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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Processo Civil Módulo: Aluno: Renata Duarte Nishimura Turma: 1 Tarefa: Atividade Individual – Caso Sol X Lua Decisão do juiz PROCEDIMENTO COMUM CIVEL Nº XXXXXXXXXXXXXXX DECISÃO Vistos. Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais e pedido de tutela provisória de urgência, onde a empresa Sol em face da empresa Lua, pela qual a parte autora pleiteia a declaração de validade de cláusula contratual, a condenação da ré na obrigação de fazer, consubstanciada na aquisição dos produtos da autora com exclusividade, e a condenação da ré ao pagamento de danos materiais. A empresa Sol requereu a produção de prova testemunhal para comprovar a compra de produtos de terceiros pela empresa Lua em desrespeito à cláusula de exclusividade. Do outro lado, a empresa Lua fez o requerimento da prova pericial para demonstrar qual foi o prazo adequado para recebimento dos produtos. Além disso, a empresa Lua requereu a redistribuição do ônus da prova, a fim de que a empresa Sol passasse a ser incumbida de provar a data da entrega dos produtos nos meses anteriores a fevereiro. Em síntese, o relato. Passo a decidir. Para a concessão da tutela antecipada, faz-se necessário o cumprimento dos requisitos do art. 300 do CPC/15, quais sejam: Art. 300. “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.” §1 “Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.” §2 “A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.” 2 §3 “A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.” Considerando a matéria da exordial, bem como a documentação exposta aos autos, verifico a presença de requisitos ensejadores da tutela antecipada pretendida, no qual a empresa Sol alega que a empresa Lua descumpriu a cláusula contratual de exclusividade, o que teria causado danos materiais à Sol e poderiam ser irreperáveis caso a medida não seja cedida. Esta ainda, apresentou à petição inicial a cópia do contrato e e-mails demonstrando tanto a quebra da exclusividade quanto o preço pago pela Lua na compra de produtos de terceiros, o que reforça a sua alegação. Defiro o pedido de tutela provisória de urgência requerido pela parte autora. Cite-se a parte ré para apresentar sua defesa no prazo legal. Realizada a audiência de mediação, as partes não chegaram a acordo. Em sua defesa, a empresa Lua alegou que deixou de comprar os produtos da empresa Sol porque esta não conseguiu fornecê-los no prazo necessário. A empresa Sol, por sua vez, negou que tivesse atrasado a entrega dos produtos. Nesse contexto, indaguei às partes se possuíam provas a produzir, nessa acepção: Artigo 376: "A parte tem o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz". A parte autora, em réplica, requereu a produção de prova testemunhal para comprovar a compra de produtos de terceiros, em desrespeito à cláusula de exclusividade. A parte ré, por sua vez, requereu prova pericial para demonstrar qual foi o prazo adequado para recebimento dos produtos. Além disso, requereu a redistribuição do ônus da prova, a fim de que a parte autora passasse a ser incumbida de provar a data da entrega dos produtos nos meses anteriores a fevereiro. Quanto ao pedido de produção de prova testemunhal, se trata de meio de prova adequado e relevante para a comprovação de fatos relevantes para a solução do litígio. Nesse caso, as testemunhas podem apresentar informações sobre as compras realizadas pela empresa Lua, a fim de comprovar a quebra da exclusividade contratual. Nesse sentido, temos: Artigo 411 do Código de Processo Civil (CPC): "A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso." Artigo 429 do CPC: "Não podem ser admitidas como testemunhas: I - o cônjuge, ainda que desquitado; II - o ascendente ou descendente, em qualquer grau; III - o afim em linha reta; IV - o que tiver interesse no litígio." Desse modo, defiro o requerimento. No que tange ao pedido de prova pericial, verifico que o esclarecimento sobre o prazo adequado para recebimento dos produtos pode ser relevante para a solução do litígio. Esse pleito também é pertinente, pois pode ser utilizado para esclarecer fatos técnicos relevantes para a solução do litígio. Nesse caso, a prova pericial pode apresentar informações sobre os prazos de entrega de produtos similares aos fornecidos pela empresa Sol, a fim de se determinar se houve ou não atraso na entrega dos produtos. Nesse sentido, temos: Artigo 464 do Código de Processo Civil (CPC): "A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação." Artigo 465 do CPC: "O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo." Artigo 466 do CPC: "O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso." Artigo 468 do CPC: "O juiz poderá indeferir a perícia quando: I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável." Artigo 473 do CPC: "Se a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá determinar nova perícia, de preferência por perito distinto." Assim, defiro o requerimento. Por fim, quanto ao pedido de redistribuição do ônus da prova, entendo que não há razão para sua concessão, uma vez que a parte autora é a autora da demanda e, portanto, possui o ônus de comprovar o fato constitutivo de seu direito. Ademais, a alegação da parte ré de que deixou de comprar os produtos da parte autora por falta de fornecimento não se enquadra em nenhuma das hipóteses de modificação do ônus da prova previstas no artigo 373, II, do Código de Processo Civil, como expõe: Artigo 373: "O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor". Assim, indefiro o requerimento. Diante do exposto, determino a produção de prova testemunhal requerida por Sol e de prova pericial requerida por Lua. Designo audiência de instrução e julgamento para oitiva das testemunhas e realização da perícia. Intimem-se as partes para que, no prazo de 15 (quinze) dias, indiquem as provas que pretendem produzir, sob pena de preclusão. Expeça-se mandado urgente. Decorrido o prazo, voltem conclusos para decisão acerca da produção das provas requeridas. Intimem-se. São Paulo, 14 de março, de 2023. Juiz de Direito 4 Referências bibliográficas BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 março 2015. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. v. 1., 61. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
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