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4 14 Guilherme Alfredo Lourenço Simbine Nelson Balate Silvino Bartolomeu NEE Comportamentais · Hiperactividade · Agressividade · Timidez Licenciatura em Ensino de Química Universidade Pedagógica Maputo, 2023 Guilherme Alfredo Silvino Bartolomeu Lourenço Simbine Nelson Balate NEE Comportamentais · Hiperactividade · Agressividade · Timidez Licenciatura em Ensino de Química ( Trabalho de Pesquisa elaborado, no departamento de ciências Naturais e Matemática, na cadeira de NEE para fins avaliativos. ) Universidade Pedagógica Maputo, 2023 Índice CAPITULO I 4 INTRODUÇÃO 4 1.1.OBJECTIVOS 4 1.1.1. Geral 4 Específicos 4 CAPITULO II 5 2.0. Fundamentação teórica 5 2.1. Necessidades educativas especiais comportamentais 5 Conceito 5 2.4. Características de sinais ou de alerta 6 2.5. Classificação dos comportamentos manifestados pelos alunos 7 2.5.1. Hiperactividade 7 Características da hiperactividade 8 Tipos da hiperactividade 8 Causas da hiperactividade 8 A intervenção de alunos com hiperactividade na sala de aulas 9 2.5.2. Agressividade 9 Características da agressividade 10 Tipos da agressividade 10 Causas da agressividade 10 Intervenção na sala de aulas: 11 2.5.3. Timidez 11 Características da timidez 11 Tipos da timidez 12 Causas da timidez 12 Intervenção na sala de aulas 12 2.5.4. Distúrbios da atenção 12 Causas Exteriores à Escola 13 Causas Interiores à Escola 14 CAPITULO III 16 CONCLUSÃO 16 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17 CAPITULO I INTRODUÇÃO Um comportamento para ser considerado problemático ou perturbador, não pode ser visto de forma isolada e descontextualizada, desde logo porque este pode ser aceitável num dado contexto (por exemplo, correr atrás de um colega, no recreio) e não sê-lo noutro (fazer o mesmo na sala de aula). Por outro lado, comportamentos aparentemente inócuos (tal como levantar-se para colocar um papel no lixo ou mexer nas canetas de um colega) podem tornar-se perturbadores se em acumulação, ou caso sejam repetidos frequentemente; outros comportamentos há que, se exibidos por um curto período de tempo, podem até ser desculpáveis (por exemplo, olhar pela janela), mas já não o serem se perdurarem no tempo; igualmente, há comportamentos que, mesmo similares, podem ser mais graves do que outros (será mais perigoso dar um soco na cara a um colega do que lhe dar um pequeno empurrão). Devemos, ainda, considerar a própria tolerância de quem observa os comportamentos antes de os rotular de perturbadores, já que para uns, determinada atitude pode ser aceitável, enquanto para outros pode, efetivamente, ser problemática. O presente trabalho visa abordar os assuntos inerentes as necessidades especiais educativas comportamentais (NEEC), abordaremos a questão relacionada com o conceito de problemas comportamentais, características, as possíveis causas de problemas comportamentais, a classificação dos mesmos e estratégias de mudança comportamentais. 1.1.OBJECTIVOS 1.1.1. Geral · Compreender os alunos com necessidades educativos especiais comportamentais Específicos · Definir problemas dos comportamentos; · Identificar as causas e classificar alunos com NEEC · Indicar estratégias de mudança comportamental CAPITULO II 2.0. Fundamentação teórica 2.1. Necessidades educativas especiais comportamentais Conceito As necessidades educativas especiais comportamentais referem-se a dificuldades comportamentais que afectam o processo de aprendizagem de um aluno. Algumas das necessidades educativas especiais comportamentais mais comuns incluem hiperactividade, agressividade e timidez. 2.5. Classificação dos comportamentos manifestados pelos alunos Para MECB (1994) as condutas tipicas que aparecem com maior frequência, portanto que são mais detectadas nas escolas são: 2.5.1. Hiperactividade A hiperactividade é uma condição caracterizada por um alto nível de actividade motora e impulsividade, o que pode levar a dificuldades em se concentrar, seguir instruções e completar tarefas. A hiperactividade é frequentemente associada ao Transtorno do Défice de Atenção e Hiperactividade (TDAH), mas também pode ocorrer como resultado de outras condições de saúde ou factores ambientais. A hiperactividade é caracterizada por uma actividade excessiva e impulsividade em crianças e jovens, afectando sua capacidade de se concentrar e focar em tarefas escolares. Alguns dos sintomas da hiperactividade incluem inquietude, dificuldade em permanecer sentado, dificuldade em seguir instruções e dificuldade em completar tarefas. Características da hiperactividade Algumas das características comuns da hiperactividade incluem inquietude, impulsividade, dificuldade em permanecer sentado, dificuldade em seguir instruções e dificuldade em completar tarefas. Os indivíduos com hiperactividade também podem ter dificuldades em controlar suas emoções e comportamentos, o que pode afectar seu desempenho na escola e em outras áreas da vida. Tipos da hiperactividade Existem diferentes tipos de hiperactividade tais como: Hiperactividade motora: caracterizada por um alto nível de actividade física, agitação e dificuldade em ficar parado; Hiperactividade cognitiva: caracterizada por um alto nível de pensamento acelerado, dificuldade em se concentrar e mudar rapidamente de uma tarefa para outra; Hiperactividade mista: caracterizada pela presença de ambos os sintomas motores e cognitivos. Causas da hiperactividade A hiperactividade pode ser causada por uma combinação de factores biológicos, genéticos e ambientais. Alguns dos factores que podem contribuir para o desenvolvimento da hiperactividade incluem: · Desenvolvimento anormal do cérebro; · Desequilíbrios químicos no cérebro; · Genética; · Exposição a toxinas ambientais; · Dietas deficientes; · Falta de sono adequado; · Estresse emocional. · Intervenção na sala de aulas: A intervenção de alunos com hiperactividade na sala de aulas A intervenção na sala de aulas para alunos com hiperactividade deve ser personalizada e adaptada às necessidades individuais do aluno. Algumas estratégias eficazes podem incluir: · Proporcionar um ambiente de aprendizagem calmo e organizado; · Dividir as tarefas em pequenas etapas gerenciáveis; · Usar recompensas para incentivar o comportamento positivo; · Estabelecer rotinas e horários regulares; · Fornecer feedback frequente e positivo; · Encorajar a participação em actividades físicas; · Trabalhar em parceria com os pais e outros profissionais da saúde para fornecer suporte contínuo ao aluno. 2.5.2. Agressividade A agressividade é um comportamento que envolve intencionalmente causar dano ou dor a outra pessoa, animal ou objecto. Esse comportamento pode assumir diferentes formas, desde expressões verbais até actos físicos violentos. A agressividade pode ser um comportamento adaptativo em algumas situações, mas em excesso pode ser prejudicial para o indivíduo e para os outros ao seu redor. A agressividade pode afectar a capacidade de um aluno de se relacionar com seus colegas e professores de forma adequada, além de prejudicar o seu desempenho académico. Alguns dos sintomas da agressividade incluem comportamento violento ou desafiador, comportamento desrespeitoso com professores ou outros alunos e dificuldade em lidar com emoções negativas. Características da agressividade Algumas características comuns da agressividade incluem impulsividade, irritabilidade, falta de controlo emocional, hostilidade, intenção de causar dano ou dor a outros, entre outros. Tipos da agressividade Existem diferentes tipos de agressividade, incluindo: Agressividade física: envolve comportamentos físicos, como bater, empurrar ou ferir outras pessoas; Agressividade verbal: envolve expressões verbais hostis ou ameaçadoras, como insultos ou ameaças; Agressividade passiva: envolve comportamentos indirectos que visam causar danos ou inconvenientes, como ignorar ou excluir outras pessoas; Agressividade instrumental: envolve o uso da agressão para atingir um objectivo específico, como roubar ou intimidar outras pessoas. Causas da agressividade A agressividade pode tercausas complexas e multifactoriais, incluindo factores biológicos, genéticos e ambientais. Alguns dos factores que podem contribuir para o desenvolvimento da agressividade incluem: · Desequilíbrios químicos no cérebro; · Genética; · Experiências de vida traumáticas, como abuso físico ou emocional; · Exposição a ambientes violentos ou stressantes; · Falta de habilidades sociais e emocionais para lidar com situações difíceis; · Transtornos mentais, como Transtorno Explosivo Intermitente ou Transtorno do Défice de Atenção e Hiperactividade (TDAH); · Consumo de drogas ou álcool. Intervenção na sala de aulas: A intervenção na sala de aulas para alunos com comportamentos agressivos deve ser personalizada e adaptada às necessidades individuais do aluno. Algumas estratégias eficazes podem incluir: · Estabelecer regras claras e consistentes para o comportamento adequado; · Ensinar habilidades sociais e emocionais, como resolução de conflitos e comunicação eficaz; · Oferecer opções de escolha para o aluno, dando-lhe um senso de controle sobre a situação; · Implementar estratégias de resfriamento, como tempo de pausa ou actividades de relaxamento; · Reconhecer e elogiar comportamentos positivos; · Trabalhar em parceria com os pais e outros profissionais da saúde para fornecer suporte contínuo ao aluno. É importante que a escola tenha um plano de acção em caso de episódios de agressão, incluindo procedimentos de segurança e encaminhamento para atendimento psicológico. 2.5.3. Timidez A timidez é uma característica pessoal que se refere ao sentimento de inibição, desconforto ou ansiedade em situações sociais e de interacção com outras pessoas. Ela pode se manifestar em diferentes graus, desde uma simples reserva em situações sociais até uma extrema inibição e dificuldade em estabelecer contacto com outras pessoas. Características da timidez As principais características da timidez incluem inibição, desconforto e ansiedade em situações sociais, medo de julgamento ou rejeição por parte dos outros, falta de confiança em si mesmo e dificuldade em estabelecer contacto e relacionamentos com outras pessoas. A timidez também é caracterizada pela falta de confiança e auto-estima, afectando a capacidade de um aluno de se comunicar e interagir com outros alunos e professores. Alguns dos sintomas da timidez incluem evitação de situações sociais, medo de falar em público e dificuldade em fazer amigos Tipos da timidez Existem diferentes tipos de timidez, como a timidez generalizada, que se manifesta em todas as áreas da vida social e a timidez situacional, que é mais específica a determinadas situações, como falar em público ou interagir com pessoas desconhecidas. Causas da timidez As causas da timidez podem ser diversas, como traumas de infância, experiências negativas em situações sociais, baixa auto-estima, ansiedade, entre outras. Intervenção na sala de aulas Na sala de aulas, é importante que os professores estejam atentos aos alunos tímidos e ofereçam oportunidades para que eles possam se expressar e interagir com seus colegas, criando um ambiente seguro e acolhedor. Também é importante incentivar a participação em actividades que estimulem a comunicação e o trabalho em grupo, oferecendo suporte e orientação aos alunos mais tímidos. É fundamental que a escola e os professores trabalhem em conjunto com os pais para garantir um acompanhamento mais completo e eficaz. 2.5.4. Distúrbios da atenção Nesse contexto, encontramos crianças que apresentam dificuldades em atender a estímulos corriqueiros, distraindo-se com qualquer outro estimulo- um barulho do lado de fora da sala, o cabelo da colega do lado, uma mosca passando. Geralmente são crianças que se movimentam com muita frequência. Outras crianças podem conseguir prestar atenção ao (à) professor (a) , mas por um curto espaco de tempo, apresentando dificuldades em concentrar-se para realizar suas actividades. Há ainda crianças com distúrbios de atenção que seleccionam e respondem a alguns aspectos da realidade, por exemplo crianças que não respondem a nenhuma pergunta, mas sempre que há um colega conversando, informam ao (à) professor(a). Causas do comportamento não ajustado. Para casos de comportamentos observados na escola, podemos ter três tipos de causa: · Causas Exteriores à Escola · Causas Interiores à Escola · O próprio aluno Causas Exteriores à Escola No que concerne às causas exteriores à escola, o ambiente familiar, a sociedade e até o próprio Ministério da Educação, são as influências mais significativas. A família, constitui o ambiente primário de educação, e há casos em que pode não conseguir criar contextos de desenvolvimento adequados à criança, o que se refletirá, mais tarde, em comportamentos desajustados na escola. Por outro lado, alguns dos comportamentos poderão ser explicados por influências perversas da sociedade, como o crescente número de alunos provenientes de grupos populacionais onde subsistem problemas de integração social e, mesmo, por certos programas televisivos visionados sem a devida supervisão de um adulto. Por outro lado, ainda, o Ministério da Educação, ao lançar programas que privilegiam um saber clássico em detrimento de um maior pragmatismo e publicando regulamentos, muitas vezes desconexos entre si, pode levar à descrença no funcionamento da escola (Martins e Cabrita, 1991). Nesse grupo podemos inserir as causas ambientais, que estãorelacionada com a personalidade da criança, que é formada de forma continua desde os primeiros anos de vida. O papel dos pais, educadores, grupos de pares e até do meio envolvente é fundamental para esta construção.Quando ao longo deste processo ocorre a destruturação familiar, ou diversos problemas relacionados com violência ou agressão, a criança passa por um processo de gestão emocional, muito difícil, que nem sempre consegue superar. As experiênciasque a criança passou podem influenciar o modo como vive e se comporta na idade adulta (Causa emocional) (CORREIA (2008). É comum nestes casos, que as crianças desenvolvem distúrbios comportamentais. Fora da escola também encontramos as Causas Biologicas (condicionante genetica) que podem influenciar a fisiologia e o funcionamento do cerebro e, consequentemente, levar a alteração do comportamento. Nesse grupo também está inserido a má nutrição e estimulação deficitária, e diferenças socioculturais; Causas Interiores à Escola Relativamente aos factores internos da escola, estes podem ir desde questões logísticas e de funcionamento até às atitudes quer dos adultos, quer dos discentes. Com efeito, a escassez de recursos financeiros ou uma gestão escolar ineficaz pode limitar a resolução de problemas relacionados com o espaço, equipamentos e pessoal auxiliar, o que pode, indiretamente, contribuir para que a escola se torne um meio menos agradável e, eventualmente, mais propício a manifestação de certas atitudes. Também a dinâmica da turma é um fator importante na questão de manifestamento de certos comportamentos ((in)disciplina). A turma, como grupo que é, reveste-se de grande importância no processo de socialização e aprendizagem dos jovens. Efetivamente, possíveis subgrupos formados no seio daquela, com interesses e motivações discordantes das regras estabelecidas pelo professor, poderão boicotar o normal funcionamento das aulas. Por outro lado, todas as interações dentro da própria turma podem fazer aumentar, manter ou diminuir/extinguir certos comportamentos indisciplinados. 2.5.6. Intervenção do professor para ajustar comportamentos desajustado Para um professor ensinar bem tem que conhecer a matéria que ensina (subentendendo-se, aqui, a importância de uma boa formação inicial), mas também tem de ter a capacidade de a transmitir eficazmente, já que, se o conseguir, terá alunos mais interessados e motivados, dificultando, por inerência, a indisciplina. Assim, Amado e Estrela (2000) referem que uma gestão da escola democrática e participada, tendo em conta a opinião da comunidade educativa, inclusivamente a dos alunos, poderá diminuir os comportamentosdesajustados já que o discente, ao sentir-se valorizado e respeitado, aderirá mais facilmente às normas e valores da escola, sentindo-se membro dessa comunidade. Os mesmos autores apontam ainda a importância de um maior e mais eficaz envolvimento da escola com a comunidade exterior e, muito particularmente, com as famílias dos seus alunos. Segundo Lopes e Rutherford (2001) a prevenção a comportamentos desajustados requer uma organização e gestão da sala de aula eficaz, e o professor deve: · Ter uma boa capacidade académica, pedagógica e relacional para uma organização e gestão da sala de aula eficaz. · Deve deixar aos alunos a percepção de que está atento aos pormenores que ocorrem no seio da turma, procurando aperceber-se de tudo o que se passa na aula; · Deve, também, conseguir fazer bem várias coisas ao mesmo tempo (ensinar, aplicando diferentes estratégias para alunos com diferentes necessidades, estar atento a comportamentos disruptivos, etc.); · Deve, ainda, ser organizado na apresentação da aula, evitando “tempos mortos” (potenciadores de desatenção e de comportamentos desajustados) e defensor do próprio currículo, tornando-o claro e lógico aos olhos dos alunos, que assim, melhor o compreenderão. · Aconselha-se igualmente que o professor parta com expectativas positivas relactivamente aos seus alunos e que seja inovador, propondo-lhes tarefas encaradas como desafios, numa tentativa de os manter interessados e motivados. CAPITULO III CONCLUSÃO Em suma, a actuação docente, quer ao nível da estruturação das tarefas académicas, quer ao nível das relações sociais na turma, tem, sem dúvida, peso preponderante num bom ambiente de aprendizagem, desejando-se, por isso, que essa gestão eficaz da sala de aula possa ser um fator sempre presente na realidade educativa. Não só os conhecimentos científicos e pedagógicos do professor são importantes no combate de comportamentos desajustados, pra prevenção desses comportamentos o professor deve considerar a importância dos aspetos relacionais com os seus alunos, devendo a tónica da sua acção centrar-se na prevenção desses comportamentos e não na forma de a controlá-las. Um comportamento para ser considerado problemático ou perturbador, não pode ser visto de forma isolada e descontextualizada. Para além da escola o professor precisa de trabalhar em consonâncias com os intervenientes externos da escola, a ter uma intervenção positiva na interação com alunos que apresentam necessidades especiais educativas comportamentais. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORREIA, Luís Miranda. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares. Porto Editores, (1997). CORREIA, Luís Miranda. Alunos com Necessidades Educativas Especiais, Um Guia para Educadores e Professores. Porto Editores, (2008). LOPES, J. e RUTHERFORD, R. Problemas de comportamento na sala de aula-identificação, avaliação e modificação, 2ª ed. Porto: Porto Editores. (2001). SILVA, Rita M. Crisostomo da Estrategias de Mudança Comportamental aplicadas em Contexto escolareinstituicional. Instituto politécnico de Coimbra. (2012)
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