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Unidade 2 - As Monarquias Parlamentares e o Iluminismo

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História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
 
 
História Moderna dos 
Séculos XVII e XVIII 
 
Unidade Nº2 - As Monarquias 
Parlamentares e o Iluminismo 
 
 
 
 
Mariana Silva Silveira 
 
Introdução 
Oferecemos a você boas-vindas à segunda unidade da disciplina de História 
Moderna dos Séculos XVII e XVIII! Após analisar a Europa no século XVII e XVIII, na 
unidade anterior, conheceremos agora mais sobre as Monarquias Parlamentares 
Inglesa e Francesa. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
O objetivo desta unidade é contemplar manifestações ideológicas que 
marcaram os séculos XVII e XVIII. Especialmente estudaremos a ascensão do 
Parlamento como instituição autônoma, permanente e de carácter burguês. 
Junto desta nova manifestação política aprenderemos a respeito da 
desmontagem do absolutismo, do Antigo Regime e do crescimento do movimento 
intelectual que o questiona: o Iluminismo. Veremos com maior destaque o 
pensamento deste movimento no caso britânico e francês, conhecendo grandes 
pensadores como David Hume, Adam Smith, Voltaire e Montesquieu. 
A partir da análise do Iluminismo e seus pensadores compreenderemos a 
origem de idéias políticas e sociais difundidas até os dias de hoje em nossa sociedade. 
Venha conosco conhecer ainda mais o nosso mundo. Bons estudos! 
1. A Monarquia Parlamentar 
Estudamos anteriormente algumas características centrais do modelo político 
europeu do século XVII e XVIII, chamado Antigo Regime. Nele imperava o 
mercantilismo e o absolutismo monárquico. Isto gerava uma sociedade extremamente 
desigual e com um poder político autoritário e despótico. 
No entanto, no início do século XVII, houve uma revolução que se destacou por 
limitar o poder do rei a partir do Parlamento na Inglaterra, a Revolução Inglesa. Mas 
antes de conhecê-la, você sabe o que é um parlamento? 
 
Você sabia? Os parlamentos são reuniões de representantes, mais conhecidas como 
assembleias, que se desenvolveram no final da Idade Média, entre os séculos XII e XVII. 
Tais assembléias reuniam diversos segmentos políticos importantes como 
representantes da igreja e nobres na realização de objetivos políticos propostos pelo 
rei. 
 
A assembleia tinha como objetivo equilibrar e controlar o poder dos monarcas. 
Ao mesmo tempo em que buscavam controlar e moderar este poder, ela sustentava a 
realização de políticas reais. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
 
Agora analisaremos a Monarquia Parlamentar Inglesa, que é um tipo de 
governo no qual os poderes do monarca são limitados pela existência de um 
parlamento. Porém, é necessário entender como o modelo político mudou do 
absolutismo à monarquia parlamentar, estudando a Revolução Inglesa. 
1.1. A Revolução Inglesa 
Os processos revolucionários contra o absolutismo e o Antigo Regime 
ocorreram de formas distintas e muito específicas em cada região da Europa Ocidental. 
No caso da Inglaterra, o choque entre um projeto absolutista e o Parlamento levou à 
Revolução Inglesa (1642-1649). Com ela a soberania passou a ser dividida entre o 
monarca e o Parlamento. 
O processo político de decadência do absolutismo nos remonta ao final da 
Dinastia Tudor (1485- 1603), mais especificamente ao momento da união dos reinos 
das Ilhas Britânicas sob a Dinastia Stuart. Com a ascensão da dinastia Stuart ao trono 
inglês, houve uma tentativa de implantar um regime absolutista inspirado no modelo 
francês, no entanto, as características específicas da centralização política na Inglaterra 
impediram que obtivessem sucesso. 
Entre estas características se destacam a intensa rivalidade religiosa nos reinos 
comandados pela dinastia Stuart e a presença da Câmara dos Comuns, que limitava 
diretamente as decisões impostas pelo monarca e exigia maior participação política e 
administrativa. 
Em 1628, a Câmara dos Comuns impôs que o rei, por meio da Petição dos 
Direitos, necessitasse de aprovação do Parlamento para decidir sobre assuntos 
relativos aos impostos, prisões, julgamentos e convocações de exército, o que já 
deixou o então rei, Carlos I, insatisfeito quanto aos seus planos de implantar o 
absolutismo nos modelos franceses na Inglaterra. 
Em seguida, ao se reunir, em 1629, o Parlamento reprovou a política religiosa e 
o aumento de impostos proposto por Carlos I. Este, percebendo então que não obteria 
nenhum êxito convocando o Parlamento, passou a tomar decisões e a governar a 
Inglaterra sem convocá-lo, entre 1629 a 1640. 
Profundamente insatisfeitos, aos puritanos e presbiterianos (calvinistas 
escoceses) foi imposto o anglicanismo como religião. Esses grupos rebelaram-se e 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
recusaram-se a pagar impostos, pelo que foram condenados pelos tribunais do rei em 
1639 e 1640. 
No entanto, em 1640, passando por graves problemas econômicos o rei foi 
obrigado a convocar o Parlamento, que mais uma vez lhe negou o aumento de 
impostos pretendidos e, por isso, foi dissolvido novamente. Por continuar com sérios 
problemas econômicos Carlos I convocou um novo Parlamento, no mesmo ano. Este 
durou 18 meses, controlou convocações do exército, interferiu na política religiosa e 
persegui ministros do rei. 
Figura 1- Carlos I. Rei da Inglaterra por Antoon Van Dyck. 
Em 1641, se iniciou uma revolta separatista na Irlanda. Neste momento Carlos I 
não possuía recursos para montar um exército eficiente para contê-los, sendo 
necessário convocar novamente o Parlamento. Seu plano era obter renda proveniente 
dos impostos e reforçar sua posição militar. 
No entanto, o exército organizado não foi comandado pelo rei e sim pelo 
Parlamento. Assim o poder deste órgão aumentou e ficou definido que nunca mais 
poderia ser dissolvido pelo rei e deveria reunir-se a cada três anos. Carlos I ficou 
descontente e não aceitou perder parte de seu poder real criando resistência em 
aceitar as novas decisões, iniciando a Guerra Civil. 
Assim, se iniciou a Revolução Inglesa, também chamada de Guerra Civil e 
Revolução Puritana, um conflito ocorrido entre 1642 e 1649, envolvendo as forças do 
rei Carlos I chamados de “os cavaleiros” e as forças do Parlamento chamados de “os 
cabeças redondas”. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Por possuir o poder de criar impostos e ter o apoio das áreas economicamente 
mais avançadas, o Parlamento organizou um exército permanente efetivo. O New 
Model Army era liderado por Oliver Cromwell e foi caracterizado por combinar a 
ascensão de cargos militares baseados no mérito com a disciplina o que o tornava 
extremamente eficiente. 
Os soldados eram de maioria de classes pobres ou médias, porém eram mais 
bem treinados, equipados e motivados, conseguindo assim vencer Carlos I que foi 
executado em 1649. 
Assim, foi inaugurada a fase do Regime Republicano ao qual foi dado o nome 
de Commonwealth. Ela foi marcada por sobreposição dos militares puritanos sobre o 
Parlamento. Em 1651, Cromwell decretou os Atos de Navegação, os quais favorecia os 
grandes comerciantes ingleses por definir que os produtos importados para a 
Inglaterra deveriam obrigatoriamente ser transportados por navios ingleses ou de 
regiões produtoras. 
Os pequenos produtores e comerciantes se mantiveram mais uma vez 
descontentes com o governo de Cromwell, quando, no mesmo ano, ele definiu que o 
puritanismo deveria ser a religião oficial dos três reinos. Dois anos depois, em 1653, 
dissolveu o Parlamento e governou com o título de Protetor da Inglaterra 
Figura 2- Execução de Carlos I, por artista desconhecido. Óleo sobre tela. Scottish National 
Portrait Gallery, Edimburgo, 1649.História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Podemos perceber que, apesar de ter avançado economicamente, o país nesta 
fase republicana ficou marcado pelo radicalismo político e religioso. Com a morte de 
Oliver Cromwell (1660), acaba a Commonwealth e se inicia o período de restauração 
da dinastia Stuart. 
Portanto, o período republicano, na realidade, foi marcado pelo radicalismo e, 
mais uma vez, pela centralização da maior parte do poder político nas mãos de um só 
governante. Motivo pelo qual levou à restauração Stuart em 1660. 
1.2. A Revolução Gloriosa 
A restauração Stuart foi iniciada em 1660, com a expectativa de que, após ter 
visto a execução de Carlos I durante a Guerra Civil, o novo monarca governaria em 
equilíbrio com o Parlamento. Assim, foi com o governo de Carlos II que se restaurou a 
Igreja Anglicana como oficial, mas que também permitiu, junto do Parlamento, a livre 
prática de outras religiões. 
Porém, em 1685, assumiu o trono Jaime II, um sucessor muito próximo ao 
catolicismo gerando medo entre os protestantes de que sua política se aliaria 
demasiado ao catolicismo limitando a liberdade de culto. Logo, Jaime II tentou aprovar 
uma lei que garantia o direito dos católicos em ocupar cargos públicos. 
Figura 3 - Retrato de Carlos II e Jaime II por Artista desconhecido. óleo sobre tela. Wilton Park, 
Steyning, século XVII. 
Esta tentativa é suficiente para alarmar os protestantes do Parlamento, os quais 
depuseram Jaime II, passando o poder para sua filha protestante chamada Maria II. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Junto dela passou a governar seu marido Guilherme de Orange, chefe de estado 
holandês, que utilizou suas tropas para garantir a deposição de Jaime II e sua ascensão 
ao trono inglês. 
Esta transição levou o nome de Revolução Gloriosa (1688-1689), pois se 
comparada à Guerra Civil foi menos conflituosa e mais estável. Ao assumirem o trono, 
Guilherme de Orange e Maria II tiveram que assinar um contrato entre o rei e os 
representantes da sociedade denominado a Declaração Inglesa de Direitos (Bill of 
Rights). 
Figura 4 - Guilherme de Orange por Sir Godfrey Kneller (1646- 1723). Óleo sobre tela. Scottish National 
Portrait Gallery, Edimburgo, século XVII. 
Figura 5 - Rainha Maria II por Jan Verkolje (1650-1693). Óleo sobre tela. National Portrait Gallery, 
Londres 1685. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
1.3. Bill of Rights 
A Declaração Inglesa de Direitos pode ser considerada uma consequência direta 
da Revolução Gloriosa, em 1689. Nesta declaração, o Parlamento reivindica seus 
antigos direitos e liberdades. Entre elas é possível citar que, sem a autorização do 
Parlamento, seria ilegal: 
- Levantar e manter um exército dentro do reino, em tempo de paz. 
- Arrecadar dinheiro para uso da coroa. 
- Limitar a liberdade de expressão no Parlamento. 
- Limitar as eleições do Parlamento ou sua reunião com frequência. 
 Entre muitas outras que são definidas como premissas constitucionais de seus 
direitos e liberdades inquestionáveis. 
2. O Iluminismo Britânico 
O Iluminismo foi um conjunto e ideias que circulavam predominantemente no 
século XVIII na Europa, especialmente na França e na Inglaterra. Tais ideias eram contra 
o Absolutismo, o Antigo Regime e o mercantilismo, que imperavam nesta época. 
Os textos iluministas colocavam-se contra os excessos da nobreza e o controle 
excessivo que o clero possuía sobre a sociedade, ao deixar camponeses, burgueses e 
trabalhadores urbanos em segundo plano nas decisões econômicas e políticas, 
visando sempre manter os privilégios herdados na Idade Média. 
Os textos e livros produzidos pelos iluministas eram proibidos pelo governo, 
só que, mesmo assim, suas ideias se difundiram entre a burguesia e seus autores. E 
tanto mais sofriam perseguição, tanto mais se tornavam famosos. 
2.1. O Liberalismo Inglês e o Iluminismo 
Neste período, a Inglaterra passava por um intenso surto de industrialização, 
abandonando as manufaturas para as maquinofaturas. Isto provocava um grande 
movimento comercial no país uma vez que, com as máquinas, era possível produzir 
maior quantidade em menor tempo, reduzindo o tempo de produção da mercadoria. 
Logo, também percebe-se a redução do custo dos produtos, pois devido à grande 
quantidade disponível (oferta), o interesse dos compradores (procura) é reduzido e 
logo, seus preço. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Desta forma, na Inglaterra, imperava o liberalismo econômico, que como já 
acontecia na política e definia que o rei não possuía direitos absolutos sobre a 
economia. 
2.2 Filósofos britânicos no século XVIII 
Dentre os filósofos britânicos que mais se destacaram estão Adam Smith e 
David Hume. 
Figura 6 - Perfil de Adam Smith por James Tassier (Escócia, 1735-1799). Gravura original de 
1787. 
Adam Smith fazia parte dos fisiocratas, isto é, uma parte de pensadores e 
economistas que defendiam que a riqueza das nações estaria na agricultura, pois seria 
dali que partiria toda a sobrevivência humana. Contradizendo o mercantilismo, que 
dizia que a riqueza das nações estava na quantidade de metais preciosos que esta 
possuía. 
Adam Smith era um fisiocrata inglês que acreditava que o mercado poderia 
autorregular-se. Isto é, não seria necessário uma intervenção estatal definindo leis para 
a economia, pois esta se governaria sozinha pela lei da oferta e da procura, que vimos 
anteriormente. 
Para ele, a riqueza das nações estaria em seu potencial de trabalho assalariado, 
ou seja, na relação entre a quantidade de mão de obra e vagas de emprego 
assalariado. Os salários também se regulariam pela lei da oferta e da procura, de 
maneira que quanto mais trabalhadores disponíveis houvessem, menor seria o salário, 
e vice-versa. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Logo, a intervenção do Estado na economia desequilibraria o mercado ao invés 
de ajudá-lo. Com esta teoria, Adam Smith passou a ser considerado o pai do 
liberalismo econômico, modelo que esteve vigente na maioria dos países capitalistas 
até o século XX. 
Outro memorável pensador iluminista britânico foi David Hume, historiador e 
filósofo nascido na Escócia. Possuía, nas suas próprias palavras, “uma aversão 
insuperável a tudo que não fossem as buscas da filosofia e do conhecimento geral”. 
Assim, Hume desenvolveu uma teoria através do método experimental de raciocínio, 
a qual defendia que o conhecimento só seria desenvolvido por meio da experiência 
sensível ao humano e esta estaria dividida em duas partes: impressões e ideias. As 
impressões seriam as causas das ideias. 
Nesse sentido, o pensamento de Hume critica, mesmo que indiretamente, a fé 
e o senso comum como geradores de conhecimento, pois não tem fundamento 
científico. O que abalaria as bases do Absolutismo e do Antigo Regime com a 
explicação das desigualdade sociais e da origem do poder do monarca e do clero. 
Seu pensamento foi revolucionário para época, o que levou a ser acusado de 
heresia pela Igreja Católica e suas obras foram acrescidas no Índice dos Livros 
Proibidos (Index Librorum Prohibitorum). 
Figura 7 - Retrato de David Hume, por Allan Ramsay (1760). 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
3. O Iluminismo Francês 
O Iluminismo francês, da mesma maneira que o inglês, apresenta a crítica ao 
Antigo Regime, o absolutismo monárquico, como sua principal proposta informativa. 
Na França, as críticas do filósofos eram especificamente dirigidas ao aparato 
governamental representado pela monarquia absolutista da casa Bourbone aos 
privilégios fiscais do clero católico e da nobreza de Versalhes. O envolvimento na 
Guerra dos Trinta Anos e em outro conflitos internacionais, como a Guerra de Sucessão 
Espanhola, assim como ineficiências e incompetências administrativas da postura 
econômica intervencionista dos monarcas franceses, criaram a conjuntura perfeita 
para um questionamento da gestão política que estes protagonizaram. 
3.1. Voltaire 
François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire foi um filósofo iluminista 
francês nascido em Paris no ano de 1694. Por fazer parte da nobreza francesa teve 
amplo contato com educação de qualidade e se tornou secretário da embaixada 
francesa, na cidade de Haia, na Holanda. Viveu por dois anos em Londres, onde teve 
contato com o liberalismo e ideias que contestavam o Antigo Regime. Especialmente 
teve contato com o pensamento de John Locke, o inglês considerado por muitos como 
o fundador do iluminismo, pois já no século XVII defendia que os homens nascem 
todos iguais. 
Assim Voltaire retornou à França, defendendo as liberdades civis individuais, 
especialmente a religiosa e a de expressão. Ficou conhecido por uma frase que na 
realidade lhe foi designada erroneamente, pois contempla exatamente suas ideias. Ela 
diz: “posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu 
direito de dizê-lo”. Na realidade, a frase foi escrita em uma biografia de Voltaire, pois 
sintetiza suas ideias. 
Desta forma, Voltaire se destaca como um defensor da liberdade de expressão 
no iluminismo em um momento em que por ser da nobreza conseguiu publicar livros 
enquanto outros de mesmo tema eram queimados. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
 
Figura 8 - Retrato de Voltaire por Maurice Quentin de La Tour. França 1736. 
4. Montesquieu e a divisão dos poderes 
Charles-Louis de Secondat, originário de famílias nobres de origem francesa e 
inglesa, tornou-se notoriamente conhecido como barão de La Brède e de 
Montesquieu. Durante sua infância, estudou em escola religiosa de oratória conhecida 
como Colégio Juilly. Os padres oratorianos desta instituição flertavam já com os ideais 
iluministas em suas lições, influenciando solidamente a formação de seus alunos. 
Tendo concluído a educação básica, foi estudar na Universidade de Bordeaux, onde se 
formou no curso de direito em 1708. Em seguida, mudou-se para cidade de Paris 
buscando aperfeiçoar sua formação. 
Nestas instituições teve contato com vários intelectuais franceses, 
principalmente, com aqueles que criticavam a monarquia absolutista e o clero católico 
fomentando indignações e reflexões no jovem. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Figura 9 - Retrato de Montesquieu. Artista desconhecido. Óleo sobre tela. Palácio de Versalhes 
na França, 1728. 
Entretanto, com a morte do pai, retornou para sua cidade natal, La Brède, para 
cuidar de assuntos familiares. Em 1714, retornou à cidade de Bordeaux, onde se casou 
com Jeanne Catherine de Lartigue. Após a morte de seu tio, herdou todo patrimônio 
e fortuna de sua família e passou a exercer o cargo de presidente do parlamento de 
Bordeaux, quando foi finalmente nomeado Barão de Montesquieu. 
4.1. Sua obra: O Espírito das Leis 
Tendo se tornado membro da Academia de Ciências de Bordeaux, desenvolveu 
uma série de estudos sobre variadas áreas científicas. Sua obra mais importante foi o 
livro nomeado O Espírito das Leis. 
Publicado em 1748, esta obra apresenta como proposta informativa a defesa 
de um sistema de governo constitucional que impedisse a concentração das funções 
e poderes políticos nas mãos de um só agente. Constituindo-se em uma crítica direta 
ao absolutismo monárquico, regime considerado autocrático e ditatorial pelo autor, 
Montesquieu propunha a separação dos poderes políticos em órgãos e instituições 
auxiliares, assim como a preservação das liberdades civis e a manutenção de um 
aparato legislativo rígido e preciso. 
Tal aparato deveria assegurar aos cidadãos o principal preceito iluminista: a 
liberdade. A coibição do livre pensamento, associação e expressão são atos criminosos 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
protagonizados por governos autocráticos e, por isso, a desestruturação dos regimes 
escravistas também é uma proposta presente em sua obra. 
A recepção da obra de Montesquieu foi dúbia: foi proporcionalmente elogiado 
e criticado por seu trabalho. O autor chegou até mesmo a publicar um outro livro 
intitulado, “Defesa do Espírito das Leis”, no qual fazia a releitura de seu trabalho e 
respondia às críticas. Faleceu em fevereiro de 1755, tendo sido sepultado na L'eglise 
Saint-Sulpice, em Paris. 
Síntese 
Estudamos nesta unidade o que é uma Monarquia Parlamentar, tratando mais 
especificamente da Monarquia Inglesa. Com ela podemos perceber como o 
Absolutismo e o Antigo Regime vinham perdendo força e novas maneiras de pensar 
surgiam na europa e, posteriormente, iriam se difundir para todo o mundo. O poder 
dos monarcas agora era limitado pelo Parlamento e pensadores iluministas passam a 
divulgar e debater ideias que, mesmo sendo proibidas, retratam o pensamento 
circulante na época. 
Nesta unidade você teve a oportunidade de aprender: 
● Como a Guerra Civil Inglesa destituiu o rei Carlos I em nome da liberdade 
do Parlamento; 
● De que forma a Revolução Gloriosa levou ao Bill of Rights garantindo os 
limites dos monarcas; 
● O funcionamento do liberalismo inglês e do pensamento de Adam Smith 
e David Hume; 
● O iluminismo francês pelo pensamento de Montesquieu com sua teoria 
de divisão dos poderes e o pensamento de Voltaire em defesa da 
liberdade de expressão. 
 Sendo assim, concluímos esta unidade reconhecendo as mudanças ocorridas 
na Europa com suas novas perspectivas e ideais que caminham para a diminuição da 
desigualdade social e para a diminuição do poder do clero e da nobreza. 
 Na unidade seguinte, entenderemos como o iluminismo influenciou ações 
concretas e governantes nos anos seguintes. 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
Bibliografia 
Textos 
 
BERIOU, LOUIS. Um café com Voltaire. São Paulo: Autêntica, 2017. Biblioteca 
Universitária Virtual FMU) 
BURKE, Peter. A Fabricação do Rei: A construção da imagem pública de Luís XIV. Rio 
de Janeiro: Zahar, 2009. Versão digital disponível em: 
<http://docs12.minhateca.com.br/869137399,BR,0,0,BURKE,-Peter.-A-
fabrica%C3%A7%C3%A3o-do-rei.pdf>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
FALCON, Francisco J.Calazans. O iluminismo. São Paulo: Ática, 2009. (biblioteca 
universitária virtual FMU) 
GRESPAN, Jorge. A revolução francesa e o iluminismo. - 2 ed. São Paulo: Contexto, 
2014 (biblioteca universitária virtual FMU). 
 
Figuras 
Figura 1- Carlos I. Rei da Inglaterra; Antoon Van Dyck. Disponível em: 
<https://www.museodelprado.es/en/the-collection/artist/dyck-anthony-
van/9c576ae4-8b53-4507-8f13-8e65f0e4cf40>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 2- Execução de Carlos I; Artista desconhecido. Óleo sobre tela. Scottish 
National Portrait Gallery, Edimburgo, 1649. Disponível em: 
<https://www.nationalgalleries.org/exhibition/king%E2%80%99s-last-day-execution-
charles-i>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 3 - Retrato de Carlos II e Jaime II; Artista desconhecido. Wilton Park, 
Steyning, século XVII. Disponível em: 
<https://br.pinterest.com/pin/370913719294038453/>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 4 - Guilherme de Orange; Sir Godfrey Kneller (1646- 1723). Scottish National 
Portrait Gallery, Edimburgo, século XVII. Disponível em: 
História Moderna dos séculos XVII e XVIII - Unidade nº2 - As Monarquias Parlamentares e o 
Iluminismo 
 
<https://www.nationalgalleries.org/art-and-artists/19900/william-iii-1650-1702-about-1690>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 5 - Rainha Maria II; Jan Verkolje (1650-1693). National Portrait Gallery, 
Londres 1685. Disponível em: 
<https://www.npg.org.uk/collections/search/person/mp02998/queen-mary-ii>. 
Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 6 - Perfil de Adam Smith; James Tassier (Escócia, 1735-1799). Gravura 
original de 1787. Disponível em: <https://www.biography.com/scholar/adam-smith>. 
Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 7 - Retrato de David Hume; Allan Ramsay (1760). Disponível em: 
<https://www.nationalgalleries.org/art-and-artists/2775/david-hume-1711-1776-
historian-and-philosopher>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 8 - Retrato de Voltaire; Maurice Quentin de La Tour. França 1736. Disponível 
em: <https://www.nationalgalleries.org/art-and-artists/artists/maurice-quentin-de-la-
tour>. Acesso em: 01 jul. 2019. 
Figura 9 - Retrato de Montesquieu. Artista desconhecido. Palácio de Versalhes. 
França, 1728. Disponível em: <https://brewminate.com/charles-louis-de-secondat-
baron-de-la-brede-et-de-montesquieu-the-division-of-powers/>. Acesso em: 01 jul. 
2019.

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