❖ Do total do aporte calórico diário, 10-35% devem ser reservados às proteínas, com um aporte adicional de 25g/dia a partir do 2º trimestre. Preferencialmente, as proteínas são supridas de fontes animais, como carne, leite, ovos, queijos, frango e peixe. Esses alimentos fornecem aminoácidos em combinações ideais. O leite e seus derivados são considerados fontes ideais de nutrientes, em especial de proteínas e cálcio, para gestantes ou lactantes. Lipídios -> a ingesta de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa é benéfica para o desenvolvimento fetal e tem tendência a benefício modesto na redução de nascimentos pré-termos. ❖ Reserva-se a sua ingesta a cerca de 20-35% da composição dietética diária. Carboidratos -> a recomendação diária durante a gestação é de 175g/dia. A ingestão diária deve corresponder a aproximadamente 45-65% da composição nutricional diária. MICRONUTRIENTES VITAMINA A Os retinoides da vitamina A são essenciais para o crescimento, desenvolvimento e reprodução, tendo papéis importantes na visão, embriogênese, espermatogênese, desenvolvimento da pele, regulação do sistema imune e na diferenciação das células epiteliais. Na gestação, tanto a ingesta deficiente quando a ingesta excessiva dessa vitamina estão associadas com defeitos congênitos. Na deficiência dessa vitamina, há risco de morbidade e mortalidade em curto e longo prazo no período puerperal associados a processos infecciosos. Acredita-se que a exposição fetal à hipovitaminose A possa predispor a autismo infantil. Por outro lado, convém reforçar que níveis elevados de vitamina A na gestação são considerados teratogênicos. ❖ Dose entre 10000-25000 UI de vitamina A expõe o feto a maior risco teratogênico (FREBASGO). A ingestão de vitamina A na gestação deveria ser limitada às recomendações diárias preconizadas. As principais fontes de vitamina A são óleo de fígado de peixe, carnes e produtos animais, cenoura, brócolis, espinafre, beterraba, melancia e tomate. VITAMINA B1 (TLAMINA) Atua como coenzima no metabolismo dos carboidratos e aminoácidos, desempenhando função importante na conversão da glicose sanguínea em energia. Além disso, participa de reações metabólicas fundamentais no tecido nervoso, coração, formação de hemácias e manutenção da musculatura lisa e esquelética. ❖ A recomendação diária é de 1,4mg. ❖ Principais fontes -> carne de porco, legumes e cereais. VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA) É essencial para a produção de energia no organismo e na produção da glutationa (antioxidante). Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Por não ser armazenada em quantidades significativas no organismo, precisa ser continuamente reposta por meio da alimentação. Sua deficiência produz efeitos sobre a pele e mucosas. ❖ Recomenda-se o consumo diário de 1,4mg. ❖ Principais fontes -> derivados lácteos, carnes, frutas e cereais. VITAMINA B3 (NIACINA) Participa do metabolismo energético corporal, atuando em conjunto com outras vitaminas e minerais. Sua deficiência é caracterizada por alterações na pele e lesões nas mucosas (pelagra). ❖ Recomenda-se o consumo diário de 18mg. ❖ Principais fontes -> carne, peixes e cereais. VITAMINA B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO) Desempenha funções metabólicas associadas à oxidação dos ácidos graxos livres e colesterol e na síntese de esteróis, destacando-se as relacionadas à produção de hormônios da glândula adrenal e à produção de energia. Sua deficiência pode causar dor abdominal, vômitos, câimbras, sensação de queimação nos calcanhares, fadiga, insônia e sinais de redução da imunidade. ❖ Principais fontes -> carnes, batata, ovos, tomates e cereais não refinados. VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) É essencial na biossíntese de ácido nucleico e proteínas e necessária para o funcionamento de inúmeras enzimas. É a única entre as vitaminas do complexo B que participa do metabolismo dos 3 macronutrientes. Auxilia na multiplicação de todas as células e na produção de hemácias e de células do sistema imune. É importante para o funcionamento do receptor N-metil-D-aspartato, necessário para o processo de aprendizado e memória. VITAMINA B9 (ÁCIDO FÓLICO) Tem papel fundamental na síntese do ácido nucleico e proteínas, modulando a competência e resistência do sistema imune a infecções. ❖ Principais fontes -> vegetais verdes, vísceras, levedo de cerveja, carnes, arroz, feijão e laranja. A suplementação de ácido fólico é associada a redução de riscos de defeitos do fechamento do tubo neural (DTN) -> espinha bífida, anencefalia e encefalocele. Recomenda-se que mulheres que planejam gestar devam ser informadas dos benefícios na redução de DTN conseguidas com a utilização de suplementação com ácido fólico de pelo menos 400mcg/dia 1 mês antes da concepção até 12 semanas de gestação. O uso do ácido fólico nas doses tradicionais de 0,4-0,8 mg/dia na periconcepção se associa à redução em 44% de casos de crianças com desordens do espectro do autismo, enquanto a redução de casos de autismo é da ordem de 68% com o uso do ácido fólico materno durante a gestação. VITAMINA B12 (CIANOCOBALAMINA) Atua na formação de hemácias, na síntese de DNA e para o equilíbrio do sistema nervoso, sendo essencial para a síntese de proteínas, fosfolipídios e neurotransmissores. Até 90% dos pacientes com deficiência de B12 apresentam complicações neurológicas que nem sempre são revertidas com a administração dessa vitamina. A sua deficiência em crianças associa-se a um padrão clínico de irritabilidade, anorexia e déficit de crescimento físico e mental. Reduzidos níveis de vitamina B12 nos primeiros anos de vida da criança podem causar prejuízo no desenvolvimento cognitivo e da fala. ❖ Principais fontes -> fonte animal. ❖ Vitamina B12 injetável e oral (1mg/dia) são métodos efetivos de reposição. COLINA É um nutriente essencial que está envolvida em processos metabólicos associados à transmissão nervosa, por meio da ACh; à estrutura das membranas celulares e no transporte de gorduras no fígado, por meio da fosfatidilcolina. A deficiência desse nutriente pode contribuir para o desenvolvimento de doenças, deficiência no crescimento e problemas de memória. ❖ Principais fontes -> alimentos de origem vegetal/animal (carnes bovinas, fígado, peixes, amendoim, ovos, feijão, leite, soja, lentilha). Durante a gravidez e a lactação, a reserva materna de colina encontra-se diminuída, já que grandes quantidades desse nutriente são necessárias para divisão celular, expansão e síntese de lipoproteínas. Na gestação, a colina é necessária para a produção da lipoproteína fosfatidilcolina, que atua no desenvolvimento cerebral do feto, em especial na área do hipocampo e encéfalo frontal, antes e após o nascimento. VITAMINA C (ÁCIDO ASCÓRBICO) Atua como antioxidante, participa na síntese de colágeno, biossíntesede norepinefrina e modulação do metabolismo da tirosina; e auxilia no aumento da absorção do ferro. ❖ Principais fontes -> frutas e verduras. ❖ A dieta sozinha é bastante capaz de suprir as necessidades de vitamina C durante a gestação e sua suplementação não está indicada. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA VITAMINA D É a única cuja forma biologicamente ativa é um hormônio. Pode ser produzida na pele, a partir de raios UVB do sol e também é obtida, em menor frequência, da alimentação. ❖ Principais fontes -> peixes, fígado, gema de ovo e gordura do leite. A vitamina D está envolvida na regulação da diferenciação celular e da apoptose, exercendo suas funções no crescimento do esqueleto e no desenvolvimento do cérebro e sistema imune. ❖ Deficiência de vitamina D pode causar déficit de processamento da atenção e aumento da sensibilidade a agentes que induzem psicose. Todas as mulheres devem ser informadas no início do pré-natal sobre a importância de estoques adequados de vitamina D. Para alcançar isso, as mulheres devem receber recomendações dietéticas nutricionais, orientação quanto à exposição solar; em mulheres vulneráveis a esse tipo de deficiência, devem-se prescrever 15 mcg (600 UI) ou doses maiores de vitamina D por dia. VITAMINA E Vitamina lipossolúvel com função de proteger as células contra os danos causados pelos radicais livres, melhorando a resposta imunológica. ❖ Suplementação não traz benefícios durante o período da gestação, quando suplementada em gestantes saudáveis, sem deficiência dessa vitamina, e pode eventualmente ter efeitos danosos em função de efeitos pró-oxidativos. VITAMINA K Pode favorecer a coagulação do sangue nos RN e reduzir o risco de hemorragia cerebral. MINERAIS E OLIGOELEMENTOS Cálcio é ativamente transportado pela placenta e, no feto, os níveis são maiores que na mãe. Magnésio também é ativamente transportado. Zinco sofre transporte ativo ligado à albumina e é encontrado em maior quantidade na circulação fetal que na materna. O transporte de ferro para o feto é relevante, e na placenta há receptores transferrina que facilitam o transporte por endocitose do ferro ligado à transferrina. ❖ A dose de ferro elementar recomendada pela OMS é de 60mg/dia, e pelo IOM é de 45mg/dia, pois quantidades superiores podem causar efeitos colaterais gastrintestinais (pirose e constipação intestinal). Na gravidez normal, a mulher precisa de 1.000mg de ferro para suprir as necessidades maternas e fetais. O aumento da massa eritrocitária de cerca de 450 mℓ solicita 500 mg de ferro; o feto requer outros 300 mg. A quantidade de ferro na dieta e as reservas maternas não são suficientes para as necessidades da gravidez, especialmente durante a 2ª metade; a suplementação diária de ferro elementar deverá ser de 60mg. SUPLEMENTAÇÃO FERRO Programa Nacional de Suplementação de Ferro (MS – 2005) -> recomenda à suplementação de 40mg/dia de ferro elementar (200mg de sulfato ferroso). Orienta-se que a ingestão seja realizada 1h antes das refeições. ❖ A suplementação de ferro deve ser mantida no pós-parto e no pós-aborto por 3 meses. FOLATO PRÉ-CONCEPCIONAL Tem forte efeito protetor contra defeitos abertos do tubo neural. Deve ser usado rotineiramente pelo menos 2 meses antes e nos 2 primeiros meses da gestação. ❖ Mulheres que tiveram fetos ou neonatos com defeitos abertos do tubo neural têm que usar folato continuamente se ainda desejam engravidar. VITAMINA A Segundo as recomendações atuais da OMS, as necessidades ligeiramente aumentadas em vitamina A durante a gestação pode ser satisfeita pela alimentação ou por uma suplementação que não exceda 10.000 UI/dia durante a gravidez. ÔMEGA 3 O uso de suplementação com ômega 3 durante a gravidez e o aleitamento tem sido motivo de muita controvérsia. O objetivo da suplementação seria promover o equilíbrio entre as concentrações desse ácido graxo essencial e seu correspondente – o ômega 6 – na proteção da neurogênese, porém, esse efeito na gestação permanece inconclusivo. ❖ Orienta-se que as gestantes que não consomem peixes busquem outras fontes de ômega 3 para alcançar a dose diária de 200mg. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA IODO Uma deficiência significativa de iodo durante a gestação está associada com hipotireoidismo fetal, distúrbios neurológicos e aumento da mortalidade neonatal e infantil. A consequência da deficiência leve a moderada de iodo na gestação ainda são inconclusivas. A suplementação na gestação parece racional apenas nas situações de deficiência significativa. Não há recomendação no Brasil para suplementação rotineira nas gestantes, uma vez que a carência de iodo é muito rara. A OMS recomenda que as gestantes tenham ingesta de iodo de 250μg diários. INGESTÃO DE POLIFENÓIS Refere-se a um amplo e numeroso grupo de moléculas encontradas em hortaliças, frutas, cereais, chás, erva-mate, café, cacau, vinho, suco de frutas e soja. A associação entre a ingesta de polifenóis pelas gestantes e alterações hemodinâmica fetais, como a constrição do ducto arterioso, levou a preocupações e polêmicas sobre a segurança de ingerir alimentos como os polifenóis na gestação. As evidências atuais confirmam que, se ingeridos dentro de quantidades habituais, os alimentos ricos nessa substância são seguros para a gestante e para o feto em qualquer etapa da gestação.