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Existem diferentes amplitudes sobre o uso da linguagem, pode ser apresentada através da dança, música, arte, teatro, visual, folclore – sendo um exemplo de forma de expressão. Sentido semiológico Qualquer sistema de signos que possibilita a expressão de emoções, sentimentos, ideias, passíveis de serem interpretados, de alguma forma, por indivíduos de uma mesma espécie, grupo social. Ps.: A faculdade da linguagem é quem possibilita a criação social desses sistemas O objetivo do estudo da semiótica cognitiva - campo transdisciplinar para o estudo da linguagem, comunicação, mídia e mente, da perspectiva de conceitos e sentidos - , é o de produzir insights sobre as interrelações entre diferentes recursos comunicativos/semióticos tais como linguagem (verbal), gestos, imagens e seu desenvolvimento na criança e na evolução da espécie humana. Sentido estritamente linguístico (necessário pensar na ideia de recursividade) Propriedade daquilo que pode se repetir, in�nitamente, rotina de um processo que chama a si mesma/ que caracteriza. Linguagem e língua A linguagem é um sistema combinatório especí�co da espécie humana que permite ao ser humano o estabelecimento de relações entre representações dos diferentes sistemas cognitivos (conceituais/intencionais), possibilitando a construção de representações mais ricas e complexas . Língua é a manifestação da faculdade humana da linguagem, resultada de um processo de aquisição, sem instrução explícita. É um sistema de representação mental e instrumento que serve à organização do pensamento (planejamento de ações) e à comunicação. Inclui um sistema computacional (combinatório) universal + um léxico constituído no curso da aquisição da linguagem. Variabilidade e universalidade A variabilidade reside no léxico, no que é adquirido na experiência linguística, mas as diferentes línguas obedecem a princípios universais no modo como unidades do léxico se combinam em frases. Psicolinguística é um campo de natureza essencialmente experimental que visa a prover teorias do processamento linguistico, ou seja, modelos teoricos que explicitem o modo com uma ideia vem a ser expressa na fala/escrita e o modo como esta é percebida, analisada e integrada a um dado contexto discursivo , de forma a poder acarretar uma alteração nas bases de conhecimento e/ ou crenças ou ouvinte/leitor. Processamento É a transformação de alguma coisa em outra, preservando de algum modo, a natureza daquela, explicando de outra maneira, são sucessivas alterações do estado de algo por meio de operações que transcorrem no tempo. O processamento é o que permite o ouvinte, por meio do imput sonoro, compreenda o que dizemos e tenha vislumbre do que pensamos ⇒Processamento cognitivo É característico de uma transformação sucessiva do que é captado sensorialmente em representações mentais que servem de dados de entrada a novas operações, acarretando uma mudança no estado de conhecimento, ou seja, transformação sucessiva do que é gerado internamente na mente/cérebro a partir de uma intenção, em algo que pode vir a ser externalizado em comportamento. ⇒Processamento da linguagem Envolve a solução/ resolução de tarefas linguísticas • Produzir e compreender enunciados linguísticos em determinadas condições Grande parte desse processo transcorre de forma não consciente; portanto, podemos pensar no processamento da linguagem como sendo implementado por uma série de recursos da mente/cérebro humano – um Sistema /aparato processador linguístico Na fala: transformação de uma “intenção de fala “e de uma ideia ou mensagem em enunciado linguístico – produção da linguagem 1. Planejamento/tomada de perspectiva 2. Acesso ao léxico da língua 3. Combinação dos elementos do léxico de acordo com a sintaxe da língua 4. Atribuição de forma fônica e prosódia as unidades combinadas 5. Articulação O falante parte de uma intenção de fala e de uma ideia relativa a um tópico e organiza seu pensamento de modo a expressá-lo verbalmente, levando em conta o que sabe ou acredita a respeito de seu interlocutor, em um dado momento e em um dado contexto Na escrita 1. Planejamento/tomada de perspectiva 2. Acesso ao léxico da língua (léxico ortográ�co) 3. Combinação dos elementos do léxico de acordo com a sintaxe da língua 4. Atribuição de forma fônica/ortogra�a e prosódia/pontuação as unidades combinadas 5. Escrita A linguagem escrita não é inata, é aprendida. escrevemos com estruturas mais precisas, mais elaboradas, mais formal, então precisamos do acesso lexical, formulação gramatical. Léxico ortográ�co criamos durante o processo de aprendizagem. Processamento da linguagem falada Transformação do que é percebido como sinal acústico (visual) da fala em uma representação mental de natureza semântica, que pode remeter a entidades/eventos mantidos na memória ou identi�cados no contexto – compreensão da linguagem 1. segmentação do sinal acústico 2. reconhecimento das unidades do léxico e da prosódia 3. análise sintática 4. interpretação semântica 5. referência Processamento da linguagem escrita 1. reconhecimento do sinal grá�co da escrita 2. reconhecimento das unidades do léxico 3. análise sintática 4. atribuição de prosódia 5. interpretação semântica 6. referência Processamento da aquisição da linguagem • O bebê capta dados linguísticos desde a vida intrauterina A partir da 21ª semana, o sistema auditivo do feto já está desenvolvido o bastante para que possa começar a receber estímulos sonoros. Mas é por volta da 34ª semana que os ossículos (martelo, bigorna e estribo) começam a funcionar. Contudo, só exercerão sua função completamente após o nascimento, com a entrada de ar no ouvido médio. Dentre todos os sons que o feto consegue ouvir, o que mais se sobressai é a voz da mãe. • O bebê percebe a fala a ele dirigida ou não identi�ca padrões de som da fala -> constituição do léxico Quando o bebê está na fase bebê/criança: • Identi�ca como unidades do léxico se combinam • Pressupõe que enunciados fazem sentido e se referem a alguma coisa ou evento • Emite enunciados de uma palavra • Começa a combinar palavras a partir de uma intenção/ideia ⇒ Processamento de informações A ideia de processamento de informação é central nas ciências cognitivas • Informação = qualquer tipo de “dado de entrada” • Parte de uma analogia entre a atividade mental/cerebral e a atividade de computadores Dados são codi�cados, mantidos numa memória (manutenção permanente ou temporária), recuperados, submetidos a operações ou procedimentos executados por um sistema físico (máquina / cérebro) com um dado �m O estudo da atividade cognitiva, na perspectiva do processamento de informação, busca criar teorias ou modelos dos processos mentais envolvidos na consecução de uma tarefa (solução de um problema) em termos de procedimentos e representações mentais mantidas temporariamente em uma memória de curto prazo e/ou recuperadas de uma memória de longo prazo. Níveis de abordagem para sistemas de processamento de informação No que diz respeito à linguagem, tradicionalmente se distribuem 3 níveis da abordagem de Marr por diferentes ciências cognitivas • Nível computacional – Teoria linguística (gerativista) - operações gramaticais • Nível representacional e algorítimico - Psicolinguística – processos mentais • Nìvel implementacional – Neurociência – atividade cerebral na execução dos processos mentais Objeto de investigação e objetivos ⇒Teoria linguística (de viés cognitivo) Objetos • o conhecimento linguístico internalizado na mente do falante/ouvinte • os princípios que regem as diferentes línguas humanas e sua natureza • o que é passível de variação entre as línguas Objeto de investigação da linguistica: conhecimento linguístico que possibilita ao falante produzir, compreender, reconhecer enunciados linguísticos como sentenças de sua língua. Objetivos • Prover um modelo (caracterização teórica) da gramática (conhecimento internalizado) de uma língua – um algoritmo que permita a geração (especi�cação da estrutura) de todas as sentenças de uma dadalíngua e somente elas • Explicitar as propriedades comuns entre línguas, os princípios que as regem e o que varia entre línguas de modo a explicar o que viabiliza a aquisição de qualquer língua por qualquer criança. ⇒Psicolinguística Objetos • Os processos envolvidos na produção e na compreensão de enunciados verbais • O processo pelo qual crianças adquirem sua(s) língua(s) materna • O desenvolvimento de habilidades linguísticas • Aprendizagem de L2 • O léxico mental • Os processos especí�cos da leitura e da escrita objeto de investigação da psicolinguistica: processos mentais subjacentes a produção, compreensão e processo de aquisição Objetivos • Prover modelos (caracterização teórica) do modo como esses processos se realizam em tempo real • Identi�car os fatores que atuam nesses processos em diferentes condições • Caracterizar o que há de processos especí�cos da linguagem e os recursos compartilhados entre diferentes domínios da cognição ⇒Neurociência cognitiva da linguagem Objetos • Os circuitos neuronais envolvidos nos diferentes níveis de processamento da linguagem Objetivos • Mapear as áreas e circuitos responsáveis pelos processos envolvidos no processamento da linguagem • Caracterizar o estabelecimento de conexões neuronais no desenvolvimento linguístico • Caracterizar o cérebro bi(multilingue) • Identi�car o efeito de fatores adversos no funcionamento cérebro no que diz respeito à linguagem (AVC, traumatismo, hidrocefalia, processos infecciosos, degenerativos, afasias, transtornos do neurodesenvolvimento) Conceitos linguísticos necessários para o mapeamento da linguagem no cérebro Pesquisar (ou recapitular) principais conceitos linguísticos • Fonema • Sílaba • Prosódia • Morfema • Sentença • Oração • Sintagma • Proposição • Enunciado • Enunciação Metodologia ⇒ Linguística • Criação de um formalismo para caracterizar unidades do léxico e operações linguísticas que possa ser usado emmodelos de gramática de qualquer língua natural • Uso das intuições do falante nativo ao veri�car se uma dada sequência de elementos do léxico pode ser uma sentença da sua língua • Uso de técnicas experimentais para o julgamento da aceitabilidade de enunciados como sentença da língua ex.: dar uma frase e perguntar se é plenamente aceitável ou inaceitável com nível de escala "A aluna que a professora falou dela �cou chateada" ⇒ Psicolinguística • Uso da fala espontânea para coleta de lapsos da fala, instâncias do fenômeno da ponta da língua e dis�uências “Eu vou pegar o dinossauro na estante” → o dicionário “ Aí eu chamei o... o.... o...” “ O professor disse é... que... hum... que ... Sabe? tipo assim... “ • Uso de experimentos – situações controladas – para veri�car o efeito de determinadas variáveis previamente de�nidas e manipuladas (para o estudo da aquisição da linguagem - ver as metodologias do slide aula 2 ) MENTE X CÉREBRO Pressuposto das ciências cognitivas • Mente = correlato funcional do cérebro • Atividade da mente – processos e operações descritos em relação a um curso temporal correspondente à sua execução no cérebro. Com a “revolução cognitiva” de meados do séc XX, o estudo da atividade mental tomou impulso e passou a orientar a busca pelos correlatos de funções e processos mentais no cérebro A última década do século XX foi considerada a “década do cérebro” – proliferação de estudos identi�cando diferentes áreas ou circuitos neuronais responsáveis por diferentes funções Grande interesse na neurociência cognitiva da linguagem – vinculando-se a um histórico que remonta ao século XIX, em busca da localização de funções e processos linguísticos O cérebro humano Os processos responsáveis pelas habilidades cognitivas ocorrem principalmente no córtex cerebral, que é dividido em 4 lobos anatomicamente distintos. O sistema nervoso tem dois principais tipos de células • Neurônios: unidades sinalizadoras – responsáveis pela propagação do impulso nervoso (impulsos eletroquímicos) Excitabilidade: capacidade de auto gerar impulsos eletroquímicos e de responder a estímulos externos Condutividade: capacidade de transmitir o impulso nervoso de neurônio a neurônio ou a outro tipo de célula Formam circuitos anatômicos especializados em diferentes funções: Complexidade da atividade cerebral e diversidade de comportamentos • Gliócitos (células gliais): provêm suporte, estrutura para o cérebro. A atividade cerebral A atividade cognitiva pode ser entendida, funcionalmente, como processamento de informação. O cérebro recebe, analisa e transmite informação por meio de sinais elétricos denominados potenciais de ação Os potenciais de ação são gerados por diferentes tipos de estímulos, sendo que o que distingue a informação transmitida por eles, não são os sinais em si mas os caminhos que estes percorrem nos circuitos neuronais. • Sinapse - "junção"entre células na qual o impulso nervoso é transmitido numa direção (de um neurônio para outro), a transmissão é rápida e ocorre por meio da passagem através do gap ou fenda sináptica Language Network Responsável pelo processamento semântico, sintático e pela resolução de exercícios aritméticos, percepção musical e cognição social. Evidências de estudos cientí�cos, sugerem que a linguagem ativa múltiplas áreas do cérebro que respondem fortemente a estímulos linguísticos. Fedorenko, defende que a linguagem não é inata, a relação entre forma e signi�cado é armazenada ao longo de nossas experiências e utilizada como resposta do cérebro a um input linguístico Produção da fala é por meio da produção que codi�camos pensamentos e expressamos nossos posicionamentos no mundo ↳lemas X lexemas Intenção da fala / conceptualização A intenção de fala é composta por um sistema intencional, que envolve conceber um interlocutor real ou virtual (falante cria um modelo - representação mental - do seu interlocutor) , situá-lo em uma situação/ contexto e buscar um efeito sobre ele. A ideia, mensagem ou o “pensamento” a ser expresso verbalmente depende do conhecimento de mundo do falante (seu modelo de mundo) ⇒ Sistemas conceituais • memória semântica: é responsável por consolidar o conhecimento do mundo à nossa volta, mas através de palavras. ↳Conhecimento enciclopédico: toda a informação relativa a um conceito que advém da experiência do indivíduo numa dada cultura • Estruturas complexas como esquemas, scripts - compartilhados culturalmente. • Podem remeter à memória episódica (mantém a info. relativa ai que um indivíduo vivencia) - Isso contribui para a subjetividade na expressão e na interpretação de informação semântica. ⇒ Sistemas intencionais Intencionalidade: diz respeito a estados mentais, como o de perceber, lembrar, desejar, ansiar, pretender, sentir, dentre outros, que incluem um objeto ao qual são dirigidos • Relacionam-se com Teoria da relevância; referencialidade • Relacionam-se com Teoria da Mente (capacidade de atribuir a si próprio e ao outro diferentes estados de crenças, de conhecimento, de emoção...) O português permite (e requer) que distinções conceituais/ intencionais sejam codi�cadas e expressas na língua ⇒ o que determina diferentes formulações ? O que é tomado como relevante, posto em foco, pelo falante → estruturas sintáticas da língua • Estado mental do falante → ausência de conhecimento • O que falante atribuiu ao estado mental do interlocutor→ pressupostos • O que é pressuposto pelo falante e pelo interlocutor→ conhecimento compartilhado • O desejo do falante → obtenção de conhecimento Em que medida a língua adquirida afeta o pensamento que antecede a fala A formulação de enunciados numa dada língua determina o que é compulsoriamente expresso verbalmente • Expressão compulsória de distinções conceituais/intencionais → quando estas distinções estão gramaticalizadas • Expressão opcional de distinções conceituais/intencionais → quando a língua não apresenta tais distinções em sua gramática Hipótese do pensamento para fala ↳Pensamento para a fala: uma forma especial de pensamento mobilizada para a atividade de produção da fala O pensamentopara a fala implica que, diante de um objeto ou evento a ser apresentado verbalmente, aquilo que é necessariamente codi�cado na língua será preferencialmente atentado pelo falante. Logo, aquisição de uma língua pode acarretar diferenças no modo como o pensamento se organiza na fala ⇒ Implicação da hipótese do pensamento para a fala para a hipótese do determinismo linguístico Diferentes línguas exploram de forma diferente distinções conceituais e intencionais que a cognição humana permite que se façam. Isso resulta em contrastes gramaticais distintos: gênero, número, pessoa, tempo, aspecto, modo, evidencialidade .... , os quais são natural e compulsoriamente expressos na fala de um falante nativo. Portanto, diferenças no modo como falantes de diferentes línguas codi�cam uma ideia evidencia características do pensamento para fala e pode explicar a sensação do falante de que “pensa” diferentemente em diferentes línguas. CONCEPTUALIZAÇÃODA FALA conceptualização: intenção da fala + a constituição da ideia relativa um tópico ↳precisa levar em conta: • modelo do interlocutor • contexto da enunciação • possíveis efeitos ao ouvinte/leitor Acesso ao léxico mental • léxico = vocabulário O falante possui um vocabulário adquirido no curso da aquisição da língua e ao longo de sua experiência de vida. Isso signi�ca que “palavras” (unidade do léxico) são mantidas em uma memória de longo prazo e são buscadas/ativadas no uso da língua • Léxico mental = base de conhecimento linguístico que interage com sistemas conceituais, sistemas intencionais, propriedades fonológicas dos elementos do léxico – compatíveis com o aparato perceptual/vocal humano. ↳um tipo de memória (de longo prazo), organizada em função de propriedades semânticas, sintáticas, fonológicas – compondo redes, que possibilitam o acesso a conhecimento de mundo ou mesmo à memória episódica. A despeito da quantidade de palavras mantidas no léxico mental, os erros de seleção de palavras na fala �uente são relativamente raros, o que demonstra a alta e�ciência do sistema de acesso lexical. léxico mental : base de conhecimento, mantida em uma memória de longo prazo, com toda a informação linguisticamente relevante sobre as unidades de forma e sentido da língua - palavras e morfemas ⇒ organização do léxico A organização de elementos no léxico mental leva em conta : • Propriedades semânticas • Propriedades gramaticais (palavras de mesma classe) • Possíveis relações sintáticas Representações lexicais possibilitam acesso ao conhecimento de mundo vinculado aos elementos pertencentes a classes semânticas e experiência cultural com este, e memórias pessoas intencionadas por via semântica ⇒Acesso ao léxico • A frequência de uso afeta o acesso lexical • Fatores de ordem semântica guiam o acesso lexical na produção da fala • Representações lexicais que compartilham propriedades semânticas se relacionam no léxico • A forma fônica vinculada a um conceito lexical é dissociada daquele e recuperada posteriormente • Representações lexicais que compartilham propriedades fonológicas se relacionam no léxico Conclui-se, portanto, que existe uma dissociação entre a recuperação de informações semânticas/sintáticas e fonológicas. O acesso à informação semântica precede o acesso à informação fonológica, o que explicaria o fenômeno da ponta da língua e casos de anomia. Há evidências de que o acesso à informação gramatical também procede o acesso à informação fonológica. O falante alfabetizado mantém representações da forma escrita na memória ou as gera por meio de regras → léxico ortográ�co mantém representação de como palavras são escritas Tópicos que podemos concluir: • A forma grá�ca de palavras cujos fonemas admitem mais de uma realização grá�ca tem de ser memorizada e mantida no léxico ortográ�co • Palavras em que há correspondência regular entre fonema e grafema podem ser geradas de forma automática Na teoria linguística, os elementos do léxico se encontram divididos em categorias lexicais e funcionais. • Categorias lexicais: relacionadas às palavras de conteúdo (elementos de classe aberta): nome, verbo, adjetivo e algumas preposições (como em, sobre, com, que trazem informação semântica acerca da natureza de seu complemento). • Categorias funcionais: relacionadas às palavras gramaticais (elementos de classe fechada): determinantes, conjunções, auxiliares e a�xos. Seus traços semânticos são responsáveis por veicular informação pertinente à referência ou a relações de ordem lógica e são importantes para a organização sintática da sentença Codi�cação gramatical na produção da fala Envolve o acesso ao léxico mental e a combinação dos elementos do léxico • relacionados em constituintes sintáticos – em uma estrutura hierárquica • apresentados linearmente de acordo com a gramática da língua em questão A codi�cação gramatical não é associativa ( palavra por palavra) envolve planejamento de unidades mais amplas – sintagma, oração e mesmo o período complexo. Portanto, a construção de uma estrutura hierárquica é anterior ao posicionamento linear dos elementos do léxico e dependente do conhecimento gramatical da língua. O falante recupera seu conhecimento da língua (propriedades semânticas e sintáticas) e conduz a computação gramatical (esse processo é automático mas pode ser mais ou menos custoso ) Computação sintática na produção da linguagem ↳colocar os elementos do léxico em uma estrutura hierárquica Podemos dizer que a produção da fala é semi-incremental, pois podemos concluir o planejamento de um enunciado e o acesso lexical, já depois de termos começado sua articulação. Isso acarreta hesitações entre unidades sintáticas e estratégias de diminuição de custo ⇒ Como estruturas hierárquicas são construídas na produção da fala Podemos conceber o planejamento de estruturas com núcleos funcionais (de cima para baixo) na produção da fala Em suma, conceber a computação sintática em tempo real como um processo semi-incremental ajuda a explicar a produção de enunciados parcialmente planejados e o uso de estratégias de redução de custo de processamento Conceber que a computação em tempo real envolve a criação de estruturas sintáticas a partir de nós funcionais e lexicais em duas direções permite explicar a relação entre força ilocucionária e o planejamento da prosódia (enunciado fonológico), por exemplo. E assumir a possibilidade de estruturas parciais serem computadas em paralelo pode facilitar a explicação de dis�uências na fala. Relação entre teoria linguística e psicolinguística na produção da fala • Teoria linguística → modelo do conhecimento linguístico (a língua em estado virtual) → possibilidades combinatórias dos elementos do léxico de uma dada língua em sentenças ou expressões linguísticas daquela língua • Psicolinguística → modelo de como unidades do léxico são efetivamente combinadas na formulação (e na compreensão) de enunciados linguísticos em tempo real ⇒ Computação sintática do ponto de vista linguístico A teoria linguística nos permite conceber as combinações entre elementos do léxico que são possíveis na língua. Numa derivação linguística, a operaçãoMerge constrói objetos sintáticos (estruturas hierárquicas) de elementos do léxico • Essa operação se aplica de baixo pra cima, recursivamente • Esse modo de computação ou derivação atende aos objetivos da teoria linguística • Contudo, não se pode conceber que a formulação de enunciados em tempo real ocorra do constituinte mais encaixado – mais baixo - para o nó mais alto ... • A computação de enunciados em tempo real envolve processos top down e bottom up, de forma semi-incremental Computação no contexto da produção da fala X na caracterização do conhecimento linguístico ↳LINGUÍSTICA:possibilidades combinatórias para que elementos do léxico se relacionem de forma hierárquica em sentenças da língua. ↳PSICOLINGUÍSTICA: modo como o falante combina elementos do léxico em estruturas hierárquicas na produção da fala e o ouvinte analisa sintaticamente o enunciado lido ou ouvido na compreensão ( tempo real). Emsuma… A teoria linguística nos permite conceber as combinações entre elementos do léxico que são possíveis na língua A pesquisa psicolinguística busca fornecer meios de explicar como essas combinações são conduzidas em tempo real • Permite fazer previsões e fornecer explicações para dis�uências, lapsos, estratégias de redução de custo em função de diferentes situações e demandas. *Quanto menos planejada a fala, quanto menos se sabe sobre o assunto em questão, mais incrementalidade, mais chance de haver dis�uências e uso de estratégias • Permite prever e explicar omissões de elementos funcionais, constituintes, ausência de estruturação, como manifestações de transtorno da linguagem *Em caso de transtorno da linguagem, mesmo que o falante tenha planejado o que vai falar, conheça o assunto, etc... tem di�culdade na formulação sintática e/ou sua expressão na morfologia Lapsos de fala OU dis�uência ↳lapsos de fala: tipo de erro espontâneo, por problema no processamento da linguagem, ou seja, pode ser apresentado através de trocas de palavras, alternância, troca de fonemas → evidenciam pistas para falhas no processo de produção da fala ↳ dis�uência: quando tem algo que perturba a fala, exemplo: pausas, pausas preenchidas, palavras preenchedoras, → evidência de di�culdade no acesso lexical, di�culdade de planejamento, problema na conceptualização. Compreensão da fala ocilograma - representação de como as moléculas de ar de deslocam … visão geral 1. percepção do sinal acústico (ou equivalente ) ↳ língua de sinais (gestos) - sinal visual 2. segmentação do sinal em unidades prosódicas ↳ prosódia - ritmo, alongamento de determinadas sílabas em determinados lugares / toda língua tem sua prosódia e é a primeira coisa que o bebê percebe / primeiro tipo de unidade que iremos segmentar / ajudam a reconhecer a estrutura sintática 3. acesso lexical ↳ a partir dos pacotinhos, chegamos ao léxico mental / chegamos ao léxico pela via fonológica ( na produção é através da via semântica) / chegamos ao léxico mental através do lexemas Quando chegamos ao lexema, entendemos a forma fônica das palavras, mas isso não é su�ciente para entendermos as palavras. então a partir das formas fonológicas chegamos ao lema (traços formais e semânticos) traços formais - nos ajuda a perceber as informações do tipo artigo (determinante), substantivo e verbos (diferenciá-los). explica a gramática sem explicar a semântica semântico - semântico é meio que a explicação dos conceitos 4. análise e computação sintática ↳ ponto de vista como um todo (possibilidades combinatórias) e como isso acontece no tempo real na compreensão 5. interpretação semântica ↳ processo composicional: precisa ter noção dos traços formais e do que seriam os traços semânticos + posição sintática NO PROCESSO LINGUÍSTICO A COMPREENSÃO DA LINGUAGEM TERMINA NESTE QUINTO TÓPICO, QUANDO VAI PARA O SEXTO TÓPICO, É UMA INTERFACE LINGUAGEM+COGNIÇÃO 6. mapeamento de representações semânticas em entidades e eventos ↳ integração de outras bases de conhecimento O paradoxo da e�ciência na produção e na percepção da fala ↳ ligado ao tópico 1 • O ouvinte é capaz de reconhecer uma palavra no �uxo da fala em 200ms ou menos → quase a metade do tempo que a palavra leva para ser emitida … não vamos processar fonema por fonema, teremos que identi�car pistas para a segmentação da fala em palavras, sintagmas e orações → percepção do som extrair propriedade do som que forneçam pistas • O humano é especialmente dotado de uma capacidade para tomar determinado tipo de informação acústica como relevante para o processamento da linguagem • O resultado da percepção do material acústico da fala permite o acesso às propriedades fonológicas dos elementos do léxico → entrada no domínio da língua ⇒Principais pistas para a segmentação segmentados com a ajuda da prosódia (pacotes prosódicos) - separando unidade sintáticas e lexicais ⇒ percepção seletiva vamos extrair dos fatos físicos informações linguisticamente relevantes
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