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DISSERTAÇÃO SOBRE TEXTO PSICOLOGIA SOCIO-HISTORICA

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1. INTRODUÇÃO
A psicologia no Brasil completa seus 60 anos, seu início começou na década 1962 tendo sua atuação em clínicas particulares, testes psicológicos e escolas, com isso, por muito tempo foi considerado elitista, onde não se reconhecia como uma área da saúde, causando um distanciamento entre o fazer psicologia e a saúde pública.
A partir dos anos 1980 esse cenário começa a mudar, tendo seu percurso na atenção básica com a proposta e reivindicações pautadas na necessidade de mudanças na saúde em um contexto geral, trabalhando em conjunto com as equipes multiprofissionais e trazendo sua contribuição para saúde mental. Segundo a OMS, havia reconhecido a complexidade dos problemas de saúde mental, os princípios da Reforma Psiquiátrica e do Movimento Sanitário brasileiro se encontravam em franco processo de elaboração, contribuindo para a difusão de uma nova consciência sanitária a partir da integração entre mente e corpo e da inclusão das questões sociais, econômicas e culturais como parte do processo saúde-adoecimento (Jimenez, 2012).
Na Constituição de 1988, a saúde passa a ser um direito para todos e dever do Estado. Em 1990, o SUS é regulamentado, instituindo-se a Lei no 8.080/1990, que visa a promoção, a proteção e a recuperação em saúde, através de princípios como a universalidade, a gratuidade, a integralidade e a descentralização, sendo um direito de todos independente de sua classe social, sexo ou religião, esse sistema está divido em três níveis de atenção, que são elas: o nível primário, são realizados os procedimentos que necessitam de menos tecnologia e equipamentos; o secundário atende os agravos à saúde que demandem profissionais especialistas ou recursos mais avançados e o terciário envolve procedimentos de alta complexidade, tecnologia e custo. Podemos destacar que esse sistema nasceu da luta de movimentos sociais.
 A prática psicológica na área da saúde ocorreu, inicialmente, por meio da transposição do modelo clínico de atuação tradicional, mas podemos citar que os modelos de atenção básica trazidos pelo o SUS colaboraram para que a psicologia se inserisse nas áreas sociais e até os serviços hospitalares. As particularidades deste campo de práticas não receberam a devida atenção do profissional que se posicionou de maneira acrítica, descontextualizada e a-histórica, como bem discutido por Silva (1992).
Objetivo deste trabalho é dissertar sobre o texto: Psicologia Sócio-histórica e saúde pública: Práticas e Desafios na atenção básica, trazendo contribuições do que foi ensinado em sala de aula e artigos acadêmicos, construindo conhecimento para um melhor entendimento da psicologia na atenção básica de saúde, onde veremos mais à frente.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A PSICOLOGIA E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A entrada da psicologia no Sistema Único de Saúde (SUS) representou um marco importante para a promoção do cuidado integral à saúde da população brasileira. Antes dessa iniciativa, o acesso à assistência psicológica no Brasil era restrito, principalmente às classes mais privilegiadas, houve um esforço significativo para tornar a psicologia mais acessível a todos os segmentos da sociedade.
A psicologia começou a ser inserida no SUS na década de 1980, com a criação das primeiras políticas públicas que visavam garantir o acesso à saúde mental e promover a humanização dos serviços. Essas políticas foram fundamentadas em diretrizes como a Reforma Psiquiátrica, que propôs a de institucionalização dos pacientes psiquiátricos e a implantação de serviços de saúde mental mais acessíveis e eficazes. Como o próprio texto revela, essa inserção da psicologia no sistema único de saúde se deu de forma mais lenta e pontual e ainda com poucos profissionais. No entanto, apesar dos avanços, a inserção da psicologia no SUS ainda enfrenta diversos desafios. Um dos principais é a falta de profissionais capacitados para atender a demanda da população. A grande maioria dos municípios brasileiros ainda possui uma escassez de psicólogos, o que dificulta o acesso aos serviços. Além disso, a falta de recursos financeiros é outro desafio enfrentado pela psicologia no SUS. 
Os investimentos destinados à saúde mental no Brasil são insuficientes, o que compromete a qualidade e a efetividade dos serviços. A carência de infraestrutura e equipamentos adequados também dificulta o trabalho dos profissionais.
2.2 PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA
A entrada da psicologia na atenção básica de saúde é um importante avanço na área da saúde mental. Historicamente, a atenção básica voltou-se principalmente para o tratamento de condições físicas, como doenças e lesões, deixando de lado a saúde mental. No entanto, cada vez mais entendemos a importância do cuidado psicológico e emocional na promoção do bem-estar geral. A atenção básica é o primeiro nível de assistência à saúde, onde as pessoas têm acesso inicial aos serviços de saúde em suas comunidades. Por muito tempo, os problemas de saúde mental foram negligenciados nesse contexto, e as pessoas que precisavam de apoio psicológico muitas vezes não conseguiam encontrar ajuda adequada.
A entrada da psicologia na atenção básica traz uma série de vantagens. Em primeiro lugar, permite que as pessoas tenham acesso mais fácil aos serviços de saúde mental. Ao integrar a psicologia nas clínicas de atenção básica, é possível identificar problemas de saúde mental precocemente e iniciar intervenções adequadas. Isso também reduz a estigmatição associada à busca de cuidados de saúde mental, pois o tratamento psicológico é oferecido no mesmo local onde as pessoas procuram outros cuidados de saúde. Em resumo, a entrada da psicologia na atenção básica é um avanço muito importante na área da saúde. Ela permite que as pessoas tenham acesso mais fácil ao cuidado psicológico, promove uma abordagem mais holística da saúde e ajuda a desafogar o sistema de saúde como um todo. É uma mudança positiva que traz benefícios para os pacientes e para a sociedade como um todo.
2.3 DESAFIOS ENFRENTADOS PELA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA
A psicologia na atenção básica enfrenta uma série de desafios atualmente. Alguns dos principais desafios incluem: Falta de profissionais, a escassez de psicólogos na atenção básica é um desafio significativo, muitas unidades de saúde não possuem psicólogos em sua equipe, o que dificulta o acesso dos pacientes aos serviços de saúde mental; Estigma em relação à saúde mental, ainda existem muitos estigmas e preconceitos em torno da saúde mental, o que pode dificultar o acesso das pessoas aos serviços psicológicos na atenção básica. Muitas pessoas podem sentir vergonha ou desconforto em buscar ajuda psicológica, o que reforça a necessidade de uma maior conscientização e educação sobre o assunto; Demandas crescentes, a demanda por serviços de saúde mental na atenção básica vem crescendo rapidamente. O estresse e as pressões da vida moderna, aliados a fatores como a pandemia de COVID-19, têm levado a um aumento nos problemas de saúde mental e emocional; Integração com outras áreas da saúde, a psicologia na atenção básica precisa se integrar com outras áreas da saúde de forma eficaz. A abordagem interdisciplinar é essencial para fornecer um cuidado abrangente e holístico aos pacientes; E o acesso a serviços especializados: Embora a atenção básica seja fundamental para fornecer serviços de saúde mental, muitos pacientes podem precisar de cuidados especializados que não estão disponíveis na atenção básica.
Enfrentar esses desafios requer um esforço conjunto de profissionais de saúde, governos, instituições acadêmicas e sociedade em geral. É necessário investir na formação de mais psicólogos para atuarem na atenção básica, reduzir o estigma em relação à saúde mental e aprimorar a integração entre os diferentes profissionais de saúde.
2.4 A PSICOLOGIA E O MATERIALISMO HISTÓRICO
O materialismo histórico dialético é uma corrente filosófica que busca compreender a sociedade e a história a partir das relações sociais de produção e dos conflitos entre as classes sociais. Essa corrente se baseiana ideia de que a sociedade é moldada pela luta entre as classes sociais, que buscam a sua própria reprodução e hegemonia. No contexto da psicologia, o materialismo histórico dialético pode ser utilizado como um referencial teórico para compreender as questões sociais que influenciam a saúde mental das pessoas. Por exemplo, pode-se analisar como as desigualdades sociais, a exploração do trabalho e as relações de poder podem afetar o bem-estar psicológico das pessoas. Assim, a aplicação do materialismo histórico dialético na psicologia na atenção básica pode contribuir para uma compreensão mais ampla das condições sociais que influenciam a saúde mental. Isso possibilita uma intervenção mais efetiva por parte dos profissionais, considerando não apenas os aspectos individuais, mas também as determinantes contextuais e sociais.
2.5 O MODELO BIOMÉDICO
A necessidade de romper com o modelo biomédico na atenção básica em psicologia se deve a uma série de fatores. O modelo biomédico se baseia em uma visão reducionista e fragmentada da saúde, tratando os problemas e doenças como algo exclusivamente físico, ignorando os aspectos psicossociais envolvidos.
Na psicologia, essa abordagem pode ser especialmente problemática, uma vez que muitos dos problemas de saúde mental têm origem em fatores psicossociais, como traumas, estresse, questões familiares e sociais, entre outros. Portanto, uma abordagem que considere apenas a dimensão biológica é insuficiente para a compreensão e tratamento adequado desses problemas. Além disso, o modelo biomédico também tende a enfatizar o uso excessivo de medicamentos e intervenções médicas, sem oferecer espaço para outras abordagens mais integrativas e holísticas, como a psicoterapia, por exemplo. A psicoterapia pode ser uma ferramenta fundamental no tratamento de questões psicológicas, ajudando os indivíduos a compreenderem suas emoções, pensamentos e comportamentos, e a desenvolverem estratégias de enfrentamento mais saudáveis.
Portanto, é necessário romper com o modelo biomédico na atenção básica em psicologia para garantir uma abordagem mais abrangente, que considere a dimensão psicossocial, promova a prevenção e o tratamento adequado dos problemas de saúde mental, e ofereça opções de intervenções além do uso excessivo de medicamentos. Isso contribuirá para uma maior qualidade de vida e bem-estar dos indivíduos atendidos.
2.6 IMPORTANCIA DA PSICOLOGIA SOCIAL 
O ser humano é um indivíduo biopsicossocial estando em contato com outras pessoas, situações e mudanças, onde o meio irá influenciar sua saúde física e mental, essa realidade deve ser entendida como um contexto nas relações humanas. Conforme discorrido neste texto, podemos observar que a psicologia é um fator transformador na vida de cada pessoa, onde o processo histórico e social irá constituir-se nas suas singularidades e concepção teórica, tendo um entendimento do mundo e os fenômenos sociais. 
A psicologia inicialmente tinha uma posição neutra, não assumindo uma postura crítica dos adventos do cotidiano e posicionamento ético-político, esse contexto começa a mudar a partir de pensamentos e estudos sobre a realidade na américa latina, onde psicológicos trazem questionamentos referente aos fatores sociais e a atuação do psicólogo no social que está inserido. Diversos autores na América Latina que escreveram sobre uma Psicologia Social Crítica, podemos citar: Silvia Lane no Brasil, Ignácio Martin-Baró em El Salvador, Maritza Montero na Venezuela, Ignacio Dobles na Costa Rica, Fernando González Rey entre Cuba e Brasil e outros tantos (Conselho Regional de Psicologia, 2016). Para esses autores os processos sociais é um produto e produtor da sociedade em que está inserido.
Para Martin-Baró (1996) cita: 
“a conscientização dos povos deve ser um dos objetivos do trabalho do psicólogo, para que todos possam ter um saber crítico sobre sua realidade. Assim, o psicólogo deve dar condições para que a conscientização aconteça, para que os indivíduos e grupos possam pensar criticamente, ou seja, reverter a alienação. A conscientização também se faz necessária para que haja o empoderamento, pois só se empoderam indivíduos conscientes de sua realidade.”
A atuação do psicólogo no meio social deve ser considerada no desenvolvimento humano, tendo seu trajeto no modo de viver e morrer das pessoas, o lugar ocupado e suas relações sociais, condições de vida, com isso, iremos compreender o desenvolvimento do psiquismo.
É fundamental o papel do psicólogo nas criações de atividades que criem uma condição humanizada para proporcionar um fortalecimento nas mudanças e desenvolvimento. O trabalho do psicólogo é imprescindível para reconhecer a realidade relacionada à saúde para um desenvolvimento dos processos que se dão pelas relações sociais que estão inseridos. 
A função do psicólogo na equipe multiprofissionais na Saúde da Família, vai muito além do atendimento individual. O profissional busca compartilhar mais com a equipe, realizando trabalho conjunto e tento mais espaço de troca. Em suas atividades cotidianas inclui o apoio matricial, articulação com as escolas e secretarias de educação, trabalho em conjunto com outros profissionais da área da saúde, usa teoria e técnicas de modo inovador, diálogos e parcerias com universidades, trabalho com população especifica, ações com as famílias, trabalhos com grupos, implementação de programas e políticas públicas. Para isso o psicólogo precisa conhecer a comunidade, indo a campo, fazendo visitas com os agentes de saúde, fazer um estudo da área e suas dificuldades e saber das histórias e notícias daquela região. Estar alinhado com a equipe, em reuniões, para buscar a raiz do problema é de extrema importância, para que o psicólogo possa fazer seu trabalho da melhor forma possível. A seguir iremos falar um pouco a história, resumidamente, da inserção do psicólogo nas unidades de saúde na Atenção Básica, e suas funções e dificuldades encontradas no dia a dia.
O Programa Saúde da Família (PSF) é uma das ramificações do SUS, foi criado em 1994 para provocar uma mudança no modelo de atenção à saúde no país, diante da ausência de alterações significativas nesse campo após a Constituição Federal de 1988 ( Escorel, Giovanella, Mendonça, & Senna, 2007 ; Fertonani et al., 2015; Silva, Cassoti, & Chaves, 2013). De fato, o PSF provocou uma reorganização de impacto no Sistema Único de Saúde (SUS), aprofundou a municipalização na gestão das ações de saúde, fez frente à assistência médica individualizada e fragmentada quanto à prevenção e cura, expandiu a oferta de cuidado em saúde na Atenção Básica. Contudo, esse programa foi executado em uma conjuntura econômica neoliberal, com ações do Estado dirigidas para financeirização do capital (Mendes, 2015). Ou seja, o PSF já não lograra garantir a universalidade do acesso dos usuários aos serviços de saúde e a integralidade do cuidado (Cordeiro, 2001). Para que houvesse maior abrangência nas ações da Atenção básica, com a ênfase na territorização e regionalização, foram criados os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
O principal objetivo da área estratégica da saúde mental nos NASF é ampliar e qualificar o cuidado às pessoas com transtornos mentais com base no território, o que reflete uma mudança no modelo de atenção à saúde (Ministério da Saúde, 2010). O cuidado deve ser prestado na rede familiar, social e cultural do usuário, de forma que os saberes e práticas se articulem à construção de um processo de valorização da subjetividade. Nessa perspectiva, incentiva-se a implantação de uma rede diversificada de serviços de saúde mental de base comunitária que deve funcionar sob a lógica da atenção psicossocial.  A principal ferramenta de trabalho é o apoio matricial, que deve ser prestado por uma equipe NASF às equipes de saúde da família de um território adscrito (Ministério da Saúde, 2010). Para isso, prevê investimento em nove áreas estratégicas dentre as quais figura a saúde mental, em função da magnitude epidemiológica dos transtornos mentais. É nessaárea estratégica que está previsto o ingresso de psicólogos. Embora possam escolher entre três categorias profissionais (psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais), os gestores municipais têm contratado prioritariamente psicólogos como profissionais de referência na saúde mental (Ministério da Saúde, 2010).
Os NASF devem se constituir em equipes multiprofissionais que atuem em parceria e apoiem as equipes de Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios. Cada NASF deve estar vinculado entre 5 e 20 equipes. Isso equivale dizer que cada psicólogo inserido em uma equipe do NASF fará, em média: o apoio de 13 equipes de ESF, sendo corresponsável por aproximadamente 48/50 mil pessoas ou 8/10 mil famílias. O espaço de trabalho do psicólogo no NASF na Atenção Básica, entende que profissional deva, junto com a equipe, construir respostas eficientes para as mais variadas demandas de saúde mental existentes naquele território: coletivas, individuais, familiares, escolares, institucionais etc. Junto com a equipe realizar abordagens em domicilio e com o matriciamento são ações importantes de cuidado para com os sujeitos e seus familiares, podendo ainda ser aliadas ao olhar criterioso e analítico para com a demanda, enquanto expressão subjetiva de sofrimento de uma dada coletividade.
Na pratica ainda há barreiras a se ultrapassar, Oliveira e cols. (2004) e Ronzani e Rodrigues (2006), em estudos realizados com psicólogos das Unidades Básicas de Saúde de Natal-RN e Juiz de Fora-MG, respectivamente, encontraram resultados muito semelhantes no que diz respeito ao predomínio do modelo individualista, biomédico e hegemônico das práticas psicológicas, bem como da psicologização do processo saúde-doença. Para Oliveira e cols. (2004), a referência clínica ainda predomina na formação dos profissionais e se reflete na compreensão tanto para os mesmos como para a população de que psicoterapia é sinônimo de atuação psicológica. Em outro trabalho, Oliveira e cols. (2005) investigaram como as práticas psicológicas são registradas no SUS e constataram que o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS) reproduz o modelo tradicional da Psicologia com ênfase nas psicoterapias. Sendo assim, o próprio serviço de saúde limita a possibilidade de ampliação das práticas psicológicas na atenção primária. 
Neste sentido e pautando-se pela preocupação com a formação do psicólogo para atuação na saúde pública, o ano de 2006 foi definido pelo Conselho Federal de Psicologia como o ano da Psicologia e da Saúde Pública. Durante todo o período, foram realizadas discussões, mesas-redondas, debates, palestras, entre outras atividades que culminaram na realização do I Fórum Nacional de Psicologia e Saúde Pública, em Brasília, no final do mesmo ano, e na pesquisa em parceria com a Associação Brasileira para o Ensino de Psicologia (ABEP) (Spink, 2006). Segundo os organizadores, o evento representou uma possibilidade de “acerto de contas” de várias pendências produzidas ao longo da inserção da Psicologia como profissão na área da Saúde, relativas aos aspectos políticos, administrativos e técnicos.
As discussões sobre o modo de atuação dos psicólogos na Atenção Básica são necessárias, para que haja um alinhamento nas práticas propostas pelo o NASF. A necessidade de reformulação dos currículos de graduação, fundamentada em uma perspectiva diferente do que seja a Psicologia, pois do contrário estaremos fadados a pequenas e sutis mudanças de conteúdos, mas não de visão de mundo.
3. CONCLUÇÃO 
A partir do que estudamos podemos observar que a psicologia no contexto saúde publica e sócio-histórica tem suas práxis no campo da saúde coletiva focando sua atenção na saúde básica, trazendo contribuições para cada individuo e suas demandas. A psicologia social através de seus autores com suas contribuições, trouxe um novo pensar na atuação do psicólogo, saindo do caráter elitista para se começar se voltar para o social. 
Podemos destacar a importância do psicólogo no SUS, onde sua atuação não se limita há uma psicoterapia breve, mas uma que promova autonomia, conscientização, empoderamento para uma transformação individual e comunitário, com isso, destacamos que nesse contexto o profissional terá um posicionamento ético-politico. 
Biografia
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. (2006). Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF: Autor.
Ministério da Saúde. (2008). Portaria n. 154, de 24 de janeiro de 2008. Brasília, DF: Autor.
Escorel, S., Giovanella, L., Mendonça, M. H. M., & Senna, M. C. M. (2007). O programa de Saúde da Família e a construção de um novo modelo para a atenção no Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, 21(2), 164- 176. Recuperado em http://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v21n2- 3/11.pdf
Mendes, Á. (2015). A saúde pública brasileira no contexto da crise do Estado ou do capitalismo? Saúde e Sociedade, 24(1), 66-81. Recuperado em http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v24s1/0104-1290-sausoc-24-s1-00066.pdf
Cordeiro, H. (2001). Descentralização, universalidade e eqüidade nas reformas da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 6(2), 319-328. doi: 10.1590/S1413 81232001000200004
Ministério da Saúde. (2010). Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília, DF: Autor. Recuperado em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretri zes_nasf.pdf
Oliveira, I. F., Dantas, C. M. B., Costa, A. L. F., Silva, F. L., Alverga, A. R., Carvalho, D. B. et al. (2004). O psicólogo nas unidades básicas de saúde: formação acadêmica e prática profissional. Interações, 9(17), 71-89. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-29072004000100005
Oliveira, I. F., Dantas, C. M. B., Costa, A. L. F., Silva, F. L., Alverga, A. R., Carvalho, D. B. e cols. (2004). O psicólogo nas unidades básicas de saúde:Formação acadêmica e prática profissional. Interações, 9(17), 71-89.
Spink, M. J. P. (2006). A Psicologia em diálogo com o SUS: Prática profissional e produção acadêmica. Relatório Final Projeto Coletivo de Cooperação Técnica da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia: Mudança na Formação em Psicologia e Pesquisa e Sistematização de Experiências. Recuperado em 16 janeiro 2007, de http://www.abepsi.org.br/web/Relatorio_pesquisa_ABEP.pdf

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