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ist - infeccoes sexualmente transmissiveis 08

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IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis 
----------------------------------J ú l i a M e n d o n ç a T X X I X -------------------------------- 
 Gonorreia (Neisseria gonorrhoea): São diplococos (andam em pares) 
gram-negativos com aparência característica de “grão de feijão”. 
Apresentam a enzima catalase e citocromo c oxidase (favorecem o 
diagnóstico). São aeróbias com crescimento ótimo entre 35°, tendo seu 
cultivo apropriado em ágar sangue ou ágar chocolate. 
Podem ser tanto intra quanto extracelular. 
 Virulência: Fimbria tipo IV (estrutura para fixação), porina POR 
B (adesão), LOS (causa lesão tecidual, sua presença é tóxica), 
IgA1 protease (destrói a imunoglobulina A1, que tem papel na 
virulência e desconhecido) e sistemas de captação de ferro. 
 Resposta imunológica: A Neisseria consegue burlar a maioria 
dos mecanismos imunológicos, causando mais lesões e 
colonizações maiores do epitélio geniturinário. A AMP impede a 
ligação do anticorpo, fazendo com que a bactéria permaneça mais 
tempo no corpo do indivíduo. Seu combate é feito por 
NEUTRÓFILOS. 
Após a adesão, ocorre a transcitose, que é quando a POR B 
atravessa a camada epitelial e libera quimiocinas, como a IL-8 
que atua recrutando neutrófilos. Com muito neutrófilo, será 
possível fagocitar muitas dessas bactérias, até formar pus. 
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DA GONORREIA – 
PRESENÇA DE PUS. 
 Diagnóstico: É dado através da análise da secreção em 
microscopia para tentar observar a presença de diplococos. 
 Tratamento: Uso de antibióticos. 
OBS: salpingite – infecção da tuba uterina. Quando isso ocorre 
pode haver um extravasamento bacteriano para a cavidade 
peritoneal, fazendo com que a bactéria atinja outras partes. Pode 
ocasionar em uma gravidez ectópica. 
OBS: Quando atinge o estágio de infecção sistêmica pode 
causar a morte. 
 
 Clamídia (Chlamydua trachomatis): Pequenos bacilos com parede 
celular análoga a bactérias gram negativas (ausência de 
peptídeoglicanos). Utiliza o ATP utilizado pela célula hospedeira 
(intracelular obrigatória). 
 Fatores de virulência: LPS, proteína MOMP e OMP2. 
 Agente etiológico: A bactéria apresenta dois ciclos de vida, 
corpo elementar (metabolismo inativo mas infectante – 
extracelular) e corpo reticulado (metabolismo ativo mas não 
infectante – intracelular). 
 Resposta imune: Atuação de fagócitos e quando corpos 
reticulares estiverem dentro, haverá a ação das células NK e 
LTCD8+. 
OBS: As doenças ocasionadas são as uretrites e cervicites, 
linfagranuloma venéreo e tracoma (conjuntivite). 
 Diagnóstico: Teste elisa e esfregaço direto 
(imunofluorescência). 
 Tratamento: Antibioticoterapia. 
 Sífilis (Treponema pallidium): Espiroqueta gram-positiva (porém muito 
delgado para ser observado). 
 Fatores de virulência: Endoflagelo, presença de LOS e outras 
adesinas (resposta imune insuficiente), camadas de fibronectina 
que protege contra fagocitose, hialuronidase, 
mucopolisacaridase, metaloproteinase-1, variação de fase (gene 
TRP) e fase de latência (diminuição do metabolismo). 
 Estágios de sífilis: 
X Primária – ambiente de mucosa (inicialmente superficial). 
Lesões indolores pequenas e ulcerativas normalmente na 
região genital. Chamamos a lesão de CANCRO DURO. 
Libera uma secreção hialina, na qual está cheia de 
espiroquetas. 
X Secundária – a bactéria cai na circulação, causando um 
quadro de bacteremia (proporção sistêmica). Apresenta 
lesões ainda indolores na pele do tipo brotoejas, as quais 
são repletas de espiroquetas por dentro das bolhas. Caso 
as bolhas estourem, é contagioso. Existe uma relação 
direta também com a perda de cabelo, pois a infecção na 
pele compromete a perda de nutrientes para a irrigação – 
processo inflamatório por presença da bactéria que gera 
essa incapacidade do folículo produzir cabelo. Podem 
ocorrer sintomas neurológicos. 
X Latente – estágio de controle de infecção, ou seja, o 
paciente não tem sintomas, mas pode transmitir a doença. 
X Terciária ou tardia – normalmente acomete pessoas 
imunossuprimidas, fazendo com que a bactéria seja 
reativada após a fase latente. Lesões em goma. 
X Congênita – transmissível da placenta para o feto. O 
maior problema ocorre durante a quarta-sexta semana de 
gestação, pois é quando a placenta realiza uma maior 
comunicação entre mãe e bebê. 
 Diagnóstico: Coloração com prata (campo aberto), 
imunofluorescência direta (MABs), provas sorológicas (pouco 
sensíveis) como testes treponêmicos (utiliza a bactéria e busca 
anticorpos direcionados para aquele padrão) e não treponêmicos 
(triagem e presença de cardiolipina – quanto maior a lesão mais 
cardiolipina é liberada o exame VDRL busca anticorpos anti 
cardiolipina).

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