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APG 22 - Pré-natal

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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
A assistência pré-natal engloba aplicação individualizada de 
condutas clínico-obstétricas protocolares ao longo de todo o 
período gestacional. É uma estratégia interdisciplinar de 
atendimento profissional, que otimiza o alcance e a manutenção da 
integridade das condições de saúde materna e fetal. 
Os objetivos básicos da assistência pré-natal são: 
❖ Orientar os hábitos de vida. 
❖ Assistir a gestante psicologicamente. 
❖ Preparar a gestante para a maternidade, instruindo-a sobre o 
parto, dando-lhe noções de puericultura. 
❖ Evitar o uso de medicação e de medidas que se tornem 
prejudiciais para o feto. 
❖ Tratar os pequenos distúrbios da gravidez. 
❖ Realizar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças 
próprias da gravidez ou nela intercorrentes. 
Em seu conjunto, envolve avaliação clínica e procedimentos 
complementares de laboratório direcionados ao binômio materno-
fetal. As atenções se voltam ao equilíbrio emocional em sentido 
amplo, familiar, social, econômico e emocional, em paralela 
orientação nutricional fundamentada e criterioso seguimento 
periódico direcionado às adaptações do organismo, às imposições 
do estado gravídico e ao desenvolvimento do concepto. 
O tratamento das intercorrências da gestação deve ser realizado 
com a classificação de risco gestacional, que deve ser realizada na 
primeira consulta e nas subsequentes. 
Dentre os fatores de risco gestacional, tem-se: 
❖ Antecedente de óbito fetal. 
❖ Morte neonatal. 
❖ Aborto espontâneo recorrente. 
❖ Crescimento fetal restrito. 
❖ Macrossomia fetal. 
❖ Intercorrências clínicas ou cirúrgicas em gestação anterior. 
Na gestação atual, poderemos ter como fatores de risco: 
❖ Gravidez na adolescência ou acima dos 40 anos. 
❖ Gravidez múltipla. 
❖ Aloimunização Rh. 
❖ Hemorragia vaginal. 
É importante também avaliar os antecedentes clínicos, tais como: 
❖ Diabetes tipo 1. 
❖ Nefropatia. 
❖ Cardiopatia ou outras doenças. 
 
 
Em outras palavras, no primeiro atendimento o objetivo primário é 
enquadrar a paciente em baixo ou alto risco; durante o seguimento 
pré-natal, essa situação poderá ser modificada. 
REGISTRO DO PRÉ -NATAL 
A padronização dos registros permite que haja comunicação e 
continuidade nos cuidados proporcionados, além de avaliações 
objetivas da qualidade da atenção ao longo do tempo. 
DEFINIÇÕES 
Nuligrávida -> mulher que não esteja nem jamais tenha estado 
grávida. 
Grávida -> mulher que esteja grávida ou que tenha estado no 
passado, independente da evolução da gestação. 
❖ Primigrávida -> quando se trata da 1ª gestação. 
❖ Multigrávida -> sucessivas gestações. 
Primípara -> mulher que tenha parido uma única vez feto(s) 
nascido(s) vivo(s) ou morto(s) com IG estimada de 20 semanas ou 
mais. 
Multípara -> mulher que tenha completado 2 ou mais gestações 
com 20 semanas ou mais. A paridade é determinada pelo número 
de gestações que tenham atingido 20 semanas. 
DURAÇÃO NORMAL DA GRAVIDEZ 
A duração normal da gestação, calculada desde o 1º dia do último 
período menstrual normal, aproxima-se de 280 dias/40 semanas. 
Porém, a duração do ciclo menstrual varia entre as mulheres, e faz 
com que esses cálculos não sejam acurados. 
❖ US no 1º trimestre é o método mais acurado para estabelecer 
ou confirmar a IG. 
Regra de Naegele -> é uma estimativa rápida da DPP. Pode ser feita 
somando-se 7 ao dia da última menstruação e subtraindo-se 3 
meses. 
TRIMESTRES 
❖ 1º trimestre -> estende-se até o final de 14 semanas. 
❖ 2º trimestre -> até 28 semanas. 
❖ 3º trimestre -> de 29-42 semanas. 
Cada trimestre é formado por 14 semanas. Determinados 
problemas obstétricos tendem a se concentrar em cada um desses 
períodos: 
❖ 1º trimestre -> abortamentos espontâneos. 
❖ 3º trimestre -> maior parte das mulheres com distúrbio 
hipertensivo causado pela gravidez é diagnosticada nesse 
período. 
APG 22 - PRÉ-NATAL 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Como o conhecimento exato da idade fetal é importante para o 
manejo obstétrico ideal, a unidade clinicamente adequada é a de 
semanas de gestação completas. 
❖ Mais recentemente, os médicos definem a IG usando as 
semanas completas e os dias. 
ANAMNESE 
É o momento em que se obtém informações detalhadas de aspecto 
social e clínico e de antecedentes familiares. A utilização de fichas 
padronizadas de atendimento e/ou prontuários informatizados 
auxilia na coleta das informações que serão úteis na avaliação dos 
riscos gestacionais. 
IDENTIFICAÇÃO 
Nome -> Deve ser salientada a importância do nome correto da 
paciente em toda a documentação do prontuário. 
No entanto, é importante verificar qual é a forma preferencial de 
identificação da gestante, utilizando-a durante os atendimentos. 
Idade -> é pesquisada neste item, considerando gestantes de risco 
gestacional: 
❖ <19 anos -> uso de drogas, maiores taxas de processos 
hipertensivos e prematuridade, bem como menor adesão ao 
pré-natal. 
❖ >35 anos -> aumento do risco de alterações fetais ligadas às 
alterações genéticas e cromossômicas, além da predisposição 
à HAS. 
Raça -> algumas complicações clínicas e gestacionais apresentam 
maior incidência de acordo com a cor da pele e descendência racial. 
❖ Negras -> pré-eclâmpsia e anemia falciforme. 
❖ Amarelas -> degeneração trofoblásticas. 
Atividades laborais -> precisam ser averiguadas, já que, algumas 
delas são consideradas de risco gestacional e fetal (ex.: manuseio 
de produtos tóxicos). 
Situação conjugal -> é importante saber o grau de segurança 
emocional que o relacionamento proporciona à mulher. Detectar o 
grau de conforto e segurança da gestante com o relacionamento 
atual, se há aceitação da gravidez, sustentabilidade financeira do 
casal e da família. 
Escolaridade -> espera-se maior entendimento das orientações pré-
natais entre mulheres com mais anos de escolaridade. O risco de 
haver dificuldades no entendimento dessas orientações pode ser 
maior entre aquelas com menor escolaridade. 
Naturalidade e procedência -> contém informações relevantes 
principalmente no que se refere às infecções e infestações. 
 
QUEIXAS ATUAIS OU MOTIVO DA CONSULTA 
História atual -> perguntar sobre a percepção da paciente a respeito 
de sua saúde atual, sua certeza de gravidez e buscar eventuais 
queixas. Havendo queixas, devem ser registradas e pesquisadas ao 
longo da consulta. 
ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS E HÁBITOS 
É preciso averiguar condições de nascimento e infância, 
desenvolvimento puberal, doenças comuns da infância, vacinações, 
alergias, cirurgias (gerais e pélvicas), transfusões de sangue, 
anestesias, tratamentos clínicos prévios à gestação e no decorrer da 
gravidez atual, doenças infectocontagiosas, desvios nutricionais, 
alergias, reações medicamentosas, uso crônico de medicamentos 
prescritos e hábitos nocivos à saúde. 
Aqui também se devem avaliar o nível de estresse do casal, a 
aceitação da gravidez e sinais indicativos de depressão. Identificar 
também o uso de drogas lícitas e ilícitas. 
ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS 
❖ Cirurgias prévias no útero -> atentar-se para cirurgias que 
deixam cicatriz uterina, fragilizando o útero para um novo 
processo gestacional (leiomioma, cesárea, rafia). 
❖ Insuficiência lútea. 
❖ Perdas gestacionais prévias. 
❖ Insuficiência cervical. 
❖ Trabalho de parto pré-termo. 
❖ Pré-eclâmpsia. 
Características do ciclo menstrual -> na dependência dessa 
informação é possível validar com elevada confiabilidade a DUM 
como marco balizador no cálculo da IG e DPP. 
Uso de métodos anticonceptivos e programação da gravidez -> 
também são importantes, pois podem indicar uma gravidez não 
programada. 
Parcerias sexuais -> pode ser um indicativo da necessidade de 
aprofundar os questionamentos sobre IST’s e os tratamentos 
realizados. Há necessidade de complementar esse item com a 
históriade tratamento do parceiro sexual. 
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS 
Informações importantes sobre o passado obstétrico: 
❖ DUM. 
❖ Número de gestações e intervalo entre elas. 
❖ Evolução do pré-natal (aborto, DM, parto pré-termo, restrição 
de crescimento intrauterino ou baixo peso ao nascer, pré-
eclâmplsia/eclampsia, anomalias congênitas no RN, óbito fetal 
ou neonatal). 
❖ Via do parto (se cesárea, qual foi a indicação e quanto tempo 
foi realizada, tempo do trabalho de parto, condições do RN e 
evolução neonatal). 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
Deve-se tentar identificar se existem familiares hipertensos, 
diabéticos, com doenças autoimunes, cardiopatas, parentes de 1º 
grau que apresentaram pré-eclâmpsia/eclampsia, gemelaridade, 
distócias no parto e doenças infectocontagiosas. 
INFORMAÇÕES SOBRE OS DIVERSOS APARELHOS E 
SISTEMAS 
❖ Digestório -> azia, refluxo e obstipação intestinal. 
❖ Urinário -> nictúria, polaciúria. 
❖ Musculoesquelético -> dor lombar e câimbras. 
❖ Neurológicas -> cefaleia e distúrbios do sono. 
! Explicar à gestante que essas mudanças são fisiológicas a deixará 
mais tranquila. Porém, mesmo sendo fisiológicas, elas precisam ser 
dimensionadas quanto à intensidade. 
Queixas respiratórias e cardíacas -> devem ser registradas e, se 
possível, avaliadas por um especialista. 
Queixas obstétricas -> as mais comuns são as perdas vaginais e as 
cólicas. É importante indagar sobre movimentação fetal. 
EXAME FÍSICO 
Na 1ª consulta do pré-natal, o exame físico tem 2 papéis básicos: 
❖ Buscar anormalidades não mencionadas durante a anamnese. 
❖ Conferir as alterações indicadas no interrogatório. 
EXAME FÍSICO GERAL 
A aferição do pulso, da PA e da presença de edema é item 
obrigatório nessa fase do exame -> para medir a PA, a paciente deve 
estar sentada há pelo menos 5min, com o antebraço direito apoiado 
na altura do precórdio, com o manguito colocado de 3-5cm acima 
da prega cubital. 
EXAME FÍSICO ESPECIAL 
Sistema Tegumentar -> avalia-se a presença de alterações na pele. 
A maioria das alterações da pele durante a gravidez consiste em 
modificações funcionais decorrentes do processo gestacional. 
❖ Mesmo que essas alterações não ocorram, a gestante deve ser 
lembrada da possibilidade do surgimento. 
Em seguida, avalia-se mucosa ocular, presença de varizes nos MMII, 
ausculta cardíaca e ausculta pulmonar. 
Sistema Digestivo -> a paciente pode deitar-se, procedendo-se a 
inspeção da cavidade oral e palpação abdominal. 
! Exame do ânus para verificar a presença de hemorroidas pode ser 
realizado no exame físico gineco-obstétrico. 
 
EXAME DAS MAMAS 
Modificações importantes -> proliferação das glândulas, aumento 
do volume, edema, vasodilatação (rede venosa de Haller), aumento 
da pigmentação da aréola primária, aparecimento da aréola 
secundária e hipertrofia dos tubérculos de Montgomery. 
❖ Avaliar se os mamilos estão invertidos ou não, pois vai ditar as 
orientações sobre cuidados com as mamas e amamentação. 
Deve-se verificar cicatrizes e fazer associação com as informações 
da anamnese. 
 
O exame das mamas inicia-se com inspeção estática, seguida da 
inspeção dinâmica. A palpação das glândulas mamárias e do 
segmento axilar é fundamental. Em seguida, procede-se a 
expressão mamária. 
! É importante que a mulher receba todas as orientações sobre as 
vantagens do aleitamento materno e o manejo do aleitamento. 
EXAME PÉLVICO 
Inspeção -> verifica-se detalhes da anatomia genital (malformações, 
rupturas, cicatrizes), alterações de coloração, lesões vegetantes e 
ulcerações. Deve ser ampliada, avaliando também o períneo e a 
região anal. 
Exame com espéculo vaginal -> permite avaliar as paredes vaginais, 
características físicas do conteúdo vaginal e o colo uterino, 
verificando a eventual presença de lesões. 
Na sequência, orienta-se a coleta de exames, de acordo com os 
protocolos de cada serviço. Nesse caso, é necessário saber quais 
exames estão acordados com o gestor local. O único exame 
laboratorial cérvico-vaginal orientado pelo MS é o colpocitológico 
(Papanicolaou), para o qual não há restrição de coleta durante a 
gravidez. 
EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO 
Faz parte do exame físico obstétrico o exame do abdome -> 
inspeção, palpação, mensuração da altura uterina e ausculta dos 
batimentos cardíacos fetais (BCF). 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Inspeção -> buscam-se alterações de coloração (linha nigrans), de 
estrias, cicatrizes, tensão (polidrâmnio) e outras alterações. 
Palpação -> completa-se o exame do aparelho digestivo tentando a 
palpação do fígado, do baço e de possíveis massas abdominais 
intestinais. 
MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA 
Visa o acompanhamento do crescimento fetal e a detecção precoce 
de alterações. Reflete com relativa exatidão o desenvolvimento 
fetal intraútero após a 16ª-18ª semana. 
 
Para sua realização, a gestante deve permanecer em decúbito 
dorsal, com o útero na linha média e a bexiga vazia. A fita métrica 
deverá ser estendida do bordo superior da sínfise púbica até o 
fundo uterino, delimitado pela borda cubital da mão esquerda 
durante a 1ª manobra de Leopold-Zweifel (sem comprimir o fundo 
uterino). 
❖ Durante esse tempo, é preciso cuidado para definir com 
exatidão o fundo uterino antes de sua mensuração. 
❖ A anotação das medidas da AU em gráfico específico no cartão 
pré-natal proporciona uma visão do desenvolvimento fetal nas 
curvas dos percentis 10, 50 e 90. 
Consideram-se normais variações dos BCF entre 110-160 bpm, os 
quais não guardam nenhuma sincronia com os batimentos cardíacos 
maternos -> essas variações podem ser aferidas utilizando o sonar 
Doppler, que detecta BCF a partir da 12ª semana, exceto em obesas. 
❖ Para aferição dos BCF em IG mais precoces, o exame ecográfico 
é o melhor recurso. 
Complementa-se o exame físico obstétrico com o toque vaginal (na 
maioria das vezes, bidigital), combinado com a palpação uterina. No 
início da gravidez ele permite detectar eventual encurtamento 
cervical e dilatação não detectada no exame com espéculo vaginal. 
VACINAÇÃO 
A vacinação nas mulheres em idade reprodutiva deve estar 
idealmente completa antes da gestação, para que a mãe e o feto 
usufruam da imunização. 
Anticorpos IgG atravessam a placenta e conferem proteção passiva 
à criança até aproximadamente os 15 meses. Esses anticorpos 
também são transmitidos pelo leite materno. 
As vacinas indicadas na gestação são: 
Gripe A e sazonal -> é segura em qualquer IG, e gestantes são 
consideradas grupo de risco para infecção respiratória grave, 
devendo ter preferência nos programas de vacinação. 
Hepatite B -> O esquema completo é de 3 doses, iniciando a partir 
do 1º trimestre e podendo estender-se até após o parto. 
dT (difteria e tétano) -> o esquema de vacinação completo da é de 
3 doses, devendo ser reforçada a cada intervalo de 5 anos. 
dTpa (difteria, tétano e coqueluche) -> deve ser recomendada, não 
importa o intervalo de tempo da última dose de dT, pois é essa a 
vacina que vai proteger contra a coqueluche no RN. 
❖ Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada 
gestação, independentemente de terem tomado 
anteriormente. 
❖ MS recomenda a dTpa entre a 27-36ª semana de gestação, 
período que gera maior proteção ao RN, com efetividade de 
até 91%. Entretanto, a dose também pode ser administrada 
até, no máximo, 20 dias antes da DPP. 
As vacinas contra Pneumococcus, Neisseria meningitidis, 
Haemophilus influenzae e a vacina antirrábica podem ser aplicadas 
na gestação. As vacinas atenuadas (bactérias ou vírus 
enfraquecidos) apresentam risco teórico de contaminação do feto, 
sendo contraindicadas na gestação. 
EXAMES COMPLEMENTARES DO PRÉ-NATAL 
EXAMES LABORATORIAIS 
TIPO SANGUÍNEO E PESQUISA DE ANTICORPOS 
IRREGULARES 
A tipagem sanguínea e o fator Rh precisam ser solicitados na 1ª 
consulta depré-natal a todas as gestantes, com o intuito de 
identificar eventual incompatibilidade Rh no casal e prevenir a 
aloimunização perinatal. 
Se a gestante for Rh-negativa -> deve ser solicitado em seguida o 
teste de Coombs indireto, a fim de identificar sensibilização prévia. 
❖ Se este for negativo, a partir da 24ª semana, deve-se repeti-lo 
mensalmente. 
❖ Se for positivo, considerar gestante previamente aloimunizada 
e seguir conduta específica. 
Em gestantes com história prévia de transfusão sanguínea, mesmo 
sendo Rh+, devem ser também solicitados Coombs indireto e 
pesquisa de anticorpos irregulares, pois pode ter havido 
aloimunização por outros antígenos. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
HEMOGRAMA 
O hemograma deve ser solicitado na 1ª consulta pré-concepcional 
ou pré-natal com objetivo de avaliar os níveis de Hb e hematócrito. 
❖ Há queda de cerca de 2 pontos na concentração de Hb em 
torno do fim do 2º trimestre e início do 3º trimestre da 
gestação. 
❖ Valores de Hb <11 g/dL ou de Ht <33%, em qualquer período 
gestacional, indicam anemia. 
Na gestação, é esperada leucocitose à custa do aumento dos 
neutrófilos, com a contagem total de leucócitos não excedendo 
14000/mm³. 
SOROLOGIAS 
Sífilis e VDRL -> é obrigatório em todo o pré-natal. Deve ser 
solicitado um teste de VDRL na 1º consulta, o qual deve ser repetido 
no 3º trimestre. Devido ao aumento dos casos de sífilis congênita 
no Brasil, o MS tornou obrigatório repetir a testagem em todas as 
gestantes no momento do parto. 
❖ Se o teste realizado for o VDRL e este for positivo, deve-se 
solicitar um teste treponêmico a fim de descartar falsos-
positivos. 
❖ Sífilis na gestação e sífilis congênita são doenças de notificação 
compulsória pelo Sinan. 
Toxoplasmose -> a investigação laboratorial deve começar pela 
detecção de IgM e IgG. Para gestantes suscetíveis (IgG e IgM 
negativas), o acompanhamento sorológico deve ser mensal até 36 
semanas. 
❖ Gestantes com IgM negativa e IgG positiva são consideradas 
imunes e não necessitam da repetição do exame. 
❖ Gestantes com IgG e IgM positivas no 1º trimestre, deve ser 
realizado o teste de avidez para determinar se a infecção 
ocorreu antes/durante a gestação. 
Rubéola -> é realizado pela pesquisa de IgG e IgM. Se IgM for 
positiva, a paciente deve ser encaminhada para avaliação de 
medicina fetal. Se a sorologia for negativa, ela é considerada 
suscetível e deve ser orientada para que, mediante exposição 
suspeita, repita a sorologia quantitativa e seja vacinada no 
puerpério. 
Hepatite B -> o exame deve ser realizado na 1ª consulta do pré-
natal, independentemente da IG. Se a gestante for negativa, e o 
anti-HBs for não reagente, recomenda-se a imunização antes ou 
durante a gestação, em qualquer trimestre. Se o anti-HBs for 
reagente, não há mais necessidade de repetir o teste ao longo da 
gestação, uma vez que a gestante já está imunizada. 
 
 
❖ Gestantes com HBsAg reagente devem ser encaminhadas no 
parto para unidades obstétricas que assegurem a 
administração de vacina e da Ig específica para o vírus da 
hepatite B ao RN. 
Hepatite C -> se a pesquisa for positiva, é recomendada a realização 
de um teste confirmatório. A sorologia é repetida quando há 
exposição a risco de infecção. 
HIV -> deve ser realizada na 1ª consulta do pré-natal a fim de 
identificar gestantes soropositivas e iniciar o tratamento para 
diminuir a carga viral e o risco de transmissão vertical. Se negativo, 
deve-se repetir o teste no 3º trimestre e no momento da internação 
hospitalar. 
❖ Se o teste rápido for negativo, encerra-se a investigação 
naquele momento e repete-se no 3º trimestre e no momento 
da internação hospitalar. 
❖ Se o resultado for positivo, repete-se sequencialmente; se 
confirmar positividade, inicia-se o aconselhamento e o 
tratamento. 
❖ Se os resultados forem discordantes/indeterminados, segue-
se a investigação. 
! O pré-natal da gestante soropositiva deve ser diferenciado, 
incluindo avaliação clínica mais especializada e preferencialmente 
acompanhada por um infectologista. 
GLICEMIA EM JEJUM E TTGO DE 75g 
Glicemia de jejum <92mg/dL são considerados normais -> 
recomenda-se o TTGO entre 24-28 semanas. Os valores de 
normalidade da curva glicêmica são: 
❖ Jejum: <92mg/dL. 
❖ 1h após sobrecarga: <180mg/dL. 
❖ 2h após sobrecarga: <153mg/dL. 
Glicmia em jejum entre 92-125mg/dL definem o diagnóstico de DM 
gestacional, enquanto valores de 126mg/dL ou mais são 
considerados alterados e determinam o diagnóstico de DM não 
diagnosticado previamente à gravidez. 
❖ Nessa situação, solicita-se a HbA1C (hemoglobina glicada) com 
objetivo de avaliar o risco de malformação fetal e confirmar o 
diagnóstico de DM -> se HbA1C >6,5%, confirma-se DM. 
HORMÔNIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE (TSH) 
O rastreamento de tireoidopatias na gestação é realizado a partir 
da dosagem desse hormônio. Caso haja alteração, a pesquisa é 
completada com dosagem de T4. 
URINA TIPO I E UROCULTURA 
São avaliadas as característica gerais, a presença de elementos 
anormais e a microscopia do sedimento. Tem objetivo de 
rastreamento da bacteriúria assintomática. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA 
Pode ser colhida rotineiramente na 1ª consulta, independente de 
outras queixas e sem riscos para a gestação. Essa coleta permite 
também que o obstetra observe se há ectopia ou outras lesões 
cervicais, vaginais/vulvares. 
No caso de serem observadas quaisquer alterações macroscópicas 
e/ou na presença de alterações celulares à citologia, o estudo 
colpocitológico é complementado por colposcopia e vulvoscopia, 
com a realização de biópsia dirigida quando necessário. 
CULTURA PARA STREPTOCOCCUS AGALACTIAE (GRUPO B) 
O Streptococcus do grupo B faz parte da flora gastrointestinal e está 
presente na vagina/ânus de 10-30% das gestantes de forma 
transitória, intermitente ou crônica. Sua importância se deve à alta 
taxa de complicações no RN relacionadas às gestantes colonizadas. 
❖ A transmissão vertical chega a 50% nos RN na primeira hora 
de vida, quando a gestante apresenta cultura vaginal/anal 
positiva durante o pré-natal. 
❖ Mais da metade dos casos de sepse neonatal grave em RN a 
termo tem o Streptococcus do grupo B como responsável. 
Recomenda-se a realização do exame em todas as gestantes entre 
35-37 semanas de gestação para que seja realizada a profilaxia da 
infecção neonatal antes do parto. 
ULTRASSONOGRAFIA (US) 
É uma ferramenta indispensável na assistência pré-natal. Entre os 
principais benefícios da US obstétrica, estão: 
❖ Datação correta da gestação. 
❖ Diagnóstico da gestação não evolutiva. 
❖ Diagnóstico precoce da gestação múltipla. 
❖ Detecção de malformações fetais. 
❖ Diagnóstico de alterações placentárias, do cordão umbilical e 
do crescimento fetal. 
 
 
 
ALIMENTAÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO DA GESTANTE 
Estado nutricional -> deve ser avaliado preferencialmente no 
período pré-concepcional, e as modificações alimentares 
necessárias também devem ser iniciadas antes da gestação. 
❖ Estado nutricional materno adequado é um fator importante 
na redução da morbidade e a mortalidade materno-infantil. 
A incidência de complicações na gestação é maior nos extremos do 
ganho de peso. Ganho de peso inferior ao ideal para a faixa de IMC 
está associado à restrição do crescimento fetal e ao parto 
prematuro; os ganhos superiores estão associados à macrossomia 
fetal e aumento de 2x nas taxas de cesáreas. 
RECOMENDAÇÕES GERAIS 
Na avaliação pré-concepcional e a cada consulta de pré-natal, deve-
se encorajar a mulher a: 
❖ Consumir uma variedade de alimentos para obter o valor 
calórico energético e os nutrientes necessários, bem como a 
meta ideal de ganho ponderal. 
❖ Priorizar frutas e vegetais frescos adequadamente 
higienizados, carnes magras. 
❖ Evitar bebidas alcoólicas, tabagismo e drogasilícitas. 
NECESSIDADES CALÓRICAS 
As calorias constituem-se no fator nutricional isolado mais 
importante para a determinação do peso da criança ao nascimento. 
A ingesta recomendada consiste em média a 30kcal por dia do peso 
magro, flexibilizando o aumento da ingesta calórica em 340kcal por 
dia no 2º trimestre e 452kcal no 3º trimestre. (FREBASGO) 
❖ Necessidades calóricas específicas são baseadas em IMC pré-
gestacional, idade materna, trimestre, ganho de peso e 
atividade física. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
 
O ganho adequado de peso na gestação pode ser utilizado como 
indicador de ingesta energética suficiente. As recomendações para 
ganho de peso seguem como base o peso pré-gravídico: 
 
 
MACRONUTRIENTES 
Proteínas -> a unidade feto-placentária consome aproximadamente 
1kg de proteína durante a gestação, a maior parte dessa exigência 
se dá no 2º e 3º trimestre. Para cumprir essa exigência, a gestante 
deve ingerir 1,1g/kg por dia de proteína. 
❖ Do total do aporte calórico diário, 10-35% devem ser 
reservados às proteínas, com um aporte adicional de 25g/dia a 
partir do 2º trimestre. 
Preferencialmente, as proteínas são supridas de fontes animais, 
como carne, leite, ovos, queijos, frango e peixe. Esses alimentos 
fornecem aminoácidos em combinações ideais. 
O leite e seus derivados são considerados fontes ideais de 
nutrientes, em especial de proteínas e cálcio, para gestantes ou 
lactantes. 
Lipídios -> a ingesta de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia 
longa é benéfica para o desenvolvimento fetal e tem tendência a 
benefício modesto na redução de nascimentos pré-termos. 
❖ Reserva-se a sua ingesta a cerca de 20-35% da composição 
dietética diária. 
Carboidratos -> a recomendação diária durante a gestação é de 
175g/dia. A ingestão diária deve corresponder a aproximadamente 
45-65% da composição nutricional diária. 
MICRONUTRIENTES 
VITAMINA A 
Os retinoides da vitamina A são essenciais para o crescimento, 
desenvolvimento e reprodução, tendo papéis importantes na visão, 
embriogênese, espermatogênese, desenvolvimento da pele, 
regulação do sistema imune e na diferenciação das células 
epiteliais. 
Na gestação, tanto a ingesta deficiente quando a ingesta excessiva 
dessa vitamina estão associadas com defeitos congênitos. Na 
deficiência dessa vitamina, há risco de morbidade e mortalidade em 
curto e longo prazo no período puerperal associados a processos 
infecciosos. 
Acredita-se que a exposição fetal à hipovitaminose A possa 
predispor a autismo infantil. Por outro lado, convém reforçar que 
níveis elevados de vitamina A na gestação são considerados 
teratogênicos. 
❖ Dose entre 10000-25000 UI de vitamina A expõe o feto a maior 
risco teratogênico (FREBASGO). 
A ingestão de vitamina A na gestação deveria ser limitada às 
recomendações diárias preconizadas. As principais fontes de 
vitamina A são óleo de fígado de peixe, carnes e produtos animais, 
cenoura, brócolis, espinafre, beterraba, melancia e tomate. 
VITAMINA B1 (TLAMINA) 
Atua como coenzima no metabolismo dos carboidratos e 
aminoácidos, desempenhando função importante na conversão da 
glicose sanguínea em energia. Além disso, participa de reações 
metabólicas fundamentais no tecido nervoso, coração, formação de 
hemácias e manutenção da musculatura lisa e esquelética. 
❖ A recomendação diária é de 1,4mg. 
❖ Principais fontes -> carne de porco, legumes e cereais. 
VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA) 
É essencial para a produção de energia no organismo e na produção 
da glutationa (antioxidante). 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Por não ser armazenada em quantidades significativas no 
organismo, precisa ser continuamente reposta por meio da 
alimentação. Sua deficiência produz efeitos sobre a pele e mucosas. 
❖ Recomenda-se o consumo diário de 1,4mg. 
❖ Principais fontes -> derivados lácteos, carnes, frutas e cereais. 
VITAMINA B3 (NIACINA) 
Participa do metabolismo energético corporal, atuando em 
conjunto com outras vitaminas e minerais. Sua deficiência é 
caracterizada por alterações na pele e lesões nas mucosas (pelagra). 
❖ Recomenda-se o consumo diário de 18mg. 
❖ Principais fontes -> carne, peixes e cereais. 
VITAMINA B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO) 
Desempenha funções metabólicas associadas à oxidação dos ácidos 
graxos livres e colesterol e na síntese de esteróis, destacando-se as 
relacionadas à produção de hormônios da glândula adrenal e à 
produção de energia. 
Sua deficiência pode causar dor abdominal, vômitos, câimbras, 
sensação de queimação nos calcanhares, fadiga, insônia e sinais de 
redução da imunidade. 
❖ Principais fontes -> carnes, batata, ovos, tomates e cereais não 
refinados. 
VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) 
É essencial na biossíntese de ácido nucleico e proteínas e necessária 
para o funcionamento de inúmeras enzimas. É a única entre as 
vitaminas do complexo B que participa do metabolismo dos 3 
macronutrientes. 
Auxilia na multiplicação de todas as células e na produção de 
hemácias e de células do sistema imune. É importante para o 
funcionamento do receptor N-metil-D-aspartato, necessário para o 
processo de aprendizado e memória. 
VITAMINA B9 (ÁCIDO FÓLICO) 
Tem papel fundamental na síntese do ácido nucleico e proteínas, 
modulando a competência e resistência do sistema imune a 
infecções. 
❖ Principais fontes -> vegetais verdes, vísceras, levedo de 
cerveja, carnes, arroz, feijão e laranja. 
A suplementação de ácido fólico é associada a redução de riscos de 
defeitos do fechamento do tubo neural (DTN) -> espinha bífida, 
anencefalia e encefalocele. 
Recomenda-se que mulheres que planejam gestar devam ser 
informadas dos benefícios na redução de DTN conseguidas com a 
utilização de suplementação com ácido fólico de pelo menos 
400mcg/dia 1 mês antes da concepção até 12 semanas de gestação. 
O uso do ácido fólico nas doses tradicionais de 0,4-0,8 mg/dia na 
periconcepção se associa à redução em 44% de casos de crianças 
com desordens do espectro do autismo, enquanto a redução de 
casos de autismo é da ordem de 68% com o uso do ácido fólico 
materno durante a gestação. 
VITAMINA B12 (CIANOCOBALAMINA) 
Atua na formação de hemácias, na síntese de DNA e para o 
equilíbrio do sistema nervoso, sendo essencial para a síntese de 
proteínas, fosfolipídios e neurotransmissores. Até 90% dos 
pacientes com deficiência de B12 apresentam complicações 
neurológicas que nem sempre são revertidas com a administração 
dessa vitamina. 
A sua deficiência em crianças associa-se a um padrão clínico de 
irritabilidade, anorexia e déficit de crescimento físico e mental. 
Reduzidos níveis de vitamina B12 nos primeiros anos de vida da 
criança podem causar prejuízo no desenvolvimento cognitivo e da 
fala. 
❖ Principais fontes -> fonte animal. 
❖ Vitamina B12 injetável e oral (1mg/dia) são métodos efetivos 
de reposição. 
COLINA 
É um nutriente essencial que está envolvida em processos 
metabólicos associados à transmissão nervosa, por meio da ACh; à 
estrutura das membranas celulares e no transporte de gorduras no 
fígado, por meio da fosfatidilcolina. 
A deficiência desse nutriente pode contribuir para o 
desenvolvimento de doenças, deficiência no crescimento e 
problemas de memória. 
❖ Principais fontes -> alimentos de origem vegetal/animal 
(carnes bovinas, fígado, peixes, amendoim, ovos, feijão, leite, 
soja, lentilha). 
Durante a gravidez e a lactação, a reserva materna de colina 
encontra-se diminuída, já que grandes quantidades desse nutriente 
são necessárias para divisão celular, expansão e síntese de 
lipoproteínas. Na gestação, a colina é necessária para a produção 
da lipoproteína fosfatidilcolina, que atua no desenvolvimento 
cerebral do feto, em especial na área do hipocampo e encéfalo 
frontal, antes e após o nascimento. 
VITAMINA C (ÁCIDO ASCÓRBICO) 
Atua como antioxidante, participa na síntese de colágeno, 
biossíntesede norepinefrina e modulação do metabolismo da 
tirosina; e auxilia no aumento da absorção do ferro. 
❖ Principais fontes -> frutas e verduras. 
❖ A dieta sozinha é bastante capaz de suprir as necessidades de 
vitamina C durante a gestação e sua suplementação não está 
indicada. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
VITAMINA D 
É a única cuja forma biologicamente ativa é um hormônio. Pode ser 
produzida na pele, a partir de raios UVB do sol e também é obtida, 
em menor frequência, da alimentação. 
❖ Principais fontes -> peixes, fígado, gema de ovo e gordura do 
leite. 
A vitamina D está envolvida na regulação da diferenciação celular e 
da apoptose, exercendo suas funções no crescimento do esqueleto 
e no desenvolvimento do cérebro e sistema imune. 
❖ Deficiência de vitamina D pode causar déficit de 
processamento da atenção e aumento da sensibilidade a 
agentes que induzem psicose. 
Todas as mulheres devem ser informadas no início do pré-natal 
sobre a importância de estoques adequados de vitamina D. Para 
alcançar isso, as mulheres devem receber recomendações 
dietéticas nutricionais, orientação quanto à exposição solar; em 
mulheres vulneráveis a esse tipo de deficiência, devem-se 
prescrever 15 mcg (600 UI) ou doses maiores de vitamina D por dia. 
VITAMINA E 
Vitamina lipossolúvel com função de proteger as células contra os 
danos causados pelos radicais livres, melhorando a resposta 
imunológica. 
❖ Suplementação não traz benefícios durante o período da 
gestação, quando suplementada em gestantes saudáveis, sem 
deficiência dessa vitamina, e pode eventualmente ter efeitos 
danosos em função de efeitos pró-oxidativos. 
VITAMINA K 
Pode favorecer a coagulação do sangue nos RN e reduzir o risco de 
hemorragia cerebral. 
MINERAIS E OLIGOELEMENTOS 
Cálcio é ativamente transportado pela placenta e, no feto, os níveis 
são maiores que na mãe. Magnésio também é ativamente 
transportado. Zinco sofre transporte ativo ligado à albumina e é 
encontrado em maior quantidade na circulação fetal que na 
materna. 
O transporte de ferro para o feto é relevante, e na placenta há 
receptores transferrina que facilitam o transporte por endocitose 
do ferro ligado à transferrina. 
❖ A dose de ferro elementar recomendada pela OMS é de 
60mg/dia, e pelo IOM é de 45mg/dia, pois quantidades 
superiores podem causar efeitos colaterais gastrintestinais 
(pirose e constipação intestinal). 
Na gravidez normal, a mulher precisa de 1.000mg de ferro para 
suprir as necessidades maternas e fetais. 
O aumento da massa eritrocitária de cerca de 450 mℓ solicita 500 
mg de ferro; o feto requer outros 300 mg. A quantidade de ferro na 
dieta e as reservas maternas não são suficientes para as 
necessidades da gravidez, especialmente durante a 2ª metade; a 
suplementação diária de ferro elementar deverá ser de 60mg. 
 
SUPLEMENTAÇÃO 
FERRO 
Programa Nacional de Suplementação de Ferro (MS – 2005) -> 
recomenda à suplementação de 40mg/dia de ferro elementar 
(200mg de sulfato ferroso). Orienta-se que a ingestão seja realizada 
1h antes das refeições. 
❖ A suplementação de ferro deve ser mantida no pós-parto e no 
pós-aborto por 3 meses. 
FOLATO PRÉ-CONCEPCIONAL 
Tem forte efeito protetor contra defeitos abertos do tubo neural. 
Deve ser usado rotineiramente pelo menos 2 meses antes e nos 2 
primeiros meses da gestação. 
❖ Mulheres que tiveram fetos ou neonatos com defeitos abertos 
do tubo neural têm que usar folato continuamente se ainda 
desejam engravidar. 
VITAMINA A 
Segundo as recomendações atuais da OMS, as necessidades 
ligeiramente aumentadas em vitamina A durante a gestação pode 
ser satisfeita pela alimentação ou por uma suplementação que não 
exceda 10.000 UI/dia durante a gravidez. 
ÔMEGA 3 
O uso de suplementação com ômega 3 durante a gravidez e o 
aleitamento tem sido motivo de muita controvérsia. O objetivo da 
suplementação seria promover o equilíbrio entre as concentrações 
desse ácido graxo essencial e seu correspondente – o ômega 6 – na 
proteção da neurogênese, porém, esse efeito na gestação 
permanece inconclusivo. 
❖ Orienta-se que as gestantes que não consomem peixes 
busquem outras fontes de ômega 3 para alcançar a dose diária 
de 200mg. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
IODO 
Uma deficiência significativa de iodo durante a gestação está 
associada com hipotireoidismo fetal, distúrbios neurológicos e 
aumento da mortalidade neonatal e infantil. A consequência da 
deficiência leve a moderada de iodo na gestação ainda são 
inconclusivas. 
A suplementação na gestação parece racional apenas nas situações 
de deficiência significativa. Não há recomendação no Brasil para 
suplementação rotineira nas gestantes, uma vez que a carência de 
iodo é muito rara. A OMS recomenda que as gestantes tenham 
ingesta de iodo de 250μg diários. 
INGESTÃO DE POLIFENÓIS 
Refere-se a um amplo e numeroso grupo de moléculas encontradas 
em hortaliças, frutas, cereais, chás, erva-mate, café, cacau, vinho, 
suco de frutas e soja. A associação entre a ingesta de polifenóis 
pelas gestantes e alterações hemodinâmica fetais, como a 
constrição do ducto arterioso, levou a preocupações e polêmicas 
sobre a segurança de ingerir alimentos como os polifenóis na 
gestação. 
As evidências atuais confirmam que, se ingeridos dentro de 
quantidades habituais, os alimentos ricos nessa substância são 
seguros para a gestante e para o feto em qualquer etapa da 
gestação.

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