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UNIT - Medicina P5- Bianca Lima de Souza Vias aferentes: tato, pressão e vibração FISIOLOGIA ● As sensações somáticas podem ser classificadas em três tipos fisiológicos: 1. Sensações somáticas mecanoceptivas (sensações de tato e de posição); 2. Sensações termoceptivas (calor e frio); 3. Sensações nociceptivas (fatores que lesionam os tecidos). ● Sensações táteis: incluem o toque, a pressão, a vibração e a cócega; ● Sensações de posição: incluem posição estática e sensações de velocidade de movimento. ● Sensações exteroceptivas: percebidas na superfície do corpo. ● Sensações proprioceptivas: se relacionam ao estado físico do corpo, incluindo as sensações de posição, de tendões e de músculos, pressão da sola dos pés e, até mesmo, a sensação de equilíbrio. ● Sensações viscerais (interoceptivas): advêm das vísceras do organismo. ● Sensações profundas: tecidos profundos, como fáscias, músculos e ossos, bem como incluem principalmente a pressão “profunda”, a dor e a vibração. INTER-RELAÇÕES DAS SENSAÇÕES TÁTEIS DE TOQUE, PRESSÃO E VIBRAÇÃO: ● Embora o toque, a pressão e a vibração sejam classificados como sensações separadas, eles são detectados pelos mesmos tipos de receptores. ● Existem três diferenças principais entre eles: 1. O toque geralmente resulta da estimulação de receptores táteis na pele ou nos tecidos imediatamente profundos a ela; 2. A pressão geralmente resulta da deformação de tecidos mais profundos; 3. A vibração resulta de sinais sensoriais repetitivos e rápidos, embora sejam utilizados alguns dos mesmos tipos de receptores de toque e de pressão. RECEPTORES TÁTEIS: 1 Introdução 2. Detecção e transmissão de sensações táteis 2 ● Há, ao menos, seis tipos completamente diferentes de receptores táteis → Terminações nervosas livres: encontradas por toda a parte na pele e em outros tecidos, podem detectar toque e pressão. → Corpúsculo de Meissner: receptor de toque com grande sensibilidade, que consiste em um prolongamento de terminação nervosa encapsulado. Encontrados nas porções não pilosas da pele, extremidades dos dedos e dos lábios. Se adaptam em uma fração de segundo após serem estimulados, por isso, são particularmente sensíveis ao movimento de objetos na superfície da pele, bem como à vibração de baixa frequência. → Discos de Merkel: um tipo de receptores táteis de terminação expandida. As porções não pilosas, assim como as porções pilosas da pele também possuem um número moderado desses receptores. Transmitirem um sinal parcialmente adaptativo inicialmente forte, seguido de outro sinal mais fraco, que se adapta mais lentamente. São responsáveis por gerar estímulos estáveis que permitem que o indivíduo determine o toque contínuo. Juntamente com Meissner são importantes em localizar as sensações de toque, bem como em determinar a textura. → Órgão do folículo piloso: o leve movimento de qualquer pelo do corpo estimula uma fibra nervosa entrelaçada em sua base. Também funciona como receptor de toque. O receptor se adapta prontamente e detecta principalmente: movimento de objetos na superfície do corpo ou contato inicial com o corpo. → Terminações de Ruffini: são terminações nervosas multirramificadas e encapsuladas. Se adaptam muito lentamente e, portanto, são importantes na sinalização de estados contínuos de deformação dos tecidos (toque pesado prolongado e de pressão). → Corpúsculos de Pacini: situam-se imediatamente embaixo da pele e, mais profundamente, nas fáscias. Estimulados somente pela rápida compressão local dos tecidos, pois se adaptam em alguns centésimos de segundo. Detecção da vibração dos tecidos ou de outras alterações rápidas de seu estado mecânico. Mecanorreceptores da pele. Note os agrupamentos de discos de Merkel localizados na epiderme basal se conectando a uma única grande fibra mielínica. As células de Meissner também estão situadas na epiderme basal, margeando os bordos das elevações papilares, ao passo que corpúsculos de Pacini e terminações de Ruffini são encontrados na derme. Uma fibra mielínica inerva cada um desses órgãos receptores. 2 3 TRANSMISSÃO DE SINAIS TÁTEIS EM FIBRAS NERVOSAS PERIFÉRICAS ● Quase todos os receptores sensoriais especializados transmitem sinais por meio de fibras tipo Aβ, com velocidade de 30 a 70 m/s. ● As terminações nervosas livres de tato transmitem sinais principalmente pelas fibras mielínicas tipo Aδ (5 a 30 m/s) e fibras desmielinizadas tipo C, (1 a 2 m/s). ● Tipos mais críticos de sinais sensoriais – determinação da localização precisa da pele, de gradações mínimas de intensidade ou de alterações rápidas – são transmitidos por tipos de fibra sensorial de condução mais rápida. ● Tipos mais grosseiros de sinais – pressão, toque mal localizado e especialmente cócegas – são transmitidos por fibras nervosas menores e muito mais lentas. DETECÇÃO DA VIBRAÇÃO ● Todos os receptores táteis estão envolvidos na detecção da vibração, embora receptores diferentes detectem frequências de vibração diversas. ● Corpúsculos de Pacini: detectam sinais de vibração de 30 a 800 ciclos/s, pois respondem extremamente rápido a deformações mínimas e rápidas dos tecidos. (fibras nervosas Aβ). ● Corpúsculos de Meissner: detectam vibrações de baixa frequência, com 2 a 80 ciclos/s. Se adaptam com menor rapidez do que corpúsculos de Pacini. DETECÇÃO DAS CÓCEGAS E PRURIDO POR TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES MECANORRECEPTIVAS ● Estudos demonstraram a existência de terminações nervosas livres mecanoceptivas de rápida adaptação que deflagram somente sensações de cócegas e prurido. ● Essas terminações são encontradas quase exclusivamente nas camadas superficiais da pele. ● Essas sensações são transmitidas por fibras C muito pequenas e desmielinizadas. ● O propósito da sensação de prurido é presumivelmente chamar a atenção para estímulos superficiais leves. ● Os sinais deflagrados ativam o reflexo de coçar ou outras manobras que livram o hospedeiro do agente irritante (mosquito, pulga). ● O prurido pode ser aliviado pela fricção se essa ação remover o agente irritante ou se a fricção for forte o suficiente para causar dor. ● Acredita-se que os sinais de dor suprimam os de prurido na 3 4 medula por meio de inibição lateral. ● Quase toda a informação sensorial dos segmentos somáticos adentra a medula espinhal pelas raízes dorsais dos nervos espinhais. ● Desde seu ponto de entrada na medula até a chegada no encéfalo, sinais sensoriais são conduzidos por uma dentre duas vias sensoriais; ● Esses dois sistemas se unem parcialmente no nível do tálamo. 1. Sistema coluna dorsal-lemnisco medial; 2. Sistema anterolateral. SISTEMA COLUNA DORSAL- LEMNISCO MEDIAL: ● Conduz sinais ascendentes até o bulbo pela coluna dorsal da medula espinhal; ● Sinapse e decussação para o lado oposto no bulbo; ● Os sinais continuam acendendo pelo tronco encefálico até o tálamo por meio do lemnisco medial. ● Composto por grandes fibras nervosas mielínicas (rápidas); ● Alto grau de orientação espacial com relação a origem de suas fibras nervosas; ● A informação sensorial que deve ser transmitida rapidamente com fidedignidade temporal e espacial será conduzida principalmente pelo sistema coluna dorsal- lemnisco medial. ● O sistema dorsal se limita a tipos discretos de sensações mecanoceptivas. SISTEMA ANTEROLATERAL: ● Após sua entrada na medula a partir das raízes nervosas dorsais, fazem sinapse nos cornos dorsais da substância cinzenta da medula e cruzam para o lado oposto; ● Ascendem pelas colunas anterior e lateral da substância branca da medula. ● Esses sinais terminam em todos os níveisinferiores do tronco encefálico e no tálamo. ● Composto por fibras mielínicas menores. ● Muito menos orientação espacial. ● A informação que não necessita de transmissão rápida ou com 4 3. Vias sensitivas de transmissão de sinais somáticos para o sistema nervoso central 5 alta fidedignidade espacial é conduzida principalmente pelo sistema anterolateral. ● Capacidade de transmitir um amplo espectro de modalidades sensoriais, como dor, calor, frio e sensação de tato grosseiro. ANATOMIA DA COLUNA DORSAL- LEMNISCO MEDIAL ● Ao adentrar a medula espinhal pelas raízes nervosas dorsais, as fibras mielínicas grandes dos mecanorreceptores especializados se dividem para formar um ramo medial e um ramo lateral. ● Ramo medial se vira primeiro em sentido medial e, em seguida, para cima na coluna dorsal, percorrendo a medula pela coluna dorsal até o encéfalo. ● Ramo lateral adentra o corno dorsal da substância cinzenta e se divide várias vezes para fornecer terminais que farão sinapse com neurônios locais. Esses neurônios locais exercem três funções: 1.Emite fibras que adentram as colunas dorsais da medula e, em seguida, trafegam em sentido ascendente até o encéfalo. 2.Muitas fibras são bastante curtas e terminam localmente na substância cinzenta da medula para produzir reflexos espinhais. 3.Outros neurônios originam tratos espinocerebelares. ● As fibras nervosas que adentram as colunas dorsais passam para a região dorsal da medula sem interrupções, onde fazem sinapse nos núcleos cuneiforme e grácil. ● A partir desses núcleos, neurônios de segunda ordem decussam ao lado oposto do tronco encefálico e continuam ascendendo pelos lemniscos mediais até o tálamo. ● Nesse trajeto, cada lemnisco medial recebe fibras adicionais 5 4. Condução pelo sistema coluna dorsal-lemnisco medial 6 dos núcleos sensoriais do nervo trigêmeo, que possuem, na cabeça, a mesma função que as fibras da coluna dorsal possuem no corpo. ● No tálamo, as fibras do lemnisco medial terminam na área sensorial talâmica (complexo ventrobasal). ● As fibras nervosas de terceira ordem projetam-se principalmente para o giro pós- central do córtex cerebral, região denominada área somatossensorial I, essas fibras também se projetam para uma área menor do córtex parietal lateral denominada área somatossensorial II). Sistema coluna dorsal-lemnisco medial de transmissão dos tipos críticos de sinais táteis. CAMINHO PERCORRIDO: Colunas dorsais → Região dorsal da medula → Sinapse nos núcleos grácil e cuneiforme → Decussam para o lado oposto do tronco encefálico → Lemniscos medial → Tálamo → Giro pós-central (Área somatossensorial I) → Área somatossensorial II. → Córtex somatossensorial: é a parte do cérebro que reconhece de onde se originam os tratos sensoriais ascendentes. Cada um dos tratos sensoriais possui uma região correspondente no córtex, seu campo sensorial. → Áreas sensoriais primárias: sensações específicas – visuais, auditivas ou somáticas – transmitidas ao cérebro a partir de órgãos sensoriais periféricos. → Áreas sensoriais secundárias: localizadas a poucos centímetros das áreas primárias, começam a analisar os significados dos sinais sensoriais específicos. Projeção do sistema coluna dorsal-lemnisco medial pelo tálamo até o córtex somatossensorial. 6 7 As duas áreas somatossensoriais do córtex, áreas somatossensoriais I e II. ORIENTAÇÃO ESPACIAL DAS FIBRAS NERVOSAS NA COLUNA DORSAL/ SISTEMA LEMNISCO MEDIAL ● Uma das características mais marcantes é a orientação espacial distinta de suas fibras nervosas advindas de partes individuais do organismo, que se mantém ao longo de todo seu percurso. ● Ex: nas colunas dorsais da medula espinhal, as fibras das porções inferiores do corpo se situam no centro da medula, enquanto as fibras que adentram em níveis segmentares progressivamente superiores formam sucessivas camadas na lateral. ● No tálamo, ainda é mantida a orientação espacial distinta, sendo as porções caudais finais do corpo representadas pelas porções mais laterais e a cabeça e a face representadas pelas áreas mediais. ● Devido à decussação dos lemniscos mediais no bulbo, o lado esquerdo do corpo é representado pelo lado direito do tálamo e o lado direito do corpo, pelo lado esquerdo do tálamo. ● A via anterolateral de transmissão de sinais sensoriais pela medula espinhal até o encéfalo transmite sinais sensoriais que não requerem localização altamente precisa da fonte nem discriminação de gradações finas de intensidade. ● Esses tipos de sinais incluem a dor, o calor, o frio, o tato grosseiro, a cócega, o prurido e as sensações sexuais. ANATOMIA DA VIA ANTEROLATERAL ● As fibras anterolaterais da medula espinhal se originam principalmente no corno dorsal, nas lâminas I, IV, V e VI. ● Nessas lâminas, terminam muitas das fibras nervosas sensitivas da raiz dorsal após sua entrada na medula. ● As fibras anterolaterais cruzam imediatamente na comissura anterior da medula para o lado oposto nas colunas brancas anterior e lateral, onde se direcionam para o encéfalo pelos tratos espinotalâmico anterior e espinotalâmico lateral. ● A terminação superior dos dois tratos espinotalâmicos tem principalmente dois destinos: 1. Núcleos reticulares do tronco encefálico; 2. Complexo ventrobasal e núcleos intralaminares do tálamo. ● Sinais táteis são transmitidos principalmente ao complexo ventrobasal, terminando em parte dos mesmos núcleos talâmicos, onde terminam sinais táteis do sistema coluna dorsal. ● A partir daí, os sinais são transmitidos ao córtex somatossensorial juntamente com sinais das colunas dorsais. ● Somente uma pequena fração dos sinais de dor se projetam diretamente para o complexo ventrobasal do tálamo. ● A maioria dos sinais de dor termina nos núcleos reticulares 7 5. Transmissão de sinais sensoriais pela via anterolateral 8 do tronco encefálico e é conduzida desses núcleos até os núcleos intralaminares do tálamo, onde sinais de dor são processados. CARACTERÍSTICAS DA TRANSMISSÃO PELA VIA ANTEROLATERAL ● As velocidades de transmissão equivale a somente um terço a metade das encontradas no sistema coluna dorsal-lemnisco medial; ● O grau de localização espacial dos sinais é fraco em comparação ao sistema coluna dorsal- lemnisco medial. ● As gradações de intensidade também são menos precisas, sendo a maioria das sensações reconhecidas em 10 a 20 gradações de força, comparadas às 100 gradações do sistema da coluna dorsal; ● A capacidade de transmitir sinais de rápida alteração ou com rápida repetição é fraca. ● Portanto, é evidente que o sistema anterolateral é de tipo mais grosseiro de transmissão comparado ao sistema coluna dorsal-lemnisco medial. ● Algumas modalidades de sensação são transmitidas somente por esse sistema: sensações de dor, de temperatura, de cócegas, de prurido e sexuais, juntamente com o tato grosseiro e a pressão. CAMINHO PERCORRIDO: Corno dorsal (lâminas I, IV, V e VI) → Cruzam na comissura anterior da medula → Tratos espinotalâmicos anterior e lateral → Núcleos reticulares do tronco encefálico ou complexo ventrobasal e núcleos intralaminares do tálamo → córtex somatossensorial ● A sensação somática da cabeça, incluindo-se a cavidade oral, é transportada por quatro nervos cranianos. ● O nervo trigêmeo inerva grande parte da cabeça e cavidade oral e é o mais importante dos quatro nervos. ● Os nervos facial, glossofaríngeo e vago inervam pequenas áreas da pele. ● Complexo Trigeminal: O nervo trigêmeo possui um núcleo enorme que pega todo o tronco cerebrale faz anastomose nos gânglios de C1 e C2. VIA EXTEROCEPTIVA TRIGEMINAL: ● Os neurônios de primeira ordem estão localizados no: gânglio do trigêmeo, gânglio geniculado (nervo facial) e o gânglio superior do glossofaríngeo e o gânglio superior do vago e se conectam com os neurônios de segunda ordem no núcleo do trato espinal do trigêmeo e no núcleo principal do trigêmeo, localizados no tronco. ● Os prolongamentos centrais do facial, glossofaríngeo e vago vão para o núcleo do trato espinal. ● A maior parte da via da cabeça vem do trigêmeo e ele envia as informações de dor e temperatura para o núcleo do trato espinal; ● O tato epicrítico, propriocepção e vibração vão para o núcleo sensitivo principal; ● O tato protopático e a pressão vão para ambos os núcleos. ● As fibras do segundo neurônio cruzam no plano mediano do tronco, formando o lemnisco trigeminal e sobem em direção ao tálamo, no núcleo póstero medial do tálamo, fazendo sinapse com o neurônio de terceira ordem e as fibras sobem através da cápsula interna, atravessam a coroa 8 6. Via trigeminal 9 radiada e chegam no giro pós central. ● Caminho percorrido: Gânglio do trigêmeo → núcleo do trato espinal do trigêmeo e no núcleo principal do trigêmeo → Cruzam o plano mediano do tronco, formando o lemnisco trigeminal → tálamo → Giro pós-central; VIAS AFERENTES (TATO, PRESSÃO E VIBRAÇÃO): ● Duas vias sensitivas: via dorsal lemnisco-medial e via anterolateral; ● Corpúsculo de Meissner: adaptação rápida (fásico); ● Corpúsculo de Pacini: detecta vibração (situado mais profundamente), adaptação muito rápida; ● Corpúsculo de Ruffel: estiramento da pele; adaptação lenta (tônico); ● Ativação retrógrada → brotamento → quando dois neurônios compartilham o mesmo campo ● Área somatossensorial primária: Giro pós-central (responsável pela coxa, tórax pescoço, ombro, mão, dedos, língua e infra-abdominal); ● Área somatossensorial secundária: Lobo parietal inferior (responsável pela perna, braço e face). FISIOLOGIA DA DOR VIAS AFERENTES E COMPLEXO TRIGEMINAL ● IASP: Associação Internacional do Estudo da Dor; ● Hoje, a dor é considerada um quinto sinal vital; ● Definição IASP: Experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante aquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial. ● A dor é sempre uma experiência pessoal influenciada em graus variáveis por fatores biológicos, psicológicos e sociais; ● Dor e nocicepção são conceitos diferentes. A dor não pode ser determinada exclusivamente pela atividade dos neurônios sensitivos; ● Através de suas experiências de vida, as pessoas aprendem o conceito de dor; ● Todo relato deve ser respeitado; ● A dor pode ter efeitos adversos na função e no bem-estar social e psicológico; ● A descrição verbal é apenas um tipo de vários comportamentos para expressar dor (em caso de incomunicação deve-se utilizar outros instrumentos para avaliação da dor); ● Dor não pressupõe lesão; DOR NOCICEPTIVA: Estímulo nociceptivo, como frio calor, estímulo mecânico e químico; pode gerar resposta autonômica e de reflexo; cessado o estímulo a dor cessa; DOR INFLAMATÓRIA: Macrófagos, mastócitos e neutrófilos são recrutados para a região da lesão tecidual; Na inflamação aguda, o estímulo de dor passa direto, sem muita influência fazendo parte dos sinais flogísticos (dor, calor, rubor, edema e perda de função), então sempre vai ser sentida, mesmo que em diferentes intensidades (Pode ocorrer alodinia, hipersensibilidade e hiperalgesia). Já na inflamação crônica nem sempre causa dor, pois o paciente pode criar mecanismos de adaptação. DOR NEUROPÁTICA: lesões nervosas periféricas (axônios). Inicia-se como uma dor mista pois acontece uma inflamação local. Pode gerar dor espontânea e hipersensibilidade; 9 ANOTAÇÕES DA AULA 10 DOR FUNCIONAL/ DISFUNCIONAL/ NOCIPLÁSTICA: Via hiperativada sem motivos aparentes (fibromialgia). ● A atividade física aeróbica orientada é “Classificação A” para pacientes com dor disfuncional; Essa atividade geralmente é bem regrada com tempo exato, horário do dia e intensidade determinados; ● Fisiopatologia da nocicepção: Transformação dos estímulos ambientais, físicos ou químicos intensos em potenciais de ação, que são transferidos das fibras nervosas do SNP para o SNC. Tipos de neurônios aferentes relacionados a dor: ● Fibras Adelta (levemente mielinizada); ○ Tipo I: estimulação térmica intensa; ○ Tipo II: reagem ao calor moderada; ○ Transmitem sinais de dor primária, rápida em pontada aguda. ● Fibra C (amielínica); ○ 80-90% receptores polimodais (recebem estímulos térmicos, mecânicos e químicos); ○ Transmitem sinais de dor secundária ou lenta; ● As fibras Adelta e C podem transmitir nocicepção mecânica, química e térmica, mas algumas são mais especializadas (Fibras Adelta transmitem mais informações de dor mecânica e térmica e fibras C transmitem mais informações de dor química); VIA NEOESPINOTALÂMICA ● A via neoespinotalâmica é mais recente evolutivamente; ● Conduz majoritariamente estímulos mecânicos e térmicos; ● Fibras A delta com sensação de dor aguda; bom componente sensitivo discriminativo tanto de local, como de intensidade; ● Caminho percorrido: lâmina I do corno dorsal → cruza no mesmo nível medular a comissura anterior da medula → ascende pelo trato espinotalâmico lateral → núcleo ventoposteroinferior e ventoposterolateral do tálamo → córtex somatossensorial primário; ● No córtex temos a consciência da dor que está ocorrendo e é possível reconhecer a intensidade e a localização exata do estímulo; VIA PALEOESPINOTALÂMICA ● A via paleoespinotalâmica é filogeneticamente mais antiga; ● Dor contínua e mal localizada; ● Neurônios de ampla faixa dinâmica (dispara com estímulos diferentes e com várias intensidade de potencial de ação); ● Multissináptico (a medida que vai ascendendo ele vai ativando outras vias pelo caminho); ● Outras vias que são ativadas: Via espinorreticular; Via espino- mencefálica e Via espino- hipotalâmica: leva a informação ao hipotálamo e também ao córtex pré-frontal que dá característica cognitivo motivacional. A informação também chega ao sistema límbico e ao córtex somatossensorial (de maneira diminuída), tendo então uma dor mal localizada e com componentes emocionais, o que caracteriza uma cronificação; ● Componentes envolvidos na dor crônica: Cognitivo- motivacional, social e afetivo- emocional; ● Caminho percorrido: lâmina II e III do corno dorsal → cruza no mesmo nível medular a comissura anterior da medula → ascende pelo trato paleoespinotalâmico → hipotálamo, sistema límbico, córtex somatossensorial e etc; 10 11 VIA DA COLUNA POSTERIOR ● Via pós-sináptica do funículo posterior ou via da coluna posterior: responsável pelo tato, pressão e vibração; ● As informações entram pela região do corno posterior; ● A aferência visceral ocorre pela via paleoespinotalâmica e pela via da coluna posterior (que é uma via mais rápida e permite uma dor aguda da parte visceral com um pouco de componente discriminativo); ○ Dor aguda visceral: via paleoespinotalâmica + via da coluna posterior; ○ Dor crônica visceral: via paleoespinotalâmica; ● Ex: Numa cólica forte (transmitida pela via paleoespinotalâmica) o paciente faz pressão na barriga para obter alívio, isso porque a pressão estimula a via lemnisco medial (coluna dorsal). Assim o impulso da dor é parcialmente substituído pelo impulso da pressão (Estímulo portão) VIA TRIGEMINAL ● Estímulos de dor da parte orofacial seguem pela via trigeminal; ● Via trigeminal: neurôniosnociceptivos da cabeca, face e estruturas intraorais; ● É uma via rápida; transmite informações discriminativos e difusas (ou seja, ocorrem com maior intensidade em um ponto específico e de maneira mais atenuada em todo o resto da face); 11
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