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Dialogando com os homens sobre machismo Um estudo sóciopsicológico

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¹ Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 
² Graduando do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 
³ Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 
⁴ Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 
⁵ Graduando do curso de Psicologia peça Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 
⁶ Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Campus São Leopoldo/RS. 
Graduado em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. Professor do curdo de 
Psicologia da Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 
1 
Dialogando com os homens sobre machismo: Um estudo sóciopsicológico 
Dialoguing with men about machismo: A socio-psychological study 
 
Gabriela Goulart da Silva¹ 
Bruno Feitosa de Carvalhal Esmeraldo² 
Marilane Ramos Fontão da Silva³ 
Raianny Delize Santos Fagundes ⁴ 
Otávio Carvalho dos Santos ⁵ 
Luiz Felipe Bastos Duarte ⁶ 
Universidade Luterana do Brasil 
Resumo: O presente artigo tem como objetivo investigar as representações sociais dos homens 
acerca do machismo. Constitui-se do resultado de pesquisa de campo exploratória, de 
abordagem qualitativa, pautada na análise de conteúdo. Foram entrevistados 5 homens da região 
metropolitana de Porto Alegre. As análises e discussões feitas, a partir das falas acerca do 
machismo, apontam que suas representações sociais estão ancoradas em questões culturais e 
nas desigualdades de gênero, mostrando relações de poder entre o homem e a mulher e, de 
modo geral, para os participantes entrevistados, ele é visto de modo extremamente negativo e 
ultrapassado. Os participantes compreendem que os papéis de ambos os gêneros são os mesmos 
e apoiam a mulher moderna, bem como a sua inserção no mercado de trabalho e ajudam a 
desconstruir o machismo da sociedade. É preciso ressignificar o papel da mulher na sociedade 
da mesma forma que os valores patriarcais devem ser extintos, libertando o gênero feminino de 
valores que não condizem com a vida na sociedade contemporânea. 
Palavras-chave: representações sociais, machismo, sociedade. 
Abstract: This article aims to investigate the social representations of men about machismo. It 
is the result of exploratory field research, with a qualitative approach, based on content analysis. 
Five men from the metropolitan region of Porto Alegre were interviewed. The analyzes and 
discussions made, based on the talk about machismo, show that their social representations are 
anchored in cultural issues and gender inequalities, showing power relations between men and 
women and, in general, for the participants interviewed , it is viewed extremely negatively and 
outdated. Participants understand that the roles of both genders are the same and support 
modern women as well as their insertion in the labor market and help to deconstruct the 
machismo of society. It is necessary to re-signify the role of women in society in the same way 
that patriarchal values must be extinguished, freeing the feminine gender of values that do not 
fit life in contemporary society. 
Keywords: social representations, machismo, society. 
 
2 
 
Introdução 
O preconceito como afirma Barroco (2016) pode ser definido como uma opinião, 
sentimento ou pensamento formado e cultivado sobre algo, pessoa ou grupo, sem que haja 
experiências ou conhecimentos que comprove o que está sendo predefinido. Ainda, conforme 
autor, ele é usado de forma negativa e pode ser observado em diversas práticas de discriminação 
durante situações cotidianas, tendo origens de múltiplos modos, mas sempre possuem a mesma 
atitude contra formas de vida e comportamentos como, por exemplo, contra raças, status sociais, 
orientação sexual, religião, nacionalidade, pessoas com deficiências ou gênero de um grupo que 
pode ser visto como inferior por ser, em muitas vezes, considerado minoria pela sociedade. 
Mesmo reconhecendo a importância de discutir todos os tipos de preconceitos e 
discriminações, a questão do preconceito contra a mulher é alarmante. A mulher, desde os 
primórdios da humanidade, sempre foi vista como subordinada aos homens e sua representação 
sucessivamente foi elaborada mediante concepções do sexo oposto e, ainda, em pleno século 
XXI, mediante todo empoderamento feminino - consciência coletiva e ações para fortalecer as 
mulheres e promover a igualdade de gênero - e conquistas já obtidas, o machismo ainda se faz 
presente de forma significante, pois mulheres continuam sendo alvo de preconceito, discursos 
e situações machistas, discriminação e até mesmo violência (R. R. C. Silva, M. N. R., Fº, Silva, 
& A.C. Souza, 2016). 
Uma pesquisa realizada pelo Ibope em outubro de 2017, a fim de analisar tipos de 
preconceitos (machismo, LGBTFOBIA, estético e racial) encobertos em frases utilizadas com 
frequência pela sociedade, afirma que o machismo está presente no dia a dia de 99% dos 
brasileiros (Ibope Inteligência [IBOPE], 2017). A pesquisa aponta que, dando exclusividade 
‘aos resultados obtidos no sul do Brasil, mesmo que somente 13% dos entrevistados se 
consideram preconceituosos, 72% assumiram que já fizeram comentários ofensivos, sendo a 
maioria para mulheres com as frases “mulher tem que se dar ao respeito” e “mulher ao volante, 
perigo constante” (IBOPE, 2017). 
No Brasil, diversos tipos de preconceitos são encontrados em diferentes quantidades e 
variam de acordo com a região e, focando somente no machismo, enquanto as frases citadas 
estão presentes principalmente no Centro-Oeste e Norte com 67%, o Sudeste foi a que mais 
declarou ser preconceituosa com 21% (IBOPE, 2017). E, embora a região sul não tenha um 
resultado maior como as demais, sabe-se que a cultura do Rio Grande do Sul é bem conhecida 
em outros estados, seu povo a cultiva e valoriza e, infelizmente, ela sempre foi e ainda é 
machista como muitas outras (Meneghel & Margarites, 2017). 
3 
 
O Instituto Avon (2016), através de uma pesquisa realizada em 2016 com o intuito de 
promover uma reflexão sobre o machismo, comprova que mudanças estão ocorrendo ao longo 
dos anos, pois os resultados obtidos mostram que os homens estão abertos a desconstruir o 
machismo, onde 6 em cada 10 acreditam que poderiam ter melhores atitudes diante as mulheres 
e estão dispostos a falar com outros homens afim de encontrar soluções acabar com o 
comportamento machista da sociedade. A partir destas considerações, torna-se importante 
conhecer ainda mais as percepções e possíveis desconstruções mediante este assunto que possui 
extrema relevância estando presente na atualidade mesmo sendo algo que acarreta em 
pensamentos ultrapassados na contemporaneidade e, desta forma, o objetivo do presente estudo 
é investigar as representações sociais dos homens acerca do machismo. 
Fundamentação Teórica 
O machismo pode ser considerado como um ato de prepotência e superioridade dos 
homens em relação às mulheres. São comportamentos, práticas e atitudes que menosprezam o 
gênero feminino e, desta forma, o descrimina de diversas maneiras (Silva et al., 2016). Ele pode 
estar mascarado em comentários maldosos, piadas, preconceitos como o homem dirigir melhor 
que a mulher, assédios nas ruas e dizer que a roupa da mulher influencia tal situação, acreditar 
que mulheres são mais sensíveis do que os homens e achar que as elas precisam de 
relacionamentos para ser felizes, por exemplo. Além disso, segundo Chaves (2015), a mídia 
também é responsável por perpetuar esses tipos de ideias sempre colocando a mulher como um 
objeto e reforçando pensamentos e comportamentos machistas, construindo uma imagem da 
mulher como submissa dos homens. O machismo conforme Drumont (1980) sempre foi 
definido como um sistema de representações sociais e simbólicas, que induzem as relações de 
exploração e domínio dos homenscontra as mulheres, tornando-os detentores do poder e 
liderança da sociedade, sendo este um ideal a ser atingido por todos os homens a fim de 
comprovar a sua masculinidade. 
As representações sociais são crenças, explicações e ideias que configuram sistemas de 
valores e práticas comuns a um grupo em determinada situação, resultam de uma interação 
social sem deixar de lado a individualidade de cada um e, ainda, possibilita o indivíduo a 
recordar de dados, acontecimentos, pessoas ou objetos, mesmo quando tudo esteja ausente no 
momento da recordação (Moraes, I. Souza, Pinto, Estevam, & Munhoz, 2014). Sendo assim, é 
importante destacar que o machismo ocorre e se multiplica desta forma e, por isso, se torna 
enraizado na sociedade, fazendo com que esteja presente há décadas no dia a dia de todos, sendo 
4 
 
difícil de desconstituir mesmo que haja mudanças conforme avanços e desenvolvimento da 
sociedade. 
Para Saffioti (1987) a identidade social de ambos os sexos é estabelecida por intermédio 
da concessão de diferentes atribuições, que a sociedade aguarda ser efetuado pelos distintos 
gênero de sexo. A sociedade restringe com extrema exatidão, as áreas nas quais a mulher pode 
atuar e semelhantemente determina os campos onde os homens devem lidar. Ainda, segundo a 
autora, a sociedade está habituada a designar a mulher a área doméstica, pelo fato da mulher 
ser apta à ser genitora, com isso foi espontâneo e natural acreditar neste raciocínio e 
consequentemente as mulheres passaram a delegar os serviços do lar e da família, desta forma 
entendemos que através desta capacidade de parir, é pertinente sua proximidade e intimidade 
com os seus rebentos. 
Conforme Veríssimo (1987), o machismo encontra-se em quaisquer grupos de seres 
humanos, o que retarda ou mostra-se de imediato depende da forma como cada grupo lida e 
manifesta suas características, sendo resultantes da personalidade do grupo ou do sujeito que 
faz parte dele. No Brasil em todas as regiões do país perdura o machismo, sendo ele existente 
tanto no norte, sul, nordeste e consequentemente adiante. E, segundo Gonzalez (2014), seguir 
na lógica de igualdade de gênero ou grupo dentro do corpo social exige transformações 
extensas nas reflexões, ações; acarreta em expandir os entendimentos que possuímos em relação 
aos lugares, das ocupações, das relações de modo geral e dos próprios julgamentos 
correlacionados a homens e mulheres; resulta por consequência interrogar, desequilibrar e 
redirecionar sustentações, preceitos e julgamentos que auxiliam a ponto de contribuir para 
suporte da organização social contemporânea. 
Está cada vez mais claro que, na sociedade contemporânea brasileira, a violência contra 
a mulher é um dos fatores que mais demonstra a desigualdade de gênero e a imposição à mulher 
de uma posição de submissão/passividade com relação ao homem pois, além de violar os 
direitos humanos e a liberdade das mulheres, tal violência é não só uma questão de saúde 
pública, como também uma ameaça à sociedade como um todo (J. P. Silva, Furtado, Pinheiro, 
Freitas, & Brito, 2016). Ainda, os autores afirmam que a origem da violência ocorre através do 
ciclo intergeracional, onde as ideias são passadas por gerações ao longo dos anos, onde os filhos 
já nascem presenciando a superioridade do homem em relação à mulher e convive com 
agressões em sua própria casa, assim, a cultura e construção social são feitas mediante um 
sistema patriarcal que viola a igualdade de direitos com relação ao gênero. 
5 
 
Conforme Figueiredo (2018) a violência física não é a única causadora de danos à 
mulher eis que a violência psicológica também provoca grandes consequências, pois o ato 
violento de agressão quase sempre é precedido de condutas discriminatórias e machistas em 
razão da ideologia em que a sociedade está inserida e, ainda, muitas vezes, o desfecho de tal 
violência é o feminicídio - assassinato de mulheres, ocasionados devido ao seu gênero - que 
também é resultado da cultura machista que naturaliza as opressões e a violência de gênero. 
Nesse sentido, o autor afirma que para repensar na cultura brasileira visando a superação da 
violência é necessário um investimento social, político e subjetivo, para prevenir e proporcionar 
atenção adequada as vítimas, promovendo uma efetivação de políticas públicas para as 
mulheres. 
Eleutério (2017) alega que essa cultura está tão enraizada que a luta para desconstruir o 
machismo não será fácil, pois irá ocorrer mudanças no comportamento social da sociedade, 
porém, afirma que esta luta deve ser vencida, pois essa desconstrução é necessária para libertar 
as meninas de crescerem com o ideal de mulher perfeita já impostas e de que são frágeis, devem 
casar, ter filhos e depender de seus maridos para possuírem uma vida feliz e, ainda, libertar 
também os meninos que inconscientemente já estão presos nesta cultura patriarcal desde o 
nascimento assim como as meninas. 
Tendo em mente esta ideia e necessidade de investir no fim da cultura do machismo, 
primeiramente, conforme afirma Santos, Almeida e Mariano (2015) é imprescindível 
desconstruir essa cultura machista presente na sociedade, principalmente com a educação logo 
na infância, permitindo novos posicionamentos e representações sociais sobre este assunto tão 
sério. E, ainda, para os autores, existe uma necessidade de a escola incluir atividades para acabar 
com o preconceito da mente dos alunos para que desta forma, os próprios alunos sejam capazes 
de desconstruir os preconceitos que foram enraizados na sociedade e assim, futuramente, seja 
extinto este preconceito que já ultrapassado comparado aos grandes avanços que estamos tendo 
em relação à igualdade de gêneros. 
Método 
A metodologia da pesquisa se construiu através de uma postura epistemológica de 
comprometimento com a construção histórica da realidade, estudada a partir de um 
posicionamento sobre as representações sociais dos homens acerca do machismo. Consistiu em 
pesquisa de campo exploratória, que adotou a abordagem qualitativa para estudar tais 
representações. O cenário de estudo foi a região metropolitana de Porto Alegre/RS e se deu pela 
disponibilidade dos pesquisadores para a coleta de dados. Os dados foram coletados no mês de 
6 
 
maio e sua análise de conteúdo foi produzida a partir da transcrição dos diálogos realizados 
durante a entrevista semiestruturada com os participantes da pesquisa. 
Os participantes responderam as seguintes questões de um roteiro previamente 
elaborado que poderia sofrer algumas alterações complementares durante a realização desde 
que não alterasse a essência da pergunta: 1) O que é o machismo?; 2) Você se considera 
machista? Por quê?; 3) Na atualidade, quais atitudes você considera machista?; 4) Qual o 
papel do homem na sociedade?; 5) Qual o papel da mulher na sociedade?; 6) O que você acha 
das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e 
se relacionam com quantas pessoas quiserem?; 7) Como você enxerga a mulher no mercado 
de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? e 8) O que você faz para mudar o machismo?. 
As entrevistas foram gravadas para que a realização da transcrição fosse completa e sem 
perda de informações. Os encontros foram marcados e as combinações feitas e aceitas, bem 
como todas as dúvidas foram esclarecidas, antes da concretização das entrevistas. Cabe ressaltar 
que o sigilo e o anonimato foram garantidos e, ainda, foram resguardados os aspectos éticos e 
legais constituídos pela resolução nº 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e 
Ministério da Saúde (MS), que regulamenta a prática de pesquisas envolvendo seres humanos. 
Os participantes tiveram o livre arbítrio em participar da pesquisa, fornecendo seu 
consentimento livre e esclarecido, onde foi certificado que não haveria riscos à saúde. 
Apresentação de análise 
Participaram deste estudo 5 homens,entre 26 e 36 anos de idade, todos de classe social 
média, solteiros e casados, com o objetivo de analisar as suas representações sociais acerca do 
machismo de uma faixa etária próxima que viveu e se desenvolveu em uma sociedade que 
pensava da mesma forma. O resultado da pesquisa será apresentado através da junção de todas 
as falas presentes nas respostas dos participantes, onde as perguntas serão agrupadas por 
categorias e somente tópicos das principais falas levantadas durante as entrevistas serão 
levantadas e apresentadas na análise. A tabela 1 apresenta a categoria que responde à pergunta: 
“O que é machismo?”. 
 
Tabela 1. 
Categoria A: Definição sobre o machismo 
Forma de tratar e enxergar a mulher na sociedade. 
Grosseria e estupidez. 
Tratar a mulher como posse. 
Algo muito grande e impregnado na sociedade. 
Pensamento de que o homem é mais eficiente e capaz. Continua... 
7 
 
Algo construído por muito tempo como verdade. 
Homem ser totalmente dominante. 
Dizer que mulher é do lar e o homem é do mundo. 
Visão egoísta. 
Atitudes preconceituosas. 
Pensamento de que a mulher não possui os mesmos direitos e oportunidades que os 
homens. 
Conjunto de ações de supervalorizam o homem. 
 
A tabela 2 apresenta a categoria que responde à pergunta: “Você se considera machista? 
Por quê?”. 
 
Tabela 2. 
Categoria B: Posicionamento em relação ao machismo 
Ser machista Não ser machista 
 
 
Criado por mulheres, sou igualitário. 
Trato as mulheres como gostaria de ser tratado. 
Em comparação a outros homens, não sou. 
Não sou total provedor da casa. 
Dependemos uns dos outros. 
Tenho atitudes machistas, sem perceber. 
Interromper a mulher, achando que sabe mais. 
Vejo as coisas corretas e sem preconceito. 
Cultura faz que sejamos sem perceber. 
 
A tabela 3 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Na atualidade, quais atitudes 
você considera machista?”. 
 
Tabela 3. 
Categoria C: Atitudes machistas 
Forma grosseira de tratar e agir. 
Xingamentos. 
Agressão física e moral. 
Humilhação. 
Regras de como a mulher deve se comportar, vestir e agir. 
Dizer que a mulher é indecente por ficar com quem quiser e homens “pegadores”. 
Não empregar mulheres. 
Empregar mulheres com salários inferiores ao do homem. 
Desdenhar opiniões. 
Ciúme excessivo e proibições. 
Dizer que mulher não sabe dirigir. 
Dizer que a mulher deve ficar em casa cuidando os filhos não ir trabalhar. 
Achar que homem pode tudo, mulher não pode. 
Justificar atitudes pelo gênero. 
Pensamento de que só o homem pode trair e trabalhar. 
 
8 
 
A tabela 4 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Qual o papel do homem na 
sociedade?”. 
 
Tabela 4. 
Categoria D: Papel do homem na sociedade 
O mesmo da mulher. 
Todos na sociedade possuem o mesmo. 
Trabalhar. 
Contribuir com as tarefas de casa. 
Participar da criação dos filhos. 
Ambos têm papel fundamental para a perpetuação da espécie, auto sustentação e sistema. 
Ambos devem lutar juntos para uma sociedade justa e igualitária. 
Não existe sociedade enquanto o pensamento for individualista. 
Preferencialmente, provedor, pois tem que possuir um cavalheirismo maior. 
Ambos devem agir com ética, educação, caráter, honestidade e dignidade. 
Fazer o bem para todos. 
 
A tabela 5 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Qual o papel da mulher na 
sociedade?”. 
 
Tabela 5. 
Categoria E: Papel da mulher na sociedade 
O mesmo do homem. 
Tratamento igualitário de gêneros. 
Torço pelo seu sucesso e respeito dentro da profissão. 
Também deve ajudar financeiramente. 
Direitos iguais para todos independente do gênero. 
 
A tabela 6 apresenta a categoria que responde a pergunta: “O que você acha das 
mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se 
relacionam com quantas pessoas quiserem?”. 
 
Tabela 6. 
Categoria F: Mulher moderna 
Incrível. 
Deve sair com as amigas, usar a roupa que quiser e ficar com quem quiser. 
Não precisa dar satisfação para ninguém. 
Deve curtir sua vida sem preocupações sobre o que vão pensar. 
É livre para fazer o quer, assim como o homem. 
Não me importo. 
Cada pessoa sabe o que faz da sua vida. 
Está no seu direito de fazer o que quiser. 
Está exercendo o direito que ela tem de ser livre. 
Está ativa nas lutas de igualdade. 
 
9 
 
A tabela 7 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Como você enxerga a mulher 
no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões?”. 
 
Tabela 7. 
Categoria G: Mulher no mercado de trabalho 
Profissões que exigem esforço físico trariam dificuldades. 
Possui características físicas diferentes que podem ser qualidades ou defeitos. 
Pode exercer todas as profissões. 
Existe a mesma capacidade em ambos os sexos. 
Trabalha conforme sua competência e isso serve para todos. 
Pode trabalhar onde quiser desde que tenha aptidão. 
 
E, por fim, a tabela 8 apresenta a categoria que responde a pergunta: “O que você faz 
para mudar o machismo?”. 
 
Tabela 8. 
Categoria H: Contribuições pessoais para a desconstrução do machismo 
Uso a educação que tive e tento disseminar essa forma de enxergar a vida. 
Dou minha opinião e ponto de vista. 
Trato da forma que quero ser trato. 
Sem julgamentos e incentivando mulheres a viver como querem. 
Demonstro aos mais jovens minha forma de ver e respeitar os direitos iguais. 
Acredito na educação. 
Esclareço às pessoas sem estudos suficientes para alcançar sozinhas problemas de 
ignorância. 
Não faço nada, minha contribuição é não me opor às vontades de cada um. 
Não agir de forma machista. 
Mostrar que as pessoas possuem direitos iguais. 
Dar as mesmas oportunidades a todos. 
Algumas atitudes machista que percebo que faço, tento evoluir. 
Combater repreendendo as atitudes machistas que presencio na rua. 
 
Desta forma se encerra a análise dos dados obtidos através do resultado de todas as 
entrevistas com os participantes da presente pesquisa, que foram agrupadas em categorias e 
somente os principais tópicos abordados em cada resposta foram inclusos. Destaca-se que 
respostas similares foram juntadas para simplificar e reduzir a análise, sem perder a essência e 
com o intuito de promover melhor compreensão dos resultados. 
Discussão dos dados 
A discussão será realizada mediante as categorias elaboradas na análise de dados, com 
as expressões que demarcam as compreensões dos homens acerca do machismo, bem como as 
suas representações sociais a partir das vivências e conhecimentos dos participantes da pesquisa 
com o tema em questão. Na categoria A, o machismo foi definido como algo “construído por 
10 
 
muito tempo como verdade”, sendo “atitudes preconceituosas impregnadas na sociedade”, 
como o “pensamento de que o homem é mais eficiente e capaz do que a mulher ou totalmente 
dominante”. Outras definições foram dadas pelos participantes que consideram dizer que o 
machismo é sinônimo do “pensamento de que a mulher é do lar e o homem é do mundo” e desta 
forma não possuem os mesmos direitos e oportunidades, sendo um “conjunto de ações de 
supervalorizam o homem” ou ainda, simplesmente, uma “visão egoísta”. 
A representação social dos participantes entrevistados está de acordo com o que pensam 
autores como Drumont (1980) que define como comportamentos, práticas e atitudes que 
menosprezam o gênero feminino e, desta forma, o descrimina de diversas maneiras ou ainda 
Guimarães (2015) com a definição onde o machismo é um conjunto de ideias e valores 
desiguais para o sexo masculino e feminino, garantindo à representação social da superioridade 
do homem em relação à mulher que está ligado a cultura patriarcal em que a sociedade está 
inserida. 
A categoria B que aborda o posicionamentodos participantes em relação ao machismo 
mostra que nenhum deles, onde foi citado que “em comparação a outros homens”, não se 
consideram machistas, “vendo as coisas de forma correta e sem preconceitos”. Falas como 
“ajudo nas tarefas domésticas”, “dependemos um do outro” e “não sou a principal e única fonte 
de renda da casa”, foram frases que os participantes entrevistados também usaram para alegar 
que não são machistas o que, de fato, não está incorreto em ser abordado, eis que Secco e Lucas 
(2015) afirmam que a autonomia das mulheres foi aumentada graças a sua independência 
financeira que contribuiu para a transição da sociedade para formas igualitárias para ambos os 
gêneros, deixando de lado a divisão social de papéis. 
Outros argumentos foram dados, tais como a influência da criação ser dada por mulheres 
que tornam os homens pessoas igualitária que, conforme afirma A. R. Q. Souza (2016) não 
somente as mulheres, como também os homens, estão optando por dar uma educação 
diferenciada aos filhos, onde as crianças estabeleçam outras relações contrárias à cultura 
patriarcal. Outra questão levantada é que o tratamento dado à mulher é baseado em como o 
homem gostaria de ser tratado, por isso não haveria preconceito. Porém, esta questão foi 
contraditória eis que dois dos participantes que alegaram não ser machistas, confessaram que 
possuem atitudes preconceituosas sem perceber e que a cultura influencia com que tais atitudes 
sejam cometidas. Guimarães (2015) afirma que as representações sociais e os papéis sociais 
entre homens e mulheres são impostos dentro da sociedade e essas relações dependem da 
11 
 
cultura de cada lugar, sendo uma cultura muito enraizada na qual a mulher é inferior aos 
homens. 
Um participante informou que, sem perceber, interrompe mulheres em discussões por 
achar que sabe mais do que elas, fato que comprova o quanto os homens inconscientemente 
acreditam ser melhores que as mulheres, conforme caso relatado na entrevista, que coincide 
com o que M. C. Silva e Mendes (2015) afirmam quando dizem que desde a infância, crianças 
sofrem com os reflexos da sociedade machista e, até a vida adulta, reproduzem, mesmo que 
inconscientemente, essa postura. Além disso, conforme Araruna (2016) expressões e atitudes 
cotidianas de teor machista ocorrem com muita frequência pois a cultura do machismo está 
naturalizada. 
Quanto às atitudes machistas, agrupadas na categoria C, os participantes definiram que 
são “formas grosseiras de tratar e agir”, “xingamentos”, “agressão física e moral”, 
“humilhação”, “achar que homem pode tudo e mulher não pode”, “dizer que a mulher deve 
ficar em casa cuidando dos filhos e não trabalhar”, “dizer que a mulher é indecente por ficar 
com quem quiser e os homens ‘pegadores’”, “pensamento de que só o homem pode trair e 
trabalhar” e “desdenhar opiniões”. E, de certa forma, segue com a definição que o machismo é 
um comportamento, expresso por atitudes e opiniões que recusam a igualdade dos direitos e 
deveres igualitários dos gêneros, beneficiando e exaltando o gênero masculino sobre o feminino 
(Silva et al., 2016). 
Juntamente com as definições anteriores, acrescentando as demais “dizer que a mulher 
não sabe dirigir”, “regras de como a mulher deve se comportar, vestir e agir” e “ciúme excessivo 
e proibições” pode-se fazer uma relação com a grande influência no machismo na violência 
contra a mulher que pode ser, principalmente, ocasionadas por esse poder do gênero masculino 
e o sentimento de posse em relação ao gênero feminino (Teles, & Melo, 2017). Para finalizar a 
categoria, as definições de atitudes citadas como “não empregar mulheres” e “empregar 
mulheres com salários inferiores ao do homem” seguem a afirmação de Pereira e Lima (2017) 
que relatam que mesmo com as forças e conquistas femininas, as mulheres ainda ocupam 
posições inferiores aos homens no mercado de trabalho ou então se concentram em profissões 
com salários menores, sendo isso um reflexo da desigualdade e desvalorização a qual as 
mulheres estão sendo submetidas devido a cultura impregnada na sociedade. 
O papel do homem e da mulher, categorias D e E, conforme a maioria dos participantes 
entrevistados, são os mesmos e que “não existe sociedade enquanto o pensamento for 
individualista” pois “ambos tem papel fundamental para a perpetuação da espécie, auto 
12 
 
sustentação e sistema”, “devem lutar juntos para uma sociedade justa e igualitária”, “fazer o 
bem para todos” e “agir com ética, educação, caráter, honestidade e dignidade”, além de 
possuírem “direitos iguais para todos independente do gênero”. De acordo com essas respostas, 
os participantes das entrevistas vão de acordo ao que diz a Constituição da República Federativa 
do Brasil Art. 5º onde “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” e, ainda, para completar, o inciso 
primeiro afirma que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição” (Constituição do Brasil, 1988). Mostrando que as suas representações sociais 
estão corretas de acordo com a Constituição. 
Alguns participantes da presente entrevista direcionaram as suas respostas também para 
a questão de atividades exercidas na sociedade. Em relação ao homem, disseram que ele deve 
“trabalhar”, “contribuir com as tarefas de casa” e “participar da criação dos filhos”, já, a mulher 
“também deve ajudar financeiramente” e um participante torce “pelo seu sucesso e respeito 
dentro da profissão”. Com isso, pode-se perceber que a afirmação de Ferreira (2013) de que os 
papéis do homem e da mulher estão dispostos mediante os padrões machistas onde cabe a 
mulher cuidar da casa, dos filhos e não brigar e o homem sustentar a casa, não chorar e tomar 
decisões, está sendo desconstruído, bem como o machismo e que as representações sociais estão 
em pleno desenvolvimento. Porém, um participante afirmou que o papel do homem é 
“preferencialmente, provedor, pois tem que possuir um cavalheirismo maior”, que está de 
acordo com o que alega Santos et al. (2015) sobre ainda existir vestígios na sociedade que se 
ligam a cultura patriarcal que coloca o homem no papel do centro de poder e torna a mulher 
inferior, no papel de submissa e inferiorizada. 
Sobre a mulher moderna, categoria F, os participantes dizem não se importar com o 
espaço que as mulheres estão conquistando, bem como o seu empoderamento e o definem como 
“incrível” e “está ativa nas lutas de igualdade”, e citam que a mulher “deve sair com as amigas, 
usar a roupa que quiser e ficar com quem quiser”, “não precisa dar satisfação para ninguém”, 
“deve curtir sua vida sem preocupações sobre o que vão pensar”, “é livre para fazer o quer, 
assim como o homem”, “cada pessoa sabe o que faz da sua vida”, “está no seu direito de fazer 
o que quiser”, “está exercendo o direito que ela tem de ser livre”. Sousa e Almeida (2018) 
afirmam que os homens, influenciados pelo machismo, baseado pelo modelo patriarcal presente 
na sociedade, reprova a mulher de todas as maneiras sendo manipulada pelo poder do gênero 
masculino que tem o intuito de que a mulher permaneça submissa e pura. Então, analisando as 
13 
 
respostas dos participantes e a afirmação dos autores, pode-se considerar que as representações 
sociais estão mudando, mesmo que ainda sejam poucos são os homens que se comprometem a 
fim de promover igualdade (Oliveira, 2017). 
Na categoria G, referente a mulher no mercado de trabalho, os participantes 
entrevistados disseram que “pode exercer todas as profissões”, pois “existe a mesma capacidade 
em ambos os sexos”. Ainda, afirmam que a mulher “pode trabalhar onde quiser desde que tenha 
aptidão”, pois ela “trabalha conforme sua competência e isso serve para todos”. Porém os 
participantesse posicionaram, também, dizendo que a mulher “possui características físicas 
diferentes que podem ser qualidades ou defeitos” e que em “profissões que exigem esforço 
físico trariam dificuldades”. Destaca-se que nesta categoria não foi citada a questão de salários, 
como foi mencionado na categoria C e, sim, deram prioridade as competências e características 
físicas, lembrando que homens e mulheres possuem os mesmos direitos e obrigações 
(Constituição do Brasil, 1988). Ainda, para complementar as repostas sobre a questão do 
mercado de trabalho, elas vão de acordo com Valverde (2016) que afirma que além da questão 
cultural enraizada na sociedade, a mulher possui a representação social de ser mais frágil e 
sentimental tendo, então, diferenças físicas e biológicas e, mesmo com tantos direitos 
alcançados, ainda persistem as diferenças entre os gêneros desde as distribuições de cargos, até 
contratação e salários. 
E, por último, na categoria H, os participantes puderam se posicionar sobre suas 
contribuições pessoais para a desconstrução do machismo. A educação foi bastante citada eis 
que alguns participantes disseram “uso a educação que tive e tento disseminar essa forma de 
enxergar a vida”, “acredito na educação”, “demonstro aos mais jovens minha forma de ver e 
respeitar os direitos iguais”, “esclareço às pessoas sem estudos suficientes para alcançar 
sozinhas problemas de ignorância”, “mostrar que as pessoas possuem direitos iguais” e 
“combater repreendendo as atitudes machista que presencio na rua”. Tais trechos das 
entrevistas, vão de encontro ao que afirma Ferreira (2013) eis que acredita que desde a infância 
o machismo deve ser trabalho e quebrado e, assim, desconstruir as representações sociais da 
mulher e construir uma nova sociedade sem preconceitos. 
Um participante argumentou “não faço nada, minha contribuição é não me opor às 
vontades de cada um”. Tal argumento reflete ao que de fato é comprovado em pesquisa na qual 
homens não reagem ao presenciar situações machistas diariamente, sendo que a maioria das 
pessoas que reagem ao verem determinado acontecimento preconceituoso são do gênero 
feminino (IBOPE, 2017). Além disso, outro argumento colocado como tática para combater e 
14 
 
desconstruir o machismo foi “algumas atitudes machistas que percebo que faço, tento evoluir”. 
Essa frase, por sua vez, reforça que ainda, mesmo inconscientemente, as atitudes machistas são 
produzidas diariamente eis que são culturalmente naturalizadas (M. C. Silva, & Mendes, 2015). 
Porém, cabe ao homem repensar suas atitudes e promover uma mudança da cultura machista. 
Outras falas como “dou minha opinião e ponto de vista”, “trato da forma que quero ser 
trato”, “dar as mesmas oportunidades para todos” e “sem julgamentos e incentivando mulheres 
a viver como querem” também foram citadas como formas para desconstruir o machismo. Com 
isso, percebe-se que a cultura patriarcal está sendo problematizada e permite a desconstrução 
dos papéis sociais e de tudo aquilo que é considerado natural e está presente na sociedade 
(Seabra, 2017). A autora ainda diz que com o empoderamento as mulheres possuem mais voz 
na sociedade, estão cientes dos seus verdadeiros papéis e através das redes sociais, por exemplo, 
são capazes de disseminar seus pensamentos e alcançar homens com o intuito de promover uma 
reflexão sobre o assunto e bem como mudanças que já podem ser vistas, caso das respostas 
dessa entrevista. 
Considerações finais 
As discussões realizadas sobre as representações sociais dos homens acerca do 
machismo foram bastante significativas e trazem elementos para pensar tanto em suas 
dimensões quanto conceito como a complexidade da realidade estudada. A pesquisa conseguiu 
alcançar modos de conceber o machismo a partir das experiências e das representações sociais 
de homens da região metropolitana de Porto Alegre. A representação social do machismo para 
os participantes entrevistados é, primeiramente, definida como algo que sustenta a “liderança” 
do gênero masculino. Desta forma, a cultura está naturalizada com a superioridade e na 
grandeza do homem em relação a mulher. 
Quando se fala em posturas culturalmente machistas, percebe-se que, desde criança, são 
construídos identidades e comportamentos que são destinados a meninos e meninas 
separadamente como, por exemplo, os meninos serem orientados a brincarem de carrinhos e 
gostarem da cor azul e as meninas a brincarem de bonecas e gostarem somente da cor rosa. Ou 
então, são conduzidas atividades onde meninos brincam com algo direcionados à alguma 
profissão ou liderança enquanto meninas são conduzidas para atividades onde cuidam de casas, 
fazem comidas e cuidam dos filhos, pode-se perceber isto em lojas de brinquedos onde há 
casinhas e cozinhas para meninas e carros, heróis e jogos de futebol. 
Através das respostas dos participantes, entende-se que a naturalização da cultura 
machista está sendo desconstruída pelos homens e que não é necessário ser mulher para lutar 
15 
 
contra o machismo. A experiência dos participantes faz com que eles estejam cientes de que a 
mulher é livre para fazer o que quiser e que seu papel vai muito além de cuidar dos filhos e 
erroneamente ser submissa ao marido. Obviamente a cultura não está totalmente eliminada na 
sociedade, pois ela, de forma geral precisa entender, por exemplo, que os homens não fazem 
favores ao ajudar em casa, conforme resposta dos participantes e, sim, é uma obrigação, mas 
grandes mudanças já podem ser observadas, embora alguns pensamentos e atitudes devam ser 
refletidos e melhor desenvolvidos, como este caso aqui citado. 
Desta forma, as representações sociais do machismo estão ancoradas em questões 
culturais e nas desigualdades de gênero, mostrando que os homens tem poder em relação as 
mulheres e, de modo geral, para os participantes entrevistados, ele é visto de modo 
extremamente negativo e ultrapassado. Os participantes compreendem que os papéis de ambos 
os gêneros são os mesmos e apoiam a mulher moderna, bem como a sua inserção no mercado 
de trabalho e ajudam a desconstruir o machismo da sociedade. 
Para concluir, cabe destacar a importância de apreendermos os diversos sentidos 
pessoais e significados coletivos atribuídos ao machismo, nos múltiplos espaços onde os 
homens estão inseridos, na busca permanente de compreender e efetivar como desconstruí-lo, 
podendo contribuir para uma abertura ainda maior de representações sociais que possam ser 
construídas através da igualdade dos gêneros. Acredita-se na educação como fator influenciador 
para desconstrução do machismo e a igualdade de gêneros. É preciso ressignificar o papel da 
mulher na sociedade da mesma forma que os valores patriarcais devem ser extintos, libertando 
o gênero feminino de valores que não condizem com a vida na sociedade contemporânea. 
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19 
 
Anexos 
 
Transcrição da entrevista com o participante “A”: 
 
Pergunta: O que é o machismo? 
Resposta: Ahh o machismo é a forma de tratar e enxergar a mulher dentro da sociedade em 
geral e tratar de forma grosseira estupida sabe, tratar a mulher como se ela fosse propriedade 
do cara, se sentir dono dela, coisas assim... Algo muito grande e impregnado na sociedade. 
 
Pergunta: Você se considera machista? Por quê? 
Resposta: Não... Claro que não! Eu imagino que por ter sido criado por mulheres, aprendi a ser 
igualitário, tratar todos como se fosse a mesma coisa sabe, trato como gostaria de ser tratado. 
 
Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? 
Resposta: Bá... Vai desde a forma grosseira de falar até a forma de agir de um homem com a 
mulher pode ser machista, pode ser por xingamentos com palavras, agressão física, moral, 
humilhação. Dizer que lugar de mulher não é em tal lugar é algo extremamente machista, assim 
como dizer que roupas ela deve usar, julgar por tal roupa, ou pelo que faz ou deixa de fazer. 
Um exemplo clássico da minha geração é o fato do ficar. (Risos). Homem que fica com várias 
mulheres é visto como pegador, já ao contrário a mulher se torna uma indecente, para não falar 
outra coisa, né?! 
 
Pergunta: Qual o papel do homem na sociedade? 
Resposta: (Risos). O mesmo que o da mulher diria assim... Dentro de uma ideia de igualdade 
de gêneros, todos perante a sociedade teriam o mesmo papel e claro que penso assim, acredito 
e torço para que seja assim... O homem, além de trabalhar, deve dividir tarefas de casa ajudar a 
educar os filhos. 
 
Pergunta: Qual o papel da mulher na sociedade? 
Resposta: É a mesma coisa que te disse antes né?! A mulher deve ter o mesmo papel queo 
homem em uma sociedade com tratamento igualitário de gêneros. Torço para que minhas irmãs, 
namorada e todas as mulheres que conheço tenham sucesso e que possam ter seu espaço e 
respeito dentro de sua profissão... Tem que ter igualdade! 
20 
 
 
Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem 
melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? 
Resposta: Incrível, acho que... Ou melhor... Acho não, eu tenho para mim que as mulheres 
devem sim, sair com amigas, usarem as roupas que querem, ficar com quem querem, sem dar 
satisfação a ninguém, os direitos são iguais, se um pode sem ser julgado por que o outro não 
poderia? Do mesmo jeito que os homens podem sair com os amigos, as mulheres tem o mesmo 
direito. Elas (mulheres) devem curtir suas vidas sem se preocuparem com o que vão pensar 
delas. 
 
Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais 
profissões? 
Resposta: Ah.... Existem profissões que por terem uma certa exigência física, as mulheres 
teriam um pouco mais de dificuldade, mas acredito sim que possam exercer todos os papeis 
dentro de uma empresa, podem sim exercer todas as profissões... Vejo a mesma capacidade em 
ambos os sexos, cara o que nos muda é apenas detalhes físicos e apenas isso, não tem mais o 
que dizer. 
 
Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? 
Resposta: Eu faço minha parte... Uso a educação que eu tive em casa e tento disseminar essa 
forma de enxergar a vida, que na verdade é a forma correta, se eu posso ela (mulher) também 
pode, e nem é poder é uma questão de direito.... Dou minha opinião e ponto de vista quando 
surgem debates ou vejo algum comportamento machista. Tento aprender cada dia mais, a tratar 
da mesma forma que eu gostaria de ser tratado, não julgando, incentivando as mulheres serem 
quem gostaria de ser e viver como querem, e aos mais jovens que eu tento demonstrar minha 
forma de ver e respeitar os direitos iguais. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Transcrição da entrevista com o participante “B”: 
 
 
Pergunta: O que é o machismo? 
Resposta: Acho difícil responder essa pergunta, pois eu não sou vítima desse tipo de 
preconceito, mas tento sempre relacionar com o tipo de preconceito com o qual eu sofro... Sou 
LGBT. Acredito que o machismo seja um tipo de pensamento enraizado na sociedade que faz 
com que culturalmente as pessoas acreditem que um homem é mais capaz de fazer algo do que 
uma mulher... Não só mais capaz, como mais eficiente, mais eficaz... Vejo isso como algo muito 
maior do que apenas "hábito", mas algo que foi construído por muito tempo como sendo uma 
verdade absoluta, e que é muito mais complicado de se extirpar do que um hábito... Que já é 
algo muito complicado de se reverter. 
 
Pergunta: Você se considera machista? Por quê? 
Resposta: Então... Eu não me considero machista por comparação, pois vejo pessoas com 
atitudes muito mais complicadas em situações de machismo do que eu, mas como toda pessoa 
com privilégios, não consigo compreender completamente o conceito daquilo que eu faço e que 
é "natural" pra mim, entretanto em diversas situações já me vi executando ações que condeno… 
Como me atravessar em um argumento de uma mulher por achar que vou conseguir explicar 
melhor, que sei mais do que ela. 
 
Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? 
Respostas: Bá, essa dá pano pra manga. (Risos). Mas vou expor algumas que considero mais 
importantes... Não empregar mulheres, ou empregar com salário abaixo do salário pago ao 
homem. Não acreditar ou desdenhar da opinião ou do conhecimento de mulheres. Sexualizar, 
de forma invasiva e... Ou aberta às mulheres. Passar adiante vídeos ou fotos de mulheres que 
não deram permissão para que fosse feito. Acreditar que exista profissão de mulher e profissão 
de homem. Acreditar que homens são pegadores e mulheres são putas. Ah, é muita coisa, e é 
difícil de definir. 
 
Pergunta: Qual o papel do homem na sociedade? 
Resposta: Vou responder o papel da mulher junto, pois acredito que são a mesma pergunta. 
Acredito que as pessoas tenham papel fundamental no controle da sociedade, tanto para auto 
sustentação, como para perpetuação da espécie e do sistema em que vivemos.... Tanto sistema 
22 
 
social quanto ecossistema... Acredito que o homem e a mulher devam lutar junto por uma 
sociedade que seja mais justa e igualitária para todos, e que isso seja realmente o desejo e o 
objetivo de todos, mesmo que isso pareça uma utopia. Não acredito que a sociedade possa 
existir como sociedade de verdade enquanto existir o pensamento individualista, enraizado na 
nossa cultura... Especialmente a ocidental... Desde que tivemos o atual sistema de governo 
implantado. 
 
Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem 
melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? 
Resposta: Acho que elas fazem muito bem. São livres para fazerem o que quiser, assim como 
os homens. 
 
Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais 
profissões? 
Resposta: Todas... Ela possui características físicas diferentes do homem, entretanto, essas 
características podem ser qualidades ou defeitos dependendo do trabalho a ser realizado, mas, 
não é necessariamente desqualificante, visto que existem homens e mulheres com as mais 
diversas características. 
 
Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? 
Resposta: Eu acredito muito na educação, e acredito que a educação é o que pode mudar o 
mundo, especialmente quando utilizada de maneira coesa. Acredito que o conhecimento é a 
melhor arma contra a ignorância, e é através dele que eu tento estudar o que eu posso para 
conseguir esclarecer aquelas pessoas que não possuem estudo suficiente para alcançar sozinhas 
os problemas de sua própria ignorância. 
 
 
 
 
 
23 
 
Transcrição da entrevista com o participante “C”: 
 
 
Pergunta: O que é machismo? 
Resposta: Machismo é... Acredito que seja na minha visão... Machismo seria o homem ser 
totalmente dominante sobre a mulher, no sentido de tipo... Não como dizem hoje, que o homem 
é privilegiado, mas tipo igual bem de antigamente, onde a mulher é somente do lar e homem 
do mundo. 
 
Pergunta: Você se considera machista? Por quê? 
Resposta: (Risos). Não me considero machista, por que, primeiro eu não sou total provedor da 
minha casa, eu não sustento a minha esposa, na verdade ela participa de muitas das coisas que 
eu faço e eu realmente querendo ou não dependo dela, assim como ela depende de mim. É uma 
ajuda mútua. 
 
Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? 
Resposta: (Risos). Na atualidade, machismo seria... Sei lá, pode ser um ciúme excessivo ou 
proibir a mulher de fazer certas coisas, tipo: a mulher quer sair com as amigas ou quer usar uma 
roupa, é lógico... Nem tanto depravada... Ou quer ter os próprios gostos e marido, namorado ou 
ficante proibir... Isso é um exemplo do que eu estou lembrando agora... 
 
Pergunta: Qual é o papel do homem na sociedade? 
Resposta: Ah... Preferencialmente, provedor... Tipo tem que... Lógico, a mulher tem seu papel 
na sociedade tanto quanto o homem de ajudar e ser ajudado, aquela situação de ajuda mútua, 
mas acredito que ainda o homem tem que ter um cavalheirismo maior. 
 
Pergunta: Qual é o papel da mulher na sociedade? 
Resposta: É igual ao do homem, também ajudar e se possível ser de igual para igual em todos 
os quesitos, tanto em casa, quanto profissionalmente e socialmente. 
 
Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem 
melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? 
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Resposta: (Risos). Der verdade... Eu não me importo! Para mim está de boa! Eu nem me 
importo com nada disso não... Para mim cada um deve fazer o que tiver vontade!Cada um tem 
seu corpo, então fica a seu critério, então está valendo! 
 
Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais 
profissões? 
Resposta: Eu enxergo que todas as profissões, não! Pois biologicamente o homem tem mais 
força que a mulher, então certas profissões, que eu considero que exigem força bruta, acredito 
que a mulher não deva exercer.... Não, porque não pode, mas pelo fator biológico. 
 
Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? 
Resposta: Eu? Eu não faço nada, eu só vejo! Acredito que minha contribuição é não me opor 
às vontades de cada um. Para mim, isso já é um bom exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Transcrição da entrevista com o participante “D”: 
 
 
Pergunta: O que é machismo? 
Resposta: Eu acho que o machismo é uma visão egoísta dos homens, relacionado a algumas 
atitudes preconceituosas com as mulheres e também é machismo quando essas mulheres não 
possuem os mesmos direitos e oportunidades que os homens possuem. 
 
Pergunta: Você se considera machista? Por quê? 
Resposta: Não, procuro sempre ver as coisas de forma correta e sem preconceitos. 
 
Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? 
Resposta: Várias, né? Começando pelo trânsito, quando o homem acredita que a mulher não 
dirige bem só porque é mulher, ou quando a mulher tem que ficar em casa cuidando dos filhos 
e não trabalhar. 
 
Pergunta: Qual é o papel do homem na sociedade? 
Resposta: Pra mim é o mesmo que o da mulher. 
 
Pergunta: Qual é o papel da mulher na sociedade? 
Resposta: Direitos iguais para todos. 
 
Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem 
melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? 
Resposta: (Risos). Ah... Eu acho que elas estão no direito delas, cada um sabe o que faz e o 
que vai ser bom para si mesmo... Somos responsáveis pela nossa vida, tanto nós homens quanto 
elas. 
 
Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais 
profissões? 
Resposta: Acredito que possa todas, só vai depender da sua competência... Assim como de 
qualquer outra pessoa. 
 
Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? 
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Resposta: Primeiro.... Não agindo de forma machista, mostrando que todas as pessoas tem 
direitos iguais e dentro do meu trabalho dando as mesmas oportunidades a elas, independente 
de raça, cor ou gênero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Transcrição da entrevista com o participante “E”: 
 
 
Pergunta: O que é machismo? 
Resposta: Tá... Machismo pelo que eu sei são conjuntos de ações, ou seja... Há uma cultura 
onde o homem ou o ser masculino tem supervalorização em cima do feminino. São as ações é... 
Resumindo é um conjunto de ações que supervalorizam o homem. 
 
Pergunta: Você se considera machista? Por quê? 
Resposta: Eu não me considero machista, eu acho que algumas ações que eu faço no cotidiano 
de alguma forma são reflexos do machismo que eu convivi por muito tempo meio que tá 
inserido na cultura e na tua criação às vezes tu replica umas ações se perceber de forma “natural” 
entre aspas né?! 
 
Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? 
Resposta: Eu acho que a principal, hum, as principais na verdade são achar que homem pode 
tudo e mulher não pode nada, que ela pode... Tipo... Justificar certas atitudes pelo sexo “Ah, 
homem pode fazer isso e mulher não porque mulher”, simplesmente por esse fato sabe, eu acho 
que isso é o pior de tudo. Por exemplo, em relacionamento, ai homem pode trair e é justificável 
porque é homem, mulher não, homem pode trabalhar fora e mulher não... Sabe, são esses tipos 
de atitudes que pra mim são as piores. Eu acho que essa terceira é mais assim... Tudo que 
envolva comportamento e regras que ditem como a mulher deve se comportar e se vestir, por 
exemplo, tudo que fique em torno disso é o pior tipo de machismo que existe sabe, ela tem se 
vestir dessa forma porque é mulher ela tem que se comportar dessa forma porque é mulher, 
entendeu? Tudo que girar em torno disso é um tipo mais comum de machismo atualmente. 
 
Pergunta: Qual é o papel do homem na sociedade? 
Resposta: Eu acho que o papel de qualquer pessoa é o papel que, enfim.... Que a pessoa quiser 
desempenhar na sociedade desde que ela haja com ética, educação, hum, caráter enfim, seja 
uma pessoa honesta e digna o resto o papel que ela tem que exercer é isso ser um cidadão que 
faça as coisas pro bem independente do sexo entendeu? 
 
 
 
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Pergunta: Qual é o papel da mulher na sociedade? 
Resposta: (Risos). Acho que já respondi na anterior, é o mesmo que o do homem, de qualquer 
um. 
 
Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem 
melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? 
Resposta: Eu acho que essas mulheres, elas só tão exercendo um direito que elas têm de ser 
livre e fazer o que bem entender da vida delas... Digamos que estão mais ativas nas lutas por 
igualdade, sabe, agindo da forma que deveriam. 
 
Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais 
profissões? 
Resposta: Olha o que eu penso é que qualquer pessoa pode exercer a profissão que quiser desde 
que tenha aptidão pra fazer isso independente do sexo, no entanto não é a realidade. 
 
Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? 
Resposta: Como eu disse na primeira pergunta, eu não me considero machista. Eu acho que 
algumas atitudes, que eu possa identificar como machismo eu.... Eu tento evoluir e não propagar 
e se eu ver algum tipo de ação machista eu tento repreender ou ensinar pra pessoa que aquilo 
não é legal, não é certo, então é essas formas de combater.

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