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Curso de Capacitação de Ledor / Transcritor – Módulo 1 ............................................................. Página 2 de 29
Os normativos e legislações têm a intenção de gerar regras para o bom andamento da vida social em diversas esferas. Uma delas é a ação profissional, onde normalmente inicia-se com a elaboração de “manuais de boas práticas” e na sequência um código de ética e, por que não, uma lei.
A ação do profissional Ledor existe desde que houve a aceitação da pessoa com deficiência visual no ambiente escolar.
Seu papel ia desde o acompanhamento do estudante em sala de aula quanto em momentos de estudo fora dela. Na sequência vivenciamos um período no qual o Ledor realizava a gravação de livros e outros materiais didáticos em formato audível.
Essa função, atualmente, é pouco desempenhada devido a existência de softwares de leitura de tela que realizam a transformação das mídias escritas em áudio.
De qualquer modo esse fator histórico da ação do profissional Ledor à existência do pouco material que se tem relacionado à sua atuação e Às técnicas utilizadas. O que queremos dizer com isso é que o tema Ledor não possui legislação, código, normativo ou mesmo manuais oficiais que levem a categorizar sua ação.
Contamos atualmente com a boa vontade daqueles que atuam como Ledor na busca de capacitações variadas e do bom senso dos que determinam o ambiente no qual o Ledor agirá (instituições, banca de adaptação, justiça etc.).
Vamos nos deter então aos materiais que colaboram e amparam a ação do profissional do Ledor.
Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996: Diante do exposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) o ensino direcionado aqueles que apresentam necessidades educacionais diferenciadas não deve ser feito em escolas exclusivas, mas sim diante das regularmente utilizadas pelos demais sem necessidades educacionais diferenciadas. Essa Educação Especial deve perpassar todos os níveis de educação e pode ser executada a qualquer tempo, colocando a instituição como principal fomentador da inclusão ao se preparar para receber o estudante, assumindo a função de agente de integração.
Nesse sentido aparece a figura do Ledor como um agente para a inclusão daqueles que não possuem a autonomia de acompanhar a leitura de materiais diversos (impressos, ou projetados em paredes, por exemplo) seja por problemas visuais ou outra disfunção.
Resolução CNE/CEB nº 02 de 11 de setembro de 2001: Esse documento instituiu as Diretrizes Nacionais da Educação Básica, que manifestam o compromisso do país com o “desafio de construir coletivamente as condições para atender bem a diversidade de seus alunos”.
Novamente chamamos a atenção para a necessidade da educação de qualidade para TODOS e, assim, os sistemas de ensino devem organizar-se para o atendimento educacional especializado, aparecendo novamente a necessidade de atendimento daqueles que realizam autonomamente a leitura de materiais.
Lei nº 13.146, de 6 de junho de 2015 : Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Nele é possível localizar conceitos que amparam a existência da ação do Ledor mesmo que de modo generalista.
Art. 3º [...]
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
Fonte: Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Planalto
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm 
Acesso em: 20.10.2020.
As regras gerais especificadas por instituições solicitantes da ação do Ledor normalmente não são publicadas, mas sim tratadas diretamente com aqueles que prestarão tal serviço.
Veja um exemplo do que diz a Nota Técnica do INEP ao tratar do Ledor para o atendimento diferenciado do ENEM:
5. Auxílio ledor: serviço especializado de leitura da prova para pessoas com deficiência visual, deficiência intelectual, autismo, déficit de atenção ou dislexia.
Obs.: Os ledores atuam em duplas e prestam serviço individualizado, em salas com apenas um participante.
Os ledores que auxiliam participantes com deficiência visual contam com o apoio da Prova do Ledor, que contém os textos adaptados e a descrição das ilustrações, imagens, mapas, tabelas, gráficos, esquemas, fotografias, desenhos e símbolos.
Ledores certificados também estão habilitados para atuar como transcritores.
6. Auxílio para transcrição: serviço especializado de preenchimento das provas
objetivas e discursivas para participantes impossibilitados de escrever ou de preencher o Cartão de Resposta.
Os transcritores atuam em dupla (geralmente com o apoio de ledores) e prestam atendimento individualizado, em sala com apenas um participante.
Fonte: O atendimento diferenciado no ENEM – INEP
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/nota_tecnica/2012/atendimento_diferenciado_enem_2012.pdf 
Acesso em: 20.10.2020.
Para concluir esse assunto, legislação e normas, não foi encontrada legislação que estabeleça a função de leitura como profissão (como atualmente é tratado o intérprete de LIBRAS). Logo, a atuação do Ledor permanece sendo direcionada pelos tratos diante dos atendimentos prestados e a troca de informação entre aqueles que exercem tal função; ou, como já dissemos, a partir do estabelecido pela instituição solicitante do serviço.
Para que possamos caracterizar o profissional Ledor, partiremos inicialmente para determinação das ações que esse profissional poderá desempenhar. A mais comum de ser pensada é relacionada à leitura de materiais diversos e, verdadeiramente, é a mais executada. Mas por, por vezes, existem outras demandas associadas, como por exemplo a transcrição de respostas para cartão ótico de concurso, da redação para a folha original de avaliação, entre outros; ou cuidados afetivos para aqueles que precisam de uma tenção maior do que simplesmente a de um pessoa lendo (pessoas com autismo ou Síndrome de Down por exemplo).
Essas demandas acabam gerando a necessidade de esse profissional intervir em fatores que não estão diretamente ligados ao ato de ler, mas que farão diferença real para que a leitura seja significativa para aquele que a receberá.
Vejamos alguns elementos que interferem diretamente na ação do Ledor:
· Fatores atitudinais;
· Competência técnica e de conhecimento;
· Qualidade do ambiente;
· Necessidade da pessoa que será atendida.
FATORES ATITUDINAIS
Os fatores atitudinais podem se tornar barreira direta ao desempenho da ação do Ledor. Estão relacionados com as atitudes vindas do próprio Ledor ou de outros que estejam no ambiente de leitura.
Ao solicitar um atendimento, a expectativa é sempre de que sejamos bem atendidos. Isso passa não só pela qualidade técnica do serviço, mas também pela empatia entre as pessoas envolvidas.
Verdadeiramente precisamos de muito mais características para desempenhar a função de Ledor e elas vão muito além de:
· Executar uma leitura correta e fluente;
· Posicionar-se profissionalmente;
É necessário o conhecimento de símbolos, imagens, técnicas e características específicas a ponto de poder fazer escolhas para ação correta.
As situações e materiais são os maios diversos que podemos pensar e por vezes só saberemos esses detalhes no momento de agir.
Ainda sem saber qual o cenário nos espera para executarmos a ação de leitura podemos, nos preparar aumentando nosso vocabulário ao realizar a leitura constante do maior número de assuntos possíveis (de preferência em voz alta, pois assim percebemos melhor nossos erros e vícios de leitura). Isso diminuirá as chances de gaguejarmos ou de interrompermos leituras por desconhecimento de palavras.
Outro modo de se preparar é conhecendo símbolos dos mais diversos. Normalmente, nos livros de exatas, volume único. Existem listas de símbolos que podemos utilizarpara aprender a nomeá-los. Não é necessário saber empregá-los em fórmulas ou coisa parecida; apenas saber seus nomes já é um enorme passo.
RESUMO
	1º Passo
	IDENTIFICAR as características da pessoa a ser atendida e ESCOLHER as melhores ações para promoção do máximo desempenho dela diante do seu serviço
	2º Passo
	CONHECER o cenário de atuação, os tipos de atendimento especializado e as técnicas aplicáveis para a ação.
	3º Passo
	REALIZAR o atendimento especializado, de modo a GERAR a inclusão de forma responsável.
AMBIENTE 
A ação do Ledor pode ser desempenhada em ambientes diversos, que podem ser classificados em três tipos:
· Sala de aula: Local onde a ação do Ledor sofre influência direta do professor, tendo como objetivo fazer com que a pessoa atendida aproveite ao máximo os materiais disponibilizados para aquela aula.
· Biblioteca: Tem relação direta com um espaço de estudo descontraído, sem intervenção direta e necessária de outros profissionais. As regras de ação são ditadas por um acordo estabelecido entre o Ledor e a pessoa atendida por ele.
· Ambiente avaliativo: Nesse ambiente as regras são, normalmente, rígidas e o tempo para realização das atividades também é um fator importante a ser observado. O atendimento do Ledor é feito de modo muito particular quando comparado aos demais ambientes.
MATERIAL
O material sofre inúmeras variações, que estão relacionadas à existência de:
· Textos.
· Símbolos.
· Imagens.
Há materiais adaptados à ação do Ledor e outros não adaptados. O que queremos dizer com isso é que, em alguns momentos, a ação do Ledor é confundida com a do adaptador de materiais e, em outros momentos, com a do áudio descritor.
Precisamos verdadeiramente entender a distinção entre essas funções para podermos determinar o que fazer diante do material que nos for entregue (a depender ainda do ambiente em que eu estiver).
AMBIENTE
Quando falamos sobre ambiente para atendimento diferenciado, a palavra que normalmente aparece primeiro em nossa mente é: acessibilidade. 
O que é um ambiente acessível? Ou, ainda, 
Como torná-lo acessível?
Para que um espaço seja caracterizado como acessível, são necessárias ações que vão desde a logística para organizar o encontro (escolhendo local adequado, com transporte público próximo, cercado por calçadas em rua asfaltada e prédio com rampas ou elevadores, portas e banheiro adaptados) até a chegada do solicitante ao local.
Podemos encontrar espaços variados que podem ser classificados de diversas formas, a depender das condições de alterações necessárias para torná-lo ideal, Isso mesmo, o tamanho do empenho necessário para poder “arrumar” o que estiver “errado” é o que define o ambiente. A classificação é a seguinte:
· ACESSÍVEL: Possibilita a utilização autônoma e garante a comodidade e segurança necessárias a totós.
· PRATICÁVEL: Não possui todas as exigências de acessibilidade propostas por lei, mas permite uma utilização autônoma por qualquer pessoa.
· ADAPTÁVEL: Mediante algumas modificações, torna-se um ambiente PRATICÁVEL.
· NÃO ACESSÍVEL: Não reúne os requisitos mínimos necessários de acessibilidade.
O Ledor pode assumir a função de observar e eliminar (quando possível) as barreiras que existem no local de atendimento, pois provavelmente está preparado para perceber essas necessidades.
Não é incomum o atendimento de mais de uma pessoa utilizando o mesmo espaço (mesmo que em momentos distintos), demandando variações a depender de qual característica cada um tiver. E, por vezes, as necessidades poder ser diferentes. Cabe a nós Ledores centrarmos ação no que é o objetivo do atendimento e eliminar toda barreira referente ao impacto direto na aprendizagem ou desempenho na avaliação que está sendo realizada. 
Com relação à estrutura física, existem ações simples que podemos realizar para tornar o ambiente mais funcional para todos:
Ao passar pelo caminho usualmente percorrido pelas pessoas a serem atendidas por nós, devemos verificar a existência de barreiras que atrapalhem a fluidez da locomoção, que não permitam a passagem autônoma de usuários.
Esse é o caso de objetos como mesas, cadeiras, murais, placas de sinalização, até mesmo de portas mantidas entreabertas, impedindo ou dificultando a passagem.
A retirada desses obstáculos do local fará com que haja o conforto de todos, diminuindo a necessidade da busca de novos caminhos para passagem ou mesmo solicitação de auxílio para a passagem. Dessa forma geraremos autonomia de todos
Projeções de objetos colados à parede que configurem perigo ao não serem identificados por aqueles, com deficiência visual que usem ou não bengala podem ser facilmente sinalizadas, basta colocar uma lixeira embaixo do objeto projetado para torna-lo identificável por todos (até mesmo por aqueles distraídos, que acabarão chutando a lixeira e parando antes de baterem a cabeça no objeto projetado)
A existência de banheiro acessível e sua liberação para o uso sem impedimentos também é uma excelente ação para tornar um local acessível. O Ledor atento pode verificar se o local está aberto e desbloqueado (principalmente o espaço para pessoas com cadeira de rodas) e comunicar, para os responsáveis, qualquer alteração ou necessidade de retirada de materiais ou abertura de portas antes do início da entrada dos participantes. 
Outro fato observável pelo Ledor é referente ao ambiente a ser usado durante o processo de leitura. Isso porque o bom aproveitamento do que está sendo lido passa pelo fator da qualidade do ambiente no que diz respeito ao conforto gerado ao ouvinte para que aproveite ao máximo o tempo de leitura.
Um dos elementos que influencia a ação do Ledor é a qualidade da iluminação do ambiente, visto que não só ele, mas também o ouvinte (se tiver potencialidade visual suficiente) precisarão de iluminação indireta suficiente para enxergar o material de leitura e não cansar os olhos.
A existência de iluminação de apoio não se configura como barreira, muito pelo contrário, pode auxiliar na visualização de alguns detalhes do material utilizado.
Outro ponto importante de se verificar é que o ambiente no qual será realizada a ação do Ledor não pode ser barulhento, pois influenciará no número e qualidade da informação captada pelo ouvinte.
O Ledor pode solicitar ao responsável pela escola que tenha uma conversa coma turma no que tange à geração do entendimento das variáveis necessárias para o bom aprendizado do estudante (colega de turma) que necessita de um atendimento diferenciado.
Nesse contexto, verdadeiramente teremos o papel de facilitadores, geradores de soluções, capazes de executar um atendimento de excelência e de fornecer acessibilidade, já que detemos o conhecimento e olhar voltado para isso, não é?!
Já sobre a ação direta de leitura, temos as seguintes variáveis, já mencionadas, de ambiente:
· Sala de aula
· Biblioteca
· Ambiente avaliativo
As variações desses ambientes são percebidas por meio da influência que o Ledor pode ter diante do material utilizado para leitura ou mesmo das influências externas nessa ação.
1. BIBLIOTECA
O ambiente que denominamos de “biblioteca” é todo aquele destinado ao estudo que não sejam locais com processo de avaliação ocorrendo ou de aula acontecendo. Podendo ser, então, a sala de casa, um ambiente externo, a própria biblioteca, entre outros.
Esse espaço está ligado à origem dos Ledores. Embora atualmente a atuação seja preponderante, em ambientes avaliativos, muitos, ainda realizam o auxílio ao estudo. Porém, é muito comum (nesse caso) os estudantes desejarem estudar usando também o apoio da tecnologia. O motivo é a disponibilidade e a comodidade (afinal, o computador funciona em qualquer local e horário). O uso de mídias é bem comum e as inovações são muitas e rápidas. A internet tem forte papel nessa preparação.
Esse espaço tem relação direta com um espaço de estudo descontraído, sem que necessariamente tenha a ação conjunta de um professor ou outro profissional. Além disso, possibilita a variação do tempo de estudo (antecipando a parada ou prorrogando o término). Há o endereçamentode toda a atenção apenas a quem está sendo atendido. Possibilita a flexibilidade de ações direcionadas ao solicitante ao atendimento do Ledor, pois permite que tracemos estratégias variadas para fazer o ouvinte entender o que está sendo lido, sem que tenha preocupações diversas como tempo ou interferência da fala de outras pessoas.
Uma das ferramentas que ganhamos para nossa ação nesse tipo de ambiente é a interação entre nós, Ledores e o ouvinte. Podemos até mesmo utilizar o artifício tátil para auxiliar no entendimento de imagens. Além disso, não há a preocupação com o número de informações que poderemos passar sobre determinado material, muito pelo contrário, quanto mais informações forem passadas para o ouvinte sobre um texto lido ou uma imagem descrita, aumentaremos o nível de conhecimento dele sobre a variedade de materiais destinados ao estudo. Isso fará com que aumentemos o número de experiências que o solicitante terá diante de variados materiais apresentados, acarretando um conforto maior dele quando esse mesmo material for apresentado em contexto diferente (sala de aula ou avaliação)
2. SALA DE AULA
Local onde o aproveitamento máximo diz respeito ao alcance de objetivos de aprendizagem estipulados pelo professor, tendo influência direta daqueles que estão no mesmo ambiente e existe a restrição do tempo de realização das atividades.
Esse ambiente de atendimento gera um cuidado maior por parte do Ledor, pois há ação de diversos outros atores no mesmo momento (outros estudantes, professos, monitores etc.)
Uma preocupação que o Ledor deve ter nesse contexto é sobre o quanto de informação é possível passar par ao ouvinte. Isso se deve ao fato de que, enquanto realiza a leitura de algo para o solicitante, o professor pode reiniciar a explicação da aula e então teremos que parar a leitura para que o estudante por nós atendido volte sua atenção para o professor. 
Ou ainda, por vezes, o Ledor atuará na leitura de pequenos trechos de atividades escritas no livro ou na folha entregue pelo professor para que o ouvinte realize a atividade para posterior correção pelo professor. Mas o número de informações dadas pelo Ledor deve ser restrito a ponto de permitir que o ouvinte retire dados suficientes para resolver a atividade e tenha tempo para respondê-la. Ou seja, quanto mais tempo levarmos para ler um trecho ou fazer o estudante entender o que está sendo descrito, menos tempo ele terá para realizar a atividade.
Nosso bom senso deve imperar nessas ações. Mas o maior guia do nosso bom senso é o domínio sobre o assunto.
A função do Ledor em sala de aula, normalmente, é desempenhada pelo monitor ou auxiliar de sala.
3. AMBIENTE AVALIATIVO
Nesse ambiente as regras são, normalmente, rígidas e o tempo para realização das atividades também é um fator importante de ser observado. O atendimento do Ledor é feito de modo muito particular quando comparado aos demais ambientes.
O tipo de avaliação da qual o solicitante da leitura está participando também faz diferença para o tipo de atendimento a ser recebido. Podemos classificar o ambiente avaliativo em dois tipos:
· Processos de seleção ou classificação (exemplos: concursos e vestibulares);
· Demonstração de aprendizagem (competências e habilidades adquiridas).
Vamos falar primeiro das que objetivam classificar ou selecionar pessoas, como concursos ou vestibulares. Nessas provas os inscritos são chamados de CANDIDATOS e estão concorrendo uns com os outros por uma vaga. Os Ledores, nesses eventos, têm pouca liberdade de adaptação e a atuação é fortemente limitada pelas regras do exame. A nossa ação está atrelada ao que foi pedido pelo candidato, por isso não é permitido fornecer nenhum atendimento além daquele que está estabelecido (inclusive com relação ao tempo para desenvolver as ações).
Na prática, se alguém deixar de solicitar algo necessário para executar a prova, o Ledor não está autorizado a auxiliar e sanar o problema. Como o objetivo é classificar, é comum que os que não conseguirem solicitar com precisão os equipamentos e atendimentos de que necessitam acabem por ser os primeiros eliminados. Cruel, mas são as regras usadas e pouco questionadas!
Já nos eventos que objetivam gerar dados de competência, os inscritos são denominados de PARTICIPANTES, pois não concorrem entre si.
Exemplos: ENADE e ENEM (apesar de esse último ser utilizado por instituições diversas como vestibular, essa não é a função do evento). 
O Ledor possui mais liberdade para adaptar questões ou mesmo fornecer recursos que não foram solicitados, pois a geração de oportunidade de realização do evento fará com que os dados sejam fidedignos à realidade. 
Na prática: se o participante deixou de solicitar algum tipo de auxílio, equipamento ou mobiliário na inscrição do evento, o Ledor solicita a autorização do coordenador do local para atendê-lo. Geralmente, havendo possibilidade de atender ao solicitado de forma responsável, o pedido é acatado e autorizado pela coordenação o evento. Diante disso, fica evidente que os cuidados de ação do Ledor são maiores nos Ambientes Avaliativos e giram em torno basicamente de:
· Tempo para realização da leitura: não há como divagar demais na leitura de uma questão avaliativa, pois o tempo utilizado para resolver a atividade pode impactar na resolução das demais.
· Número de informações adicionais à descrição de uma imagem: três problemas poder ser causados. 
Vejamos: 
· O Tempo para realização da atividade – quanto maior o número de informações, mais tempo demandará para a leitura ser finalizada e o participante filtrar todas as informações a ponto de responder à questão.
· O Número de informações muito maior do que é necessário para resolução da questão, fazendo com que o participante perca o que realmente é relevante de ser observado para resolver a questão.
· O Possível resposta da questão sem que para isso o participante demonstre verdadeiramente seu conhecimento diante da questão proposta.
4. MATERIAL
Os materiais que servirão de base para a ação do Ledor estão em duas categorias básicas: 
· Adaptados; e 
· Não adaptados. 
Então poderemos dizer que o material adaptado é aquele que não gera a demanda de adaptação ou audiodescrição dele. Vejamos alguns exemplos.
(ENEM) Uma família composta por sete pessoas adultas, após decidir o itinerário de sua viagem, consultou o site de uma empresa aérea e constatou que o voo para a data escolhida estava quase lotado. Na figura, disponibilizada pelo site, as poltronas ocupadas estão marcadas com X e as únicas poltronas disponíveis são as mostradas em branco.
Se essa prova estivesse na mão de um “Ledor” que desconhecesse a matéria da questão ou mesmo que tivesse lido o enunciado sem prestar atenção no que ele verdadeiramente dizia, seria possível que tal profissional fizesse uma descrição da imagem minuciosamente:
 “posicionamento da imagem do avião na página, letras L e G localizadas na parte frontal do avião, número de cadeiras por coluna e por linha, até mesmo indicando quantas em cada posição de coluna têm X ou estão em branco”.
A descrição mencionada pode até mesmo ter tecido todos os detalhes com primazia de informação, mas será que eram suficientes ou verdadeiramente necessários para o ouvinte?
Prestando atenção na questão, à informação que seria suficiente eram de quantas poltronas estavam disponíveis para serem escolhidas pela família (nesse caso, 9 poltronas). 
Vejamos como ficou a descrição da prova adaptada:
Mas, como dissemos anteriormente, o ideal é que a responsabilidade da adaptação não seja do Ledor, pois isso geraria inúmeras complexidades de ação, um único exemplo disso seria a necessidade de existir um Ledor capacitado em cada área do conhecimento no dia de uma prova multidisciplinar.
Entendido isso, vejamos como fiou a adaptação do restante dessa questão do ENEM de 2015:
O número de formas distintas de se acomodar a família nesse voo é calculado por:
	
	a) No numerador: nove fatorial e no denominador: dois fatorial. 
b) No numerador: nove fatorial e no denominador: abre parêntese sete fatorialvezes dois fatorial, fecha parêntese.
c) Sete fatorial.
d) Abre parêntese, no numerador: cinco fatorial e no denominador: dois fatorial fecha parêntese, vezes quatro fatorial.
e) Abre parêntese, no numerador: cinco fatorial e no denominador: quatro fatorial fecha parêntese, vezes abre parêntese, no numerador: quatro fatorial e no denominador: três fatorial fecha parêntese.
Acredito que com esse último exemplo, conseguimos entender o que é uma excelente adaptação de material para ação do Ledor, é aquela que exige do profissional apenas a leitura correta e fluente do que está expresso em palavras, na qual todas as variações necessárias foram feitas por um especialista na área.
Percebam que, ao ser adaptada, houve alternativa que sofreu alteração entre o que estava expresso em símbolos e o que foi escrito para que não gerasse dúvida de entendimento:
	
	d) Abre parêntese, no numerador: cinco fatorial e no denominador: dois fatorial fecha parêntese, vezes quatro fatorial.
Caso não houvesse a inserção desses parênteses, poderíamos dar o entendimento de que 4! estaria multiplicando apenas o 2! e não a fração inteira, o que geraria mudança de resultado.
Precisamos dar um alerta neste momento que é muitíssimo importante para não gerar o entendimento errado do que entendemos por adaptação de material para ação do Ledor!
A escrita em palavras do que está exposto em símbolos não está diretamente ligado à eliminação de tudo o que é símbolo ou imagem da prova, MUITO PELO CONTRÁRIO! Há a necessidade de permanência do que foi adaptado (imagem e símbolo) se não soubermos exatamente quais as potencialidades visuais da pessoa que receberá o auxílio de leitura. 
Ou seja, há pessoas que mesmo com auxílio do Ledor poderão utilizar suas potencialidades visuais para extrair algumas informações diretamente da imagem (exemplo: disléxicos), fazendo com que a adaptação se torne um facilitador ou informe determinados nuances não percebidas pelo indivíduo. 
Abaixo está um exemplo de como acreditamos que deveria ser um material adaptado à ação do Ledor:
Ou seja, para tornar o material adaptado para o uso por um Ledor, ele deverá ter a descrição da imagem acompanhando a imagem. Claro que a adaptação não precisa obrigatoriamente ser no mesmo papel, mas descrição e imagem devem estar sempre associadas (o que acabará tornando o material adaptado).
Lembro que não são apenas as imagens que devem ser descritas para adaptação de um material ao uso do Ledor, mas símbolos e explicações de contexto também. 
Veja o texto a seguir:
O modo como o texto é apresentado o torna uma “imagem” para ser observada pelo leitor, mas no nosso caso ele pode ser apenas um ouvinte (pessoa cega). Logo, a descrição deve ser feita de modo a deixar claras as características desse texto.
Nesse caso é muito importante perceber a ponte que o autor faz ente o Concretismo do século XX (estética de ruptura, quebra de palavras nos versos, uso de símbolos na poesia etc.) e a produção literária do século XVIII (barroco-árcade), com referência aos poetas envolvidos na Inconfidência Mineira. 
A bela obra em padrão concretista é repleta de história e cheia de análises que só uma pessoa bem-preparada conseguirá alcançar.
A adaptação do material não depende apenas de descrever a imagem ou símbolos, mas também do entendimento do contexto da ação (estudo e avaliação) além de para quem será destinada a leitura (pessoas com capacidade visual ou não).
Palavras, Símbolos e Imagens
Os cenários apresentados para a ação do Ledor são bem diversos, mas tentamos fazer em apanhado relacionado a algumas características importantes antes de iniciarmos a conversa sobre as técnicas de leitura.
Sobre o material, no atendimento o ideal é que tenhamos um para uso do estudante ouvinte o outro para o Ledor se apoiar durante a leitura. As variáveis possíveis são:
Já sobre a comunicação, o principal desafio do Ledor é descrever o mundo visual por meio de estímulos táteis e/ou auditivos.
O canal de comunicação mais comum de uso é o áudio/visual, mas ele não servirá para muitas das nossas ações como Ledores por haver barreiras no “ver” das pessoas que solicitam nosso atendimento. Por esse motivo, voltamos nossa ação para transformar esse canal comum em um mediado por nós, que será tátil/auditivo. O esquema abaixo demonstrará isso:
Devemos também nos certificar de termos sido entendidos quando informamos algo.
Senão formos precisos na orientação dada, podemos gerar um retorno diferente do que era nossa expectativa, ou mesmo dubiedade de entendimento ou erro verdadeiramente.
LEITURA E FLUÊNCIA
Precisamos iniciar esta conversa com a reflexão sobre o que você conhece sobre letras, pois sabemos que para ser Ledor é suficiente e necessário que sejamos alfabetizados, não é verdade?! Então você:
· Sabe o nome de todas as letras?
· Consegue discernir os fonemas possíveis de cada letra?
· Reconhece que a ordem na qual as mesmas letras são apresentadas faz diferença quando juntas (exemplo: as e as)?
já falamos que o atendimento prestado pelo Ledor é pautado pela observação de elementos em tinta e a transformação deles em palavras sonoras.
Esses elementos não são apenas palavras e podem ser categorizados em três grupos:
· TEXTOS
· SÍMBOLOS
· IMAGENS
Vamos às explicações de cada um desses grupos.
TEXTOS
Uma das observações relacionadas à leitura de texto é referente à fluência. A fluência pode ser entendida como um conjunto de habilidades que permitem uma leitura sem embaraço, sem dificuldades em relação ao texto.
É verdade dizer que, na leitura de um texto feita pelo Ledor, o resultado da compreensão depende da qualidade das interferências geradas pelo conhecimento que o ouvinte (pessoa que recebeu o atendimento) tem. Mas também é verdade que as interferências dependem da leitura fluente do texto.
Ou seja, se a leitura não for fluente, o ouvinte poderá inferir de modo equivocado as informações explícitas ou implícitas no texto, pois a informação fornecida é uma pista que ativa uma operação de construção de sentido.
Portanto, “ao contrário do que o senso comum acredita, a interferência não está no texto, mas na leitura, e vai sendo construída à medida que o ouvinte vai interagindo com ela”.
Resumindo, para apresentar fluência na leitura é necessário ao Ledor:
· Pronunciar de forma correta os termos;
· Respeitar as pontuações existentes nas frases;
· Ter velocidade de leitura adequadamente confortável para ele e para o ouvinte.
Lembre-se: a pronúncia de termos de forma errada pode causar prejuízos ao ouvinte.
Em relação ao texto e à sua composição, existem operações que podem ajudar na construção de uma trilha de leitura mais suave para o leitor. Alguns pesquisadores empregam o termo “legibilidade” para se referir à característica do texto que o torna menos ou mais passível de uma leitura fluente, sem obstáculos de variada natureza. Há textos que dificultam o caminho até de leitores experientes. E há textos que são lisos, polidos e deslizantes. Isso tanto diz respeito à escolhas das palavras, à construção das frases, à padronização ortográfica ou ao tamanho dos períodos escritos, quanto à qualidade gráfica do texto, ao tamanho da fonte empregada, à interferência de cores, fundos, fios, proximidade entre blocos de texto, e às plataformas de leitura (como livro, tela de computador, telefone celular ou tablet).
SÍMBOLOS
Podemos pontuar como símbolos os elementos gráficos que aparecem em meio ao texto.
Aqueles apresentados isoladamente serão tratados como ‘palavra’ no sentido de que apenas os pronunciarei, não havendo a necessidade de explica-los. 
Exemplo:
A variação da velocidade (ΔV) é calculada pela velocidade final subtraída da velocidade inicial.
Os símbolos que aparecem em conjunto serão lidos tomando-se como base a descrição de uma imagem.
IMAGENS
Cabe aqui relembrar a existência do profissional adaptador que terá a competência primeira para realizar com primazia a descrição de uma imagem.
Mas, não havendo a atuação desse e caso a imagem apareça em nosso material de leitura, temosinicialmente que analisar o ambiente onde estamos atuando, pois só assim poderemos especificar o quanto poderemos descrever sem interferir indevidamente na escolhe do estudante. Afinal de contas, dependendo do objetivo da descrição podemos dar mais ou menos detalhes de uma mesma imagem.
Outro ponto a ser observado é a necessidade que, às vezes, temos que descrever o cenário da imagem antes de ler o que está escrito nela.
Há momentos nos quais a não descrição do cenário não passará a mensagem subliminar que a imagem possui.
Mas o quanto é interferir na percepção do estudante?
Devemos sempre ter em mente que a atuação do Ledor é para um terceiro. Só isso já deveria ser suficiente para justificar a necessidade de sermos competentes e humanos em nosso atendimento. E ainda tem mais, esse terceiro, mesmo que esteja preparado e tenha estudado muito, depende da atuação do Ledor para demostrar o seu conhecimento. Um Ledor que lê mal, É preguiçoso, está com pressa, não tem técnica ou humanidade literalmente pode destruir as chances de alguém de ser aprovado ou ter seu melhor desempenho em uma prova. Ou seja, o nível de sucesso na prova dá ou retira direitos das pessoas que são atendidas pelo Ledor.
Lembremos que o julgamento é um fator que pode nos levar a ações injustas quando não analisamos o cenário, quando abandonamos o senso crítico ou quando desconhecemos o tema.
Vamos a um exemplo prático disso. Suponhamos você está atuando em um concurso que traz a seguinte informação no edital:
“É terminantemente proibido usar, nos momentos de provas, óculos escuros e itens de chapelaria (bonés, viseiras, tiaras, chapéus, turbantes, lenços de cabeça, entre outros)”.
O participante que você atenderá está inscrito como com deficiência visual cegueira e chegou ao local de aplicação de prova usando uma bengala e óculos escuros.
Diante disso, você acredita ser correta a ação de solicitar que o participante retire os óculos escuro e os coloque em local não acessível durante a permanência no ambiente de prova?
Temos várias questões a serem observadas:
1. É um ambiente de concurso e tem regras específicas.
2. Quem se inscreve em um concurso está aceitando as regras impostas.
3. É difícil o edital prever todas as particularidades do certame, por esse motivo as solicitações diferenciadas costumam ser feitas diretamente à instituição aplicadora que analisará e dará o retorno ao participante em ambos os casos, de aceite ou não. Ou seja, há aspectos não especificados em edital com procedimentos autorizados.
4. Não vale a pena negar algo sem perguntar antes ao coordenador, pois pode ser que o participante traga uma demanda diferente, mas possível de ser atendida no dia. O coordenador então entrará em contato coma instituição responsável pela aplicação do exame para avaliar e verificar a possibilidade de autorização (afinal, melhor gerar a autorização de determinadas solicitações do que anular um certame por inacessibilidade).
5. Normalmente, as pessoas com deficiência visual que utilizam óculos escuros têm como justificativa possuírem fotofobia (aversão à luminosidade intensa, o que causa dores) ou mesmo por questões estéticas (o globo ocular possui alterações que faz com que essas pessoas fiquem envergonhadas frente a outros indivíduos).
Logo, em ambos os casos, a retirada dos óculos poderá causar prejuízo de participação no processo do desconforto causado ao participante com deficiência visual.
Então, nesse caso, a melhor ação é perguntar ao coordenador sobre a autorização de uso dos óculos para esse participante.
A importância do que estamos tratando é dizer que há variações que não seguirão a regra, mas serão necessárias para manutenção do respeito e do direito de realização de algo, assim gerando a isonomia de oportunidade para todos os envolvidos.
As técnicas de que trataremos agora são importantes como início de ação, são regras das quais poderemos abrir mão desde que façamos uso de nosso senso crítico para determinar a variação necessária.
Dessa forma, a melhor ação é perguntar ao coordenador da autorização de uso dos óculos para esse participante. Ok, mas porque falar sobre essas variações possíveis?
Precisamos entender que as regras são feitas para termos por base uma ação inicial que cabe para a maioria dos participantes, até o momento no qual alguém necessita de um atendimento diferenciado.
Esse é o momento no qual uma pessoa capacitada e apta agirá para gerar a variação e garantir a participação de todos.
 Atenção! Só modifica quem é competente para fazê-lo e tem condições suficientes para análise.
As técnicas de leitura que serão apresentadas têm como objetivo nortear a ação inicial do profissional Ledor e devem ser seguidas sempre que não houver tempo suficiente para análise do material a ser lido para geração de possíveis modificações.
AS TÉCNICAS PARA LEITURA
Como já dissemos, as técnicas para leitura serão explicadas diante das variações de materiais que apresentem:
· TEXTOS
· SÍMBOLOS
· IMAGENS
Veremos agora cada caso!
SIMBOLOS
Nesse primeiro momento, trataremos dos símbolos e a regra geral é:
Sem conhecer verdadeiramente o nome do símbolo e seu significado no contexto no qual ele estará inserido, a chance de erro na leitura é imensa. Podemos categorizar os símbolos em dois grupos para determinar a técnica a ser usada para pronunciá-los:
· Símbolos de texto: são aqueles colocados enquanto caracteres de um texto escrito. Em sua quase totalidade serão pronunciados verbalmente a partir do seu nome e não seu significado.
· Símbolos de imagem: esses comporão uma imagem propriamente dita (gráficos, organogramas, tabelas etc.) ou estarão em expressões química ou matemáticas, cabendo sua descrição prévia como se fosse uma imagem e depois a leitura do símbolo dentro do contexto inserido.
Alguns símbolos podem apresentar variação de nomenclatura a depender do contexto no qual estiverem inseridos.
Esse cuidado na pronúncia dos símbolos também deve ser percebido quando eles estiverem relacionados às letras.
Vamos ver se fica melhor perceber na prática. Observe a questão a seguir:
Durante a leitura dessa questão, são poucas as pessoas (não profissionais Ledores) que distinguem as letras minúsculas das maiúsculas ao pronunciá-las quando se trata de variáveis.
Nessa questão, temos as variáveis tempo e a temperatura, ambas sinalizadas pela letra t.
O que as distingue é que uma é maiúscula e outra minúscula, que faz toda diferença. A pessoa (não profissional Ledor) que estiver lendo para um terceiro só perceberá a importância disso quando encontrar a segunda variável.
Não há problemas nessa percepção tardia desde que o Ledor estabeleça a diferença entre as letras assim que tomar conhecimento da segunda.
Por exemplo: o Ledor começou a leitura e chamou o primeiro T de “tê”. Ele deve permanecer denominando o T de “tê” e, assim que anunciar pela primeira vez o t, deverá distingui-lo do T, por exemplo chamando-o de “tê minúsculo”.
O problema reside quando eu quero consertar o equívoco no meio da leitura e começo chamando o T de “tê” apenas e depois continuo a chamar o T de “tê maiúsculo”, pois agora decretei que há três variáveis.
Embora seja errado, imagine que um Ledor anunciou o primeiro t como “tezão”, isso deve ser mantido assim até o final da leitura.
Se quiser denominá-lo diferente após já ter iniciado a leitura (t maiúsculo), então peça desculpas ao participante e avise que reiniciará a leitura para então anunciar novamente de modo adequado.
Nesse caso, a técnica de leitura é sempre: SEMPRE anuncie as variáveis destacando se são maiúsculas ou minúsculas.
No entanto, há possibilidade de ser um exagero em determinadas leituras, exemplo:
A leitura permanece satisfatória mesmo sem o emprego da técnica, podendo ser anunciado como “uma geladeira g, uma tomada t e uma lâmpada l” sem nem mesmo abrir ou fechar os parênteses.
Mas isso só faremos se pudermos analisar o texto (diante da leitura silenciosa) antes da leitura em voz alta feita para o participante.
Vamos a outros exemplos:
Há quem diga que nesse caso não haveránecessidade de expressar o que é maiúsculo ou mesmo que o índice é inferior, dizendo apenas que todas as letras estão maiúsculas e que todos os números serão índices inferiores. Mas nem por isso a leitura se tornará mais prazerosa para quem ouve.
O problema dessa questão é ela não ter sido adaptada para provas de pessoas que utilizarão o atendimento de Ledores, pois o número de informações para serem apreendidas por quem ouve para a posterior execução do que o anunciado da questão traz é muito alto.
De qualquer modo, o que temos que pensar é que:
1) Eu só poderei alterar a técnica diante da LEITURA PRÉVIA da questão. Afinal, se ainda não li a questão e suas alternativas, com poderei determinar se minha ação não está respondendo algo para o participante?
2) Eu só abro mão da técnica se eu tiver CONHECIMENTO na matéria para não cometer erros do tipo “achei que estivesse certo”.
3) Nossa função é EXPRESSAR o que está escrito em tinta para que o participante execute aprova.
Infelizmente há momentos nos quais não percebemos nuances que podem prejudicar uma leitura de material, levando ao erro de interpretação pelo ouvinte.
O ENEM apresentou variações adaptativas relacionadas à apresentação de símbolos, o que auxiliou a prestação da leitura pelo profissional Ledor. Gostaria que ao ler você percebesse que há variação no entendimento do que é suficiente a ser adaptado. Eis alguns exemplos (em alguns eu acredito que haveria mais coisas para adaptar, mas já é um bom começo):
Assim fica fácil entender a importância do fato de a adaptação preceder a ação do Ledor, não é?!
Mesmo que existam as variações de entendimento do que suficiente ser adaptado, estamos felizes em existir o precedente da adaptação.
Se interessou pelo tema? 
Então veja estes meus outros materiais: 
	
Curso de Capacitação de Ledor - Modulo 2
	
Educação Inclusiva - Questões de Concursos Públicos - Modulo 1
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