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ANTIPSICÓTICOS 0,2 a 0,4% da população geral, mais precoce e mais grave em homens Início na vida adulta, com segundo pico por volta dos 40 anos Redução da expectativa de vida em 10-20 anos Doenças cardiovasculares – obesidade, tabagismo, diabetes, estilo de vida e acesso aos serviços de saúde Clinica Sintomas positivos, negativos, cognitivos, de humor e ansiedade Diagnostico diferencial Critérios pelo DSM-5 e CID; diferenciação com transtornos orgânicos, outros transtornos psiquiátricos e entre os diferentes transtornos psicóticos Teorias fisiopatológicas Neurodegenerativas – demência precoce Teoria dopaminérgica – mecanismo de ação dos antipsicóticos 1° - quantidade? 2° desproporção entre subcortex e região pré-frontal? 3° liberação de dopamina fora de contexto – alteração da saliência (capacidade de atribuir relevância a um objeto ao mudar o foco de atenção – saliência errática e inadequada) Bloqueio de receptores D2 impediria atribuição aberrante de saliência Teoria glutaminergica – indução de sintomas Teoria serotoninérgica – alucinógenos agonistas de 5-HT, antipsicoticos atípicos antagonizam 5-HT2A Aumento da expressão de serotonina – liberação de glutamato – ativação da área tegumentar ventral – hiperativação da via mesolímbica – excesso de dopamina Teoria do neurodesenvolvimento – vulnerabilidade genética afetada por exposição precoce ou tardia a fatores de risco ambientais = trajetória de desenvolvimento cerebral alterada Desconectividade – falhas integrativas na conectividade neuronal alterações na dinâmica de diferentes regiões corticais – prejuízo da efetividade conectiva, com alterações de integração Hipótese inflamatória – sistema complemento, citocinas pró-inflamatórias IL-6 e TNF-alfa; desequilíbrio entre radicais livres de oxigênio e mecanismos de defesa antioxidantes Estresse / vulnerabilidade decorrente de exposições pré-natais a agentes infecciosos – aumento da sensibilidade a estímulos da micróglia Micróglia excessivamente ativada – excesso de poda sináptica Citocinas pró-inflamatórias – enzima indoleamina – metabolismo do triptofano para quinurenina – aumento de ácido quinurenico (antagonista natural do receptor NMDA de glutamato) – hipofunção do receptor NMDA glutamatérgico Futuros arsenais terapêuticos? AINES com ação em COX-2, AAS, N-acetilcisteina, minociclina e agentes imunomoduladores Neuroimagem Redução global do volume cerebral total e da substancia cinzenta, aumento do volume ventricular Alteração global do cérebro Redes de conectividade funcional – regiões associativas – funcionamento global do cérebro Etiopatogenia Fatores ambientais – complicações obstétricas, migração, urbanicidade, uso de maconha, eventos traumáticos; não determinam a doença, só aumentam o risco – maioria a desenvolve; dependem da fase de desenvolvimento, janela para o efeito; sobreposição de fatores – adversidade social Fatores genéticos – agregação familiar; 1° grau – 10%, gêmeos monozigóticos – 50%; herdabilidade – estimativa do quanto um fenômeno é explicado geneticamente; em torno de 80%, uma das mais altas entre os transtornos psiquiátricos; herança complexa com centenas a milhares de variantes genicas de baixo risco individual Processo neurodesenvolvimental Pródromo e 1° episodio O primeiro episódio – aparecimento de sintomas psicóticos francos, quebra de contato com a realidade: delírios, alucinações, alterações de psicomotricidade, discurso ou comportamento desorganizados Definição clínica, seguida de acompanhamento longitudinal 60% - Remissão dos sintomas (intervenção rápida melhora prognostico) Funcionamento pré-mórbido subótimo alterações de sono, sintomas depressivos, ansiedade, irritabilidade, oscilações de humor, isolamento social, hipobulia, redução de concentração, sensação de estranhamento com o mundo e consigo mesmo, desconfiança não estruturada e discurso vago Risco ultra-alto sintomas positivos atenuados, sintomas breves e intermitentes, risco genético + prejuízo funcional ou personalidade esquizotipica Terapêutica farmacológica 1° geração (típicos ou neurolepticos) – clorpromazina, levopromazina, haloperidol, periciazinha, tioridazina, trifluoperazina, flufenazina, zuclopentixol e pimozida 2° geração (atípicos) – clozapina, risperidona, paliperidona (injetável), olanzapina, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol, amisulprida, lurasidona e brexipiprazol) Principal mecanismo de ação – bloqueio de receptores D2 na via mesolimbica 2° geração – além de D2, perfil heterogêneo, incluindo antagonismo serotoninérgico, principalmente 5-HT2A Efeitos adversos síndromes extrapiramidais e neurolepticas maligna x peso e metabolismo Esquizofrenia resistente ao tratamento clozapina / risco de agranulocitose Esquizofrenia ultra resistente ECT, combinação Abordagens psicossociais Intervenção familiar, programa de suporte ao trabalho, terapia ocupacional, cognitivo-comportamental remediação e treinamento cognitivo Consequências clinicas do efeito dos medicamentos antipsicoticos típicos sobre a via dopaminérgica túbero-infundibular Antipsicoticos são utilizados no tratamento de psicoses, como a esquizofrenia Classificados em típicos e atípicos, de acordo com seu mecanismo de ação Os típicos bloqueiam os receptores dopaminérgicos D2, enquanto os atípicos bloqueiam os receptores dopaminérgicos D2 e os receptores serotoninérgicos 5HT2A Essa diferença no mecanismo de ação determina perfis distintos de efeitos terapêuticos e efeitos colaterais de cada um desses grupos · Típicos – haloperidol, clorpromazina · Atípicos – risperidona, ziprasidona, olanzapina, quetiapina, clozapina e aripiprazol Vias dopaminérgicas São 5 – · Nigroestriatal – substancia negra para os núcleos da base ou estriato · Mesolimbica – mesencéfalo para núcleo accumbens (sistema límbico) · Mesocortical – mesencéfalo ao córtex pre frontal · Tuberoinfundibular – hipotálamo para adenohipofise · Via pouco elucidada – no arqueduto para múltiplos locais Na psicose, há uma hiperatividade dopaminérgica na via mesolimbica, mas as outras vias estão normais ou até com déficit de dopamina A dopamina liberada na via tuberoinfundibular regula a secreção da prolactina a partir da glândula adenohipofise O bloqueio dos receptores de dopamina no trato tuberoinfundibular resulta no aumento da secreção de prolactina · Além dos efeitos extrapiramidais, os antipdicoticos típicos apresentam a hiperprolactinemia Fisiologia da hiperprolactinemia A prolactina é um hormônio secretado por células lactotróficas na hipófise anterior A principal regulação inibitória é feita pela dopamina, que se liga a receptores D2 na membrana dessas células Antipsicoticos bloqueiam esses receptores e removem o efeito inibitório da dopamina na secreção de prolactina hiperprolactinemia As consequências clinicas são = disfunções sexuais, infertilidade, amenorreia, galactorreia, ginecomastia e alterações menstruais Sintomas da esquizofrenia e seus tratamentos A esquizofrenia é a principal indicação psiquiátrica para o uso de agentes antipsicoticos Sintomas psicóticos agudos, como alucinações e delírios, podem ser controlados de forma relativamente rápida com um fármaco antipsicotico A redução nos distúrbios de pensamento, distanciamento e apatia são tardios e a melhora clinica é gradual · Sintomas positivos – falha de disparo na sinapse nervosa (delírios, alucinações, incoerência do pensamento e alterações afetivas e psicomotoras) · Sintomas negativos – alterações anatômicas acopladas a falha de disparo (embotamento afetivo, pobreza de discurso, do conteúdo do discurso, empobrecimento funcional, distractibilidade e isolamento social) Os antipsicoticos são divididos em 1. Sedativos – clorpromazina, tioridazina melhor indicação nos casos de agitação psicomotora 2. Incisivos – haloperidol, flufenazina remoção dos sintomas produtivos 3. Atípicos e de última geração – clozapina, amissulprida sintomas positivos e negativos Típicos Divididos em alta potência – haloperidol e baixa – clorpromazina Cerca de 30% dos pacientes não respondem; eficazes em 50-70% Sintomas agudos daesquizofrenia – controlam o comportamento bizarro e diminuem a agitação O tratamento prolongado previne ataques de esquizofrenia, permitindo a retirada do paciente do hospital Podem causar efeitos adversos relacionados com a cognição e movimentos extrapiramidais Atípicos Menos efeitos extrapiramidais e mais eficazes na diminuição dos sintomas negativos Os fármacos antipsicoticos típicos e atípicos apresentam igual eficácia no tratamento dos sintomas positivos em cerca de 70% dos pacientes As evidencias favorecem os atípicos quanto à obtenção de benefício para sintomas negativos e cognição, risco diminuído de discinesia tardia e elevações menos acentuadas nos níveis de prolactina Atípicos como a clozapina e risperidona exibem superioridade em relação ao haloperidol Devem ser preferidos quando: 1. Escolha para esquizofrenia recém diagnosticada 2. Efeitos colaterais adversos intoleráveis com antipsicoticos comuns 3. Durante episódio agudo, quando a conversa com a pessoa afetada não é possível Taxa de recaída menor com atípicos Manifestações extrapiramidais e manejo farmacológico · Distonia aguda Espasmos dos músculos da língua, face, pescoço e costas; dura de 1 a 5 dias Manifestação mais precoce Tratamento – biperideno IM a cada 30 minutos · Acatisia Inquietude motora, sensação de ansiedade ou agitação; pode gerar convulsões Geralmente na 2° ou 3° semana de tratamento; dura entre 5 a 60 dias Tratamento – reduzir doses ou trocar fármaco, antiparkinsonianos VO (biperideno); benzodiazepínicos em dose baixa (lorazepam 1 mg 3x/dia); propranolol (20-40 mg 3x/dia) · Parkinsonismo Manifestação mais frequente, no 1° e 2° mês de tratamento; micrografia e bradicinesia surgem primeiro Pode durar de 5 a 30 dias Tratamento – reduzir dose do antipsicotico; biperideno VO 2-6 mg/dia · Síndrome neuroleptica maligna Deve ser identificada imediatamente por representar risco a vida Rigidez muscular, hipertermia e disfunção autonômica; pode durar semanas Tratamento – suspender antipsicoticos imediatamente, paciente deve ser tratado em unidade de terapia intensiva, monitorar sinais vitais e função renal · Discinesia tardia Após semanas, meses ou anos de uso continuo de antipsicoticos Movimentos involuntários, de gravidade variável, exacerbados por momentos de tensão e que desaparecem durante o sono A primeira manifestação costuma ser leve tremor nas línguas Tratamento – evitar altas doses de antipsicoticos a longo prazo, se persistente – trocar antipsicotico por clozapina
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