Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HK B Insuficiênci� Cardíac� Agud� Prof. Henriqu� Stania� � Profª. Lucian� Andre� “A Insuficiência Cardíaca é uma síndrome clínica complexa de caráter sistêmico, definida como disfunção cardíaca que ocasiona um fornecimento sanguíneo inadequado para suprir as necessidades metabólicas teciduais ou que só consegue fazê-lo com elevadas pressões de enchimento. Enquanto a insuficiência cardíaca aguda, é um quadro clínico de IC com instalação ou mudança de sinais e sintomas, de forma rápida e que resultam na necessidade de atenção médica imediata e de terapia de urgência, geralmente conduzindo a hospitalização.” Epidemiologi� ➺ Maioria dos casos: resultado de uma deterioração de IC crônica (descompensada) ➺ 20% dos casos, a IC aguda é a primeira manifestação ➺ Terceira causa de internação hospitalar no Brasil e primeira no mundo ➺ Associada a aumento de mortalidade e necessidade de reeinternação Insuficiênci� Cardíac� - Revisã� Deficiência do sistema cardiovascular em suprir necessidades metabólicas dos tecidos, mesmo com pressões de enchimento normais ou altas ➺ Retenção hidrossalina ➺ Ativação neuroendócrina e pró-inflamatória ➺ Redução da capacidade aeróbica ➺ Redução da sobrevida ❤ Etiologia ➺ Doenças isquêmicas ➺ Hipertensão ➺ Doença valvar ➺ Miocardiopatias ➺ Doença pericárdica ➺ Doença congênita HK B ❤ Critérios Diagnósticos - Framingham ICC quando: 2 sinais maiores ou 1 sinal maior associado a 2 menores ➺ Sinais maiores • Dispnéia paroxística noturna e/ou ortopnéia • Ingurgitamento jugular • Estertores finos nas bases • Cardiomegalia • Edema agudo de pulmão • Galope de B3 • Refluxo hepatojugular • Perda de mais de 4,5 kg em 5 dias em resposta ao tratamento ➺ Sinais menores • Dispnéia aos esforços • Tosse noturna • Edema de MMII • Hepatomegalia • Derrame pleural • FC > 120 bpm • Diminuição de capacidade vital (<⅓) ❤ Classificação ➺ Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida ou insuficiência cardíaca sistólica “Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) é definida como insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≤ 40%.” ➺ Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada ou insuficiência cardíaca diastólica “Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) é definida como insuficiência cardíaca com FEVE ≥ 50%.” HK B IC agud�: nov� o� crônic� descompensad� “Síndrome clínica na qual uma alteração estrutural ou funcional do coração leva à incapacidade de expelir e/ou acomodar sangue dentro de valores fisiológicos de pressão causando limitação funcional e necessitando intervenção terapêutica imediata.” ❤ Causas As causas da IC aguda estão associadas a baixo débito cardíaco, elevada resistências vascular sistêmica e elevadas pressões de enchimento ventricular ➺ IC aguda “nova” Síndrome clínica de IC que ocorre em pacientes sem sinais e sintomas prévios dessa insuficiência, desencadeada por • Infarto do miocárdio • Arritmias • Destruição valvar • Miocardite • Crise hipertensiva • Cirurgia cardíaca ➺ IC Crônica Descompensada Situação clínica em que ocorre exacerbação aguda ou gradual de sinais e sintomas de IC em repouso, em pacientes com diagnóstico prévio de IC, exigindo terapia adicional e imediata. • Má aderência ao tratamento • Infecção • Isquemia coronária • Tromboembolismo • Arritmias • Anemia Avaliaçã� ❤ Apresentação clínica ➺ Insuficiência ventricular esquerda: dispneia e fadiga ➺ IC congestiva: dispneia, edema de MMII, falta de energia, sensação de cansaço, incômodos respiratórios, dificuldade para dormir, abdômen inchado ou mole, perda de apetite, tosse com catarro, memória prejudicada. HK B ➺ Choque cardiogênico: “hipoperfusão tecidual sistêmica devido à incapacidade do músculo cardíaco de gerar um débito adequado às necessidades metabólicas do organismo.” ➺ Edema agudo de pulmão: “Síndrome clínica que pode ser definida como um acúmulo de líquido extravasado dos capilares para o interstício pulmonar (...) Esse quadro gera no paciente dispneia súbita e intensa ao repouso, com pO2 < 90% à respiração ambiente (hipoxemia), diminuição da complacência pulmonar, trabalho respiratório aumentado e relação ventilação-perfusão anormal.” ❤ Tempo de evolução ➺ IC aguda nova • A congestão se dá em horas, decorrente da redistribuição vascular de volemia ➺ IC crônica descompensada • Quando há FE reduzida, há predomínio de retenção hidrossalina, desenvolvendo se por dias ou semanas ❤ Tipo de disfunção ➺ Fração de ejeção reduzida ou sistólica ( FEVE < 40%) ➺ Fração de ejeção preservada ou diastólica (FEVE > 50%) • Alteração na curva pressão/volume, com sobrecarga de volume, produzindo edema pulmonar com maior facilidade ❤ Modelo clínico hemodinâmico Avaliação da perfusão periférica e grau de congestão do paciente ➺ Sinais de congestão: turgência jugular; refluxo hepatojugular; edema periférico; B3; dispneia; ortopneia; crepitações; ganho de peso ➺ Sinais de baixa perfusão: extremidades frias; baixo débito urinário; estado mental alterado; pouca resposta ao diurético; azotemia pré renal HK B Abordage� inicia� ❤ Definição de risco imediato de vida Identificar sintomas e situações que são risco imediato à vida, e realizar a abordagem terapêutica adequada RISCO IMEDIATO DE VIDA ABORDAGEM TERAPÊUTICA Presença de insuficiência respiratória aguda Cateter de oxigênio/ ventilação não invasiva/ tubo orotraqueal + suporte mecânico ventilatório; broncodilatadores se necessário IAM Angioplastia primária/ trombolítico Presença de choque cardiogênico Inotrópicos/ BIA (balão intraaórtico)/ suporte mecânico circulatório Presença de taquiarritmia ou bradicardia grave Cardioversão elétrica/ marca-passo provisório transcutâneo Sinais neurológicos Avaliação neurológica/ protocolo de AVC Emergência hipertensiva Nitroprussiato de sódio/ nitroglicerina IV Fator causal mecânico ou lesão valvular aguda ETE (ecocardiograma transesofágico)/ intervenção cirúrgica ou percutânea Embolia pulmonar Trombolítico Sepse e DM descompensado Protocolos de sepse e de diabetes ❤ Diagnóstico de IC aguda Avaliação de etiologia, status hemodinâmico e prognóstico, que deve ser realizado em até 2h após a admissão. ➺ Dispnéia É o sintoma mais frequente, de forma que quando não há dispneia o diagnóstico de IC é pouco provável, mas é inespecífico, sendo necessário descartar diagnósticos diferenciais. • DD: Asma; DPOC; Hipertensão pulmonar; Edema pulmonar não cardiogênico; Infecção; Doença pleural; Embolia pulmonar; Falência dos músculos respiratórios; Descondicionamento físico; Rejeição a TX pulmonar; Doenças do pericárdio; Doenças do mediastino; Ansiedade; Hiperventilação secundária a acidose metabólica; ➺ Achados específicos • Desvio do ictus para a esquerda HK B • Ritmo de galope (B3) • Distensão venosa jugular • Presença de refluxo hepatojugular ➺ Avaliação do débito cardíaco: extremidades frias, alteração da consciência, redução do débito urinário, tempo de enchimento capilar lentificado, pulso fino, redução da pressão arterial e redução da pressão de pulso. ➺ ECG e Raio-X do tórax normais tornam o diagnóstico pouco provável • ECG: ondas Q em parede anterior; fibrilação atrial; sobrecarga ventricular esquerda; bloqueio de ramo esquerdo • Raio-X de tórax: - Cardiomegalia - Congestão pulmonar ➺ Ecocardiograma: indicado na avaliação de todos os pacientes com IC aguda, avalia a fração de ejeção HK B ➺ Exames laboratoriais • Hemograma • Eletrólitos: Na, K e Mg • Transaminases • Ureia e creatinina • Gasometria e lactato • Proteína C reativo • Dímero D • Glicemia e perfil lipídico • Testes de função hepático • Troponina, BNP ou pro BNP: - Em valores normais, BNP < 100 pg/mL ou NT pró BNP < 300 pg/mL, exclui a IC aguda - Confirma IC BNP > 400 pg/mL ou NT pró BNP > 900 mg/dL < 75 anos ou > 1800 pg/mL acima de 75 anos. ❤ Modelo de apresentação “A diferenciação entre a forma crônica agudizada e a nova, é de fundamentalimportância na definição da estratégia terapêutica e no entendimento dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na descompensação da IC.” IC crônica agudizada IC aguda nova Mecanismo ↓Contratilidade Retenção de água e de sódio ↑Pós-carga E/OU Disfunção diastólica do VE ou Perda aguda da contração Padrão de congestão Aumento global da volemia (hipervolêmico absoluto) Redistribuição da volemia da periferia para o pulmão (hipovolêmico periférico, hipervolêmico no pulmão) Início dos sintomas Gradual (dias) Rápido (horas) Sintoma principal Dispneia ou fadiga Dispneia PAS Normal ou baixa Alta ou normal/ incomum baixa PD2 (pressão diastólica final do ventrículo esquerdo) +++ +++++ FEVE e DC Reduzidos Normais ou reduzidos Edema de MIS Frequente Infrequente Ganho de peso Sim Não HK B ❤ Perfil de risco ➺ Risco prognóstico clínico admissional De acordo com o perfil de risco admissional, os pacientes são alocados nos protocolos terapêuticos e na unidade de internação mais adequada. BAIXO RISCO ALTO RISCO Ausência de fatores de risco imediato de vida Presença de fatores de risco imediato de vida Ausência de comorbidade descompensada Presença de comorbidade descompensada IC aguda nova por crise hipertensiva IC aguda nova IC crônica agudizada e Perfil quente e congesto Perfil frio-congesto PAS > 110 mmHg PAS < 90 mmHg FC < 130 bpm FC > 130 ppm ou < 40 bpm FR < 32 irpm FR > 32 irpm com esforço respiratório SatO2 > 90% sem suporte de oxigênio SatO2 < 90% com suporte de oxigênio SatO2 > 90% após VNI de até 90 minutos SatO2 < 90% com suporte de oxigênio após 90 minutos de Ventilação não invasiva Sem necessidade de vasodilatador ev e inotrópico ev Necessidade de suporte inotrópico ou vasodilatador por via endovenosa contínuo Creatinina < 2,0 mg/dL;Ureia < 92 mg/dL Disfunção orgânica acometendo ≥ 2 órgãos Lactato ≥ 2 mmol/dL troponina normal Troponina I elevada Ausência de inflamação ou infecção aguda Infecção ou inflamação aguda Nível de consciência normal Agitação ou alteração do nível de consciência ➺ Risco prognóstico intra-hospitalar: Escala ADHERE Perfil de risco BUN (mg/dL)** PAS (mmHg) Mortalidade (%) Baixo ≤ 43 (uréia ≤ 86) ≥ 115 2,14 Intermediário baixo ≤ 43 (uréia ≤ 86) ≤ 115 5,49 Intermediário médio ≥ 43 (uréia ≤ 86) ≥ 115 6,4 Intermediário alto ≥ 43 (Cr < 2,7) (uréia ≤ 86) ≤ 115 12,28 Alto ≥ 43 (Cr ≥ 2,7) uréia ≤ 86 ≤ 115 21,9 HK B ❤ Manter avaliação dos parâmetros do paciente “O diagnóstico estabelecido na avaliação admissional pode ser alterado durante a internação, de acordo com os resultados dos exames complementares ou com a evolução clínica, de modo que não devemos ter uma visão diagnóstica estática, mas dinâmica da IC aguda, assim como da terapêutica estabelecida” Parâmetro Frequência da monitorização FC, FR, PA, ECG e oximetria (SatO2) Medição contínua PNI (pressão arterial não invasiva) A cada 15 min durante o ajuste de vasodilatadores venosos - a cada 30 min de forma regular Balanço hídrico parcial A cada 6 horas Ureia, creatinina, sódio, potássio e magnésio A cada 6 a 12 horas, durante terapêutica intensa de descongestão Lactato venoso A cada 12 h (caso alterado) ou a cada 24 h Raio X de tórax A cada 24 horas ECG de 12 derivações A cada 24 horas Proteína C-reativa titulada e hemograma A cada 24 horas Troponina I A cada 24 horas (caso positiva) Terapêutic� admissiona� “Há quatro etapas da abordagem inicial sistematizada e devem ser realizadas idealmente dentro dos primeiros 120 minutos de admissão, para estabelecer, de forma rápida, o tratamento da IC aguda, o que terá como benefício uma melhor evolução prognóstica intra-hospitalar.” ➺ Objetivo • Diminuir a pressão venosa jugular • Resolução da ortopnéia • Manutenção da PA sistólica > 80 mmHg • Manter a perfusão periférica adequada • Manter a função renal adequada ❤ 1. Risco imediato à vida Avaliar se há situação clínica de risco imediato à vida, e realizar o tratamento adequado dessa condição HK B ❤ 2. Suporte respiratório (Oxigenioterapia) A congestão pulmonar reduz a função pulmonar e aumenta o shunt intrapulmonar, com consequente hipoxemia e aumento do trabalho respiratório, devendo ser corrigido o mais precocemente possível ➺ Objetivos: estabelecer SatO2 > 90% e redução do trabalho respiratório ➺ Métodos: • Cateter nasal: 44% de FIO2 com fluxo de 6L/min • Máscara: 60% de FIO2 com fluxo de 10L/min • Máscara de venturi: 50% de FIO2 com fluxo de 15L/min • Máscara com reservatório de oxigênio: 100% de FIO2 com 15L/min • Suporte ventilatório não invasivo com pressão positiva - Indicado em todos os pacientes com SatO2 < 90% com esforço respiratório, ou desconforto respiratório, que não apresentaram melhora com oxigenoterapia. - Reduz o retorno venoso, esforço respiratório, necessidade de ventilação mecânica e mortalidade • Suporte ventilatório invasivo com pressão positiva ❤ Controle da congestão ➺ Objetivos: • Diurese (1 L nas primeiras 6 horas; 1,5 a 2,5 mL/kg/hora); • Ausência de ortopneia e esforço respiratório em 24 horas; • Ausência de dispneia aos mínimos esforços em até 72 horas; • SatO2 > 90% em ar ambiente; • Frequência cardíaca < 100 ppm; • Frequência respiratória < 22 irpm; • PAS 110 a 130 mmHg. HK B ➺ Diureticoterapia • Furosemida: diurético de alça - Atua nos transportadores de Na, K e Cl, na porção ascendente espessa da alça de Henle, promovendo grande perda de água livre, reduzindo simultaneamente os níveis de potássio e magnésio - IV, 20 a 40 mg em bolus, caso o paciente faça uso, usar dose equivalente a anterior - Fatores de resistência à furosemida x solução Fatores de resistência Medidas terapêuticas Hiponatremia Reposição sódio-solução hipertônica Hipotensão arterial Suspensão de vasodilatadores e betabloqueadores; uso de inotrópicos Hipoalbuminemia Reposição de albumina 1 hora antes Uso crônico prévio de diuréticos Associar diuréticos tiazídicos e espironolactona Baixo débito Inotrópicos ou vasodilatadores Hipovolemia relativa Solução hipertônica Insuficiência renal Altas doses de diuréticos, ultrafiltração ou diálise • Tiazídico: agem no túbulo contorcido distal - 25 a 50 mg/dia - E. C.: hiponatremia; aumento da resistência à glicose, triglicerídeos e ácido úrico • Antagonista de aldosterona: aumenta a diurese e reduz o risco de hipocalemia Obs: em pacientes com piora da função renal, piora o risco de hipercalemia ➺ Diálise: em casos de hipervolemia refratária ❤ Medicamentos ➺ Vasodilatadores “Os vasodilatadores estão indicados nos pacientes com perfil hemodinâmico quente-congesto, na ausência de hipotensão arterial ou choque cardiogênico, hipovolemia ou comorbidades como sepse.” • Ação: - Redução das pressões de enchimento ventricular esquerdo - Redução de impedância da ejeção do ventrículo esquerdo - Melhora o desempenho da função ventricular HK B - Redução da insuficiência mitral e aórtica - Aumento do débito cardíaco e da perfusão renal - Aumento do débito urinário - Redução da pré-carga e da pós carga • Fármacos Dinitrato de Isosorbida (isordil)- Oral, Sl ou Spray Pico de ação em 3-5min Promove diminuição da pré carga e vasodilatação coronária e arterial pulmonar Nitroglicerina (tridil) Vasodilatador direto que atua aumentando o gmpc Em doses baixas tem efeito venodilatador predominante e em doses altas tem efeito vasodilatador arterial. Também promove vasodilatação coronariana. Contraindicado em pacientes hipotensos ou com infarto de ventrículo direito. Nitroprussiato (niprid) Potente vasodilatador arterial e venoso Promove importante redução na pós carga por isso é especialmente útil na has grave e na regurgitação mitral e aórtica É metabolizado em óxido nítrico e em óxido de cianeto Seu uso prolongado pode provocar intoxicação: monitorizar o nível sérico de tiocianato. INIB ECA OU BRA Fundamental para a mudança da história natural da ic. A maioria dos pacientes já estarão recebendo essa droga. Se não estiver recebendo, ele deve ser introduzido e optimizado na internação.• Efeitos hemodinâmicos Vasodilatador DC Pressão capilar pulmonar PA FC Ação arterial – venosa Nitroglicerina ↑ ↓↓↓ ↓↓ ↑ 6 vezes mais venosa que arterial Nitroprussiato de sódio ↑↑↑ ↓↓↓ ↓↓↓ ↑ Mesma atuação ➺ Inotrópicos e vasoconstritores • Indicação: pacientes com hipotensão sintomática, baixo débito cardíaco com disfunção orgânica ou choque cardiogênico • Ação: - Melhora do débito cardíaco - Manutenção da pressão de perfusão - Manutenção do fluxo sanguíneo adequado para os órgãos • Dobutamina: - Indicação: hipotensão ou com sinal de baixo débito cardíaco - Melhora hemodinâmica com aumento do DC, sem hipotensão - Associada a noradrenalina para choque cardiogênico - Limitações: potencial arritmogênico e redução da ação em uso prolongado ou quando associada a betabloqueador HK B DOBUTAMINA Efeito predominante nos receptores beta1. Interfere pouco na fc e na rvp. Pela ação direta nos receptores beta 1 pode ser arritmogênica, aumenta o consumo de oxigênio. MILRINONA Atua bloqueando a degradação do atp, aumentando o índice cardíaco e diminuindo a pressão capilar pulmonar, sem elevação da fc e sem aumento significativo no consumo de o2 pelo miocárdio. Por depender da inibição da fosfodiesterase intracelular, essa droga pode demorar até 2hs para atingir seu efeito máximo. Não tem seu efeito antagonizado pelo betabloqueador. Não usar em pacientes com pa sistólica < 90 mmhg. LEVOSIMENDANA Tem dois mecanismos de ação: sensibilização da ação do cálcio nas proteínas contráteis (ação inotrópica positiva) e abertura dos canais de potássio da musculatura lisa vascular com consequente vasodilatação periférica. Também possui efeito diurético importante (por isso monitorizar o mg e o k). Tem um metabólico ativo com meia vida prolongada que mantém efeitos hemodinâmicos prolongados por mais ou menos 7 dias. Não tem seu efeito antagonizado pelo betabloqueador. Não usar em pacientes com pa sistólica < 90 mmhg. ➺ Betabloqueadores • Manter os BB nos pacientes sem evidência de hipotensão arterial sintomática ou de baixo débito cardíaco • Iniciar BB nos pacientes clínica e hemodinamicamente estáveis sem evidências de congestão. • Devemos suspender o BB na admissão, em pacientes com sinais de baixo débito cardíaco e reduzir a dose do BB em 50% nos pacientes com hipotensão arterial sem baixo débito cardíaco. • Sempre suspender os BB em pacientes com choque cardiogênico ou séptico, estenose aórtica crítica, asma brônquica descompensada ou bloqueio atrioventricular avançado. ➺ Anticoagulantes • Indicação de anticoagulação plena: - Fibrilação atrial, trombo intracavitário ou prótese valvular mecânica - IC aguda com SCA, associar a antiagregantes - Cardiomiopatas peripato ou miocárdio não compactado com disfunção ventricular importante • Profilaxia de TVP: quando não há anticoagulação plena - heparina não fracionada em baixas doses ou heparina de baixo peso molecular ➺ Amiodarona HK B Uso via oral, para fibrilação atrial com alta resposta ventricular refratária ao uso de BB e digitálicos ➺ Contraindicações • Causa retenção hidrossalina: AINE e pioglitazona • Efeito cardiodepressor: verapamil, diltiazem, nifedipino, propafenona, tricíclicos quimioterápicos cardiotóxicos Perfi� hemodinâmic� � Tratament� PERFIL B: QUENTE E ÚMIDO 1. oxigenação 2. redução da congestão pulmonar com diurético de alça e vasodilatadores 3. manter o betabloqueador em uso na dose habitual 4. manter os ieca ou bra ou trocar por hidralazina+nitrato se: k> ou igual a 5,5, creat>3mg/dl ou aumento de mais de 20% da creatinina durante a hospitalização 5; inotrópicos para casos refratários ao tratamento PERFIL C: FRIO E ÚMIDO Obs: ALTA MORTALIDADE 1. oxigenação 2. pode se optar por primeiro melhorar a congestão com diurético e avaliar se a melhora da volemia resulta em melhora hemodinâmica: em alguns casos o paciente muda para perfil b 3. se não houver melhora dos sinais de baixo débito após diurético -> introduzir inotrópico: a) se pa sist < 90 só pode ser utilizado os inotrópicos adrenérgicos (dopamina e dobutamina), independente do uso prévio de betabloqueador. b)se estiver em uso prévio de betabloq, usar dose maior de dobutamina. 4; se paciente sem melhora dos sinais de baixo débito mas pas >90 mmhg, pode-se optar por levosimendana ou milrinone. PERFIL L: FRIO E SECO Obs: Pode ser decorrente do excesso de diuréticos, quadro diarréico, perdas insensíveis ou restrição hídrica intensa. 1. prova de volume com sf 250ml 2. novas provas de volume até que a volemia seja restabelecida -se persistir sinais de baixo débito e pas>90: levosimendana, 3.milrinone ou dobutamina 4. se persistir sinais de baixo débito e pas<90:dobutamina 5. suspender diuréticos 6.se hipotensão importante ou se persistir baixo débito, suspender ieca, bra, hidralazina, antag aldosterona, betabloq. ➺ Na fase aguda da descompensação, com sinais de congestão, não iniciar nem aumentar a dose de betabloq até euvolemia estabelecida ➺ Em pacientes com perfil B: manter o bb na dose que o paciente faz uso ➺ Em pacientes com perfil C :não suspender bb. - Se paciente necessita de dopa ou dobuta, reduzir a dose pela metade HK B - Manter a dose de bb naqueles que usarão levosimendana ou milrinone. ➺ Uma vez compensado o doente, prescrever bb naqueles sem essa medicação ou aumentar a dose com objetivo de atingir a dose alvo naqueles que estão recebendo bb ❤ Síndrome Cardiorenal Caracterizada pela coexistência de IC aguda e insuficiência renal ➺ Na ausência de resposta aos diuréticos: utilizar ultrafiltração ou diálise para remoção de fluídos e redução de escórias nitrogenadas ➺ Monitorização frequente: sinais vitais, ingesta hídrica, débito urinário, peso, função renal, eletrólitos e sinais e sintomas de congestão Suport� Tardi� O suporte tardio refere-se a prevenção de descompensações, com início ou otimização dos medicamentos para redução de morbilidade ❤ Hábitos ➺ Restrição de 4g de sal por dia e, se descompensação intensa, 2g ➺ Restrição hídrica ( < 2L) em casos de instabilidade clínica ➺ Medir o perímetro abdominal, do tornozelo e peso, para identificar a presença de edema ➺ Atentar-se aos sintomas de dispnéia e cansaço ❤ Medicamentos ➺ IECA medicação IECA dose inicial dose alvo captopril 6,25mg 2x d 50mg 3xd enalapril 2,5mg 2x d 10-20mg 2xd ramipril 1,25mg 2x d 5mg 2xd lisinopril 2,5mg 1x d 30mg d ➺ BRA HK B Uso indicado quando há tosse com IECA medicação BRA dose inicial dose alvo losartana 12,5mg 100mg valsartana 20mg 80-160 mg d candesartana 4mg 16-32 mg d irbesartana 75mg 150-300mg d ➺ Betabloqueador BB dose inicial dose alvo bisoprolol 1,25mg d 40mg d carvedilol 3,125 mg 2x d 25mg 2x d metoprolol (succinato) 25mg d 200mg d nebivolol 1,25 mg d 10mg d ➺ Inibidor de aldosterona Deve ser introduzida em todo paciente com ic sintomática a partir de cf ii. - E.C: ginecomastia dolorosa ou não (trocar por eplerenona), hipercalemia. ➺ Hidralazina + Nitrato Indicações: contra indicação ao ieca ou bra, creat > 3g/dl, piora aguda da função renal e necessidade de suspensão transitória de ieca ou bra, ic grave refratária (especialmente em afrodescendentes) INICIAL DOSE ALVO HIDRALAZINA 25MG 2XD 50-100MG 3X DIA DINITRATO DE ISOSORBIDA nitrato quando usado com hidralazina não apresenta tolerância 5MG 3X D 20-40MG 3XD ➺ Outros DIGITAL DIGOXINA 0,125 MG/D -ic refratária -fa de alta resposta ventricular e ic com fe reduzida IVABRADINA INIBE O NÓ SINUSAL, POR ISSO SÓ PODE SER UTILIZADA EM PACIENTES COM RITMO SINUSAL -pacientes com dose optimizada de betabloq sem atingir fc adequada:pacientes com fe <35% e ainda sintomático apesar do uso de bb+ieca ou bra+antag aldosterona e fc>70 -pacientes com contraindic a betabloq HK B Critéri� par� Alt� H�pitalar “O planejamento de alta e a transição de cuidados devem iniciar muito antes do momento da alta propriamente dito. É importante aproveitar o tempo em que o paciente está internado para que sejam realizadas intervenções clínicas e multidisciplinares,garantindo, além da compensação da doença, a identificação e a correção de fatores de risco para readmissão.” ❤ Etapa 1: Vermelha Pré requisitos clínicos, que devem ser atingidos com o objetivo de compensar a doença e atingir o melhor equilíbrio hemodinâmico possível. ➺ Resolução do fator precipitante ➺ Ajuste de volemia ➺ Estabilidade clínica e hemodinâmica há pelo menos 48 horas ➺ Medicações em regime oral há pelo menos 24 horas ➺ Medicações modificadoras da doença iniciadas e otimizadas ➺ Avaliação das comorbidades ➺ Controle satisfatório de frequência cardíaca, pressão arterial, função renal e eletrólitos ❤ Etapa 2: Amarela Pré-requisitos multidisciplinares fundamentais para prevenir novas hospitalizações, como educação do paciente, orientações sobre atividade física, dieta, autocuidado e aderência. ➺ Educação por equipe multidisciplinar ➺ Autocuidado com monitorização de peso, aderência às medicações e sinais de alarme ➺ Orientações dietéticas e restrição hidrossalina ➺ Incentivo à prática de atividade física/reabilitação cardíaca ➺ Desencorajar o uso de álcool e tabaco ➺ Orientações para que medicações como AINEs e simpaticomiméticos sejam evitados ❤ Etapa 3: Verde Agendamento de retorno e o plano de seguimento ambulatorial. ➺ Encaminhamento para vacinação (anti-influenza e antipneumocócica) ➺ Orientações sobre sinais de alarme e plano de emergência HK B ➺ Retorno ambulatorial em 7-14 dias. ➺ Programas sociais e comunitários que oferecem suporte físico e emocional ➺ Orientações sobre a doença e o que esperar dos próximos passos do plano terapêutico Complicaçõe� ❤ Choque cardiogênico PA sistólica < 90 mmHg com sinais de vasoconstrição periférica (oligúria, cianose e diaforeses) ➺ Uso de drogas vasoativas + soluções cristaloides Obs: as soluções cristalóides são apenas em ausência de sinais de congestão ➺ Em caso refratário: transplante ❤ Edema agudo de pulmão ➺ Etiologias: crise hipertensiva, insuficiência mitral aguda e sd. coronariana aguda ➺ Modelos: • IC aguda nova: congestão pulmonar sem hipervolemia periférica (IC de novo). - Tratamento: vasodilatadores + diuréticos + suporte ventilatório • IC crônica agudizada: - Tratamento: diuréticos + vasodilatação Pass� � Pass� - Abordage� ➺ Definição do risco imediato de vida e resolução ➺ Diagnóstico de IC aguda • Presença de IC: critérios de Framingham • Exames laboratoriais e de imagem • Diferenciar entre aguda nova ou crônica descompensada • Tipo de ICC: fração de ejeção reduzida ou preservada • Definição do fator etiológico • Presença de fator descompensador • Avaliação clínica-hemodinâmica • Presença de comorbidade não cardiovasculares descompensadas • Perfil de risco HK B➺Tratamento admissional 1) Presença de situação clínica de risco imediato de vida e tratamento adequado dessa condição; 2) Suporte respiratório 3) Correção da congestão 4) Medicações ➺ Manejo geral: 1) Diagnóstico precoce e tratamento intenso para compensação 2) Monitorização clínica e laboratorial frequente 3) Orientação terapêutica e de hábitos de vida antes da alta 4) Reavaliação clínica e laboratorial em até 7 dias pós alta hospitalar HK B Referência� Bibliográfica� -Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539 -Parte 2: Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda, da página 482 a pag 500 -Suporte Avançado de vida em Insuficiência Cardíaca - SAVIC - 2014- terceira edição https://hospitalbrasilia.com.br/pt/sobre-nos/blog/insuficiencia-cardiaca-conges tiva-o-que-e-e-como-tratar https://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/177_pt.pdf https://www.sanarmed.com/o-que-e-edema-agudo-de-pulmao-colunistas https://hospitalbrasilia.com.br/pt/sobre-nos/blog/insuficiencia-cardiaca-congestiva-o-que-e-e-como-tratar https://hospitalbrasilia.com.br/pt/sobre-nos/blog/insuficiencia-cardiaca-congestiva-o-que-e-e-como-tratar https://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/177_pt.pdf https://www.sanarmed.com/o-que-e-edema-agudo-de-pulmao-colunistas
Compartilhar