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Prática de Ensino 
nos Anos Iniciais do 
Ensino Fundamental
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Márcia Pereira Cabral
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
BNCC e as Séries Iniciais 
BNCC e as Séries Iniciais 
 
 
• Entender de que maneira a BNCC foi criada e como seu conteúdo influencia as práticas de 
ensino para os anos iniciais do Ensino Fundamental.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• A BNCC.
UNIDADE BNCC e as Séries Iniciais 
Introdução
Refletir sobre práticas de ensino é uma jornada que pode abranger muitas abordagens 
e caminhos. Porém, é preciso considerar as diretrizes curriculares atuais para entender 
de que maneira a atividade docente deve ser pautada. Por isso, a presente disciplina será 
focada nos elementos trazidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para os 
anos iniciais (1º ao 5º ano).
Figura 1
Fonte: Getty Images
Desde que foi publicada, a Base Nacional Comum Curricular modificou a maneira 
como as práticas de ensino são efetivadas em sala de aula. O protagonismo do aluno 
em seu processo educacional é o ponto central da Base e um elemento norteador da 
atividade docente em todas as etapas da educação.
Por isso, nesta unidade introdutória, estudaremos o percurso histórico que levou à 
criação da BNCC, bem como seu contexto e estrutura. 
Fique atento(a) às indicações de materiais e conteúdos destacados ao longo do texto, 
pois eles são fundamentais para a compreensão adequada das reflexões acerca das práticas 
de ensino nas séries iniciais. 
A BNCC
Criada a partir de debates e consensos, a BNCC traz o conjunto das aprendizagens 
essenciais que os alunos devem ter em cada etapa de sua vida escolar. É importante en-
tender que a BNCC não é um currículo, mas sim uma base referencial para a elaboração 
de currículos escolares de todas as séries do Ensino Fundamental e Médio.
8
9
Entenda melhor a concepção e a função da BNCC no vídeo “O que é a Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)?”. Disponível em: https://youtu.be/ELQ2azcQC9Q
A Constituição de 1988 defende a educação como um direito fundamental, que deve 
ser compartilhado entre Estado, família e sociedade. Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e 
Bases, de 1996, discorre sobre a educação nacional e firma suas normativas.
A BNCC é definida pelo § 1º do artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB, Lei nº. 9.394/1996) e volta-se para uma educação integral e a constru-
ção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, conforme descrito nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais – DCN (BRASIL, 2017, p. 07).
Em 2013, o Ministério da Educação (MEC) publicou o documento “Diretrizes Curriculares 
Nacionais da Educação Básica”, que abrange a legislação e as indicações relacionadas à 
DCN. Vale a pena conferir o material, sobretudo o conteúdo relacionado às séries iniciais do 
Ensino Fundamental, que está contido a partir da página 102 do documento.
Disponível em: https://bit.ly/38OYkEm
É importante entender que a BNCC é estruturada a partir de dois conceitos impor-
tantes da LDB:
O primeiro, já antecipado pela Constituição, estabelece a relação entre o 
que é básico-comum e o que é diverso em matéria curricular: as compe-
tências e diretrizes são comuns, os currículos são diversos. O segundo se 
refere ao foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão 
a serviço do desenvolvimento de competências, a LDB orienta a defini-
ção das aprendizagens essenciais, e não apenas dos conteúdos mínimos 
a ser ensinados.
Note a maneira como a BNCC considera que a elaboração de um currículo deve 
considerar o contexto e as vivências dos alunos para a sua estruturação. Dessa maneira, 
a bagagem do aluno é levada em consideração e utilizada no processo de construção 
de conhecimento. Ou seja, é preciso considerar a realidade, o contexto e as vivências 
de cada aluno para a elaboração do currículo em determinada instituição de ensino, em 
cada cidade ou bairro.
Viu como a BNCC possui referências a diversos aspectos históricos da legislação educacional 
brasileira? O site oficial da Base traz uma linha do tempo interativa com os principais mo-
mentos que influenciaram a criação desse documento. Sugerimos a leitura completa dos 
itens apontados na linha do tempo para um entendimento mais abrangente do processo 
histórico da BNCC. Disponível em: https://bit.ly/38MVJe7
9
UNIDADE BNCC e as Séries Iniciais 
Também é importante destacar que a BNCC foi criada a partir do Plano Nacional de 
Educação (PNE), fixado por meio da Lei n°. 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional 
de Educação – PNE.
O MEC disponibiliza um site que traz todo o conteúdo previsto na Lei n°. 13.005/2014, assim 
como diversos outros tópicos, considerações, dicas e publicações do PNE.
Disponível em: https://bit.ly/38T4B1x
Com vigência de dez anos, o PNE traz diretrizes, metas e estratégias ligadas às políti-
cas da área da educação no período de 2014 a 2024. Uma das características de maior 
destaque do PNE é trazer 20 metas para a melhoria da Educação Básica no Brasil. 
Dentre essas metas, 4 delas falam sobre a BNCC.
Conheça as 20 Metas do Plano Nacional de Educação: https://bit.ly/2LV9MoE
Outro ponto essencial da BNCC é a apresentação do conceito de competência.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimen-
tos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e so-
cioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da 
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. 
(BRASIL, 2017, p. 08)
Qual a diferença de competência e habilidade na BNCC?
“No texto da BNCC, a definição de competência aparece como “a mobilização de conceitos 
(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e 
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidada-
nia e do mundo do trabalho”. É, portanto, a capacidade de mobilizar recursos, conhecimen-
tos ou vivências para resolver questões da vida real, como pensamento crítico e empatia.
Já as habilidades indicam o que aprendemos a fazer e são sempre associadas a verbos de 
ação, como identificar, classificar, descrever e planejar. No contexto escolar, ler e interpretar 
um texto, apresentar um trabalho para os colegas e realizar operações matemáticas são 
exemplos de habilidades que os estudantes desenvolvem ao longo da evolução escolar”.
Fonte: https://bit.ly/3nHjc4w
É essencial considerar que o conceito de competência não está somente relacionado 
a um conhecimento teórico específico, mas sim a um conjunto de elementos que propor-
cionam a educação e a formação transversal e integral de cada aluno.
10
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As Competências Gerais da BNCC
Considerando o conceito apresentado, a BNCC define dez competências gerais da 
educação básica, que giram em torno daquilo que precisa ser desenvolvido ao longo da 
vivência escolar dos alunos.
É imprescindível destacar que as competências gerais da Educação Básica, 
apresentadas a seguir, inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento 
didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção 
de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de 
atitudes e valores, nos termos da LDB.
Vale a pena lembrar que a definição das competências considera a construção de 
uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável. As competências também estão ali-
nhadas com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia, a seguir, as dez competências gerais da BNCC para a Educação Básica.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mun-
do físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar 
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrá-
tica e inclusiva;
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, 
incluindo a investigação, a reflexão,a análise crítica, a imaginação e a criati-
vidade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver 
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimen-
tos das diferentes áreas;
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mun-
diais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural;
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e es-
crita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
gens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, 
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos 
que levem ao entendimento mútuo;
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunica-
ção de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais 
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, 
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria 
na vida pessoal e coletiva;
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhe-
cimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do 
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu 
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade;
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UNIDADE BNCC e as Séries Iniciais 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, 
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem 
e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo 
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em 
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta;
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compre-
endendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos 
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas;
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazen-
do-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com 
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, 
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qual-
quer natureza;
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, 
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, 
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017, p. 09-10).
Todas essas competências devem ser trabalhadas transversalmente em todas as disci-
plinas e áreas do conhecimento. Ou seja, a estrutura curricular desenvolvida deve consi-
derar as competências e desenvolver-se sobre ela, elencando conteúdos programáticos, 
atividades e exercícios relacionados ao desenvolvimento das competências.
As dez competências da BNCC são fundamentais para a prática de ensino em todas as etapas 
de ensino. Com base nisso, que tal refletir sobre o quanto você sabe sobre esse assunto? Faça 
o teste, veja seu resultado e pense sobre isso! Disponível em: https://bit.ly/365r1hd
BNCC dos Anos Iniciais
O Ensino Fundamental é a etapa da Educação Básica, com duração de 9 anos, que 
atende alunos entre 6 e 14 anos. Assim, a BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais 
considera o período que vai do 1º ao 5º ano (BRASIL, 2017, p. 57).
Devido à idade dos alunos em questão, a BNCC considera o contexto de mudanças 
e desenvolvimentos que eles estão vivendo e a maneira como isso implica suas relações 
consigo mesmos, com os outros e com o mundo.
Valorizando situações lúdicas de aprendizagem, a BNCC destaca a articulação com 
as experiências da Educação Infantil tanto por meio da sistematização progressiva dos 
conhecimentos adquiridos, quanto pelo desenvolvimento das novas formas de relação 
com seu meio (BRASIL, 2017, p. 57-58).
12
13
Em seu texto introdutório sobre a etapa do Ensino Fundamental, a BNCC traz considerações 
importantes sobre as características da prática docente nesse período, sobre as particulari-
dades da criança nessa fase de desenvolvimento e seus reflexos curriculares.
Sugerimos a leitura das páginas 57 até 62 da BNCC para melhor compreensão.
Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
Para o Ensino Fundamental, a BNCC traz a seguinte estrutura:
Competências
específicas de
cada área
Áreas do
conhecimento
Componentes
curriculares
Competências
específicas de
cada componente
Anos iniciais
(1º ao 5º ano)
Anos finais
(6º ao 9º ano)
Unidades
temáticas
Objetos de
conhecimento
Habilidades
Figura 2
Fonte: Adaptado de BNCC
Note, assim, que os anos iniciais se relacionam às áreas do conhecimento e às suas 
respectivas competências específicas; aos componentes curriculares e suas competên-
cias específicas. Eles também estão articulados com as unidades temáticas, com os 
objetos de conhecimento e com as habilidades.
Entendendo a BNCC
É importante entender o que cada um dos termos descritos no item anterior quer 
dizer na BNCC. Entenderemos melhor essa questão nos tópicos a seguir.
• Áreas do conhecimento: de acordo com a BNCC, o Ensino Fundamental está 
dividido em cinco áreas do conhecimento, que “favorecem a comunicação entre 
os conhecimentos e saberes dos diferentes componentes curriculares” (BRASIL, 
2010). Embora tenham especificidades, elas se relacionam e devem ser considera-
das de forma articulada para garantir a educação integral do aluno. As cinco áreas 
do conhecimento são: Linguagens; Matemática; Ciências da natureza; Ciências Hu-
manas; Ensino Religioso;
• Competências específicas da área: correspondem ao desenvolvimento que deve 
acontecer ao longo da etapa de educação em cada área, explicitando de que ma-
neira as dez competências gerais se manifestam nas áreas;
13
UNIDADE BNCC e as Séries Iniciais 
• Componentes curriculares: cada área do conhecimento possui componentes cur-
riculares específicos, a saber:
 » Linguagens: Língua Portuguesa; Arte; Educação Física e Língua Inglesa;
 » Matemática: Matemática;
 » Ciências da Natureza: Ciências;
 » Ciências Humanas: Geografia e História;
 » Ensino Religioso: Ensino Religioso.
• Competências específicas do componente: representam as competências de 
cada componente curricular para as áreas do conhecimento que possuem mais de 
um componente (Linguagens e Ciências Humanas).
Ainda sobre os termos apresentados no item anterior, é preciso saber que:
Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada 
componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas ha-
bilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui 
entendidos como conteúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, 
são organizados em unidades temáticas. (BRASIL, 2017, p. 28)
Agora que entendemos todos os elementos da estrutura da BNCC para os anos ini-
ciais do Ensino Fundamental, é preciso entender de que maneira é feita a sistematização 
e codificação dos itens estudados.
Todas as unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades são apresenta-
das junto a um código alfanumérico que contém todas as informações necessárias. Esse 
código, no caso do Ensino Fundamental, é composto por quatro grupos de informações:
• Etapa: o primeiro par de letras do código representa a etapa de ensino referida e, 
no caso do Ensino Fundamental, a indicação é sempre EF.
• Ano ou blocos de anos: o primeiro par de números se refere ao ano a que a ha-
bilidade se refere (01 a 09). No caso dos componentes de Língua Portuguesa, Arte 
e Educação Física, o par de numerais representa o bloco de anos da habilidade, 
conforme consta a seguir:
 » Língua Portuguesa e Arte:
 » 15 = 1º ao 5º ano;
 » 69 = 6º ao 9º ano.
 » Língua Portuguesa e Educação Física: 
 » 12 = 1º e 2º anos;
 » 35 = 3º ao 5º ano;
 » 67 = 6º e 7º anos;
 » 89 = 8º e 9º anos.
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15
• Componente curricular: o segundo par deletras representa o componente curri-
cular em questão. É seguida esta representação:
 » AR = Arte;
 » CI = Ciências;
 » EF = Educação Física;
 » ER = Ensino Religioso;
 » GE = Geografia;
 » HI = História;
 » LI = Língua Inglesa;
 » LP = Língua Portuguesa;
 » MA = Matemática.
• Numeração sequencial: por fim, um par de números representa a posição da 
habilidade na numeração sequencial que é feita em cada ano ou conjunto de anos.
Exemplo: “o código EF04MA10 indica a décima habilidade do 4º ano de Matemá-
tica” (BRASIL, 2017, p. 30). Ou seja:
EF: Ensino Fundamental.
04: 4º ano.
MA: Matemática.
10: décima habilidade.
As páginas 28 a 31 da BNCC abordam o código alfanumérico, assim como as áreas de conhe-
cimento e competências específicas, com mais detalhes e exemplos. Leia a seção completa.
Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
Em Síntese
A unidade introdutória desta disciplina apresentou a BNCC em seu contexto histórico, 
além de apontar a maneira como ela modificou o olhar sobre as práticas de ensino e 
trouxe a base necessária para a criação dos currículos.
Também voltamos nosso olhar para a estrutura da BNCC e para as suas competências, 
áreas do conhecimento e componentes curriculares.
Nas unidades a seguir, veremos de maneira mais detalhada cada um desses elementos e 
de que maneira eles se relacionam com as práticas de ensino nos anos iniciais.
15
UNIDADE BNCC e as Séries Iniciais 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Fly
A ONG Fly Educação trabalha a aplicação da BNCC em escolas e, para auxiliar na 
prática docente, elaborou guias e e-books sobre as práticas para educação integral, 
educação socioemocional e atuação em sala de aula.
https://bit.ly/3nN4wRi
 Vídeos
A BNCC na prática #1 – Anna Penido
A especialista em educação Anna Penido participou do webinar “A BNCC na
prática”, realizado pela Editora Moderna.
https://youtu.be/rRUfiI9RHJw
 Leitura
Qual aluno queremos formar?
A formação integral dos alunos é um ponto importante da BNCC, que considera o 
papel cidadão da educação. O artigo “Qual aluno queremos formar?” aborda a 
questão de maneira abrangente e efetiva. Leia na íntegra: 
https://bit.ly/3qjAnKY
Entenda as 10 Competências Gerais que Orientam a Base Nacional Comum
O Porvir preparou um infográfico simplificado para que todos possam entender
de vez as dez competências da BNCC.
https://bit.ly/39EZ6CO
Currículo Escolar: Do Apoio às Práticas Pedagógicas a Elaboração e Implementação
O Instituto Ayrton Senna elaborou o e-book “Currículo escolar: do apoio às prá-
ticas pedagógicas a elaboração e implementação” que trata sobre a relação da 
BNCC com a elaboração do currículo.
https://bit.ly/35JMt8i
Competências Gerais de BNCC
A Nova Escola preparou uma apresentação detalhada e clara sobre as competências 
da BNCC. Vale a pena conferir a versão dinâmica e sistematizada sobre o tema.
https://bit.ly/3qIGHMD
16
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Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf>. Acesso em: 
18/10/2020.
________. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Parecer nº. 
11, de 7 de julho de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Funda-
mental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de dezembro de 2010, 
Seção 1, p. 28. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=6324-pceb011-10&category_slug=agosto-2010-
pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 18/10/2020.
17
Prática de Ensino 
nos Anos Iniciais do 
Ensino Fundamental 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Márcia Pereira Cabral
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Área de Linguagens
Área de Linguagens
 
 
• Entender como a BNCC apresenta a área das linguagens para os anos iniciais do Ensino Fundamental;
• Compreender seus eixos pedagógicos – Língua Portuguesa, Arte e Educação Física – no 
contexto prático e transversal da educação.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• A Área das Linguagens na BNCC;
• Competências Específicas da Área de Linguagens 
para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
UNIDADE Área de Linguagens
Introdução
Como vimos na Unidade anterior, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz 
os elementos curriculares que devem ser compartilhados nas escolas brasileiras, abor-
dando as competências necessárias para a formação e desenvolvimento dos alunos ao 
longo de todas as etapas de sua vida escolar.
Também vimos que, no contexto dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a BNCC 
traz cinco áreas do conhecimento: Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; Ciên-
cias Humanas; Ensino Religioso. Na presente unidade, abordaremos a área de Lingua-
gens e seus desdobramentos no período entre o 1º e o 5º ano.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Por isso, para iniciar os nossos estudos nesse segmento, é preciso deixar claro que 
a área das Linguagens vai muito além da língua portuguesa, não se restringindo a ela 
como muitos pensam. 
O dicionário Michaelis define linguagem como “conjunto de sinais falados, escritos ou 
gesticulados de que se serve o homem para exprimir esses pensamentos e sentimentos”. 
Logo, percebemos que a área das linguagens representa um universo de significados e 
expressão que deve ser trabalhado em diversos aspectos e perspectivas.
Sendo assim, veremos a seguir de que maneira as práticas docentes dos anos iniciais 
devem ser orientadas e pensadas a partir do que é apresentado na BNCC.
A Área das Linguagens na BNCC
As práticas sociais dos humanos acontecem por meio de interações, que são me-
diadas por diferentes linguagens – como a verbal (que pode ser oral, escrita ou visual-
-motora, como Libras), a corporal, a visual, a sonora e a digital (BRASIL, 2017, p. 63).
8
9
As linguagens não refletem somente as mensagens claras que expressam, mas tam-
bém refletem um conjunto de valores, elementos culturais e históricos que compõem a 
sociedade, seus recortes e os aspectos individuais de seus indivíduos.
Uma apresentação de dança, por exemplo, representa uma expressão de linguagens: 
a linguagem sonora da música, que traz ritmos e influências características; o possível 
sotaque do cantor, que denota aspectos geográficos; a maneira como o dançarino se 
expressa corporalmente, imbricado em um contexto coletivo, mas também com toques 
pessoais. Note como os exemplos apontam para diferentes linguagens, repletas de sig-
nificado, que extrapolam palavras e frases.
De acordo com a BNCC, a área de linguagens dos anos iniciais do Ensino Funda-
mental é composta pelos seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, 
Educação Física; no caso dos anos finais, insere-se a Língua Inglesa, que não será abor-
dada na unidade por não estar contida nos anos iniciais.
Cada linguagem deve ser utilizada para permitir que o indivíduo se comunique por 
meio dela – ou seja, a Língua Portuguesa, por exemplo, deve ser aprendida para que as 
pessoas possam falar e escrever de maneira coletivamente entendível. Também é ne-
cessário que cada linguagem seja conhecida dentro de suas especificidades, sendo elas 
próprias objetivos de conhecimento escolar (BRASIL, 2017, p. 62).
Como as linguagens são trabalhadas na prática? Disponível em: https://bit.ly/3oYezUW
No caso dos anos iniciais, a área das linguagens deve abordar práticas diversas, so-
bretudo no que é relacionado ao universo infantil em seus processos lúdicos e de apren-
dizado formal. A alfabetização “amplia suas possibilidades de construir conhecimentos 
nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar com 
maior autonomia e protagonismo na vida social” (BRASIL, 2017, p. 63) e, por isso, deve 
ser o foco da ação pedagógica nos dois primeiros anos.
Competências Específicas da 
Área de Linguagens para os Anos 
Iniciais do Ensino Fundamental
A BNCC apresenta as competências da área de linguagens para o Ensino Funda-mental por meio de seis itens que abrangem o desenvolvimento necessário ao longo 
dos nove anos dessa etapa. Note, assim, que as competências específicas não focam 
somente nos anos iniciais, mas sim na etapa completa.
É importante conhecer as competências específicas da área antes de entrarmos nos 
pontos específicos de cada componente curricular.
9
UNIDADE Área de Linguagens
Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental
• “Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, 
de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-ascomo formas de signifi-
cação da realidade e expressão de subjetividadese identidades sociais e culturais;
• Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e lin-
guísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprenden-
do, ampliar suas possibilidades de participaçãona vida social e colaborar para a 
construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva;
• Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e 
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar infor-
mações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir 
sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação;
• Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o 
outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o con-
sumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente 
frente a questões do mundo contemporâneo;
• Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas 
manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas 
pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de 
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, 
com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas;
• Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de 
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (in-
cluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens 
e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos 
autorais e coletivos” (BRASIL, 2017, p. 65).
A seguir, veremos mais sobre as características de cada componente curricular da área.
Língua Portuguesa
A BNCC considera a língua portuguesa dentro das perspectivas teóricas e curricula-
res das últimas décadas, integrando ainda as transformações ocorridas na convivência 
com Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC).
É importante destacar que a BNCC considera uma visão já abordada nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN), para os quais a linguagem é: “uma forma de ação interin-
dividual orientada para uma finalidade específica; um processo de interlocução que se 
realiza nas práticas sociais existentes numa sociedade, nos distintos momentos de sua 
história” (BRASIL, 1998, apud BRASIL, 2017, p. 20).
Dessa forma, é possível entender que a ótica apresentada na BNCC considera um 
texto como uma unidade de trabalho, que precisa sempre ser relacionada com contextos 
produtivos e às habilidades de escrita e leitura. Ou seja, é preciso mesclar uma abordagem 
10
11
normativa e teórica dos elementos formais da língua com uma visão prática, social e 
histórica de seus usos.
Qual a diferença entre língua, idioma e dialeto? Disponível em: https://bit.ly/36LTkl1
Nos anos iniciais, a BNCC preconiza o aprofundamento das experiências do aluno 
com a língua oral e escrita que foram iniciadas no contexto familiar e na Educação In-
fantil (BRASIL, 2017, p. 89).
Sobre a relação das TDICs com a linguagem, deve-se considerar os novos usos que 
são feitos em ambiente virtual e que possuem características próprias. Novas formas de 
expressão e novas mídias criam novos conjuntos de elementos com significados específicos 
– podcasts não são programas de rádio disponibilizados na internet, por exemplo. Embora 
semelhantes, eles possuem formas de comunicação diferenciadas e particulares.
No Ensino Fundamental, é preciso que os alunos tenham contato e saibam como se 
entender em ambientes digitais, entendendo as formas de comunicação ali usadas e a 
pluralidade de discursos disponíveis.
Assim, a BNCC aponta que:
Considerando esse conjunto de princípios e pressupostos, os eixos de 
integração considerados na BNCC de Língua Portuguesa são aqueles já 
consagrados nos documentos curriculares da Área, correspondentes às 
práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e mul-
tissemiótica) e análise linguística/semiótica (que envolve conhecimentos 
linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-
-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos de organização e os 
elementos de outras semioses).
As páginas 73 a 83 da BNCC discorrem de maneira detalhada sobre os eixos da área e seus 
desdobramentos em todos os anos do Ensino Fundamental. Para melhor compreensão do 
tema, recomenda-se a leitura do trecho. Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
No contexto dos anos iniciais, a BNCC aponta os seguintes elementos para cada eixo.
• Eixo da oralidade: aprofundamento do conhecimento que o aluno possui sobre o 
uso da língua oral e das interações discursivas;
• Eixo da análise linguística/semiótica: sistematização da alfabetização, nos dois 
primeiros anos, e desenvolvimento nos três anos seguintes;
• Leitura/escuta: ampliação do letramento a partir da incorporação de estratégias 
de leitura, de forma progressiva;
• Produção de textos: criação de textos em diferentes gêneros e com a incorpora-
ção progressiva de estratégias de produção.
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UNIDADE Área de Linguagens
Um ponto que merece atenção especial nesse contexto é a alfabetização. Na Edu-
cação Infantil, acontece o primeiro contato com a cultura escrita, mas é nos primeiros 
anos do Ensino Fundamental que se dá a alfabetização efetiva.
O artigo “Alfabetização em Tempos de Coronavírus” traz uma reflexão atual e importan-
te sobre as práticas pedagógicas de alfabetização em contextos atípicos.
Disponível em: https://bit.ly/3qphgPM
Assim, é nesse período que o aluno deve aprender a decodificar e codificar o sistema 
alfabético, aprendendo a ler e a escrever. A tarefa, porém, vai além de entender os ele-
mentos básicos da língua.
[...] conhecer a “mecânica” ou o funcionamento da escrita alfabética para 
ler e escrever significa, principalmente, perceber as relações bastante 
complexas que se estabelecem entre os sons da fala (fonemas) e as letras 
da escrita (grafemas), o que envolve consciência fonológica da linguagem: 
perceber seus sons, como se separam e se juntam em novas palavras 
etc. Ocorre que essas relações não são tão simples quanto as cartilhas ou 
livros de alfabetização fazem parecer. Não há uma regularidade nessas 
relações e elas são construídas por convenção. (BRASIL, 2017, p. 90)
A complexidade da Língua Portuguesa é algo que deve ser considerado ao longo de 
todas as séries, apontando ao aluno a maneira como as relações construídas em torno 
da língua falada e escrita no Brasil é fruto de processos históricos, sociais, locais e par-
ticulares que se desenvolveram em séculos e, antes disso, que se formaram em tempos 
incontáveis na história da Humanidade.
No caso da Língua Portuguesa, as habilidades correspondentes às práticas de linguagem e 
objetos de conhecimento são apresentadas entre as páginas 94 a 135 na BNCC. As compe-
tências específicas da língua portuguesa para o Ensino Fundamental estão na página 87. 
Recomenda-se a leitura para que haja o entendimento efetivo do assunto.
Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
Arte
A BNCC coloca o componente curricular da Arte, para o Ensino Fundamental, como 
abrangente das seguintes linguagens: artes visuais, dança, música e teatro.
O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos 
alunos com a complexidade domundo, além de favorecer o respeito às 
diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes 
para o exercício da cidadania. (BRASIL, 2017, p. 193)
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É importante que o aluno entenda que as expressões artísticas não se restringem às 
produções de espaços formais ou canais midiáticos. É preciso que ele entenda a Arte 
como uma experiência decorrente de práticas e vivências sociais, dos quais ele é tam-
bém criador e protagonista.
A produção de práticas artísticas deve ser trabalhada, estimulada e investigada, pois 
refletem pensamentos e conhecimentos dos alunos que nem sempre são expressos de 
outras formas. É nesses processos que “os alunos criam, experimentam, desenvolvem e 
percebem uma poética pessoal” (BRASIL, 2017, p. 193). Ocorre, assim, uma contextu-
alização dos diferentes saberes sob a ótica pessoal do aluno.
Assim, são propostas seis dimensões do conhecimento que caracterizam a singularidade 
da experiência artística para o aluno e que ocorrem de maneira simultânea e indissociável.
• Criação: fazer artístico, intencional e investigativo, que materializa sentimentos e ideias, 
representações e fatos. Essa dimensão relaciona-se ao que se envolve na criação artísti-
ca enquanto processo “permeado por tomadas de decisão, entraves, desafios, conflitos, 
negociações e inquietações” (BRASIL, 2017, p. 194);
• Crítica: relaciona-se com a capacidade do sujeito de gerar novas compreensões sobre 
ambientes e contextos já conhecidos a partir da criação de relações e experiências. Essa 
dimensão conjuga ações e pensamentos propositivos, envolvendo elementos variados;
• Estesia: dimensão que articula percepção e sensibilidade, aumentando as possibi-
lidades de conhecimento sobre si mesmo, os outros e o mundo. Relaciona-se com 
a experiência que tem o corpo como protagonista em relação ao ambiente, sons, 
imagens e si mesmo;
• Expressão: dimensão que surge da experiência artística com os elementos de cada 
linguagem. Refere-se à possibilidade do sujeito de expressar situações subjetivas que 
ocorrem em âmbito individual ou coletivo;
• Fruição: relaciona-se ao “deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura para 
se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais” (BRASIL, 
2017, p. 195). Relaciona-se com a relação continuada com produções artísticas de 
diferentes épocas e contextos;
• Reflexão: ação que permite “perceber, analisar e interpretar” (BRASIL, 2017, p. 195) as 
manifestações artísticas. Refere-se à maneira como cada pessoa pode criar argumentos e 
impressões sobre suas fruições, experiências com a arte e com seus processos criativos.
As dimensões citadas visam à facilitação do processo de ensino e aprendizagem em 
arte. Ou seja, não se trata somente do conhecimento formal ou clássico sobre a arte e 
seus grandes nomes, mas sim de um processo abrangente e profundo com as manifes-
tações artísticas, valorizando as experiências individuais e seus reflexos coletivos.
A BNCC traz dez competências específicas da Arte para o Ensino Fundamental, descritas em 
sua página 198. Já as habilidades estão nas páginas 200 a 203. Recomenda-se a leitura para 
que haja o entendimento efetivo do assunto. Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
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UNIDADE Área de Linguagens
Educação Física
A Educação Física considera as práticas corporais em suas formas de codificação e 
significação social, que são tidas como as “manifestações das possibilidades expressivas 
dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história” (BRASIL, 
2017, p. 2013).
Tais práticas devem ser consideradas como fenômenos culturais, que possuem como 
característica dinâmica, diversificação, pluridimensionalidade, singularidade e contradi-
toriedade. A BNCC aponta ainda três elementos das práticas corporais: “movimento 
corporal como elemento essencial; organização interna (de maior ou menor grau), pau-
tada por uma lógica específica; e produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento 
e/ou o cuidado com o corpo e a saúde” (BRASIL, 2017, p. 213).
Perceba, assim, que o trecho se refere às práticas corporais realizadas fora de obriga-
ções e são desenvolvidas sem propósitos específicos.
As práticas corporais compõem seis unidades temáticas da Educação Física para o Ensino Fun-
damental, que se modificam dos anos iniciais para os anos finais. Recomendamos a leitura das 
páginas 214 a 222 da BNCC para melhor entendimento. Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
No caso dos anos iniciais do Ensino Fundamental, é preciso considerar os modos pró-
prios de vida de cada criança – em seus contextos familiares e de comunidade – e, assim, 
entender a existências de múltiplas infâncias em grupos de alunos. Esses conhecimentos 
devem ser reconhecidos e problematizados no contexto escolar, de modo a ampliar seu 
conhecimento de mundo.
Não é possível, assim, realizar ações uniformes com os alunos. Por isso, a base da prática 
de ensino deve ser o diálogo, aliando a Educação Física com outros componentes curri-
culares para promover “a qualificação para a leitura, a produção e a vivência das práticas 
corporais” (BRASIL, 2017, p. 224) e auxiliar processos de leitura e letramento, ampliando 
práticas e experiências.
As competências específicas da Educação Física no Ensino Fundamental estão na página 
223 da BNCC, enquanto as habilidades ligadas para os anos iniciais aparecem nas páginas 
225 a 229 da BNCC. Ambas as leituras são importantes para a compreensão da seção. 
Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
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Em Síntese
Ao longo da unidade, vimos a maneira como a BNCC considera a área das linguagens 
para o Ensino Fundamental, focalizando nos anos iniciais. Exploramos cada um de seus 
componentes curriculares e os elementos fundamentais de cada um.
Na próxima unidade, estudaremos as áreas de Matemática e Ciências da Natureza. Nos 
vemos lá!
Momento Síncrono
Para ajudar você a entender melhor a maneira como as linguagens extrapolam a lín-
gua falada e escrita, abrangendo expressões artísticas e a educação física, será realizada 
uma webconferência com o professor responsável pela disciplina. Antes desse encontro, 
leia atentamente o material aqui apresentado e acesse as indicações de material comple-
mentar e outras dicas ao longo do texto. Participe do momento de interação, aprenda 
mais e tire suas dúvidas com o professor!
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UNIDADE Área de Linguagens
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Plano de Aula – Dança – Educação Física – BNCC na Educação Física
Entender como a dança pode permitir trabalhar as linguagens de maneira transver-
sal é um ponto importante para as práticas dos anos iniciais. Para entender melhor 
essa ação, assista ao vídeo “Plano de aula – Dança – Educação Física – BNCC 
na Educação Física”, com Kátia Costa, no canal Aula em foco, que traz um exem-
plo de prática de Educação Física integrada para o 2º ano do Ensino Fundamental.
https://youtu.be/lqVhjguBhD8
 Leitura
Alfabetização na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
O artigo “Alfabetização na Base Nacional Comum Curricular”, de Cláudia 
Maria Mendes Gontijo, Dania Monteiro Vieira Costa e Nayara Santos Perovano, 
traz um panorama histórico sobre a alfabetização em suas práticas pegagógicas 
e abordagens.
https://bit.ly/2XQg8IL
Alfabetização e Oralidade
Confira sugestões de atividades, por Mara Mansani, para trabalhar alfabetização e 
oralidade com alunos.
https://bit.ly/3LcksIT
Entendendo as Linguagens
O Movimento pela Base possui uma área de seu site que aborda especificamente as 
linguagens da BNCC e seus desdobramentos, com dicas e vídeos.
https://bit.ly/3qBTPTH
Gêneros Textuais
O Caderno de Práticas da BNCC traz uma série de atividades para os anos iniciais, 
como o uso de jornais para o aprendizado de gêneros textuais.
https://bit.ly/2XS8eP2
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Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf>.Acesso 
em: 18/10/2020.
MICHAELIS, H.; MICHAELIS, C. Michaelis: moderno dicionário da língua portugue-
sa. São Paulo: Melhoramentos. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/
portugues/index.php>. Acesso em: 18/10/2020.
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Prática de Ensino nos 
Anos Iniciais do 
Ensino Fundamental
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Márcia Pereira Cabral
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
As Áreas de Matemática e Ciências da Natureza
As Áreas de Matemática 
e Ciências da Natureza
 
 
• Considerando o conteúdo da BNCC sobre as áreas de Matemática e de Ciências da Natureza, enten-
der como as práticas de ensino dos anos iniciais do Ensino Fundamental devem ser desenvolvidas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• A Área de Matemática;
• Matemática no Ensino Fundamental – Anos iniciais;
• A Área de Ciências da Natureza;
• Ciências no Ensino Fundamental – Ano iniciais;
• Considerações Finais.
UNIDADE As Áreas de Matemática e Ciências da Natureza
Introdução
Nesta unidade, iremos abordar duas áreas de conhecimento da BNCC: a de Matemá-
tica e a de Ciências da Natureza. Como já vimos, a Base coloca o aluno como prota-
gonista em seu papel de ensino-aprendizagem e, no caso das áreas que estudaremos a 
seguir, isso não é diferente.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Assim, ao longo da unidade, considere a maneira como as práticas de ensino devem 
refletir essa ideia e pense sobre como isso pode acontecer em sala de aula. Considere as 
suas próprias vivências – tanto como aluno(a), quanto em eventuais experiências com a 
docência – e perceba a forma como a BNCC pode ser aplicada em atividades de ensino.
Desejamos a todos bons estudos!
A Área de Matemática
O conhecimento matemático é de inegável importância para a aplicação na vida 
escolar e nas práticas sociais, já que permeia inúmeros tipos de situações e vivências.
A BNCC coloca a matemática como mais do que uma área que ensina a quantificar 
e realizar operações. Ela é vista como uma formadora de pensamentos abstratos, que 
organizam, relacionam e identificam padrões em fenômenos de espaço, movimento, 
etc., associados ou não ao mundo físico (BRASIL, 2017, p. 265).
Entender o que o aluno já sabe é importante para o desenvolvimento das práticas de ensino 
em matemática? Leia o artigo da Nova Escola e entenda como uma avaliação inicial pode ser 
importante para esse componente: https://bit.ly/35QvFMZ
8
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Também vale destacar que a BNCC firma a matemática como uma ciência hipotética e 
dedutiva, mas aponta também o seu caráter metodológico de fundamentação em axiomas 
e postulados. Dessa maneira, a matemática também deve auxiliar a entender de que 
maneira são criados dados científicos e experimentações replicáveis.
No contexto do Ensino Fundamental, é essencial que o aluno veja aplicações práti-
cas dos conhecimentos que sabe em teoria. As experimentações empíricas são parte 
essencial do processo de aprendizagem nos diversos campos da matemática (Aritmética, 
Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade).
Assista ao vídeo “Matemática na BNCC”, em que a professora Maria Ignez Diniz fala sobre os 
campos matemáticos e outros pontos importantes. Acesse: https://youtu.be/HrychTmv7vQ
Também é importante considerar o conceito de letramento matemático, que assegura 
o reconhecimento dos conhecimentos adquiridos em situações variadas e é definido na 
BNCC como:
as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e 
argumentar matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento 
de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma varie-
dade de contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramen-
tas matemáticas. (BRASIL, 2017, p. 266 )
A esse pensamento associam-se os processos matemáticos, que dizem respeito à investi-
gação, resolução de problemas, modelagem e capacidade analítica. Esses processos nascem 
na matemática, mas extrapolam para outros momentos e situações.
Sendo assim, são apresentadas as competências específicas da matemática para o 
Ensino Fundamental.
A seção “Competências Específicas de Matemática para o Ensino Fundamental” é 
apresentada na página 267 da BNCC e recomenda-se sua leitura antes de seguir com o 
conteúdo aqui detalhado: http://bit.ly/2JiE3K8
Note que as competências específicas tratam de toda a etapa e não somente dos anos 
iniciais, que estudaremos em seguida.
Matemática no Ensino Fundamental – Anos iniciais
É importante entender que a matemática dos anos iniciais deve ser fundamentada na com-
preensão dos objetos matemáticos e de suas aplicações. Conforme consta no documento:
Na Matemática escolar, o processo de aprender uma noção em um con-
texto, abstrair e depois aplicá-la em outro contexto envolve capacidades es-
senciais, como formular, empregar, interpretar e avaliar – criar, enfim –, e 
não somente a resolução de enunciados típicos que são, muitas vezes, meros 
exercícios e apenas simulam alguma aprendizagem. (BRASIL, 2017, p. 277 )
9
UNIDADE As Áreas de Matemática e Ciências da Natureza
Assim, a clássica aprendizagem das quatro operações fundamentais é de grande impor-
tância, mas as práticas de ensino não se devem restringir a isso. Habilidades como cálculos 
mentais e estimativas, bem como uso de calculadoras e outras tecnologias, também deve 
aparecer nas práticas desenvolvidas.
Nesses anos, as práticas de ensino devem retomar as experiências dos alunos com 
números, formas e espaço, considerando aquilo que aprenderam em seu contexto fami-
liar e social e na Educação Infantil.
O artigo “Matemática para explicar e entender o mundo” aborda a maneira como essa 
área do conhecimento deve ser trabalhada para se relacionar com a vivência prática no 
mundo. Leia na íntegra: https://bit.ly/2LHfIlz
A BNCC propõe cinco unidades temáticas da matemática com base nos campos da ma-
temática apresentados acima (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade).
• Números: deve desenvolver o pensamento numérico, permitindo ao aluno desen-
volver quantificações e criar argumentos nessa linha. Nos anos iniciais, os alunos 
devem aprender a resolver problemas “com números naturais e números racionais 
cuja representação decimal é finita” (BRASIL, 2017, p. 268) e compreender signifi-
cado das operações, realizando cálculos mentais, estimativas e uso de calculadoras. 
A leitura, a escrita e a ordenação também devem ser trabalhadas nessa fase;
• Álgebra: visa o desenvolvimento do pensamento algébrico e sua consequente capa-
cidade de resolver problemas usando modelos matemáticos “na compreensão, repre-
sentação e análise de relações quantitativas de grandezas e, também, de situações 
e estruturas matemáticas, fazendo uso de letras e outros símbolos” (BRASIL, 2017, 
p. 270). Para a BNCC, nos anos iniciais, não são usadas letras para representar 
números, mesmo em operações simples, mas as noções desse pensamento devem 
ser trabalhadas por meio de aspectos como regularidade, generalização de padrões e 
propriedades da igualdade;
• Geometria: considera o conhecimento necessário para resolver problemas do 
mundo físico em diversas áreas do conhecimento. Deslocamentos e posicionamentos 
no espaço, bem como formas e relações entre figuras planas e espaciais, são o fun-
damento do desenvolvimento desse tipo de pensamento. Também associa as ideias 
de construção, representação e interdependência. Nos anos iniciais, os alunos devem 
aprender sobre localização, deslocamento e saber criar representações de objetos, 
usando papel ou ferramentas digitais. Os alunos também devem saber nomear 
polígonos e identificar suas características e as de figuras tridimensionais, enten-
dendo os conceitos de lados, vértices e ângulos. Também deve ser iniciado o estudo 
de transformações geométricas, com foco em simetrias, por meio de representações 
em plano cartesiano ou papel quadriculado;
• Grandezas e medidas: unidade que busca o ensino-aprendizagem da quantificação 
das grandezas do mundo físico, também consolidandonoções de número, conhe-
cimento geométrico e pensamento algébrico. Assim, propõe o uso de medidas, 
métricas e as relações entre elas, sendo facilmente integrada com outras áreas, 
10
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como Ciências (grandezas do Sistema Solar, por exemplo, ou velocidade da luz) 
e Geografia (escalas de mapas, por exemplo). Nos anos iniciais, os alunos devem 
entender que “medir é comparar uma grandeza com uma unidade e expressar o 
resultado da comparação por meio de um número” (BRASIL, 2017, p. 273). Eles 
também devem resolver problemas cotidianos de medidas e aplicá-los em práticas 
de consumo e outras possibilidades, desenvolvendo posturas críticas e éticas. Por 
isso, essa unidade pode se apoiar em práticas que não envolvam situações óbvias 
de medidas e sim em contextos que façam parte da realidade do aluno ;
• Probabilidade e estatística: unidade que estuda “conceitos, fatos e procedimen-
tos presentes em muitas situações-problema da vida cotidiana, das ciências e da 
tecnologia” (BRASIL, 2017, p. 273). Foca na incerteza e no tratamento de dados, 
com uso de tecnologias para pesquisar, coletar, organizar e interpretar resultados. 
Nos anos iniciais, a probabilidade deve ser trabalhada sob a ótica de que nem to-
dos os fenômenos são determinísticos, que há aleatoriedade e que, com base em 
análises, há “eventos certos, eventos impossíveis e eventos prováveis” (BRASIL, 
2017, p. 274).
As páginas 278 a 297 da BNCC trazem as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e 
as habilidades previstas para os anos iniciais em Matemática. Recomendamos a leitura para 
entendimento completo do tema. Acesse: http://bit.ly/2JiE3K8
A Área de Ciências da Natureza
O desenvolvimento tecnológico e científico, em sua relação com os recursos naturais 
e com a vida que conhecemos, é o foco dos estudos na área de Ciências da Natureza. 
Essa área visa à educação integral, considerando os elementos descritos atrelados a 
conhecimentos éticos, políticos e culturais (BRASIL, 2017, p. 321).
Também é importante salientar que essa área, no Ensino Fundamental, representa 
um dos primeiros contatos do aluno com a ciência. Portanto, as Ciências da Natureza 
também têm um compromisso com o desenvolvimento do letramento científico, “que 
envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnoló-
gico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das 
ciências” (BRASIL, 2017, p. 321), embora não seja a sua finalidade específica e sim um 
desenvolvimento conjunto.
Nesse sentido, cabe a essa área trazer o acesso aos conhecimentos científicos, apre-
sentando seus processos, práticas e procedimentos. Isso é essencial para que o aluno 
consiga entender a diferença entre a produção de conhecimento científico e saberes do 
senso comum ou da empiria, por exemplo. Por isso, devem haver práticas de ensino 
que exponham os alunos a situações investigativas e que demonstram a importância do 
conhecimento científico para o entendimento de situações cotidianas.
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UNIDADE As Áreas de Matemática e Ciências da Natureza
A série animada “Show da Luna”, produzida nacionalmente pela Discovery Kids, traz uma per-
sonagem de seis anos que se interessa pela Ciência e que vê um mundo como um grande labo-
ratório experimental. Lúdica, a série traz uma maneira divertida de ver as práticas científicas.
Acesse: https://bit.ly/2NhLV3m
Esse aspecto do ensino de ciências nas escolas é muito importante, pois deve influen-
ciar a maneira como as práticas de ensino são realizadas. Por isso, é importante conferir a 
tabela a seguir, que reproduz o conteúdo apresentado na BNCC referente às situações que 
devem acontecer para que o aluno possa desenvolver certas potencialidades.
Quadro 1 – Situações que devem ser trabalhadas em práticas 
de ensino para estimular o conhecimento científico do aluno
Definição 
de problemas
• Observar o mundo à sua volta e fazer perguntas;
• Analisar demandas, delinear problemas e planejar investigações;
• Propor hipóteses.
Levantamento, análise 
e representação
• Planejar e realizar atividades de campo (experimentos, obser-
vações, leituras, visitas, ambientes virtuais etc.); 
• Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive digitais, para coleta, 
análise e representação de dados (imagens, esquemas, tabelas, 
gráficos, quadros, diagramas, mapas, modelos, representações 
de sistemas, fluxogramas, mapas conceituais, simulações, 
aplicativos etc.);
• Avaliar informação (validade, coerência e adequação ao 
problema formulado);
• Elaborar explicações e/ou modelos;
• Associar explicações e/ou modelos à evolução histórica dos 
conhecimentos científicos envolvidos;
• Selecionar e construir argumentos com base em evidências, 
modelos e/ou conhecimentos científicos;
• Aprimorar seus saberes e incorporar, gradualmente, e de modo 
significativo, o conhecimento científico;
• Desenvolver soluções para problemas cotidianos usando dife-
rentes ferramentas, inclusive digitais.
Comunicação
• Organizar e/ou extrapolar conclusões;
• Relatar informações de forma oral, escrita ou multimodal;
• Apresentar, de forma sistemática, dados e resultados de 
investigações;
• Participar de discussões de caráter científico com colegas, 
professores, familiares e comunidade em geral;
• Considerar contra-argumentos para rever processos inves-
tigativos e conclusões.
Intervenção
• Implementar soluções e avaliar sua eficácia para resolver 
problemas cotidianos;
• Desenvolver ações de intervenção para melhorar a qualidade 
de vida individual, coletiva e socioambiental.
Fonte: Adaptada de BRASIL, 2017
12
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Ciências no Ensino 
Fundamental – Anos iniciais
A área das Ciências da Natureza possui as Ciências como componente curricular do 
Ensino Fundamental. Assim, ela permite que o aluno aprenda mais sobre si mesmo, sobre a 
vida, sobre as questões inerentes da Terra e do Universo, fornecendo ferramentas importantes 
para que o aluno possa entender e agir no mundo em que vive.
Figura 2
Fonte: Getty Images
A BNCC propõe três unidades temáticas para esse componente:
• Matéria e energia: unidade que aborda os materiais e suas transformações, 
fontes e tipos de energia usados pela vida e pela sociedade. Nos anos iniciais, a 
unidade deve aproveitar o conhecimento que a criança obtém do convívio com 
diferentes objetos, energias, sons e luzes, por exemplo. Também é importante que a 
criança entenda a lógica produtiva e de consumo, desenvolvendo ideias positivas e 
consumo consciente e sustentável, bem como reciclagem e redução de poluentes. 
A BNCC sugere que esses temas sejam trabalhos em contextos locais, como a 
escola, residência ou bairro da criança ;
• Vida e evolução: entender a vida como um fenômeno natural e social, conside-
rando suas possibilidades e seus seres (humanos ou não) é o foco dessa unidade. 
Os ecossistemas e a diversidade também devem ser tópicos trabalhados, assim 
como a preservação e a importância de uma visão abrangente e integrada sobre 
esses tópicos. Nos anos iniciais, “as características dos seres vivos são trabalhadas 
a partir das ideias, representações, disposições emocionais e afetivas que os alunos 
trazem para a escola” (BRASIL, 2017, p. 326). O foco dessas observações e apli-
cações também deve ser a realidade prática do aluno e aquilo que ele já conhece ;
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UNIDADE As Áreas de Matemática e Ciências da Natureza
• Terra e Universo: unidade voltada para o estudo da Terra enquanto um planeta den-
tro do Sistema Solar e aos demais aspectos sobre o Universo e seus componentes – 
a composição do planeta, suas formas de localização e orientação, a influência na 
vida humana e os fenômenos celestes são alguns exemplos de temas que devem 
ser trabalhados nessa unidade. Nos anos iniciais, essa unidade desperta grande 
interesse e isso deve ser usado para estimular o aluno a entender e produzir sabe-
res. Por isso, práticas como representações e sistematizações dos elementos dessa 
unidade são boas formas de aguçar esse interesse e aprofundar oconhecimento, 
assim como a observação de fenômenos (nascer do Sol, por exemplo). É importan-
te também integrar esses conhecimentos com grandes marcos do desenvolvimento 
da humanidade (orientação por astros e a recente geolocalização, por exemplo).
A BNCC traz em suas páginas 332 a 341 as unidades temáticas, os objetos de conhecimento 
e as habilidades desse componente. Sugere-se a leitura para entendimento completo da 
seção, disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
Considerações Finais
Entender de que maneira a Matemática as Ciências da Natureza devem ser trabalhadas 
nos anos iniciais do Ensino Fundamental foi o objetivo da unidade e esperamos que a 
experiência tenha sido proveitosa. Na unidade seguinte, finalizaremos a disciplina com 
o estudo das áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso. Nos vemos lá!
Momento Síncrono
Agora que você já leu o material focado nas áreas de Matemática e Ciências da 
Natureza e conferiu as indicações e links apresentados, é hora de verificar quando será 
realizada a webconferência, a cargo do professor responsável pela disciplina. Esse é o 
momento para obter explicações detalhadas sobre o tema e esclarecer pontos em que 
você ainda tiver dúvidas. Não deixe de participar!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
10 livros e 3 vídeos para se aprofundar na BNCC de Matemática
Livros e vídeos podem ser essenciais para aprimorar o entendimento da BNCC no 
contexto da matemática. Confira a lista com 10 livros e 3 vídeos para se apro-
fundar na BNCC de Matemática, elaborada pela Nova Escola.
https://bit.ly/2LHXrVg
 Vídeos
A BNCC na prática #4 - Ciências da Natureza - Margareth Polido
Assista ao webinar A BNCC na Prática, da Editora Moderna, sobre as Ciências da 
Natureza, com Margareth Polido.
https://youtu.be/b9JsdoTUYPU
 Leitura
Somar e subtrair: operações irmãs
A sugestão de prática da Nova Escola sobre o ensino de operações matemáticas 
traz importantes considerações sobre a aplicação da BNCC em sala de aula. Somar 
e subtrair: operações irmãs, por Carolina Costa. 
https://bit.ly/2Nf6VYy
BNCC – do letramento matemático à equidade e igualdade, possíveis significações produzidas
O artigo de Jefferson T. Godoi Pereira, aborda o ensino de matemática nos anos 
iniciais e ao longo da vida escolar como elemento empoderador para os alunos.
https://bit.ly/3svUBU1
5 planos de aula de Ciências para observar o céu sem sair de casa
Despertar o interesse dos alunos para a Ciência fica mais fácil quando ele entende 
fenômenos que sempre viu, mas para os quais nunca teve uma explicação formal. 
Confira sugestões de planos de aula que estimulam a observação e entendimento 
para a segmento da Terra e do Universo. 5 planos de aula de Ciências para 
observar o céu sem sair de casa, por Lucas santana.
https://bit.ly/3qA7GKb
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UNIDADE As Áreas de Matemática e Ciências da Natureza
Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf>. Acesso em: 
18 de outubro de 2020.
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Pratica de Ensino 
nos Anos Iniciais do 
Ensino Fundamental
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Márcia Pereira Cabral
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
As Áreas de Ciências 
Humanas e Ensino Religioso
 
 
• Entender o conteúdo apresentado na BNCC para a área de Ensino Religioso e para a área 
de Ciências Humanas, considerando seus componentes curriculares de Geografia e História.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• A Área de Ciências Humanas;
• A Área de Ensino Religioso.
UNIDADE As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
Introdução
Entender a si mesmo e ao mundo como elementos inseridos em um contexto tem-
poral e espacial é uma das questões centrais das Ciências Humanas. As crenças e re-
ligiões que se desenvolvem também possuem inegável relevância para a compreensão 
da sociedade. Por isso, a quarta e última unidade da disciplina focará nessas duas áreas 
de conhecimento propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Ciências 
Humanas e Ensino Religioso.
Assim como nas unidades anteriores, veremos que as áreas do conhecimento acio-
nam tipos específicos de pensamento e entendimento do mundo.
Figura 1
Fonte: Getty Images
No caso das temáticas que serão estudadas a seguir, podemos destacar a maneira 
como as Ciências Humanas acionam um raciocínio espaço-temporal, que busca a con-
textualização de fatos e indivíduos para sua compreensão. O Ensino Religioso, por sua 
vez, elenca um aspecto de transcendência do sujeito, que conota uma dimensão simbó-
lica a ele.
Esperamos que o presente material consiga apresentar de maneira abrangente e efe-
tiva as áreas do conhecimento abordadas na BNCC.
Bons estudos!
A Área de Ciências Humanas
A BNCC destaca a área das Ciências Humanas como aquela que desenvolve a cogni-
ção in situ, que representa a consideração das condições espaciais e temporais de certa 
situação ou pessoa (BRASIL, 2017, p. 353).
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Assim, as práticas da área combinam dois elementos: cognição e contexto. São essas 
características que permitem a construção de um raciocínio espaço-temporal que, con-
forme apresentado na Introdução da Unidade, é característico das Ciências Humanas.
De acordo com a BNCC, é esse tipo de raciocínio que irá permitir que o aluno seja 
capaz de compreender, interpretar e avaliar ações realizadas em certos recortes tem-
porais. A partir disso, ele também poderá entender de que maneira ele próprio está 
inserido em um certo contexto e de que maneira é influenciado por ele e é seu agente 
de mudança.
Esse percurso dentro do espaço e do tempo poderá ser realizado por meio de diferen-
tes linguagens, garantindo a compreensão mais abrangente possível “dos tempos sociais 
e da natureza e de suas relações com os espaços” (BRASIL, 2017, p. 353). A utilização 
das linguagens também deve garantir que o aluno seja produtor de conteúdos sobre rea-
lidades e contextos vividos.
Além disso, é preciso considerar que as ciências humanas possuem um viés funda-
mental para a compreensão da vida em sociedade. Conforme consta na BNCC:
Embora o tempo, o espaço e o movimento sejam categorias básicas na 
área de Ciências Humanas, não se pode deixar de valorizar também a 
crítica sistemática à ação humana, às relações sociais e de poder e, espe-
cialmente, à produção de conhecimentos e saberes, frutos de diferentes 
circunstâncias históricas e espaços geográficos. (BRASIL, 2017, p. 353)
Note que a BNCC aponta para o fato de que os conhecimentos dessa área são im-
portantes também para que os alunos desfrutem de uma educação que permita que eles 
vejam o mundo de maneira efetiva e que tenham as ferramentas necessárias para agir 
de maneira positiva e responsável. O aluno deve desenvolver pensamento autônomo 
sobre essas perspectivas, organizando seus pensamentos e conhecimentos de modo 
que consiga tecer suas próprias considerações e se aproprie daquilo que vê e consome.
Assista ao vídeo “As Ciências Humanas na prática docente dos Anos Iniciais do Ensino 
Fundamental” para entender melhor a temática: https://youtu.be/2zXokagD6j4
Assim, as práticas da área devem garantir uma formação ética, que valorize os direitos 
humanos; o respeito ao meio ambiente e à coletividade; o fortalecimento de valores sociais, 
como solidariedade, participação e protagonismo voltados para o bem comum; e, acima de 
tudo, a preocupação com as desigualdades sociais (BRASIL, 2017, p. 354).
As práticas de ensino de Ciências Humanas devem permitir “explorações sociocog-
nitivas, afetivas e lúdicas capazes de potencializar sentidos e experiências com saberes 
sobre a pessoa, o mundo social e a natureza” (BRASIL, 2017, p. 354). Ou seja, o aluno 
deve ser estimulado a se envolver em situações de aprendizagem que despertem o seu 
interesse e sua reflexão para os aspectos considerados, em vez de receber somenteelementos teóricos e normativos do tema. É importante que ele desenvolva as suas per-
cepções sobre o que vê e seja capaz de interpretar isso com o conjunto de informações 
que carrega.
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UNIDADE As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
Também é importante que o aluno tenha contato com procedimentos de investigação 
em Ciências Humanas. Assim como em outras áreas, ele precisa entender como o co-
nhecimento é construído e, a partir disso, como ele próprio pode considerar a si mesmo 
e o mundo que o cerca.
Na página 357 da BNCC constam as competências específicas em Ciências Humanas para o 
Ensino Fundamental. Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
Ciências Humanas nos anos iniciais
Nos anos iniciais, a valorização do conhecimento prévio e externo à vida escolar 
deve acontecer ao longo dos momentos de aprendizagem. Esse conhecimento pode ser 
trabalhado e estimulado através da ludicidade, de diálogos sensíveis e da exploração de 
ambientes educativos (museus, parques, arquivos etc.).
É também nos anos iniciais que o aluno começa a desenvolver os citados procedi-
mentos de investigação na área. Por isso, devem ser trabalhadas atividades de pesquisa, 
observação, registro e análises comparativas sobre elementos variados, para que o aluno 
entenda de que forma pode compreender o mundo em que está inserido.
Esses procedimentos permitem a articulação do espaço vivido com o tempo vivido. 
Vale destacar que “o vivido é aqui considerado como espaço biográfico, que se relacio-
na com as experiências dos alunos em seus lugares de vivência” (BRASIL, 2017, p. 355).
Dessa maneira, os anos iniciais devem ter práticas voltadas para a ampliação das ex-
periências do aluno sobre o mundo e o estímulo à interpretação e ao desenvolvimento 
de percepções.
Geografia
Compreender as ações humanas em diferentes sociedades e localizações é o objetivo 
da Geografia para a BNCC. Esse conhecimento auxilia no entendimento do mundo em 
que o aluno está inserido a partir das relações que são estabelecidas na sociedade, com 
a natureza e com os espaços envolvidos. Além disso:
a educação geográfica contribui para a formação do conceito de identida-
de, expresso de diferentes formas: na compreensão perceptiva da paisa-
gem, que ganha significado à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência 
dos indivíduos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos 
costumes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e 
na consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros 
e, por isso, convictos das nossas diferenças. (BRASIL, 2017, p. 359)
A BNCC também apresenta o conceito de raciocínio geográfico, que diz respeito ao 
exercício de um pensamento espacial atrelado a elementos para a compreensão da rea-
lidade, que são os princípios do raciocínio geográfico. Esses princípios são:
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• Analogia: os fenômenos geográficos são de natureza comparável e isso pode ser 
usado como base para entendimento de acontecimentos semelhantes;
• Conexão: fenômenos geográficos nunca acontecem isoladamente e sempre po-
dem ser relacionados com outros fenômenos;
• Diferenciação: os fenômenos geográficos variam conforme o local estudado, ge-
rando diferenças;
• Distribuição: maneira como os objetos de estudo estão espalhados em certos es-
paços;
• Extensão: espaço delimitado de ocorrência de um fenômeno geográfico;
• Localização: posição de um objeto no planeta, podendo ser absoluta (medida por 
coordenadas) ou relativa (localização em relação a outro ponto);
• Ordem: a “Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior comple-
xidade. Refere-se ao modo de estruturação do espaço de acordo com as regras da 
própria sociedade que o produziu” (BRASIL, 2017, p. 360).
Entenda mais assistindo ao vídeo “Conexão Professor – Raciocínio Geográfico: o estudo 
das dinâmicas que determinam a paisagem”: https://youtu.be/-vkG3wewTOI
Com base nesses estudos, nos anos iniciais, o aluno deve ser estimulado a conseguir 
responder a perguntas como: onde se localiza? Por que se localiza? Como se distribui? 
Quais são as características socioespaciais? Ele deve saber responder isso sobre si mes-
mo, sobre as pessoas e sobre os objetos.
A BNCC também apresenta os principais conceitos da Geografia. O primeiro deles é 
o de espaço, que deve ser pensado sempre junto com o conceito de tempo e sempre ar-
ticulado como um processo. O tempo é visto tanto como uma construção social, quanto 
em sua relação com os tempos da natureza. Os demais conceitos dizem respeito a di-
ferentes elementos do espaço geográfico: território, lugar, região, natureza e paisagem.
Os conhecimentos em Geografia, para o Ensino Fundamental, estão divididos em 
cinco unidades temáticas. É importante destacar que em todas as unidades devem ser 
trabalhados o exercício da cidadania e sua relação com os conteúdos apresentados.
Confira as unidades:
• O sujeito e seu lugar no mundo: ligada ao pertencimento e à construção da iden-
tidade, essa unidade deve ser trabalhada nos anos iniciais por meio de brincadeiras 
que ampliem as experiências vividas previamente sobre a criança em si e em seus 
contextos de comunidade, permitindo que ela perceba as relações sociais, étnico-
-raciais em que está inserida, sendo capaz de construir sua identidade no relaciona-
mento com os outros. Também devem ser trabalhadas relações espaciais e outros 
elementos importantes para a alfabetização cartográfica;
• Conexões e escalas: essa unidade relaciona-se com a articulação de diferentes 
espaços e escalas de análise, entendendo fenômenos de nível local e global em 
suas semelhanças e diferenças. Nos anos iniciais, a criança deve desenvolver a 
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UNIDADE As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
habilidade de efetuar conexões que a ajudem a entender suas vivências e aquilo 
que acontece no mundo a partir das relações entre espaço natural e sociedade;
• Mundo do trabalho: unidade que aborda “os processos e as técnicas construtivas 
e o uso de diferentes materiais produzidos pelas sociedades em diversos tempos” 
(BRASIL, 2017, p. 363) no contexto do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Também 
são estudadas as atividades e funções socioeconômicas dos setores da economia, as 
cadeias produtivas e os processos agroindustriais;
• Formas de representação e pensamento espacial: gira em torno do entendi-
mento das representações gráficas, do conceito de mapa e de outras representa-
ções. Nos anos iniciais, deve haver o desenvolvimento do pensamento espacial, de 
noções de localização geográfica e da progressiva aprendizagem de ideias como 
diferenciação, extensão, correlação e analogia espacial;
• Natureza, ambientes e qualidade de vida: estuda a “unidade da geografia, articu-
lando geografia física e geografia humana, com destaque para a discussão dos pro-
cessos físico-naturais do planeta Terra” (BRASIL, 2017, p. 364). Nos anos iniciais, 
devem ser trabalhadas noções acerca do meio físico e seus recursos, reconhecendo 
como suas próprias comunidades modificam o meio, as possibilidades de uso e os 
impactos socioambientais disso.
Na página 366 da BNCC constam as competências específicas de Geografia para o Ensino 
Fundamental. Faça a leitura para compreensão completa do tema: http://bit.ly/2JiE3K8
Ainda no link acima, é importante ler as páginas 370 a 379, que trazem as unidades temáti-
cas, objetos de conhecimento e habilidades em Geografia para os anos iniciais. 
História
Entender de que maneira os acontecimentos do passado se deram e chegaram ao 
presente é o objetivo da História, de acordo com BNCC. A História, para a Base, conta 
com profissionais que visam “identificar, analisar e compreender os significados de dife-
rentes objetos, lugares, circunstâncias, temporalidades, movimentos de pessoas, coisas 
e saberes” (BRASIL, 2017, p. 397).
A BNCC preconiza que a História deve dialogar com o presente, no contexto do 
Ensino Fundamental, colocando os pontos estudados como questões entrelaçadas com 
aquilo que os alunos observamno mundo em que vivem.
A relação passado/presente não se processa de forma automática, pois 
exige o conhecimento de referências teóricas capazes de trazer inteligi-
bilidade aos objetos históricos selecionados. Um objeto só se torna do-
cumento quando apropriado por um narrador que a ele confere senti-
do, tornando-o capaz de expressar a dinâmica da vida das sociedades. 
Portanto, o que nos interessa no conhecimento histórico é perceber a 
forma como os indivíduos construíram, com diferentes linguagens, suas 
narrações sobre o mundo em que viveram e vivem, suas instituições e 
organizações sociais. (BRASIL, 2017, p. 397)
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Assim, o ensino de História deve visar a esse questionamento direcionado para o 
entendimento de elementos presentes e relevantes para as experimentações e vivências 
dos alunos.
Um dos principais objetivos da História, nessa etapa escolar, é estimular a autonomia 
de pensamento e permitir que as crianças consigam entender como as pessoas e socie-
dades agem no tempo e no espaço em que vivem ou viveram.
Entender contextos domésticos é uma boa maneira de ensinar os alunos a perceber seu 
papel em contextos sociais. Pensando nisso, confira o plano de aula disponível no site da 
Nova Escola sobre esse tema, disponível em: https://bit.ly/3sC9Iej
A aprendizagem pode acontecer, assim, com fontes variadas de conhecimento, como 
documentos, registros, vestígios naturais, etc., que se tornam objetos de estudo. Para 
eles, são desenvolvidos os processos de identificação, comparação, contextualização, 
interpretação e análise.
• Identificação: realizada a partir da interação e percepção do objeto, a identificação 
deve responder a perguntas como: é feita de que material?; para que serve?; teve 
seu significado alterado ao longo do tempo?; é descrita de maneira diferente pelos 
indivíduos?, entre outras;
• Comparação: entender as características de um objeto pode ser mais fácil quando 
ele é comparado com outro, já que isso permite a identificação de elementos que 
podem passar despercebidos em estudos unitários e, por isso, a comparação esti-
mula o pensamento;
• Contextualização: imprescindível na História, a contextualização deve ser traba-
lhada em diferentes níveis de complexidade, estimulando o aluno a saber situar 
certo objeto em seu tempo, espaço e sentido;
• Interpretação: fundamental para o desenvolvimento de um pensamento crítico, a 
interpretação diz respeito à “observação e conhecimento da estrutura do objeto e 
das suas relações com modelos e formas (semelhantes ou diferentes) inseridas no 
tempo e no espaço” (BRASIL, 2017, p. 399);
• Análise: habilidade complexa e que gira em torno da problematização da própria 
escrita da História e do fato de que ela é fruto de um trabalho que, por mais cuida-
doso e detalhado, não conseguirá abranger todos os elementos possíveis. Com isso, 
ela exige uma compreensão estética e ética do sujeito que a estuda.
Na página 402 da BNCC constam as competências específicas de História para o Ensino Fun-
damental. Já as páginas 406 a 415 trazem as unidades temáticas, objetos de conhecimento 
e habilidades em História para os anos iniciais. Recomendamos a leitura para entendimento 
efetivo do tema. Disopnível em: http://bit.ly/2JiE3K8
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UNIDADE As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
No contexto dos anos iniciais, a História visa à construção do sujeito a partir da toma-
da de consciência de que existe um “eu” e um “outro”, separando esses sujeitos, enten-
dendo a si mesmo como um indivíduo e “desenvolvendo a capacidade de administrar a 
sua vontade de maneira autônoma, como parte de uma família, uma comunidade e um 
corpo social” (BRASIL, 2017, p. 403).
Esse processo é longo e vai acontecendo de maneira progressiva, à medida em que o 
aluno vai aumentando as suas vivências e sua percepção sobre elas e vai, dessa forma, 
se entendendo mais como parte de contextos específicos. Ao mesmo tempo, ele vai per-
cebendo que existe o “outro” e que esse, por sua vez, irá perceber e aprender o mundo 
de maneira particular.
A transversalidade no ensino de História para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais 
acontece na explicação de outros fatos, como a existência de outras línguas e sistemas 
(de medida, numéricos) pertencentes e desenvolvidos em variadas culturas.
O artigo “Temas transversais e ensino de história nos primeiros anos de escolarização” 
traz importantes reflexões a esse respeito. Acesse: https://bit.ly/35T3U6J
Assim, de modo geral, os dois primeiros anos devem focar no reconhecimento do 
“Eu”, do “Outro” e do “Nós”, enquanto 3º e 4º anos contemplam mais o lugar em que 
o aluno vive e sua dinâmica, também usando escalas temporais mais amplas e antigas, 
pensando nos primeiros grupos humanos. No 5º ano, essa análise se aprofunda para 
permitir o entendimento da diversidade de povos, culturas e organizações. Aborda-se 
também a noção de cidadania, direitos e deveres em sociedade, entendendo as diferen-
ças existentes, a partir de um percurso histórico que permita entender como a humani-
dade se desenvolveu em uma pólis, com princípios específicos, e as características atuais 
nessa dinâmica.
A Área de Ensino Religioso
O Ensino Religioso tem como função educacional a formação do cidadão como forma 
de assegurar o respeito à diversidade religiosa. A BNCC aponta essa função no aspecto 
histórico de sua definição, assegurado na Constituição de 1988 e na LDB de 1996.
De acordo com a BNCC:
Estabelecido como componente curricular de oferta obrigatória nas esco-
las públicas de Ensino Fundamental, com matrícula facultativa, em dife-
rentes regiões do país, foram elaborados propostas curriculares, cursos de 
formação inicial e continuada e materiais didático-pedagógicos que con-
tribuíram para a construção da área do Ensino Religioso, cujas natureza 
e finalidades pedagógicas são distintas da confessionalidade. (BRASIL, 
2017, p. 435)
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Assim, o componente curricular gira em torno de um conhecimento religioso produ-
zido no contexto das Ciências Humanas e Sociais e das Ciências das Religiões, que es-
tudam fenômenos religiosos e sua relação social e histórica com a busca da humanidade 
pelo entendimento dos mistérios do mundo.
Na página 437 da BNCC, constam as competências específicas de Ensino Religioso para 
o Ensino Fundamental. Recomendamos a leitura para entendimento efetivo do tema, 
disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
O Ensino Religioso deve tratar os conhecimentos sem predileção de crença e conside-
rando a produção científica acerca de seus percursos históricos e gerais. Assim, esse ensino 
tem como fundamentos pedagógicos a interculturalidade e a ética da alteridade, “porque 
favorecem o reconhecimento e respeito às histórias, memórias, crenças, convicções e valo-
res de diferentes culturas, tradições religiosas e filosofias de vida” (BRASIL, 2017, p. 437).
Entenda mais assistindo ao vídeo “O ensino religioso na escola – BNCC – Plano de aula 
– Ensino Fundamental”, disponível em: https://youtu.be/eOremX-8P3w
A BNCC apresenta três unidades temáticas do Ensino Religioso para o Ensino Fun-
damental:
• Identidades e alteridades: as alteridades (diferenças) são estabelecidas a partir das 
relações entre os indivíduos, o que permite a identificação das próprias característi-
cas e o consequente desenvolvimento do conceito de identidade. Nos anos iniciais, 
essa unidade deve ser trabalhada para que o aluno entenda de que maneira ele se 
posiciona em relação à transcendência – conceito referente às experiências religiosas 
dos sujeitos em relação à vida e à morte. Essas experiências são construídas subjeti-
vamente por práticas espirituais, como celebrações e orações, e ritualísticas, como 
representações simbólicas. Esses rituais costumam acontecer em espaços sagrados, 
como igrejas, que também são importantes elementos a serem entendidos em con-
texto escolar por seu caráter simbólico e de grande relevância para seus grupos;
• Manifestações religiosas: essa unidade aborda o conjunto de elementosrelaciona-
dos com as diferentes religiões, fornecendo ao aluno o conhecimento e valorizando 
o respeito às diferentes manifestações religiosas;
• Crenças religiosas e filosofias de vida: unidade que aborda os elementos que 
fundamentam as religiões e tradições, estruturando doutrinas, crenças, divindades, 
mitos etc. Os mitos são importantes elementos estruturantes, já que representam 
tentativas de explicar a vida e seus fenômenos. De acordo com a BNCC, “O mito 
é um texto que estabelece uma relação entre imanência (existência concreta) e 
transcendência (o caráter simbólico dos eventos)” (BRASIL, 2017, p. 440). Soma-
dos a itens como ritos e símbolos, alicerçam as crenças, que são o “conjunto de 
ideias, conceitos e representações estruturantes de determinada tradição religiosa” 
(BRASIL, 2017, p. 440). Todos esses elementos constituem narrativas religiosas, 
ancoradas geralmente na oralidade, que constituem tradições específicas e que, em 
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UNIDADE As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
algumas culturas, estão também organizadas em textos escritos. Esse processo de 
sistematização e transmissão de conhecimentos religiosos, orais ou escritos, cons-
titui as doutrinas religiosas, que são a base de um sistema religioso. Geralmente, a 
doutrina contém a ideia de imortalidade (como a reencarnação ou a ancestralidade, 
por exemplo) norteadora de seus seguidores, que também costuma ser acompa-
nhada de modelos de conduta que devem ser seguidos em vida e que representam 
códigos morais e éticos que definem o que é certo ou errado e costumam orientar 
comportamentos ritualísticos e cotidianos.
Recomendamos a leitura das páginas 442 a 451 da BNCC para estudo das unidades temáticas, 
objetos de conhecimento e habilidades em Ensino Religioso para os anos iniciais. 
Disponível em: http://bit.ly/2JiE3K8
Em Síntese
Encerramos a disciplina com a presente unidade, que abordou a área de Ciências Huma-
nas, em seus componentes curriculares de Geografia e História, e de Ensino Religioso. 
O material baseia-se na BNCC e no que ela afirma sobre as práticas de ensino de cada 
uma dessas áreas.
Ao final dos estudos, esperamos que tenham sido esclarecidos todos os aspectos sobre o 
processo de ensino-aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
Não se esqueça de acessar todos os links e referências indicados ao longo do material, 
pois eles são essenciais para a compreensão efetiva do conteúdo.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Nova Escola
Acesse os planos de aula da Nova Escola para os anos iniciais que trabalham, entre 
outros componentes curriculares, a Geografia.
https://bit.ly/3sOn2N4
O Instituto Claro 
O Instituto Claro também disponibiliza planos de aula que trabalham História e 
outros componentes para os anos iniciais do Ensino Fundamental. 
https://bit.ly/3qu0IWX
 Filmes
Five
O curta-metragem “Five”, com direção de Karina Mercadante e Daniel Mercadante, 
apresenta a vida de cinco crianças de religiões diferentes, mostrando seus modos de 
vida e tradição, sendo uma boa maneira de apresentar a diversidade em sala de aula.
https://youtu.be/hQRdLtB2mwk
 Leitura
Temas Transversais e Ensino de História nos Primeiros anos de Escolarização
https://bit.ly/3iw9e4T
Sugestões de atividades da área de Ensino Religioso
https://bit.ly/39P7TCr
BNCC para História: supere a ideia do “tem que estudar porque está no livro
https://bit.ly/35QRHQ1
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UNIDADE As Áreas de Ciências Humanas e Ensino Religioso
Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf>. Acesso em: 
18/10/2020.
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