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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Processual Civil Módulo: 9 
Aluno: Yuri Brisola Gonçalves Turma: ONL021ZP-PODEMRS13T6 
Tarefa: Análise de caso – Empresa Sol x Empresa Lua 
Decisão do juiz 
Nesta atividade final, será analisado um caso apresentado, onde deverá ser 
elaborado uma decisão a ser tomada pelo juiz sobre as questões solicitadas, que serão apresentadas 
no transcorrer do texto. 
À vista disso, passo a tecer minhas considerações. 
-------------------------------------------X-------------------------------------- 
Vistos. 
Trata-se de caso em que a empresa requerente Sol ajuizou AÇÃO 
DECLARATÓRIA CUMULADA COM OBRIGAÇÃO FEZER E INDENIZAÇÃO 
MATERIAL COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA em face da empresa requerida Lua, 
sob o fundamento que a requerida descumpriu a cláusula contratual de exclusividade, segundo a 
qual estava obrigada a adquirir apenas os produtos da requerente até junho de 2018. Pleiteia, 
assim, a declaração por sentença de validade da cláusula; a condenação da requerida na obrigação 
de fazer, consubstanciada na aquisição dos seus produtos, com exclusividade, durante o prazo 
estipulado em contrato e; a condenação de Lua a indenizá-la pelos danos materiais decorrentes da 
aquisição de produtos de terceiros nos meses de fevereiro e março. Juntou documentos. 
Às fls. foi deferido o pedido de tutela de urgência. 
Validamente citada, a requerida alegou que deixou de comprar os produtos da 
empresa requerente porque esta não conseguiu fornecê-los no prazo necessário. A 
empresa requerida não questionou a validade da cláusula. Juntou documentos. 
Em réplica, a requerente negou que tivesse atrasado a entrega dos produtos. 
Determinada a especificação de provas, a parte autora requereu a produção de 
prova testemunhal para comprovar a compra de produtos de terceiros, em desrespeito à 
cláusula de exclusividade e a parte ré requereu prova pericial para demonstrar qual foi o prazo 
 
 
2 
 
adequado para recebimento dos produtos, bem como a redistribuição do ônus da prova, a fim 
de que a requerente passasse a ser incumbida de provar a data da entrega dos produtos nos 
meses anteriores a fevereiro. 
É o relatório. Passa-se a decidir em saneamento do feito. 
Não se verifica as hipóteses do art. 3551, CPC, na medida em que remanescem 
controvérsias. Passa-se, portanto, a decidir acerca dos meios de prova e da distribuição do 
ônus probatório (art. 357, II, III e IV, CPC)2. 
Em princípio, o ônus da prova do fato constitutivo do direito incumbe ao 
próprio postulante, ao passo que à parte contrária incumbe a prova do fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do mesmo direito (art. 373, I e II, CPC)3. Mas tais ônus podem ser 
invertidos por determinação legal, como, por exemplo, quando a parte não puder ou lhe ser 
excessivamente difícil produzir a prova pertinente; ou se a parte contrária tiver maior 
facilidade de obtenção da prova do fato contrário, sob a condição de que seja dada nova 
oportunidade para tal desincumbência (art. 373, § 1º,CPC)4. 
Na situação em análise, verifica-se que a requerida não negou a compra de 
produtos de terceiros, além disso, foi colacionado aos autos e-mails demonstrando tanto a 
quebra da exclusividade, quanto o preço pago pela requerida na compra de produtos de 
terceiros. Dessa forma, incontrovertida essa questão, tornando-se desnecessária a realização 
da prova oral requerida. Assim, indefiro a produção de prova oral. 
A requerida, por sua vez, requereu a produção de pericial para demonstrar qual 
 
 
1 Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349 . 
 
2 Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: 
(...) 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ; 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; 
 
3 Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
 
4 Art. 373,§1° Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova 
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art349
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373
foi o prazo adequado para recebimento dos produtos. Verifica-se que a requerente negou o tal 
atrasado. Desse modo, remanesce controvertido o atraso na entrega dos produtos. Assim, 
defiro a produção de prova pericial, já que trata-se de possível fato modificativo do direito 
da requerente, que vai ao encontro do disposto no artigo 373, II do CPC. A perícia deverá ser 
custeada pela ré, uma vez que por ela requerida. 
Por fim, a requerida pugnou pela redistribuição do ônus da prova, a fim de 
que a requerente passe a ser incumbida de provar a data da entrega dos produtos nos meses 
anteriores a fevereiro. Quanto a isso, verifico causa para redistribuição, porque é prova de 
fácil produção pela parte autora (art. 373, §1°, CPC), devendo-se colacionar aos autos as 
respectivas notas fiscais da entrega dos produtos do período solicitado. Assim, atribuo à 
parte autora o ônus da prova para demosntrar a data da entrega dos produtos nos 
meses anteriores a fevereiro. 
Ante o exposto, concede à parte autora o prazo de 15 dias para apresentar as 
notas fiscais da entrega dos produtos nos meses anteriores a fevereiro, sob pena de preclusão 
probatória; 
Intime-se. 
 
Referências bibliográficas 
 
BRASIL. Lei 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil – CPC/2015; 
ALMEIDA, Diogo Rezende de; Direito Processual Civil. Apostila Online. Rio de Janeiro 
Fundação Getúlio Vargas – FGV.

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