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WBA1040_v1.0 Histórico e pressupostos da Terapia Cognitivo- Comportamental Pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças centrais Pensamentos automáticos Bloco 1 Aline Monique Carniel O que são pensamentos automáticos? Figura 1 – Pensamentos automáticos Fonte: nd3000/iStock.com. Pensamentos automáticos Breves e telegráficos. Espontâneos (automáticos). Coexistem com outros pensamentos. Geralmente passam desapercebidos. (BECK, 2013) Pensamentos automáticos • Não são baseados na reflexão. • O indivíduo pode perceber a emoção que está associada a ele. • São aceitos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação. • Pode-se aprender a identificá-los, checar sua validade e utilidade. (BECK, 2013) Pensamentos automáticos • Consegui tudo na vida com muito trabalho, mas sei que não faço o suficiente. Distorcido, ocorre apesar das evidências contrárias. • Não realizei o que tinha prometido (é válido), portanto sou incompetente. Acurado, mas a conclusão é distorcida. • Tenho que terminar este relatório, vou demorar horas (é válido), não vou almoçar e jantar para terminar. Acurado, mas totalmente disfuncional. (BECK, 2013) Identificando os pensamentos automáticos 1. Faça esta pergunta quando perceber uma mudança no afeto. 2. Faça o paciente descrever a situação-problema ou o momento durante o qual ele experimentou uma mudança de afeto. 3. Caso necessário, faço-o utilizar uma imagem para descrever a situação ou encenar a interação específica. O que estava se passando por sua cabeça naquele momento? Pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças centrais Crenças Intermediárias Bloco 2 Aline Monique Carniel Crenças intermediárias Segundo nível de cognição, protegem dos afetos negativos. Regras, pressupostos e atitudes. Permitem conviver com as ideias não adaptativas. Pontes entre as crenças centrais e os pensamentos automáticos. (BECK, 2013) Crenças intermediárias Regras: “tenho que” ou “devo”. Ex.: tenho que ser perfeito em tudo que faço. Pressupostos: condicional “se” e “então”. Ex.: se eu mostrar como sou, então verão que sou incompetente. Atitudes: estratégias compensatórias para lidar com as crenças. Ex.: não compartilhar suas ideias. Crenças intermediárias • Mantém as pessoas relativamente estáveis e produtivas. • Nenhuma crença deve ser desconsiderada por mais simples, ilógica ou óbvia que pareça. • O terapeuta não pode pressupor quais são as interpretações do paciente. (BECK, 2013) Crenças intermediárias Crença central Desvalor “Eu sou incompetente” Crença intermediária. 1. Pressupostos. 2. Regra. 3. Atitude. “Se eu falhar, serei humilhado por todos”. “Não posso falhar”. “Desistir, porque eu não vou conseguir”. Pensamento automático. “Eu não posso fazer isso”. “Isso é difícil demais”. Crenças intermediárias “A” se achava vulnerável e considerava as outras pessoas potencialmente prejudiciais. Sendo assim, desenvolveu uma estratégia de hipervigilância em relação ao comportamento dos outros, se mantendo muito alerta aos possíveis sinais de maldade. Quando ela percebeu (ou percebeu incorretamente), que estava sendo maltratada, sua estratégia foi o ataque verbal a outra pessoa. Pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças centrais Crenças centrais Bloco 3 Aline Monique Carniel Qual a origem das crenças centrais? Figura 2 – Interação com o mundo Fonte: FatCamera/iStock.com Crenças centrais • Ideias fixas e supergeneralizadas. • Frequentemente precisam ser avaliadas e modificadas. • Podem tanto ser positivas e realistas, quanto falsas e desadaptativas. • Evidenciadas em momentos de sofrimento psicológico. • Transtornos de personalidade: grande quantidade de crenças nucleares disfuncionais fortemente arraigadas. (BECK, 2013) Crenças centrais Desamor • “Eu sou incapaz de ser amado.” • “Eu não sou desejável.” • “Eu não sou querido.” • “Ninguém se preocupa comigo.” • “Eu, com certeza, vou ficar sozinho.” • “Eu não sou bom o suficiente”. Desvalor • “Eu não tenho valor.” • “Eu sou intolerável.” • “Eu sou mau.” • “Eu sou inútil.” • “Eu sou imoral.” • “Eu sou perigoso.” • “Eu sou ruim.” • “Eu não mereço viver.” Desamparo • “Eu não consigo fazer nada direito.” • “Eu estou desamparado.” • “Eu sou vítima.” • “Eu sou um perdedor.” • “Eu estou fora do controle.” • “Eu sou um fracasso.” (BECK, 2013) Modificando as crenças centrais Evidências que apoiam as crenças desadaptativas. Evidências que apoiam as novas crenças. BECK (2013). Crenças Pensamentos automáticos. Crenças centrais. Crenças intermediárias. Teoria em Prática Bloco 4 Aline Monique Carniel Reflita sobre a seguinte situação Há três meses, Paulo está realizando sessões semanais de psicoterapia com uma psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. Ele buscou ajuda psicológica, depois de perceber que não conseguia ter nenhum relacionamento afetivo duradouro. Paulo já havia vivenciado quatro namoros, no entanto, todos eles acabavam dentro de um ano. Triste e cansado de frustrações, ele relatava que, ao conhecer uma pessoa, logo pensava: “Não adianta conversar e conhecê-la, vai acabar rápido de qualquer forma”. Reflita sobre a seguinte situação Paulo acredita que se as pessoas o conhecessem verdadeiramente, perceberiam que ele não era digno de ser amado. Afinal, tinha muitos defeitos e, por isso, não poderia atrair ninguém. Ele entendeu que não poderia se aproximar das pessoas e que afastar-se delas poderia ser uma boa solução. Reflita sobre os conceitos da Terapia Cognitivo- Comportamental. Quais são os pensamentos automáticos de Paulo? Quais suas crenças intermediárias? A qual crença central estariam relacionadas? Norte para a resolução... Quais são os pensamentos automáticos de Paulo? “Não adianta conversar e conhecê-la, vai acabar rápido de qualquer forma”. • Breve. • Espontâneo. • Sem questionamento prévio. • Baseado em suas crenças. Norte para a resolução... Quais suas crenças intermediárias? • Pressuposto: “Se as pessoas me conhecerem verdadeiramente, perceberão que não sou digno de ser amado. Afinal, tenho muitos defeitos e não posso atrair ninguém”. • Regra: “Não me aproximar das pessoas, para que não me conheçam verdadeiramente”. • Atitude: “Afastar-se das pessoas”. Norte para a resolução... A qual crença central estariam relacionadas? Desamor. • Não sou digno de ser amado. • Tenho muito defeitos. • Não sou atraente. • Não sou gostável. Dicas do(a) Professor(a) Bloco 5 Aline Monique Carniel Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Leitura Fundamental Indicação de leitura 1 Artigo: Trata-se de um revisão de literatura em diversas bases de dados, que buscou explicar por meio de dados científicos, como a concepção do machismo pode influenciar o desenvolvimento das crenças femininas. Esse estudo, demonstrou que o machismo contribui para a compreensão irreal e distorcida das mulheres sobre sua própria capacidade. Referência: DUARTE, D.S.; PAULINO, P. R. V. O machismo e sua influência nas crenças centrais femininas. Cadernos de Psicologia, Juiz de Fora, v. 2, n. 4, p. 463- 481, jul./dez. 2020. Indicação de leitura 2 Dissertação:Essa pesquisa avaliou, a partir de diversos instrumentos, adolescentes de 12 a 18 anos, para compreender se havia relação entre seus pensamentos automáticos e seu bem-estar psicológico. Constatou que os pensamentos automáticos disfuncionais, contribuem para o aumento da rigidez cognitiva e diminuição do bem-estar psicológico. Referência: SILVA, A. C. M. M. A relação entre os pensamentos automáticos, a inflexibilidade psicológica e o bem-estar psicológico nos adolescentes. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Umiversidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2020. Dica da Professora Artigo: Esse artigo apresenta um resumo sobre o histórico da Terapia Cognitivo-Comportamental. Além disso, trata da importância do conceito das crenças no desenvolvimento dessa teoria. Referência: BAHLS, S. C.; NAVOLAR, A. B. B. Terapia cognitivo-comportamentais: conceitos e pressupostos teóricos. Revista Psico UTP, Curitiba, n. 4, jul./2004. Referências BAHLS, S. C.; NAVOLAR, A. B. B. Terapia cognitivo-comportamentais: conceitos e pressupostos teóricos. Revista Psico UTP, Curitiba, n. 4, jul./2004. Disponível em: http://files.personapsicologia.webnode.com/200000093- 024d10346f/Terapias%20Cognitivo-comportamentais.pdf. Acesso em: 24 mar. 2022. BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2013. DUARTE, D. S.; PAULINO, P. R. V. O machismo e sua influência nas crenças centrais femininas. Cadernos de Psicologia, Juiz de Fora, v. 2, n. 4, p. 463- 481, jul./dez. 2020. Disponível em: https://seer.uniacademia.edu.br/index.php/cadernospsicologia/article/view/2850. Acesso em: 24 mar. 2022. SILVA, A. C. M. M. A relação entre os pensamentos automáticos, a inflexibilidade psicológica e o bem-estar psicológico nos adolescentes. 2020. 74 f. Dissertação (Mestrado Integrado em Psicologia) - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2020. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/47302. Acesso em: 24 mar. 2022. Bons estudos!
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