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Indaial – 2021 Metodologia do ensino da MateMática Profª. Ana Carolina Gadotti Aurélio Profª. Iraci Muller Profª. Josenei Martins 2a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Profᵃ. Ana Carolina Gadotti Aurélio Profᵃ. Iraci Muller Prof. Josenei Martins Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: A927m Aurélio, Ana Carolina Gadotti Metodologia do ensino da matemática. / Ana Carolina Gadotti Aurélio; Iraci Muller; Josenei Martins. – Indaial: UNIASSELVI, 2021 168 p.; il. ISBN 978-65-5663-663-4 ISBN Digital 978-65-5663-664-1 1. Ensino da matemática. - Brasil. I. Aurélio, Ana Carolina Gadotti. II. Muller, Iraci. III. Martins, Josenei. IV. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 510 apresentação Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina Metodologia do Ensino da Matemática. A disciplina é de grande importância na formação de professores, pois tem por objetivo refletir a respeito dos fundamentos da prática docente e a construção da formação e do profissional da educação. Na Unidade 1, você terá acesso ao estudo dos documentos norteadores do ensino da matemática e as tendências da educação matemática. Na Unidade 2, nosso estudo será direcionado ao ensino e planejamento. Por fim, na Unidade 3, estudaremos sobre avaliação da aprendizagem. Saber selecionar melhor os conteúdos, elaborar bons objetivos, escolher procedimentos adequados de ensino, planejar melhor nossas aulas, compreender os nossos processos de formação e qualificação como professores trará contribuições substanciais à nossa prática. E é a isso que nos propusemos ao elaborar esse livro didático. Você, aluno da Educação a Distância, deve saber que existem fatores importantes para um bom desempenho: disciplina, organização e um horário de estudos pré-definido para que obtenha sucesso em seus estudos. Em sua caminhada acadêmica, você é quem faz toda a diferença. Por isso, lembre-se: o estudo é algo primoroso. Aproveite esta motivação para iniciar a leitura deste Livro Didático. Desejamos bons estudos a todos! Profᵃ. Ana Carolina Gadotti Aurélio. Profᵃ. Iraci Muller. Prof. Josenei Martins. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA .....................................................1 TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA ............. 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ............................................................................... 3 2.1 O QUE É A BNCC? ......................................................................................................................... 4 2.2 OS MARCOS LEGAIS QUE EMBASAM A BNCC .................................................................... 7 2.3 ESTRUTURAÇÃO DA BNCC ....................................................................................................... 9 3 O ENSINO DA MATEMÁTICA NA BNCC – ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................................................... 10 4 O ENSINO DA MATEMÁTICA NA BNCC – ENSINO MÉDIO ............................................. 15 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20 TÓPICO 2 — MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ............... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 MODELAGEM MATEMÁTICA ..................................................................................................... 23 2.1 MODELAGEM MATEMÁTICA COMO MÉTODO DE ENSINO ......................................... 24 3 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS .................................................................................................... 29 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36 TÓPICO 3 — JOGOS, ETNOMATEMÁTICA E HISTÓRIA DA MATEMÁTICA ................. 39 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39 2 JOGOS MATEMÁTICOS ................................................................................................................. 39 3 ETNOMATEMÁTICA ....................................................................................................................... 43 4 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA ..................................................................................................... 47 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 50 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 53 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 54 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 56 UNIDADE 2 — ENSINO E PLANEJAMENTO ..............................................................................59 TÓPICO 1 — OBJETIVOS E CONTEÚDOS DE ENSINO ........................................................... 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 OBJETIVOS EDUCACIONAIS ...................................................................................................... 61 2.1 OBJETIVOS GERAIS .................................................................................................................... 63 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 66 3 CONTEÚDOS DE ENSINO............................................................................................................. 69 3.1 OS ELEMENTOS DOS CONTEÚDOS DE ENSINO ............................................................... 70 3.2 CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE CONTEÚDOS ................................................................ 71 3.3 A ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS .................................................................................. 71 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 73 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 74 TÓPICO 2 — MÉTODOS E PROCEDIMENTOS DE ENSINO .................................................. 77 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77 2 CONCEITO DE MÉTODO DE ENSINO ...................................................................................... 77 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO ..................................................................... 78 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 86 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 87 TÓPICO 3 — PLANEJAMENTO DE ENSINO ............................................................................... 89 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 89 2 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO NA ÁREA DA EDUCAÇÃO ................................................... 89 2.1 PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA EDUCACIONAL........................................................ 89 2.2 PLANEJAMENTO ESCOLAR .................................................................................................... 90 2.3 PLANEJAMENTO CURRICULAR ............................................................................................ 91 2.4 PLANEJAMENTO DIDÁTICO OU DE ENSINO .................................................................... 91 3 O PLANO DE ENSINO .................................................................................................................... 92 3.1 JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA ............................................................................................. 92 3.2 DELIMITAÇÃO DOS CONTEÚDOS ......................................................................................... 92 3.3 OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 93 3.4 DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO ............................................................................. 94 3.5 MODELO PLANO DE ENSINO ................................................................................................. 95 4 PLANO DE AULA.............................................................................................................................. 98 4.1 MODELO DE PLANO DE AULA .............................................................................................. 99 5 O ENSINO POR PROJETO DE APRENDIZAGEM ................................................................. 104 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 106 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 111 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 114 UNIDADE 3 — AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ................................................................ 115 TÓPICO 1 — ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS DA AVALIAÇÃO ................... 117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117 2 ALGUNS CONCEITOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................. 117 3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA AVALIAÇÃO ........................................................................... 119 4 ALGUNS MITOS SOBRE A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ...................................... 122 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 126 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 127 TÓPICO 2 — ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR .......... 129 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129 2 A AVALIAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR .......................................................................... 129 3 ABORDAGENS QUANTITATIVA E QUALITATIVA EM AVALIAÇÃO EDUCACIONAL .............................................................................................................................. 131 4 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR ....................... 133 5 ETAPAS DA AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 136 5.1 IDENTIFICAÇÃO DO QUE VAI SER AVALIADO ............................................................... 136 5.2 NEGOCIAÇÃO E ESTABELECIMENTO DOS PADRÕES ................................................... 137 5.3 CONSTRUÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDA E AVALIAÇÃO ........................... 139 5.4 PROCEDIMENTO DA MEDIDA E DA AVALIAÇÃO ......................................................... 141 5.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E TOMADA DE DECISÃO QUANTO AOS PASSOS ......... 141 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 143 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 144 TÓPICO 3 — FUNÇÕES E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ............................................ 147 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147 2 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 147 2.1 CONHECER OS ALUNOS ........................................................................................................ 148 2.2 IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ............................................... 149 2.3 DETERMINAR SE OS OBJETIVOS PROPOSTOS PARA O PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM FORAM OU NÃO ATINGIDOS ............................................................. 149 2.4 APERFEIÇOAR O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ..............................................150 2.5 PROMOVER OS ALUNOS ........................................................................................................ 150 3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ................................................................. 150 3.1 A TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO .............................................................................................. 150 3.2 A TÉCNICA DE AUTOAVALIAÇÃO ...................................................................................... 151 3.3 A TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DE PORTFÓLIOS ............................................................ 153 3.3.1 Cuidados necessários para se trabalhar com portfólios ............................................... 153 3.3.2 Vantagens e desvantagens da utilização do portfólio .................................................. 154 3.4 A TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE PROVAS .......................................................................... 155 3.4.1 Prova oral ............................................................................................................................ 156 3.4.2 Prova escrita dissertativa .................................................................................................. 156 3.4.3 Prova escrita de questões objetivas ................................................................................. 158 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 162 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 165 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 166 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 168 1 UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender o que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC); • analisar a parte histórica da BNCC; • reconhecer a importância da BNCC para a educação do nosso país; • entender como a BNCC está estruturada; • conhecer e reconhecer a importância das principais tendências da Educação Matemática: Modelagem Matemática, Resolução de Problemas, Etnomatemática, Recurso ao Jogos e História da Matemática. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA TÓPICO 2 – MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS TÓPICO 3 – JOGOS, ETNOMATEMÁTICA E HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 1 INTRODUÇÃO No início de cada ano letivo, a maioria das escolas promove reuniões pedagógicas com a finalidade de elaborar o planejamento didático. Nas próximas unidades, você estudará como se organiza e elabora um plano de ensino e, também, um plano de aula. Assim, a proposta deste tópico é a de subsidiá-lo como futuro professor de Matemática no desempenho dessa tarefa. Portanto, consideramos que as discussões que envolvem o processo de ensinar e aprender Matemática não estão constituídas somente por conteúdos, objetivos e métodos, mas passam pelo saber de como esse conhecimento contribuirá com a formação do aluno cidadão, nas relações sociais e na inserção no mundo do trabalho. O estudo deste tópico se centrará na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é a matriz que determina as aprendizagens essenciais para a educação básica. Ao longo desse tópico, apresentaremos o conceito, a parte histórica, a metodologia de construção da BNCC e a sua importância para a educação do nosso país. Após isso, trataremos sobre as orientações da BNCC para o ensino da Matemática nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. 2 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR Sabemos que a sociedade atual se encontra em um momento de profunda mudança social, cultural, política e educacional. A escola, enquanto parte fundamental da sociedade, não fica de fora desse processo de transição. Para entendermos as alterações sociais dos dias de hoje, é muito importante direcionarmos o nosso olhar para o espaço escolar, buscando compreender a construção das propostas curriculares que compõem a formação dos estudantes brasileiros (MENDES, 2019). É importante destacarmos que o currículo não se trata apenas de um documento. Ele tem o poder de determinar as condições de acesso da educação nas escolas, aumentar ou diminuir as desigualdades existentes na sociedade. Assim, em reconhecimento das relevâncias das propostas curriculares para a educação básica, leis, decretos e diretrizes debatem a necessidade da construção de uma base comum curricular para as instituições educativas do nosso país (MENDES, 2019). UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 4 Este documento foi denominado de Base Nacional Comum Curricular. Diante disso, é de suma importância, enquanto educadores ou futuros educadores, que saibamos o que é a BNCC, como o documento está estruturado, e qual o seu objetivo para a educação do nosso país. 2.1 O QUE É A BNCC? A BNCC é a matriz que determina as aprendizagens essenciais para a educação básica do Brasil, ou seja, apresenta os conhecimentos essenciais que todo indivíduo precisa construir ao longo da sua escolaridade. O principal objetivo da BNCC é ser a balizadora da qualidade de educação no país por meio do estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento a que todos os alunos têm direito. FIGURA 1 – O QUE É A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR FONTE: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 4 maio 2021. Para você conhecer o documento da BNCC, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), que apresenta os conceitos, os fundamentos pedagógicos e a estrutura da BNCC, acesse o site oficial do governo: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 4 maio 2021. Nesse site, você encontra a BNCC para navegação, em PDF para download, e em planilha, para você selecionar os dados desejados e editar a sua planilha. Você encontra, também, o histórico e os principais momentos da construção da BNCC e materiais e ferramentas de apoio à implementação da BNCC. IMPORTANT E TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 5 Com relação ao objetivo da BNCC, Baruffi (2019) destaca que, A criação de uma Base Nacional Comum Curricular tem o objetivo de garantir aos estudantes o direito de aprender um conjunto fundamental de conhecimentos e habilidades comuns – de norte a sul, nas escolas públicas e privadas, urbanas e rurais de todo o país. Dessa forma, espera- se reduzir as desigualdades educacionais existentes no Brasil, nivelando e, o mais importante, elevando a qualidade do ensino (BARUFFI, 2019, p. 25, grifo da autora). Assim, a BNCC também tem como objetivo formar estudantes com habilidades e conhecimentos considerados essenciais para o século XXI, incentivando a modernização dos recursos e das práticas pedagógicas e promovendo a atualização do corpo docente das instituições de ensino (BARUFFI, 2019). A BNCC é o documento mais atual que nosso país possui para a Educação Básica. Ele compreende todas as fases da educação (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e oferece aos professores um suporte para trabalhar estratégias de aprendizagem de uma maneira significativa na escola. IMPORTANT E De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) (Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dossistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil. A BNCC está orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como também fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educação Básica. As redes de ensino elaboram os seus currículos a partir das habilidades e competências propostas pela BNCC, acrescentando o que eles julgam relevante para o contexto local, sem excluir o que já está na Base, visto que são direitos de aprendizagem garantidos legalmente. É importante destacarmos que a Base não é o currículo, pois ele apresenta “o que” ensinar. O “Como ensinar” é pensado no currículo das redes e nos projetos pedagógicos das escolas. A construção da BNCC foi elaborada de forma democrática, envolvendo educadores e membros da sociedade. IMPORTANT E UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 6 O currículo abrange mais do que os conteúdos de cada componente curricular, pois ele traz também a metodologia, a estratégia de avaliação, entre outros aspectos. O currículo deve ser construído com a participação de todos os profissionais envolvidos na escola, sendo que tudo isso será detalhado até chegar no plano de aula de cada professor. Veja a figura a seguir, que representa a BNCC como matriz curricular: FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DA BNCC COMO MATRIZ CURRICULAR FONTE: <https://www.eloseducacional.com/bncc/>. Acesso em: 4 maio 2021. Perceba, acadêmico, com a imagem anterior, que temos a Base Nacional Comum Curricular, depois o Currículo da Secretaria da Educação, o Projeto Político Pedagógica da Escola e, por fim, o planejamento dos professores a partir dos planos de aula. É importante ressaltarmos que, com a BNCC, é preciso pensar em novas maneiras de se trabalhar em sala de aula, já que o foco não está nos conteúdos, mas sim no desenvolvimento de habilidades e competências. Sugerimos a leitura do texto: “Professores, vocês estão preparados para a chegada da BNCC nas escolas?”, da professora Andréa Gonçalves, disponível em: http:// www.eloseducacional.com/educacao/professores-voces-estao-preparados-para-a- chegada-da-base-nacional-comum-curricular-nas-escolas/. Acesso em: 4 maio 2021. DICAS TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 7 2.2 OS MARCOS LEGAIS QUE EMBASAM A BNCC Dentre os marcos legais que fundamentam o direito à educação e a construção da BNCC, destacamos a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seus artigos 205 e 210. O art. 205 assegura a educação como direito de todos e dever compartilhado entre o Estado, a sociedade e a família. Ainda, o art. 210 orienta a fixação de conteúdos mínimos para o ensino fundamental, garantindo a formação básica comum e valorizando os aspectos culturais, nacionais e regionais (BRASIL, 1988). A Lei n° 9.394/96 regulamenta uma base nacional comum para a educação básica brasileira: Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, e por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela (BRASIL, 1996, s. p.). Essa determinação insere a concepção de uma base nacional comum a ser contemplada no sistema de ensino da educação básica, que deverá ser adaptada para as regiões brasileiras, fato que é mais detalhado no inciso IV do art. 9º da Lei n° 9.394/96: Art. 9º A União incumbir-se-á de: [...] IV- estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996, s. p.). A partir das determinações, é estabelecido que as competências e diretrizes para a educação básica são comuns e os currículos são diversos para motivarem o desenvolvimento de competências, sendo que estes são meios de construir uma formação básica comum nas escolas brasileiras. É importante destacar que as concepções foram fundamentais para a construção da BNCC no Brasil (MENDES, 2019). Em 1997, foram lançados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Em seguida, em 1998, os PCNs passaram a contemplar do sexto ao nono ano e, em 2000, o ensino médio. O objetivo dos PCNs foi o de propor a reformulação e a reorientação curricular para a educação básica, provocando inúmeros debates sobre a função da escola e os seus respectivos conteúdos curriculares. Portanto, podemos observar que a década de 1990 foi marcada pela definição de políticas educacionais nacionais centralizadas no currículo e em determinações legais que fundamentam a construção de uma base comum nacional. As mudanças e as novas determinações políticas seguem defendendo uma centralização curricular como meio de garantir uma educação de qualidade UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 8 para todos. Assim, em 2009, o MEC cria o Programa Currículo em Movimento, que teve como meta atualizar as DCNs da educação básica e orientar a organização curricular para garantir uma formação básica comum (MACEDO, 2014). Macedo (2014) destaca que, em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou as DCNs para a Educação Básica, contando com o objetivo de garantir um ensino com mais qualidade, focado nas aprendizagens e no desenvolvimento dos estudantes. Essas diretrizes foram específicas para cada nível da educação básica: ensino infantil, fundamental e médio. As diretrizes curriculares apresentaram e incentivaram estratégias de participação da comunidade escolar nas decisões do planejamento e na gestão escolar democrática. Também foi realizada, em 2010, a Conferência Nacional da Educação (CONAE), que promoveu diversos debates acerca da educação brasileira, resultando em um documento denominado de “Documento Final”, publicado em 2014, com o título “Por uma política curricular para a educação básica: contribuição ao debate da base nacional comum a partir do direito à aprendizagem e ao desenvolvimento” (MENDES, 2019). O documento Final da CONAE contribuiu para as discussões sobre a construção de um novo Plano Nacional de Educação, tendo como foco central a sistematização de um Sistema Nacional Articulado de Educação (SNE) por meio de um sistema de colaboração em âmbito federal, distrital, estadual e municipal. Além disso, o CONAE debateu a necessidade da construção de uma base comum nacional no Brasil. Outro marco importante na histórica da construção da BNCC é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), instituído pelo MEC em 2012, que teve por finalidade melhorar a educação básica, ofertando instrumentos e estratégias de ensino para garantir a alfabetização na idade certa. Em 2017, com a alteração da LDB por força da Lei nº 13.415/2017, a legislação brasileira passa a utilizar, concomitantemente, duas nomenclaturas para se referir às finalidades da educação: Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento [...] Art. 36. § 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino (BRASIL, 2017, s. p.). Por fim, é importante destacar que a elaboração da BNCC passa por um longo processo de consultas e elaborações, buscando contemplar uma Base que atenda, da melhor forma, as necessidades da educação brasileira e assegureo direito à educação (MENDES, 2019). TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 9 2.3 ESTRUTURAÇÃO DA BNCC A BNCC estabelece conhecimentos, competências e habilidades que são esperados por todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas DCNs, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Dessa forma, a BNCC norteia a formulação dos currículos dos sistemas das redes escolares de todo o Brasil, indicando as competências e habilidades que se esperam que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade. O documento está estruturado em: • Textos introdutórios (texto introdutório geral, por etapa e por área). • Competências gerais que os alunos devem desenvolver ao longo de todas as etapas da educação básica. • Competências específicas de cada área do conhecimento e dos componentes curriculares. • Direitos de aprendizagem ou habilidades relativas a diversos objetos de conhecimento (conteúdos, conceitos e processos) que os alunos devem desenvolver em cada etapa da Educação Básica, da Educação Infantil ao Ensino Médio. FIGURA 3 – COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA FONTE: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/>. Acesso em: 5 maio 2021. UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 10 Como você pode visualizar na imagem a estrutura da base está dividida em três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Cada etapa possui suas especificidades e aborda as habilidades e competências que são utilizadas em cada fase. 3 O ENSINO DA MATEMÁTICA NA BNCC – ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL A estrutura da BNCC está dividida em três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Nosso foco será somente no ensino fundamental (anos finais) e ensino médio, visto que são os níveis de ensino que o professor licenciado em matemática atua em sala de aula. Segundo a BNCC (BRASIL (2018a, p. 265), o conhecimento matemático é necessário para todos os estudantes da Educação Básica, “seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas responsabilidades sociais”. Com relação ao ensino da matemática, a BNCC também ressalta que: No documento da BNCC, podemos observar uma sequência de letras e números, que consistem em um sequenciamento das aprendizagens expresso por um código alfanumérico. Veja a seguir: EF 02 CI 01 • EF: o primeiro par de letras indica a Etapa de Ensino (EI, EF ou EM). • 02: o primeiro par de números indica o ano (ou bloco de anos) a que se refere a aprendizagem ou habilidade. • CI: o segundo par de letras é uma abreviação do componente curricular ou da área (no caso Ensino Médio). • 01: o último par de números indica a posição da aprendizagem ou da habilidade na numeração sequencial do ano (ou do bloco de anos). No caso do Ensino Médio, o primeiro número desta última sequência indica a que competência específica a habilidade está relacionada. Ex.: EM13LGG402, indica que se refere a uma habilidade da Etapa do Ensino Médio para o 1º ao 3º ano, da área de Linguagens, está relacionada à competência 4 e é a 2ª habilidade apresentada. FONTE: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base> Acesso em: 6 maio 2021. IMPORTANT E TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 11 A Matemática não se restringe apenas à quantificação de fenômenos determinísticos – contagem, medição de objetos, grandezas – e das técnicas de cálculo com os números e com as grandezas, pois também estuda a incerteza proveniente de fenômenos de caráter aleatório. A Matemática cria sistemas abstratos, que organizam e inter-relacionam fenômenos do espaço, do movimento, das formas e dos números, associados ou não a fenômenos do mundo físico. Esses sistemas contêm ideias e objetos que são fundamentais para a compreensão de fenômenos, a construção de representações significativas e argumentações consistentes nos mais variados contextos. Apesar de a Matemática ser, por excelência, uma ciência hipotético-dedutiva, porque suas demonstrações se apoiam sobre um sistema de axiomas e postulados, é de fundamental importância também considerar o papel heurístico das experimentações na aprendizagem da Matemática (BRASIL, 2018a, p. 265). No Ensino Fundamental, a área de matemática, por meio da articulação de seus diversos campos (aritmética, álgebra, geometria, estatística e probabilidade) precisa garantir que os estudantes relacionem observações empíricas do mundo real a representações, como tabelas, figuras e esquemas, e associem essas representações a atividades matemáticas, como conceitos e propriedades, fazendo induções e conjecturas (BRASIL, 2018a). Desse modo, espera-se que os estudantes desenvolvam a capacidade de identificar oportunidades de utilização da matemática para resolver problemas, aplicando conceitos, procedimentos e resultados para obter soluções e interpretá- las segundo os contextos das situações. A dedução de algumas propriedades e a verificação de conjecturas, a partir de outras, podem ser estimuladas, sobretudo, ao final do Ensino Fundamental (BRASIL, 2018a). A BNCC também destaca que o Ensino Fundamental deve ter compromisso com o desenvolvimento do letramento matemático (BRASIL, 2018a), definido como as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, favorecendo, assim, o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. O que é letramento matemático? O letramento matemático é a capacidade individual de formular, empregar e interpretar a matemática em uma variedade de contextos. Isso inclui raciocinar matematicamente e utilizar conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas para descrever, explicar e predizer fenômenos. Isso auxilia os indivíduos a reconhecer o papel que a matemática exerce no mundo e para que cidadãos construtivos, engajados e reflexivos possam fazer julgamentos bem fundamentados e tomar as decisões necessárias. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/ marcos_referenciais /2013/matriz_avaliacao_matematica.pdf>. Acesso em: 11 maio 2021. NOTA UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 12 Ainda com relação ao letramento matemático, a BNCC (BRASIL, 2018a, p. 266) também ressalta que o letramento matemático assegura aos estudantes reconhecer que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo e, também, perceber o caráter de jogo intelectual da matemática, como aspecto que favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a investigação e pode ser prazeroso (fruição). O desenvolvimento dessas habilidades está intrinsecamente relacionado a algumas formas de organização da aprendizagem matemática, com base na análise de situações da vida cotidiana, de outras áreas do conhecimento e da própria Matemática. Os processos matemáticos de resolução de problemas, de investigação, de desenvolvimento de projetos e da modelagem podem ser citados como formas privilegiadas da atividade matemática, motivo pelo qual são, ao mesmo tempo, objeto e estratégia para a aprendizagem ao longe de todo o Ensino Fundamental. Esses processos de aprendizagem são potencialmente ricos para o desenvolvimento de competências fundamentais para o letramento matemático (raciocínio, representação, comunicação e argumentação) e para o desenvolvimento do pensamento computacional (BRASIL, 2018a, p. 266, grifo dos autores). Sendo assim, considerando esses pressupostos, e, em articulação com as competênciasgerais da Educação Básica, a área de Matemática e, por consequência, o componente curricular de Matemática, devem garantir aos estudantes o desenvolvimento de competências específicas. Veja as competências específicas de matemática para o ensino fundamental: QUADRO 1 – COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho. 2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo. Fruição é a ação de fruir, ou seja, de aproveitar ou usufruir de alguma coisa, situação, oportunidade etc. NOTA TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 13 3. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções. 4. Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos presentes nas práticas sociais e culturais, de modo a investigar, organizar, representar e comunicar informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las crítica e eticamente, produzindo argumentos convincentes. 5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados. 6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não diretamente relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados). 7. Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, sobretudo, questões de urgência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza. 8. Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. FONTE: BRASIL (2018a, p. 267). Assim, a BNCC propõe cinco unidades temáticas, correlacionadas, que orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas no ensino fundamental em matemática: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas, e probabilidade e estatística. Acompanhe, a seguir, algumas orientações disponíveis na BNCC em relação a essas unidades temáticas: UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 14 QUADRO 2 – UNIDADES TEMÁTICAS QUE ORIENTAM A FORMULAÇÃO DE HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM MATEMÁTICA Números Com relação aos números, os estudantes do Ensino Fundamental têm a oportunidade de desenvolver habilidades referentes ao pensamento numérico, ampliando a compreensão a respeito dos diferentes campos e significados das operações. Para isso, propõe- se a resolução de problemas envolvendo números naturais, inteiros, racionais e reais, em diferentes contextos (do cotidiano, da própria Matemática e de outras áreas do conhecimento). Álgebra Os estudantes têm também a oportunidade de desenvolver o pensamento algébrico, tendo em vista as demandas para identificar a relação de dependência entre duas grandezas em contextos significativos e comunicá-la, utilizando diferentes escritas algébricas, além de resolver situações-problema por meio de equações e inequações. Geometria Com relação ao pensamento geométrico, eles desenvolvem habilidades para interpretar e representar a localização e o deslocamento de uma figura no plano cartesiano, identificar transformações isométricas e produzir ampliações e reduções de figuras. Além disso, são solicitados a formular e resolver problemas em contextos diversos, aplicando os conceitos de congruência e semelhança. Grandezas e medidas No que se refere a Grandezas e Medidas, os estudantes constroem e ampliam a noção de medida, pelo estudo de diferentes grandezas, e obtêm expressões para o cálculo da medida da área de superfícies planas e da medida do volume de alguns sólidos geométricos. Outro ponto enfatizado no Ensino Fundamental é o desenvolvimento do pensamento proporcional. Isso pode ser feito pela exploração de situações que oportunizem a representação, em um sistema de coordenadas cartesianas, da variação de grandezas, além da análise e caracterização do comportamento dessa variação (diretamente proporcional, inversamente proporcional ou não proporcional). Probabilidade e Estatística No tocante à probabilidade, os estudantes do Ensino Fundamental têm a possibilidade, desde os anos iniciais, de construir o espaço amostral de eventos equiprováveis, utilizando a árvore de possibilidades, o princípio multiplicativo ou simulações, para estimar a probabilidade de sucesso de um dos eventos. Para o desenvolvimento de habilidades relativas à Estatística, os estudantes têm oportunidades não apenas de interpretar estatísticas divulgadas pela mídia, mas, sobretudo, de planejar e executar pesquisa amostral, interpretando as medidas de tendência central, e de comunicar os resultados obtidos por meio de relatórios, incluindo representações gráficas adequadas. FONTE: BRASIL (2018a, p. 527-528). TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 15 Conforme orientações disponíveis na BNCC, para o desenvolvimento das habilidades previstas para os anos finais do Ensino Fundamental, é de suma importância levar em conta as experiências e os conhecimentos matemáticos já vivenciados pelos estudantes, “criando situações nas quais possam fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da realidade, estabelecendo inter-relações entre eles e desenvolvendo ideias mais complexas” (BRASIL, 2018a, p. 298). Além disso, segundo a BNCC, nessa fase final do Ensino Fundamental, é importante iniciar os estudantes, gradativamente, na compreensão, análise e avaliação da argumentação matemática, o que envolve a leitura de textos matemáticos e o desenvolvimento do senso crítico em relação à argumentação. 4 O ENSINO DA MATEMÁTICA NA BNCC – ENSINO MÉDIO Em 2017, todo o processo de construção da BNCC referente à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental foi finalizado, aprovado pelo CNE e oficializado pelo MEC. Somente um ano depois da aprovação, em dezembro de 2018, a BNCC do Ensino Médio viu a necessidade de adequação dos currículos nacionais a uma nova visão. A BNCC do Ensino Médio se organiza dando continuidade ao proposto para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, centrada no desenvolvimento de competências e orientada pelo princípio da educação integral. FIGURA 4 – COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA FONTE: Brasil (2018b, p. 469). UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 16 As aprendizagens essenciais definidas na BNCC do Ensino Médio estão organizadas por áreas do conhecimento: • Linguagens e suas Tecnologias. • Matemática e suas Tecnologias. • Ciências da Natureza e suas Tecnologias. • Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.Com relação à área de Matemática no Ensino Fundamental e na área de Matemática e suas Tecnologias no Ensino Médio, a BNCC apresenta: A área de Matemática, no Ensino Fundamental, centra-se na compreensão de conceitos e procedimentos em seus diferentes campos e no desenvolvimento do pensamento computacional, visando à resolução e formulação de problemas em contextos diversos. No Ensino Médio, na área de Matemática e suas Tecnologias, os estudantes devem consolidar os conhecimentos desenvolvidos na etapa anterior e agregar novos, ampliando o leque de recursos para resolver problemas mais complexos, que exijam maior reflexão e abstração. Também devem construir uma visão mais integrada da Matemática, da Matemática com outras áreas do conhecimento e da aplicação da Matemática à realidade (BRASIL, 2018b, p. 471, grifos dos autores). Como vimos anteriormente, para o ensino fundamental, as habilidades estão organizadas segundo unidades de conhecimento da própria área: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas, e probabilidade e estatística. Para o ensino médio, a BNCC da área de Matemática e suas Tecnologias propõe a consolidação, a ampliação e o aprofundamento das aprendizagens essenciais desenvolvidas no Ensino Fundamental. Para tanto, propõe colocar em jogo, de modo mais inter-relacionado, os conhecimentos já explorados na etapa anterior, a fim de possibilitar que os estudantes construam uma visão mais integrada da Matemática, ainda na perspectiva de sua aplicação à realidade (BRASIL, 2018b, p. 527). Em continuidade as aprendizagens do Ensino Fundamental, a BNCC apresenta que, no Ensino Médio, o foco é a construção de uma visão integrada da Matemática, aplicada à realidade, em diferentes contextos. Os autores ainda destacam que, quando a realidade do estudante do Ensino Médio é a referência, é importante levar em conta as vivências cotidianas deles “impactados de diferentes maneiras pelos avanços tecnológicos, pelas exigências do mercado de trabalho, pelos projetos de bem viver dos seus povos, pela potencialidade das mídias sociais, entre outros” (BRASIL, 2018b, p. 528). Diante disso, a área de Matemática e suas Tecnologias tem a responsabilidade de aproveitar todo o potencial já constituído pelos estudantes na etapa anterior, no Ensino Fundamental, para promover ações que ampliem o letramento matemático já iniciado nessa etapa. É importante destacar que isso significa que os novos conhecimentos específicos devem TÓPICO 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA 17 estimular processos mais elaborados de reflexão e de abstração, que deem sustentação a modos de pensar que permitam aos estudantes formular e resolver problemas em diversos contextos com mais autonomia e recursos matemáticos (BRASIL, 2018b, p. 529). Para que esses propósitos se concretizem na área, a BNCC (BRASIL, 2018b) ressalta que os estudantes devem desenvolver habilidades relativas aos processos de investigação, de construção de modelos e de resolução de problemas. Para isso, eles devem mobilizar seu modo próprio de raciocinar, representar, comunicar, argumentar e, com base em discussões e validações conjuntas, aprender conceitos e desenvolver representações e procedimentos cada vez mais sofisticados. Acompanhe, agora, as competências específicas de Matemática e suas Tecnologias para o Ensino Médio: QUADRO 3 – COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS PARA O ENSINO MÉDIO 1 Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações em diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam fatos das Ciências da Natureza e Humanas, das questões socioeconômicas ou tecnológicas, divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral. 2 Propor ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na análise de problemas sociais, como os voltados a situações de saúde, sustentabilidade, das implicações da tecnologia no mundo do trabalho, entre outros, mobilizando e articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática. 3 Utilizar estratégias, conceitos, definições e procedimentos matemáticos para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contextos, analisando a plausibilidade dos resultados e a adequação das soluções propostas, de modo a construir argumentação consistente. 4 Compreender e utilizar, com flexibilidade e precisão, diferentes registros de representação matemáticos (algébrico, geométrico, estatístico, computacional etc.), na busca de solução e comunicação de resultados de problemas. 5 Investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferentes conceitos e propriedades matemáticas, empregando estratégias e recursos, como observação de padrões, experimentações e diferentes tecnologias, identificando a necessidade, ou não, de uma demonstração cada vez mais formal na validação das referidas conjecturas. FONTE: Brasil (2018b, p. 531). UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 18 Diante disso, quais são as possibilidades de organização curricular para o Ensino Médio das aprendizagens propostas na BNCC de Matemática? A BNCC apresenta, então, algumas considerações sobre a organização curricular: As possibilidades de organização curricular das aprendizagens propostas na BNCC de Matemática são várias. Uma organização possível – e mais próxima da prática de elaboração curricular dessa área – é por unidades similares às propostas para o Ensino Fundamental. Essas unidades podem ser, entre outras, Números e Álgebra, Geometria e Medidas, e Probabilidade e Estatística (...) Na (re)elaboração dos currículos e das propostas pedagógicas, é possível adotar outras organizações, recorrendo tanto às habilidades definidas nesta BNCC quanto a outras que sejam necessárias e que contemplem especificidades e demandas próprias dos sistemas de ensino e das escolas. A despeito disso, é fundamental preservar a articulação, proposta nesta BNCC, entre os vários campos da Matemática, com vistas à construção de uma visão integrada de Matemática e aplicada à realidade (BRASIL, 2018b, p. 542, grifos nossos). Por fim, a BNCC destaca que é importante que os saberes matemáticos, do ponto de vista pedagógico e didático, sejam fundamentados em diferentes bases, para, assim, assegurar a compreensão de fenômenos do próprio contexto cultural do indivíduo e das relações interculturais. Depois disso, para finalizar as orientações para área de Matemática e suas Tecnologias, a BNCC apresenta as habilidades das unidades temáticas: números e álgebra; geometria e medidas; probabilidade e estatística. Acesse a BNCC e veja as habilidades de cada competência específica. IMPORTANT E Acesse a BNCC e veja as habilidades de cada unidade temática. IMPORTANT E 19 Neste tópico, você aprendeu que: • A BNCC é o documento que determina as aprendizagens essenciais para a educação básica do Brasil, ou seja, apresenta os conhecimentos essenciais que todo indivíduo precisa construir ao longo da sua escolaridade. • O principal objetivo da BNCC é ser a balizadora da qualidade de educação no País por meio do estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento a que todos os alunos têm direito. • A BNCC é o documento mais atual que nosso país possui para a educação básica – Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio – e oferece aos professores um suporte para trabalhar estratégias de aprendizagem de uma maneira significativa na escola. • A estrutura da base está dividida em três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. • A BNCC propõe cinco unidades temáticas, correlacionadas, que orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas no ensino fundamental em matemática: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas, e probabilidade e estatística. • A BNCC do Ensino Médio seorganiza dando continuidade ao proposto para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, centrada no desenvolvimento de competências e orientada pelo princípio da educação integral. • As aprendizagens essenciais definidas na BNCC do Ensino Médio estão organizadas por áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. RESUMO DO TÓPICO 1 20 1 Sabemos que a criação da BNCC tem como objetivo garantir aos estudantes o direito de aprender um conjunto fundamental de conhecimentos e habilidades comuns, de norte a sul, nas escolas públicas e privadas, urbanas e rurais de todo o país. Nesse sentido, disserte sobre o que é a Base Nacional Comum Curricular. 2 A BNCC norteia a formulação dos currículos dos sistemas das redes escolares de todo o Brasil, indicando as competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade. Diante disso, apresente como o documento está estruturado e quais são as três etapas de ensino apresentadas na Base. 3 A BNCC propõe cinco unidades temáticas, correlacionadas, que orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas no ensino fundamental em matemática. Assinale a alterativa CORRETA que apresenta essas unidades temáticas: a) ( ) Números, álgebra, cálculo diferencial e integral, probabilidade e estatística, grandezas. b) ( ) Números, grandezas e medidas, álgebra, equações e estatística. c) ( ) Números, álgebra, geometria, grandezas e medidas, probabilidade e estatística. d) ( ) Números, geometria, estatística, grandezas e medidas, tecnologias. 4 As orientações da BNCC para o Ensino Médio se organizam dando continuidade ao proposto para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, centradas no desenvolvimento de competências e orientadas pelo princípio da educação integral. As aprendizagens essenciais definidas na BNCC do Ensino Médio estão organizadas por áreas do conhecimento. Sendo assim, assinale a alterativa CORRETA que apresenta essas áreas. a) ( ) Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e Física, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e suas Tecnologias. b) ( ) Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. c) ( ) Matemática e suas Tecnologias, Ciências e suas Tecnologias, Linguagens e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. d) ( ) Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Linguagens, Ciências Exatas, Ciências da Natureza. 5 A BNCC busca construir novos caminhos na educação brasileira, propondo a reforma das propostas curriculares da educação básica para elevar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem e garantir o direito à educação para todos os brasileiros. Sobre a relevância da BNCC para a educação, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: AUTOATIVIDADE 21 ( ) Para elevar o processo educativo, é fundamental que os sistemas e redes de ensino excluam propostas curriculares inovadoras que tenham por objetivo formar cidadãos críticos. ( ) Com a consolidação da BNCC, esperamos que a educação pública continue com as condições tradicionais de ensino, centralizando as decisões curriculares em torno da gestão escolar. ( ) A BNCC é fundamentada no direito à aprendizagem com equidade e qualidade para todos mediante a reformulação dos currículos e das práticas pedagógicas da educação básica. ( ) A BNCC busca construir uma escola que atenda às necessidades e particularidades dos estudantes e dos grupos marginalizados da sociedade brasileira. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – V. b) ( ) F – F – V – V. c) ( ) F – V – F – V. d) ( ) V – F – V – F. 22 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 1 INTRODUÇÃO A Educação Matemática tem como objetivo colaborar e dar condições para que aluno desenvolva autonomia intelectual, e que o saber aprendido na escola possa dar condições ao aluno para que ele compreenda e interaja com o mundo em que vive. A partir dos anos 1980, novas tendências de Educação Matemática surgiram para colaborar com o trabalho pedagógico, com o objetivo de melhorar o ensino-aprendizagem. Assim, destacamos as seguintes atuais tendências: • Modelagem Matemática. • Resolução de problemas. • Etnomatemática. • O recurso aos Jogos a História da Matemática. A Matemática vem desempenhando um papel importante no desenvolvimento da sociedade, desde a Antiguidade até hoje esse papel se mostra ainda mais significativo. É necessário entender e saber usar a matemática no cotidiano e no trabalho. Neste segundo tópico, estudaremos sobre a Modelagem Matemática e a Resolução de problemas e, no Tópico 3 desta unidade, sobre os Jogos, Etnomatemática e História da Matemática. 2 MODELAGEM MATEMÁTICA A modelagem matemática é uma metodologia de ensino e pode ser um caminho para despertar o interesse dos alunos por conteúdos matemáticos que ele desconhece. O objetivo principal da Modelagem Matemática é explorar conceitos matemáticos em situações reais (BIEMBENGUT; HEIN, 2007). Nesse contexto, a modelagem ensina Matemática na medida que produz dados para a construção dos conceitos, exemplificando aplicações e praticando exercícios. Dizemos, também, que a modelagem matemática é um excelente recurso para contextualizar os conteúdos de Matemática e contribuir com elementos para que a aprendizagem significativa ocorra, fazendo a conexão dos conteúdos aos significados externos à Matemática. 24 UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA A modelagem faz a “ponte” entre o mundo real e a Matemática. Bassanezi (2002) ressalta que a modelagem matemática consiste na arte de transformar situações da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los, interpretando suas soluções e empregando a linguagem do mundo real. Se a modelagem é entendida como a arte de utilizar a matemática para a compreensão e/ou resolução de problemas do cotidiano, trata-se de uma estratégia adequada para melhorar o ensino e a aprendizagem da Matemática. O cotidiano das pessoas apresenta diversas situações, e todas elas exigem soluções que empregam experiências próprias e de outros, de conhecimento adquirido como resultado de processos cognitivos. Esses processos cognitivos constituem, em geral, a modelagem. A Matemática é um dos principais instrumentos que utilizamos para lidar com as situações do dia a dia (D’AMBROSIO, 2003). 2.1 MODELAGEM MATEMÁTICA COMO MÉTODO DE ENSINO A modelagem matemática é um método de ensino que parte de uma situação/ tema para levantar questões e promover soluções que utilizem conceitos matemáticos (BIEMBENGUT; HEIN, 2007). Durante o processo de solucionar problemas, o aluno integra várias áreas do conhecimento, incorpora experiências prévias e não se limita ao uso da linguagem matemática para comunicar um conceito. Segundo Biembengut e Hein (2007), o processo de modelagem envolve os seguintes procedimentos: • A exposição do tema, que pode ser proposto pelo professor ou pelos alunos, com o objetivo de instigar e levantar questões e sugestões sobre o assunto. • A delimitação do problema, momento em que o professor seleciona uma ou mais questões, dependendo do conteúdo programático que ele deseja desenvolver. • A partir dos dados coletados com a pesquisa, o professor e os alunos formulam o problema, organizando os dados e levantando hipóteses para contemplar o assunto em questão. • O desenvolvimento do conteúdo faz uma ligação com o problema que gerou o processo para que a questão seja resolvida. • Depois de resolvido, deve ser feita uma interpretação do problema, sendo importante que o aluno avalie o resultado e perceba a validade do estudo em uma situação real. Para Biembengut e Hein (2007), a modelagem de uma situação ou problemareal ocorre de acordo com o seguinte esquema: TÓPICO 2 — MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 25 FIGURA 5 – DINÂMICA DA MODELAGEM MATEMÁTICA FONTE: Biembengut e Hein (2007, p. 15). A primeira etapa é a interação com o tema abordado e com o problema. É na primeira etapa que se delimita a situação-problema a ser modelada. Assim, a familiarização com o assunto facilita a delimitação. A segunda etapa é a matematização, que é a formulação de hipóteses partindo-se da classificação de informações importantes, da identificação das variáveis envolvidas e da escolha do conjunto de expressões aritméticas, equações, gráficos e fórmulas que permitirão a dedução da solução. A seleção das relações em termos matemáticos denomina-se modelo. Resolve-se a situação-problema a partir do modelo e é realizada a aplicação. A terceira etapa é o modelo matemático que envolve a interpretação da solução, verificando os resultados deduzidos da aplicação, analisando o quanto é significativa e relevante a solução encontrada e em que nível se aproxima da situação-problema representada. Verificar se o modelo é adequado ou não, e a relevância da solução, é o que chamamos de validação de um modelo. É importante ressaltar que, sempre que o modelo não atender às exigências para resolução de uma situação modelada, deve-se retornar à segunda etapa e encontrar novos caminhos. Confira outro esquema de modelagem feito por Bassanezi (2002), conforme mostra a figura a seguir: 26 UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA FIGURA 6 – ESQUEMA DE MODELAGEM MATEMÁTICA FONTE: Bassanezi (2002, p. 27). Segundo Bassanezi (2002, p. 27), o esquema de modelagem segue os seguintes passos: • A experimentação depende do objetivo da pesquisa, a obtenção de dados experimentais ou empíricos que ajudam na compreensão do problema, na modificação do modelo e na decisão de sua validade. É um processo essencialmente laboratorial e/ou estatístico. • A abstração é a transição do problema não matemático para o modelo matemático, ou seja, a atividade de levantar os pressupostos, escolher as variáveis e relacioná-las. • A resolução do modelo matemático é obtida quando se substitui a linguagem natural por uma linguagem matemática. O estudo do modelo depende de sua complexidade e, às vezes, só pode ser resolvido através de métodos computacionais. • A validação é a comparação entre a solução obtida, através da resolução do modelo com os dados reais. É um processo de aceitação ou não do modelo proposto inicialmente. O grau de aproximação desejado será o fator preponderante na decisão. • A modificação ocorre caso o grau de aceitabilidade do resultado do modelo não seja satisfatório com os dados reais, neste caso devemos modificar as variáveis e reformular o modelo. • A aplicação de um modelo depende do contexto em que ele é desenvolvido, a modelagem eficiente permite fazer previsões, tomar decisões, explicar e entender o fenômeno em questão, enfim, participar do mundo real com capacidade de influenciar em suas mudanças. TÓPICO 2 — MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 27 Para aprender a modelagem, não é suficiente apenas ler sobre o assunto, é preciso fazer, praticar, ter pensamento lógico, ter habilidade para manusear dados e facilidade de comunicação. A Modelagem Matemática pode ser comparada à arte, porque, mesmo existindo algumas linhas gerais, não há um único caminho que guie o trabalho do modelador (BASSANEZI, 2002). Dessa forma, o estudante desenvolve hábitos de pesquisa, passa a levantar hipóteses, a argumentar e, também, a aprender a selecionar dados e adaptá-los às suas necessidades, verificando uma aplicação dos conceitos aprendidos tanto para o campo profissional quanto para o cotidiano e isso pode facilitar a sua atuação na futura vida profissional. No desenvolvimento de um trabalho com modelagem, os alunos trabalham em grupos e aprendem a respeitar a opinião dos colegas, a compartilhar tarefas e aceitar a decisão do grupo. Para o professor, a grande vantagem de utilizar esse método é a sua evolução intelectual, sua formação continuada através da troca de experiências com os alunos e o meio social. Diante disso, Bassanezzi (2002) e Biembengut e Hein (2007) salientam a dificuldade em cumprir um programa preestabelecido nos planos de ensino devido à preocupação com os conteúdos abordados em cada ano e em uma sequência determinada, que ainda é muito forte na comunidade escolar, e, também, considerando o tempo que o professor tem para desenvolver os conteúdos, o qual é determinado por uma sociedade que visa o preparo do estudante para o ingresso na universidade. Um obstáculo presente em sala de aula, no processo de empregar a modelagem matemática como método de ensino, é que o estudante tem mais dificuldade na interpretação e assimilação do conteúdo referente ao tema abordado porque precisa lidar simultaneamente com uma grande quantidade de questões. Os estudantes estão, tradicionalmente, acostumados a assistir a aula pronta do professor e, ao fazer parte do processo, sendo cobrados de alguma forma, sentem-se despreparados e incapazes. A superação deste obstáculo dependerá, principalmente, da habilidade do professor de orientar e conduzir o processo de ensino-aprendizagem. 28 UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA No livro “Modelagem Matemática no Ensino”, os autores Nelson Hein e Maria Salett Biembengut apresentam, no Capítulo 2, sete modelos seguindo as três etapas fundamentais da modelagem no ensino: interação, matematização e modelo. Os modelos apresentados são: embalagens, construção de casas, a arte de construir e analisar ornamentos, razão áurea, abelhas, cubagem de madeira e criação de perus. Estes modelos têm como intenção servir como norteadores para os trabalhos em sala de aula, pois o professor pode utilizar os modelos na íntegra, adaptá-los para algum curso ou turma em especial, ou, ainda, elaborar textos com outros temas. Os autores salientam que cabe ao professor acrescentar ou excluir tópicos matemáticos de acordo com o ano na qual deseja implantar e, também, de acordo com os objetivos que deseja alcançar. As questões apresentadas não são únicas, são apenas sugestões. O professor ou os estudantes podem propor outras questões, considerando que “o importante é que sejam propostas que se identifiquem com o conteúdo matemático necessário para a obtenção de uma resposta” (BIEMBENGUT; HEIN, 2009, p. 52). Os Biembengut e Hein sugerem, ainda, que cada atividade seja iniciada com um “bate-papo” sobre o tema em questão. Durante uma conversa informal com os estudantes, as questões propostas e suas respectivas respostas servem como “termômetro” para o professor avaliar o que e quanto os estudantes conhecem a respeito do conteúdo e do grau de interesse pelo trabalho que vêm fazendo (BIEMBENGUT; HEIN, 2009). Como sugestão de leitura, leia o Capítulo 2 do livro: BIEMBENGUT; HEIN. Modelagem matemática no ensino. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2009. Este capítulo mostra modelos matemáticos para o ensino de Matemática. CAPA DO LIVRO MODELAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO FONTE: <https://www.amazon.com.br/Modelagem-Matem%C3%A1tica-Ensino-Salett- Biembengut/dp/8572441360>. Acesso em: 18 abr. 2021. DICAS TÓPICO 2 — MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 29 Por fim, podemos destacar que adotar a Modelagem Matemática como método de ensino demanda uma disponibilidade de tempo maior para o preparo das aulas, principalmente pela necessidade de buscar conhecimentos, não apenas matemáticos, para garantir a transdisciplinaridade necessária para abordar o tema. Entretanto, Bassanezi (2002) relata que essas dificuldades podem ser minoradas quando o processo clássico de modelagem é alterado, levando-se em conta o momento de sistematização do conteúdo e utilizando uma analogia constante com outras situações-problema. A modelagem,empregada dessa forma, é apenas uma estratégia de aprendizagem, em que o mais importante não é chegar imediatamente a um modelo bem-sucedido, mas caminhar seguindo etapas em que o conteúdo matemático vai sendo construído, sistematizado e aplicado. Dessa forma, o processo ensino-aprendizagem ocorre de uma forma natural, não apenas do professor repassando o conteúdo, mas de estudantes se envolvendo no processo, sendo essa interação o resultado do aprendizado efetivo. 3 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS A resolução de problemas tem conquistado um papel de destaque devido aos inúmeros benefícios que ela oferece ao processo ensino-aprendizagem dessa disciplina, constituindo-se em um aspecto importante a ser valorizado nas aulas de Matemática. Resolver um problema não se resume em compreender o que foi proposto e em dar respostas aplicando procedimentos adequados. Aprender a dar uma resposta correta, que tenha sentido, pode ser suficiente para que a resposta seja aceita e convincente, mas não é garantia de apropriação do conhecimento envolvido. Um problema matemático é uma situação que demanda a realização de uma sequência de ações ou operações para obter um resultado, ou seja, a solução não disponível de início, mas possível de construí-la. O estudante deve ser estimulado a questionar o problema proposto, a questionar sua resposta, a formular outras situações partindo de determinadas informações, evidenciando uma concepção de ensino-aprendizagem não pela reprodução de conhecimentos, mas pela ação refletida que constrói conhecimento, IMPORTANT E 30 UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA O que é problema para um estudante pode não ser para outro, em função do seu nível de desenvolvimento intelectual e dos conhecimentos de que dispõe. A resolução de problemas refere-se a uma atividade mental que envolve o uso de conceitos matemáticos e princípios lógicos necessários para atingir a solução. O objetivo principal do processo de resolução de problemas inicia quando o sujeito se depara com uma situação que o motiva a buscar uma resposta e reestrutura os elementos que são os conceitos previamente adquiridos, como técnicas e habilidades presentes na estrutura cognitiva, de forma a chegar a uma solução. Brito (2006, p. 24) destaca as seguintes fases para a resolução de problemas: De acordo com Dante (2002, p. 9), “um problema matemático é qualquer situação que exija a maneira matemática de pensar e conhecimentos matemáticos para solucioná-la”. Ainda, conforme o autor, Um dos principais objetivos do ensino da matemática é fazer o aluno pensar produtivamente e, para isso, nada melhor que apresentar-lhe situações-problema que os envolvam, desafiem e os motivem a querer resolvê-las (DANTE, 2002, p. 11). É preciso, assim, desenvolver no aluno a habilidade de elaborar um raciocínio lógico e fazer uso dos recursos disponíveis, para que se possa propor boas soluções às questões que surgem no cotidiano. O professor preparado para ser um educador matemático precisa, além de conhecer os conteúdos matemáticos, compreender os processos de aprendizagem mediados por situações-problema, para entender como o aluno pensa para chegar a determinadas soluções e conseguir ajudá-lo a encontrar caminhos. Segundo Dante (2002), ensinar a resolver problemas exige mais que ensinar algoritmos e equações, não sendo um mecanismo direto de ensino, mas um processo de pensamentos que precisam ser desenvolvidos pelo aluno com o apoio e o incentivo do professor. Dante (2002) apresenta uma classificação de todas as situações presentes em sala de aula, como os tipos de problemas matemáticos, e quais os objetivos que deverão ser alcançados em cada um deles. A seguir, apresentamos uma síntese dessa classificação: a) leitura e compreensão do problema; b) formulação de um plano de solução, que inclui a tradução do enunciado para a linguagem matemática, a escolha de uma estratégia, a resolução propriamente dita e a obtenção de um resultado concreto; c) comprovação do resultado, que envolve a releitura do enunciado do problema e a verificação da adequação da resposta ao solicitado problema. TÓPICO 2 — MODELAGEM MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 31 • Reconhecimento: o aluno deve reconhecer, identificar ou lembrar um conceito, um fato específico, uma definição, uma propriedade etc. • Algoritmos: o aluno resolve passo a passo, fazendo a execução dos algoritmos das operações. • Problemas-padrão: o aluno aplica de forma direta um ou mais algoritmos já aprendidos e não exige estratégia, a solução está contida no próprio enunciado. • Problemas-processo ou heurísticos: o aluno deverá utilizar os conceitos matemáticos. Estes problemas exigem tempo do aluno para pensar em uma estratégia que poderá levar à solução. Os problemas-processo aguçam a criatividade do aluno e permitem que ele a desenvolva com iniciativa. • Problemas de aplicação: retratam situações reais e exigem o uso da matemática para serem resolvidos, em geral, exigem pesquisa e levantamento de dados. • Problemas de quebra-cabeça: são problemas que envolvem e desafiam grande parte dos alunos, quase sempre depende de um golpe de sorte ou da facilidade em perceber algum truque para serem resolvidos. Dante (2002) também sugere um esquema do matemático Polya, sendo que há quatro etapas principais para a resolução de um problema, contudo, essas etapas não são rígidas e infalíveis, sendo o processo de resolução de problemas algo complexo, que não se limita a seguir instruções passo a passo, entretanto, as etapas ajudam o solucionador a se orientar durante o processo. Segundo Dante (2002), as etapas para a resolução de problemas são as seguintes: 1ª etapa – compreender o problema: antes de iniciar, é preciso compreender o problema. O solucionador deverá verificar o que se pede no problema, quais são os dados e as condições do problema, se é possível fazer um esquema ou diagrama para ajudar na solução e se é possível estimar a resposta. George Polya (1897-1985) foi um dos matemáticos mais importantes do século XX. Nascido na Hungria, ele passou a maior parte do seu tempo pesquisando na universidade de Stanford nos Estados Unidos devido à situação política da Europa na época da Segunda Guerra Mundial. Pesquisou em vários ramos da Matemática, como probabilidade e equações diferenciais parciais; sua maior contribuição, no entanto, está relacionada à heurística de resolução de problemas matemáticos com várias publicações relacionadas ao assunto. Para maiores aprofundamentos, indicamos a leitura do seu livro, A Arte de resolver problemas (2006). NOTA 32 UNIDADE 1 — DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 2ª etapa – elaborar um plano: nesta etapa, é necessário fazer um plano de ação para resolver o problema, fazendo conexão entre os dados do problema e o que ele pede. Para tanto, será necessário verificar estratégias para tentar resolver, organizar os dados em tabelas ou gráficos e tentar resolver o problema por partes. 3ª etapa – executar o plano: nesta etapa, será necessário executar o plano elaborado verificando cada passo a ser dado, efetuar os cálculos indicados no plano e realizar as estratégias pensadas, obtendo várias maneiras de resolver o mesmo problema. 4ª etapa – fazer o retrospecto ou a verificação: nesta etapa, será analisada a solução obtida e a verificação do resultado. O retrospecto faz com que o aluno reveja como pensou, como efetuou os cálculos, enfim, todo o caminho trilhado para se obter a solução. Dessa forma, além de analisar se o resultado obtido está correto, é preciso verificar se existe outra maneira de resolver o problema e se é possível usar o método empregado para resolver problemas semelhantes. Dante (2002) sugere algumas características de um bom problema, pois a maioria deles é dada de maneira simples, que não nos desafia. Os alunos devem ser colocados diante de problemas
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