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¹ Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. ² Graduando do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. ³ Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. ⁴ Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. ⁵ Graduando do curso de Psicologia peça Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. ⁶ Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Campus São Leopoldo/RS. Graduado em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. Professor do curdo de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil – Campus Canoas/RS. 1 Dialogando com os homens sobre machismo: Um estudo sóciopsicológico Dialoguing with men about machismo: A socio-psychological study Gabriela Goulart da Silva¹ Bruno Feitosa de Carvalhal Esmeraldo² Marilane Ramos Fontão da Silva³ Raianny Delize Santos Fagundes ⁴ Otávio Carvalho dos Santos ⁵ Luiz Felipe Bastos Duarte ⁶ Universidade Luterana do Brasil Resumo: O presente artigo tem como objetivo investigar as representações sociais dos homens acerca do machismo. Constitui-se do resultado de pesquisa de campo exploratória, de abordagem qualitativa, pautada na análise de conteúdo. Foram entrevistados 5 homens da região metropolitana de Porto Alegre. As análises e discussões feitas, a partir das falas acerca do machismo, apontam que suas representações sociais estão ancoradas em questões culturais e nas desigualdades de gênero, mostrando relações de poder entre o homem e a mulher e, de modo geral, para os participantes entrevistados, ele é visto de modo extremamente negativo e ultrapassado. Os participantes compreendem que os papéis de ambos os gêneros são os mesmos e apoiam a mulher moderna, bem como a sua inserção no mercado de trabalho e ajudam a desconstruir o machismo da sociedade. É preciso ressignificar o papel da mulher na sociedade da mesma forma que os valores patriarcais devem ser extintos, libertando o gênero feminino de valores que não condizem com a vida na sociedade contemporânea. Palavras-chave: representações sociais, machismo, sociedade. Abstract: This article aims to investigate the social representations of men about machismo. It is the result of exploratory field research, with a qualitative approach, based on content analysis. Five men from the metropolitan region of Porto Alegre were interviewed. The analyzes and discussions made, based on the talk about machismo, show that their social representations are anchored in cultural issues and gender inequalities, showing power relations between men and women and, in general, for the participants interviewed , it is viewed extremely negatively and outdated. Participants understand that the roles of both genders are the same and support modern women as well as their insertion in the labor market and help to deconstruct the machismo of society. It is necessary to re-signify the role of women in society in the same way that patriarchal values must be extinguished, freeing the feminine gender of values that do not fit life in contemporary society. Keywords: social representations, machismo, society. 2 Introdução O preconceito como afirma Barroco (2016) pode ser definido como uma opinião, sentimento ou pensamento formado e cultivado sobre algo, pessoa ou grupo, sem que haja experiências ou conhecimentos que comprove o que está sendo predefinido. Ainda, conforme autor, ele é usado de forma negativa e pode ser observado em diversas práticas de discriminação durante situações cotidianas, tendo origens de múltiplos modos, mas sempre possuem a mesma atitude contra formas de vida e comportamentos como, por exemplo, contra raças, status sociais, orientação sexual, religião, nacionalidade, pessoas com deficiências ou gênero de um grupo que pode ser visto como inferior por ser, em muitas vezes, considerado minoria pela sociedade. Mesmo reconhecendo a importância de discutir todos os tipos de preconceitos e discriminações, a questão do preconceito contra a mulher é alarmante. A mulher, desde os primórdios da humanidade, sempre foi vista como subordinada aos homens e sua representação sucessivamente foi elaborada mediante concepções do sexo oposto e, ainda, em pleno século XXI, mediante todo empoderamento feminino - consciência coletiva e ações para fortalecer as mulheres e promover a igualdade de gênero - e conquistas já obtidas, o machismo ainda se faz presente de forma significante, pois mulheres continuam sendo alvo de preconceito, discursos e situações machistas, discriminação e até mesmo violência (R. R. C. Silva, M. N. R., Fº, Silva, & A.C. Souza, 2016). Uma pesquisa realizada pelo Ibope em outubro de 2017, a fim de analisar tipos de preconceitos (machismo, LGBTFOBIA, estético e racial) encobertos em frases utilizadas com frequência pela sociedade, afirma que o machismo está presente no dia a dia de 99% dos brasileiros (Ibope Inteligência [IBOPE], 2017). A pesquisa aponta que, dando exclusividade ‘aos resultados obtidos no sul do Brasil, mesmo que somente 13% dos entrevistados se consideram preconceituosos, 72% assumiram que já fizeram comentários ofensivos, sendo a maioria para mulheres com as frases “mulher tem que se dar ao respeito” e “mulher ao volante, perigo constante” (IBOPE, 2017). No Brasil, diversos tipos de preconceitos são encontrados em diferentes quantidades e variam de acordo com a região e, focando somente no machismo, enquanto as frases citadas estão presentes principalmente no Centro-Oeste e Norte com 67%, o Sudeste foi a que mais declarou ser preconceituosa com 21% (IBOPE, 2017). E, embora a região sul não tenha um resultado maior como as demais, sabe-se que a cultura do Rio Grande do Sul é bem conhecida em outros estados, seu povo a cultiva e valoriza e, infelizmente, ela sempre foi e ainda é machista como muitas outras (Meneghel & Margarites, 2017). 3 O Instituto Avon (2016), através de uma pesquisa realizada em 2016 com o intuito de promover uma reflexão sobre o machismo, comprova que mudanças estão ocorrendo ao longo dos anos, pois os resultados obtidos mostram que os homens estão abertos a desconstruir o machismo, onde 6 em cada 10 acreditam que poderiam ter melhores atitudes diante as mulheres e estão dispostos a falar com outros homens afim de encontrar soluções acabar com o comportamento machista da sociedade. A partir destas considerações, torna-se importante conhecer ainda mais as percepções e possíveis desconstruções mediante este assunto que possui extrema relevância estando presente na atualidade mesmo sendo algo que acarreta em pensamentos ultrapassados na contemporaneidade e, desta forma, o objetivo do presente estudo é investigar as representações sociais dos homens acerca do machismo. Fundamentação Teórica O machismo pode ser considerado como um ato de prepotência e superioridade dos homens em relação às mulheres. São comportamentos, práticas e atitudes que menosprezam o gênero feminino e, desta forma, o descrimina de diversas maneiras (Silva et al., 2016). Ele pode estar mascarado em comentários maldosos, piadas, preconceitos como o homem dirigir melhor que a mulher, assédios nas ruas e dizer que a roupa da mulher influencia tal situação, acreditar que mulheres são mais sensíveis do que os homens e achar que as elas precisam de relacionamentos para ser felizes, por exemplo. Além disso, segundo Chaves (2015), a mídia também é responsável por perpetuar esses tipos de ideias sempre colocando a mulher como um objeto e reforçando pensamentos e comportamentos machistas, construindo uma imagem da mulher como submissa dos homens. O machismo conforme Drumont (1980) sempre foi definido como um sistema de representações sociais e simbólicas, que induzem as relações de exploração e domínio dos homenscontra as mulheres, tornando-os detentores do poder e liderança da sociedade, sendo este um ideal a ser atingido por todos os homens a fim de comprovar a sua masculinidade. As representações sociais são crenças, explicações e ideias que configuram sistemas de valores e práticas comuns a um grupo em determinada situação, resultam de uma interação social sem deixar de lado a individualidade de cada um e, ainda, possibilita o indivíduo a recordar de dados, acontecimentos, pessoas ou objetos, mesmo quando tudo esteja ausente no momento da recordação (Moraes, I. Souza, Pinto, Estevam, & Munhoz, 2014). Sendo assim, é importante destacar que o machismo ocorre e se multiplica desta forma e, por isso, se torna enraizado na sociedade, fazendo com que esteja presente há décadas no dia a dia de todos, sendo 4 difícil de desconstituir mesmo que haja mudanças conforme avanços e desenvolvimento da sociedade. Para Saffioti (1987) a identidade social de ambos os sexos é estabelecida por intermédio da concessão de diferentes atribuições, que a sociedade aguarda ser efetuado pelos distintos gênero de sexo. A sociedade restringe com extrema exatidão, as áreas nas quais a mulher pode atuar e semelhantemente determina os campos onde os homens devem lidar. Ainda, segundo a autora, a sociedade está habituada a designar a mulher a área doméstica, pelo fato da mulher ser apta à ser genitora, com isso foi espontâneo e natural acreditar neste raciocínio e consequentemente as mulheres passaram a delegar os serviços do lar e da família, desta forma entendemos que através desta capacidade de parir, é pertinente sua proximidade e intimidade com os seus rebentos. Conforme Veríssimo (1987), o machismo encontra-se em quaisquer grupos de seres humanos, o que retarda ou mostra-se de imediato depende da forma como cada grupo lida e manifesta suas características, sendo resultantes da personalidade do grupo ou do sujeito que faz parte dele. No Brasil em todas as regiões do país perdura o machismo, sendo ele existente tanto no norte, sul, nordeste e consequentemente adiante. E, segundo Gonzalez (2014), seguir na lógica de igualdade de gênero ou grupo dentro do corpo social exige transformações extensas nas reflexões, ações; acarreta em expandir os entendimentos que possuímos em relação aos lugares, das ocupações, das relações de modo geral e dos próprios julgamentos correlacionados a homens e mulheres; resulta por consequência interrogar, desequilibrar e redirecionar sustentações, preceitos e julgamentos que auxiliam a ponto de contribuir para suporte da organização social contemporânea. Está cada vez mais claro que, na sociedade contemporânea brasileira, a violência contra a mulher é um dos fatores que mais demonstra a desigualdade de gênero e a imposição à mulher de uma posição de submissão/passividade com relação ao homem pois, além de violar os direitos humanos e a liberdade das mulheres, tal violência é não só uma questão de saúde pública, como também uma ameaça à sociedade como um todo (J. P. Silva, Furtado, Pinheiro, Freitas, & Brito, 2016). Ainda, os autores afirmam que a origem da violência ocorre através do ciclo intergeracional, onde as ideias são passadas por gerações ao longo dos anos, onde os filhos já nascem presenciando a superioridade do homem em relação à mulher e convive com agressões em sua própria casa, assim, a cultura e construção social são feitas mediante um sistema patriarcal que viola a igualdade de direitos com relação ao gênero. 5 Conforme Figueiredo (2018) a violência física não é a única causadora de danos à mulher eis que a violência psicológica também provoca grandes consequências, pois o ato violento de agressão quase sempre é precedido de condutas discriminatórias e machistas em razão da ideologia em que a sociedade está inserida e, ainda, muitas vezes, o desfecho de tal violência é o feminicídio - assassinato de mulheres, ocasionados devido ao seu gênero - que também é resultado da cultura machista que naturaliza as opressões e a violência de gênero. Nesse sentido, o autor afirma que para repensar na cultura brasileira visando a superação da violência é necessário um investimento social, político e subjetivo, para prevenir e proporcionar atenção adequada as vítimas, promovendo uma efetivação de políticas públicas para as mulheres. Eleutério (2017) alega que essa cultura está tão enraizada que a luta para desconstruir o machismo não será fácil, pois irá ocorrer mudanças no comportamento social da sociedade, porém, afirma que esta luta deve ser vencida, pois essa desconstrução é necessária para libertar as meninas de crescerem com o ideal de mulher perfeita já impostas e de que são frágeis, devem casar, ter filhos e depender de seus maridos para possuírem uma vida feliz e, ainda, libertar também os meninos que inconscientemente já estão presos nesta cultura patriarcal desde o nascimento assim como as meninas. Tendo em mente esta ideia e necessidade de investir no fim da cultura do machismo, primeiramente, conforme afirma Santos, Almeida e Mariano (2015) é imprescindível desconstruir essa cultura machista presente na sociedade, principalmente com a educação logo na infância, permitindo novos posicionamentos e representações sociais sobre este assunto tão sério. E, ainda, para os autores, existe uma necessidade de a escola incluir atividades para acabar com o preconceito da mente dos alunos para que desta forma, os próprios alunos sejam capazes de desconstruir os preconceitos que foram enraizados na sociedade e assim, futuramente, seja extinto este preconceito que já ultrapassado comparado aos grandes avanços que estamos tendo em relação à igualdade de gêneros. Método A metodologia da pesquisa se construiu através de uma postura epistemológica de comprometimento com a construção histórica da realidade, estudada a partir de um posicionamento sobre as representações sociais dos homens acerca do machismo. Consistiu em pesquisa de campo exploratória, que adotou a abordagem qualitativa para estudar tais representações. O cenário de estudo foi a região metropolitana de Porto Alegre/RS e se deu pela disponibilidade dos pesquisadores para a coleta de dados. Os dados foram coletados no mês de 6 maio e sua análise de conteúdo foi produzida a partir da transcrição dos diálogos realizados durante a entrevista semiestruturada com os participantes da pesquisa. Os participantes responderam as seguintes questões de um roteiro previamente elaborado que poderia sofrer algumas alterações complementares durante a realização desde que não alterasse a essência da pergunta: 1) O que é o machismo?; 2) Você se considera machista? Por quê?; 3) Na atualidade, quais atitudes você considera machista?; 4) Qual o papel do homem na sociedade?; 5) Qual o papel da mulher na sociedade?; 6) O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem?; 7) Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? e 8) O que você faz para mudar o machismo?. As entrevistas foram gravadas para que a realização da transcrição fosse completa e sem perda de informações. Os encontros foram marcados e as combinações feitas e aceitas, bem como todas as dúvidas foram esclarecidas, antes da concretização das entrevistas. Cabe ressaltar que o sigilo e o anonimato foram garantidos e, ainda, foram resguardados os aspectos éticos e legais constituídos pela resolução nº 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Ministério da Saúde (MS), que regulamenta a prática de pesquisas envolvendo seres humanos. Os participantes tiveram o livre arbítrio em participar da pesquisa, fornecendo seu consentimento livre e esclarecido, onde foi certificado que não haveria riscos à saúde. Apresentação de análise Participaram deste estudo 5 homens,entre 26 e 36 anos de idade, todos de classe social média, solteiros e casados, com o objetivo de analisar as suas representações sociais acerca do machismo de uma faixa etária próxima que viveu e se desenvolveu em uma sociedade que pensava da mesma forma. O resultado da pesquisa será apresentado através da junção de todas as falas presentes nas respostas dos participantes, onde as perguntas serão agrupadas por categorias e somente tópicos das principais falas levantadas durante as entrevistas serão levantadas e apresentadas na análise. A tabela 1 apresenta a categoria que responde à pergunta: “O que é machismo?”. Tabela 1. Categoria A: Definição sobre o machismo Forma de tratar e enxergar a mulher na sociedade. Grosseria e estupidez. Tratar a mulher como posse. Algo muito grande e impregnado na sociedade. Pensamento de que o homem é mais eficiente e capaz. Continua... 7 Algo construído por muito tempo como verdade. Homem ser totalmente dominante. Dizer que mulher é do lar e o homem é do mundo. Visão egoísta. Atitudes preconceituosas. Pensamento de que a mulher não possui os mesmos direitos e oportunidades que os homens. Conjunto de ações de supervalorizam o homem. A tabela 2 apresenta a categoria que responde à pergunta: “Você se considera machista? Por quê?”. Tabela 2. Categoria B: Posicionamento em relação ao machismo Ser machista Não ser machista Criado por mulheres, sou igualitário. Trato as mulheres como gostaria de ser tratado. Em comparação a outros homens, não sou. Não sou total provedor da casa. Dependemos uns dos outros. Tenho atitudes machistas, sem perceber. Interromper a mulher, achando que sabe mais. Vejo as coisas corretas e sem preconceito. Cultura faz que sejamos sem perceber. A tabela 3 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Na atualidade, quais atitudes você considera machista?”. Tabela 3. Categoria C: Atitudes machistas Forma grosseira de tratar e agir. Xingamentos. Agressão física e moral. Humilhação. Regras de como a mulher deve se comportar, vestir e agir. Dizer que a mulher é indecente por ficar com quem quiser e homens “pegadores”. Não empregar mulheres. Empregar mulheres com salários inferiores ao do homem. Desdenhar opiniões. Ciúme excessivo e proibições. Dizer que mulher não sabe dirigir. Dizer que a mulher deve ficar em casa cuidando os filhos não ir trabalhar. Achar que homem pode tudo, mulher não pode. Justificar atitudes pelo gênero. Pensamento de que só o homem pode trair e trabalhar. 8 A tabela 4 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Qual o papel do homem na sociedade?”. Tabela 4. Categoria D: Papel do homem na sociedade O mesmo da mulher. Todos na sociedade possuem o mesmo. Trabalhar. Contribuir com as tarefas de casa. Participar da criação dos filhos. Ambos têm papel fundamental para a perpetuação da espécie, auto sustentação e sistema. Ambos devem lutar juntos para uma sociedade justa e igualitária. Não existe sociedade enquanto o pensamento for individualista. Preferencialmente, provedor, pois tem que possuir um cavalheirismo maior. Ambos devem agir com ética, educação, caráter, honestidade e dignidade. Fazer o bem para todos. A tabela 5 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Qual o papel da mulher na sociedade?”. Tabela 5. Categoria E: Papel da mulher na sociedade O mesmo do homem. Tratamento igualitário de gêneros. Torço pelo seu sucesso e respeito dentro da profissão. Também deve ajudar financeiramente. Direitos iguais para todos independente do gênero. A tabela 6 apresenta a categoria que responde a pergunta: “O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem?”. Tabela 6. Categoria F: Mulher moderna Incrível. Deve sair com as amigas, usar a roupa que quiser e ficar com quem quiser. Não precisa dar satisfação para ninguém. Deve curtir sua vida sem preocupações sobre o que vão pensar. É livre para fazer o quer, assim como o homem. Não me importo. Cada pessoa sabe o que faz da sua vida. Está no seu direito de fazer o que quiser. Está exercendo o direito que ela tem de ser livre. Está ativa nas lutas de igualdade. 9 A tabela 7 apresenta a categoria que responde a pergunta: “Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões?”. Tabela 7. Categoria G: Mulher no mercado de trabalho Profissões que exigem esforço físico trariam dificuldades. Possui características físicas diferentes que podem ser qualidades ou defeitos. Pode exercer todas as profissões. Existe a mesma capacidade em ambos os sexos. Trabalha conforme sua competência e isso serve para todos. Pode trabalhar onde quiser desde que tenha aptidão. E, por fim, a tabela 8 apresenta a categoria que responde a pergunta: “O que você faz para mudar o machismo?”. Tabela 8. Categoria H: Contribuições pessoais para a desconstrução do machismo Uso a educação que tive e tento disseminar essa forma de enxergar a vida. Dou minha opinião e ponto de vista. Trato da forma que quero ser trato. Sem julgamentos e incentivando mulheres a viver como querem. Demonstro aos mais jovens minha forma de ver e respeitar os direitos iguais. Acredito na educação. Esclareço às pessoas sem estudos suficientes para alcançar sozinhas problemas de ignorância. Não faço nada, minha contribuição é não me opor às vontades de cada um. Não agir de forma machista. Mostrar que as pessoas possuem direitos iguais. Dar as mesmas oportunidades a todos. Algumas atitudes machista que percebo que faço, tento evoluir. Combater repreendendo as atitudes machistas que presencio na rua. Desta forma se encerra a análise dos dados obtidos através do resultado de todas as entrevistas com os participantes da presente pesquisa, que foram agrupadas em categorias e somente os principais tópicos abordados em cada resposta foram inclusos. Destaca-se que respostas similares foram juntadas para simplificar e reduzir a análise, sem perder a essência e com o intuito de promover melhor compreensão dos resultados. Discussão dos dados A discussão será realizada mediante as categorias elaboradas na análise de dados, com as expressões que demarcam as compreensões dos homens acerca do machismo, bem como as suas representações sociais a partir das vivências e conhecimentos dos participantes da pesquisa com o tema em questão. Na categoria A, o machismo foi definido como algo “construído por 10 muito tempo como verdade”, sendo “atitudes preconceituosas impregnadas na sociedade”, como o “pensamento de que o homem é mais eficiente e capaz do que a mulher ou totalmente dominante”. Outras definições foram dadas pelos participantes que consideram dizer que o machismo é sinônimo do “pensamento de que a mulher é do lar e o homem é do mundo” e desta forma não possuem os mesmos direitos e oportunidades, sendo um “conjunto de ações de supervalorizam o homem” ou ainda, simplesmente, uma “visão egoísta”. A representação social dos participantes entrevistados está de acordo com o que pensam autores como Drumont (1980) que define como comportamentos, práticas e atitudes que menosprezam o gênero feminino e, desta forma, o descrimina de diversas maneiras ou ainda Guimarães (2015) com a definição onde o machismo é um conjunto de ideias e valores desiguais para o sexo masculino e feminino, garantindo à representação social da superioridade do homem em relação à mulher que está ligado a cultura patriarcal em que a sociedade está inserida. A categoria B que aborda o posicionamentodos participantes em relação ao machismo mostra que nenhum deles, onde foi citado que “em comparação a outros homens”, não se consideram machistas, “vendo as coisas de forma correta e sem preconceitos”. Falas como “ajudo nas tarefas domésticas”, “dependemos um do outro” e “não sou a principal e única fonte de renda da casa”, foram frases que os participantes entrevistados também usaram para alegar que não são machistas o que, de fato, não está incorreto em ser abordado, eis que Secco e Lucas (2015) afirmam que a autonomia das mulheres foi aumentada graças a sua independência financeira que contribuiu para a transição da sociedade para formas igualitárias para ambos os gêneros, deixando de lado a divisão social de papéis. Outros argumentos foram dados, tais como a influência da criação ser dada por mulheres que tornam os homens pessoas igualitária que, conforme afirma A. R. Q. Souza (2016) não somente as mulheres, como também os homens, estão optando por dar uma educação diferenciada aos filhos, onde as crianças estabeleçam outras relações contrárias à cultura patriarcal. Outra questão levantada é que o tratamento dado à mulher é baseado em como o homem gostaria de ser tratado, por isso não haveria preconceito. Porém, esta questão foi contraditória eis que dois dos participantes que alegaram não ser machistas, confessaram que possuem atitudes preconceituosas sem perceber e que a cultura influencia com que tais atitudes sejam cometidas. Guimarães (2015) afirma que as representações sociais e os papéis sociais entre homens e mulheres são impostos dentro da sociedade e essas relações dependem da 11 cultura de cada lugar, sendo uma cultura muito enraizada na qual a mulher é inferior aos homens. Um participante informou que, sem perceber, interrompe mulheres em discussões por achar que sabe mais do que elas, fato que comprova o quanto os homens inconscientemente acreditam ser melhores que as mulheres, conforme caso relatado na entrevista, que coincide com o que M. C. Silva e Mendes (2015) afirmam quando dizem que desde a infância, crianças sofrem com os reflexos da sociedade machista e, até a vida adulta, reproduzem, mesmo que inconscientemente, essa postura. Além disso, conforme Araruna (2016) expressões e atitudes cotidianas de teor machista ocorrem com muita frequência pois a cultura do machismo está naturalizada. Quanto às atitudes machistas, agrupadas na categoria C, os participantes definiram que são “formas grosseiras de tratar e agir”, “xingamentos”, “agressão física e moral”, “humilhação”, “achar que homem pode tudo e mulher não pode”, “dizer que a mulher deve ficar em casa cuidando dos filhos e não trabalhar”, “dizer que a mulher é indecente por ficar com quem quiser e os homens ‘pegadores’”, “pensamento de que só o homem pode trair e trabalhar” e “desdenhar opiniões”. E, de certa forma, segue com a definição que o machismo é um comportamento, expresso por atitudes e opiniões que recusam a igualdade dos direitos e deveres igualitários dos gêneros, beneficiando e exaltando o gênero masculino sobre o feminino (Silva et al., 2016). Juntamente com as definições anteriores, acrescentando as demais “dizer que a mulher não sabe dirigir”, “regras de como a mulher deve se comportar, vestir e agir” e “ciúme excessivo e proibições” pode-se fazer uma relação com a grande influência no machismo na violência contra a mulher que pode ser, principalmente, ocasionadas por esse poder do gênero masculino e o sentimento de posse em relação ao gênero feminino (Teles, & Melo, 2017). Para finalizar a categoria, as definições de atitudes citadas como “não empregar mulheres” e “empregar mulheres com salários inferiores ao do homem” seguem a afirmação de Pereira e Lima (2017) que relatam que mesmo com as forças e conquistas femininas, as mulheres ainda ocupam posições inferiores aos homens no mercado de trabalho ou então se concentram em profissões com salários menores, sendo isso um reflexo da desigualdade e desvalorização a qual as mulheres estão sendo submetidas devido a cultura impregnada na sociedade. O papel do homem e da mulher, categorias D e E, conforme a maioria dos participantes entrevistados, são os mesmos e que “não existe sociedade enquanto o pensamento for individualista” pois “ambos tem papel fundamental para a perpetuação da espécie, auto 12 sustentação e sistema”, “devem lutar juntos para uma sociedade justa e igualitária”, “fazer o bem para todos” e “agir com ética, educação, caráter, honestidade e dignidade”, além de possuírem “direitos iguais para todos independente do gênero”. De acordo com essas respostas, os participantes das entrevistas vão de acordo ao que diz a Constituição da República Federativa do Brasil Art. 5º onde “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” e, ainda, para completar, o inciso primeiro afirma que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” (Constituição do Brasil, 1988). Mostrando que as suas representações sociais estão corretas de acordo com a Constituição. Alguns participantes da presente entrevista direcionaram as suas respostas também para a questão de atividades exercidas na sociedade. Em relação ao homem, disseram que ele deve “trabalhar”, “contribuir com as tarefas de casa” e “participar da criação dos filhos”, já, a mulher “também deve ajudar financeiramente” e um participante torce “pelo seu sucesso e respeito dentro da profissão”. Com isso, pode-se perceber que a afirmação de Ferreira (2013) de que os papéis do homem e da mulher estão dispostos mediante os padrões machistas onde cabe a mulher cuidar da casa, dos filhos e não brigar e o homem sustentar a casa, não chorar e tomar decisões, está sendo desconstruído, bem como o machismo e que as representações sociais estão em pleno desenvolvimento. Porém, um participante afirmou que o papel do homem é “preferencialmente, provedor, pois tem que possuir um cavalheirismo maior”, que está de acordo com o que alega Santos et al. (2015) sobre ainda existir vestígios na sociedade que se ligam a cultura patriarcal que coloca o homem no papel do centro de poder e torna a mulher inferior, no papel de submissa e inferiorizada. Sobre a mulher moderna, categoria F, os participantes dizem não se importar com o espaço que as mulheres estão conquistando, bem como o seu empoderamento e o definem como “incrível” e “está ativa nas lutas de igualdade”, e citam que a mulher “deve sair com as amigas, usar a roupa que quiser e ficar com quem quiser”, “não precisa dar satisfação para ninguém”, “deve curtir sua vida sem preocupações sobre o que vão pensar”, “é livre para fazer o quer, assim como o homem”, “cada pessoa sabe o que faz da sua vida”, “está no seu direito de fazer o que quiser”, “está exercendo o direito que ela tem de ser livre”. Sousa e Almeida (2018) afirmam que os homens, influenciados pelo machismo, baseado pelo modelo patriarcal presente na sociedade, reprova a mulher de todas as maneiras sendo manipulada pelo poder do gênero masculino que tem o intuito de que a mulher permaneça submissa e pura. Então, analisando as 13 respostas dos participantes e a afirmação dos autores, pode-se considerar que as representações sociais estão mudando, mesmo que ainda sejam poucos são os homens que se comprometem a fim de promover igualdade (Oliveira, 2017). Na categoria G, referente a mulher no mercado de trabalho, os participantes entrevistados disseram que “pode exercer todas as profissões”, pois “existe a mesma capacidade em ambos os sexos”. Ainda, afirmam que a mulher “pode trabalhar onde quiser desde que tenha aptidão”, pois ela “trabalha conforme sua competência e isso serve para todos”. Porém os participantesse posicionaram, também, dizendo que a mulher “possui características físicas diferentes que podem ser qualidades ou defeitos” e que em “profissões que exigem esforço físico trariam dificuldades”. Destaca-se que nesta categoria não foi citada a questão de salários, como foi mencionado na categoria C e, sim, deram prioridade as competências e características físicas, lembrando que homens e mulheres possuem os mesmos direitos e obrigações (Constituição do Brasil, 1988). Ainda, para complementar as repostas sobre a questão do mercado de trabalho, elas vão de acordo com Valverde (2016) que afirma que além da questão cultural enraizada na sociedade, a mulher possui a representação social de ser mais frágil e sentimental tendo, então, diferenças físicas e biológicas e, mesmo com tantos direitos alcançados, ainda persistem as diferenças entre os gêneros desde as distribuições de cargos, até contratação e salários. E, por último, na categoria H, os participantes puderam se posicionar sobre suas contribuições pessoais para a desconstrução do machismo. A educação foi bastante citada eis que alguns participantes disseram “uso a educação que tive e tento disseminar essa forma de enxergar a vida”, “acredito na educação”, “demonstro aos mais jovens minha forma de ver e respeitar os direitos iguais”, “esclareço às pessoas sem estudos suficientes para alcançar sozinhas problemas de ignorância”, “mostrar que as pessoas possuem direitos iguais” e “combater repreendendo as atitudes machista que presencio na rua”. Tais trechos das entrevistas, vão de encontro ao que afirma Ferreira (2013) eis que acredita que desde a infância o machismo deve ser trabalho e quebrado e, assim, desconstruir as representações sociais da mulher e construir uma nova sociedade sem preconceitos. Um participante argumentou “não faço nada, minha contribuição é não me opor às vontades de cada um”. Tal argumento reflete ao que de fato é comprovado em pesquisa na qual homens não reagem ao presenciar situações machistas diariamente, sendo que a maioria das pessoas que reagem ao verem determinado acontecimento preconceituoso são do gênero feminino (IBOPE, 2017). Além disso, outro argumento colocado como tática para combater e 14 desconstruir o machismo foi “algumas atitudes machistas que percebo que faço, tento evoluir”. Essa frase, por sua vez, reforça que ainda, mesmo inconscientemente, as atitudes machistas são produzidas diariamente eis que são culturalmente naturalizadas (M. C. Silva, & Mendes, 2015). Porém, cabe ao homem repensar suas atitudes e promover uma mudança da cultura machista. Outras falas como “dou minha opinião e ponto de vista”, “trato da forma que quero ser trato”, “dar as mesmas oportunidades para todos” e “sem julgamentos e incentivando mulheres a viver como querem” também foram citadas como formas para desconstruir o machismo. Com isso, percebe-se que a cultura patriarcal está sendo problematizada e permite a desconstrução dos papéis sociais e de tudo aquilo que é considerado natural e está presente na sociedade (Seabra, 2017). A autora ainda diz que com o empoderamento as mulheres possuem mais voz na sociedade, estão cientes dos seus verdadeiros papéis e através das redes sociais, por exemplo, são capazes de disseminar seus pensamentos e alcançar homens com o intuito de promover uma reflexão sobre o assunto e bem como mudanças que já podem ser vistas, caso das respostas dessa entrevista. Considerações finais As discussões realizadas sobre as representações sociais dos homens acerca do machismo foram bastante significativas e trazem elementos para pensar tanto em suas dimensões quanto conceito como a complexidade da realidade estudada. A pesquisa conseguiu alcançar modos de conceber o machismo a partir das experiências e das representações sociais de homens da região metropolitana de Porto Alegre. A representação social do machismo para os participantes entrevistados é, primeiramente, definida como algo que sustenta a “liderança” do gênero masculino. Desta forma, a cultura está naturalizada com a superioridade e na grandeza do homem em relação a mulher. Quando se fala em posturas culturalmente machistas, percebe-se que, desde criança, são construídos identidades e comportamentos que são destinados a meninos e meninas separadamente como, por exemplo, os meninos serem orientados a brincarem de carrinhos e gostarem da cor azul e as meninas a brincarem de bonecas e gostarem somente da cor rosa. Ou então, são conduzidas atividades onde meninos brincam com algo direcionados à alguma profissão ou liderança enquanto meninas são conduzidas para atividades onde cuidam de casas, fazem comidas e cuidam dos filhos, pode-se perceber isto em lojas de brinquedos onde há casinhas e cozinhas para meninas e carros, heróis e jogos de futebol. Através das respostas dos participantes, entende-se que a naturalização da cultura machista está sendo desconstruída pelos homens e que não é necessário ser mulher para lutar 15 contra o machismo. A experiência dos participantes faz com que eles estejam cientes de que a mulher é livre para fazer o que quiser e que seu papel vai muito além de cuidar dos filhos e erroneamente ser submissa ao marido. Obviamente a cultura não está totalmente eliminada na sociedade, pois ela, de forma geral precisa entender, por exemplo, que os homens não fazem favores ao ajudar em casa, conforme resposta dos participantes e, sim, é uma obrigação, mas grandes mudanças já podem ser observadas, embora alguns pensamentos e atitudes devam ser refletidos e melhor desenvolvidos, como este caso aqui citado. Desta forma, as representações sociais do machismo estão ancoradas em questões culturais e nas desigualdades de gênero, mostrando que os homens tem poder em relação as mulheres e, de modo geral, para os participantes entrevistados, ele é visto de modo extremamente negativo e ultrapassado. Os participantes compreendem que os papéis de ambos os gêneros são os mesmos e apoiam a mulher moderna, bem como a sua inserção no mercado de trabalho e ajudam a desconstruir o machismo da sociedade. Para concluir, cabe destacar a importância de apreendermos os diversos sentidos pessoais e significados coletivos atribuídos ao machismo, nos múltiplos espaços onde os homens estão inseridos, na busca permanente de compreender e efetivar como desconstruí-lo, podendo contribuir para uma abertura ainda maior de representações sociais que possam ser construídas através da igualdade dos gêneros. Acredita-se na educação como fator influenciador para desconstrução do machismo e a igualdade de gêneros. É preciso ressignificar o papel da mulher na sociedade da mesma forma que os valores patriarcais devem ser extintos, libertando o gênero feminino de valores que não condizem com a vida na sociedade contemporânea. Referências Araruna, L. S. (2016). O machismo não é uma piada. (Trabalho de Conclusão de Curso) Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. Recuperado de http://bdm.unb.br/bitstream/10483/16865/1/2016_LethiciaSilvaAraruna_tcc.pdf. Barroco, M. L. S. (2016). O que é preconceito? Caderno I: Assistente social no combate ao preconceito. Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, 07-08. Recuperado de http://www.cfess.org.br/arquivos/CFESS-Caderno01-OqueEPreconceito-Site.pdf. Chaves, F. N. (2015, Maio). A mídia, a naturalização do machismo e a necessidade da educação em direitos humanos para comunicadores. Anais do XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte. Manaus, AM, Brasil. Recuperado de http://www.portalintercom.org.br/anais/norte2015/resumos/R44-0606-1.pdf. 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Vai desde a forma grosseira de falar até a forma de agir de um homem com a mulher pode ser machista, pode ser por xingamentos com palavras, agressão física, moral, humilhação. Dizer que lugar de mulher não é em tal lugar é algo extremamente machista, assim como dizer que roupas ela deve usar, julgar por tal roupa, ou pelo que faz ou deixa de fazer. Um exemplo clássico da minha geração é o fato do ficar. (Risos). Homem que fica com várias mulheres é visto como pegador, já ao contrário a mulher se torna uma indecente, para não falar outra coisa, né?! Pergunta: Qual o papel do homem na sociedade? Resposta: (Risos). O mesmo que o da mulher diria assim... Dentro de uma ideia de igualdade de gêneros, todos perante a sociedade teriam o mesmo papel e claro que penso assim, acredito e torço para que seja assim... O homem, além de trabalhar, deve dividir tarefas de casa ajudar a educar os filhos. Pergunta: Qual o papel da mulher na sociedade? Resposta: É a mesma coisa que te disse antes né?! A mulher deve ter o mesmo papel queo homem em uma sociedade com tratamento igualitário de gêneros. Torço para que minhas irmãs, namorada e todas as mulheres que conheço tenham sucesso e que possam ter seu espaço e respeito dentro de sua profissão... Tem que ter igualdade! 20 Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? Resposta: Incrível, acho que... Ou melhor... Acho não, eu tenho para mim que as mulheres devem sim, sair com amigas, usarem as roupas que querem, ficar com quem querem, sem dar satisfação a ninguém, os direitos são iguais, se um pode sem ser julgado por que o outro não poderia? Do mesmo jeito que os homens podem sair com os amigos, as mulheres tem o mesmo direito. Elas (mulheres) devem curtir suas vidas sem se preocuparem com o que vão pensar delas. Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? Resposta: Ah.... Existem profissões que por terem uma certa exigência física, as mulheres teriam um pouco mais de dificuldade, mas acredito sim que possam exercer todos os papeis dentro de uma empresa, podem sim exercer todas as profissões... Vejo a mesma capacidade em ambos os sexos, cara o que nos muda é apenas detalhes físicos e apenas isso, não tem mais o que dizer. Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? Resposta: Eu faço minha parte... Uso a educação que eu tive em casa e tento disseminar essa forma de enxergar a vida, que na verdade é a forma correta, se eu posso ela (mulher) também pode, e nem é poder é uma questão de direito.... Dou minha opinião e ponto de vista quando surgem debates ou vejo algum comportamento machista. Tento aprender cada dia mais, a tratar da mesma forma que eu gostaria de ser tratado, não julgando, incentivando as mulheres serem quem gostaria de ser e viver como querem, e aos mais jovens que eu tento demonstrar minha forma de ver e respeitar os direitos iguais. 21 Transcrição da entrevista com o participante “B”: Pergunta: O que é o machismo? Resposta: Acho difícil responder essa pergunta, pois eu não sou vítima desse tipo de preconceito, mas tento sempre relacionar com o tipo de preconceito com o qual eu sofro... Sou LGBT. Acredito que o machismo seja um tipo de pensamento enraizado na sociedade que faz com que culturalmente as pessoas acreditem que um homem é mais capaz de fazer algo do que uma mulher... Não só mais capaz, como mais eficiente, mais eficaz... Vejo isso como algo muito maior do que apenas "hábito", mas algo que foi construído por muito tempo como sendo uma verdade absoluta, e que é muito mais complicado de se extirpar do que um hábito... Que já é algo muito complicado de se reverter. Pergunta: Você se considera machista? Por quê? Resposta: Então... Eu não me considero machista por comparação, pois vejo pessoas com atitudes muito mais complicadas em situações de machismo do que eu, mas como toda pessoa com privilégios, não consigo compreender completamente o conceito daquilo que eu faço e que é "natural" pra mim, entretanto em diversas situações já me vi executando ações que condeno… Como me atravessar em um argumento de uma mulher por achar que vou conseguir explicar melhor, que sei mais do que ela. Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? Respostas: Bá, essa dá pano pra manga. (Risos). Mas vou expor algumas que considero mais importantes... Não empregar mulheres, ou empregar com salário abaixo do salário pago ao homem. Não acreditar ou desdenhar da opinião ou do conhecimento de mulheres. Sexualizar, de forma invasiva e... Ou aberta às mulheres. Passar adiante vídeos ou fotos de mulheres que não deram permissão para que fosse feito. Acreditar que exista profissão de mulher e profissão de homem. Acreditar que homens são pegadores e mulheres são putas. Ah, é muita coisa, e é difícil de definir. Pergunta: Qual o papel do homem na sociedade? Resposta: Vou responder o papel da mulher junto, pois acredito que são a mesma pergunta. Acredito que as pessoas tenham papel fundamental no controle da sociedade, tanto para auto sustentação, como para perpetuação da espécie e do sistema em que vivemos.... Tanto sistema 22 social quanto ecossistema... Acredito que o homem e a mulher devam lutar junto por uma sociedade que seja mais justa e igualitária para todos, e que isso seja realmente o desejo e o objetivo de todos, mesmo que isso pareça uma utopia. Não acredito que a sociedade possa existir como sociedade de verdade enquanto existir o pensamento individualista, enraizado na nossa cultura... Especialmente a ocidental... Desde que tivemos o atual sistema de governo implantado. Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? Resposta: Acho que elas fazem muito bem. São livres para fazerem o que quiser, assim como os homens. Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? Resposta: Todas... Ela possui características físicas diferentes do homem, entretanto, essas características podem ser qualidades ou defeitos dependendo do trabalho a ser realizado, mas, não é necessariamente desqualificante, visto que existem homens e mulheres com as mais diversas características. Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? Resposta: Eu acredito muito na educação, e acredito que a educação é o que pode mudar o mundo, especialmente quando utilizada de maneira coesa. Acredito que o conhecimento é a melhor arma contra a ignorância, e é através dele que eu tento estudar o que eu posso para conseguir esclarecer aquelas pessoas que não possuem estudo suficiente para alcançar sozinhas os problemas de sua própria ignorância. 23 Transcrição da entrevista com o participante “C”: Pergunta: O que é machismo? Resposta: Machismo é... Acredito que seja na minha visão... Machismo seria o homem ser totalmente dominante sobre a mulher, no sentido de tipo... Não como dizem hoje, que o homem é privilegiado, mas tipo igual bem de antigamente, onde a mulher é somente do lar e homem do mundo. Pergunta: Você se considera machista? Por quê? Resposta: (Risos). Não me considero machista, por que, primeiro eu não sou total provedor da minha casa, eu não sustento a minha esposa, na verdade ela participa de muitas das coisas que eu faço e eu realmente querendo ou não dependo dela, assim como ela depende de mim. É uma ajuda mútua. Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? Resposta: (Risos). Na atualidade, machismo seria... Sei lá, pode ser um ciúme excessivo ou proibir a mulher de fazer certas coisas, tipo: a mulher quer sair com as amigas ou quer usar uma roupa, é lógico... Nem tanto depravada... Ou quer ter os próprios gostos e marido, namorado ou ficante proibir... Isso é um exemplo do que eu estou lembrando agora... Pergunta: Qual é o papel do homem na sociedade? Resposta: Ah... Preferencialmente, provedor... Tipo tem que... Lógico, a mulher tem seu papel na sociedade tanto quanto o homem de ajudar e ser ajudado, aquela situação de ajuda mútua, mas acredito que ainda o homem tem que ter um cavalheirismo maior. Pergunta: Qual é o papel da mulher na sociedade? Resposta: É igual ao do homem, também ajudar e se possível ser de igual para igual em todos os quesitos, tanto em casa, quanto profissionalmente e socialmente. Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? 24 Resposta: (Risos). Der verdade... Eu não me importo! Para mim está de boa! Eu nem me importo com nada disso não... Para mim cada um deve fazer o que tiver vontade!Cada um tem seu corpo, então fica a seu critério, então está valendo! Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? Resposta: Eu enxergo que todas as profissões, não! Pois biologicamente o homem tem mais força que a mulher, então certas profissões, que eu considero que exigem força bruta, acredito que a mulher não deva exercer.... Não, porque não pode, mas pelo fator biológico. Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? Resposta: Eu? Eu não faço nada, eu só vejo! Acredito que minha contribuição é não me opor às vontades de cada um. Para mim, isso já é um bom exemplo. 25 Transcrição da entrevista com o participante “D”: Pergunta: O que é machismo? Resposta: Eu acho que o machismo é uma visão egoísta dos homens, relacionado a algumas atitudes preconceituosas com as mulheres e também é machismo quando essas mulheres não possuem os mesmos direitos e oportunidades que os homens possuem. Pergunta: Você se considera machista? Por quê? Resposta: Não, procuro sempre ver as coisas de forma correta e sem preconceitos. Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? Resposta: Várias, né? Começando pelo trânsito, quando o homem acredita que a mulher não dirige bem só porque é mulher, ou quando a mulher tem que ficar em casa cuidando dos filhos e não trabalhar. Pergunta: Qual é o papel do homem na sociedade? Resposta: Pra mim é o mesmo que o da mulher. Pergunta: Qual é o papel da mulher na sociedade? Resposta: Direitos iguais para todos. Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? Resposta: (Risos). Ah... Eu acho que elas estão no direito delas, cada um sabe o que faz e o que vai ser bom para si mesmo... Somos responsáveis pela nossa vida, tanto nós homens quanto elas. Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? Resposta: Acredito que possa todas, só vai depender da sua competência... Assim como de qualquer outra pessoa. Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? 26 Resposta: Primeiro.... Não agindo de forma machista, mostrando que todas as pessoas tem direitos iguais e dentro do meu trabalho dando as mesmas oportunidades a elas, independente de raça, cor ou gênero. 27 Transcrição da entrevista com o participante “E”: Pergunta: O que é machismo? Resposta: Tá... Machismo pelo que eu sei são conjuntos de ações, ou seja... Há uma cultura onde o homem ou o ser masculino tem supervalorização em cima do feminino. São as ações é... Resumindo é um conjunto de ações que supervalorizam o homem. Pergunta: Você se considera machista? Por quê? Resposta: Eu não me considero machista, eu acho que algumas ações que eu faço no cotidiano de alguma forma são reflexos do machismo que eu convivi por muito tempo meio que tá inserido na cultura e na tua criação às vezes tu replica umas ações se perceber de forma “natural” entre aspas né?! Pergunta: Na atualidade, quais atitudes você considera machista? Resposta: Eu acho que a principal, hum, as principais na verdade são achar que homem pode tudo e mulher não pode nada, que ela pode... Tipo... Justificar certas atitudes pelo sexo “Ah, homem pode fazer isso e mulher não porque mulher”, simplesmente por esse fato sabe, eu acho que isso é o pior de tudo. Por exemplo, em relacionamento, ai homem pode trair e é justificável porque é homem, mulher não, homem pode trabalhar fora e mulher não... Sabe, são esses tipos de atitudes que pra mim são as piores. Eu acho que essa terceira é mais assim... Tudo que envolva comportamento e regras que ditem como a mulher deve se comportar e se vestir, por exemplo, tudo que fique em torno disso é o pior tipo de machismo que existe sabe, ela tem se vestir dessa forma porque é mulher ela tem que se comportar dessa forma porque é mulher, entendeu? Tudo que girar em torno disso é um tipo mais comum de machismo atualmente. Pergunta: Qual é o papel do homem na sociedade? Resposta: Eu acho que o papel de qualquer pessoa é o papel que, enfim.... Que a pessoa quiser desempenhar na sociedade desde que ela haja com ética, educação, hum, caráter enfim, seja uma pessoa honesta e digna o resto o papel que ela tem que exercer é isso ser um cidadão que faça as coisas pro bem independente do sexo entendeu? 28 Pergunta: Qual é o papel da mulher na sociedade? Resposta: (Risos). Acho que já respondi na anterior, é o mesmo que o do homem, de qualquer um. Pergunta: O que você acha das mulheres que vão a festas com as roupas que se sentem melhores, bebem com as amigas e se relacionam com quantas pessoas quiserem? Resposta: Eu acho que essas mulheres, elas só tão exercendo um direito que elas têm de ser livre e fazer o que bem entender da vida delas... Digamos que estão mais ativas nas lutas por igualdade, sabe, agindo da forma que deveriam. Pergunta: Como você enxerga a mulher no mercado de trabalho? Ela pode exercer quais profissões? Resposta: Olha o que eu penso é que qualquer pessoa pode exercer a profissão que quiser desde que tenha aptidão pra fazer isso independente do sexo, no entanto não é a realidade. Pergunta: O que você faz para mudar o machismo? Resposta: Como eu disse na primeira pergunta, eu não me considero machista. Eu acho que algumas atitudes, que eu possa identificar como machismo eu.... Eu tento evoluir e não propagar e se eu ver algum tipo de ação machista eu tento repreender ou ensinar pra pessoa que aquilo não é legal, não é certo, então é essas formas de combater.
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