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Antissecretórios para Úlcera Péptica e DRGE

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ANTISSECRETORESGÁSTRICOS
Ulcera péptica
Lesão circunscrita de mucosa, ultrapassando a camada muscular própria, igual ou maior a 5mm decorrente da acidez da secreção gástrica 
A ulcera péptica é uma erosão em um segmento de mucosa gástrica, no estomago ou no duodeno, que penetra a mucosa muscular
Localização gástrica, duodenal ou ambas
Diagnóstico em regra por endoscopia digestiva alta
Desbalanço entre fatores agressores e fatores protetores da mucosa
Origem multifatorial
Principais fatores – infecção por Helicobacter pylori e uso prolongado de AINHs
O H. pylori desencadeia uma inflamação sobre a mucosa e uma alteração dos mecanismos regulatórios da produção de ácido gástrico 
Comprometimento na produção de somatostatina pelas células D com consequente redução da inibição da produção de gastrina com o decorrer do tempo
Prejudica a capacidade de defesa da mucosa – atua diminuindo a disponibilidade de prostaglandina e do fator de crescimento epitelial
Sintoma predominante – dor epigástrica 
Objetivos – aliviar dor, cicatrizar lesão e prevenir recorrência 
Medicações que promovem a cicatrização da ulcera agem por dois mecanismos – fortalecimento dos componentes que mantêm a integridade e defesa da mucosa gastroduodenal (pró-secretores) e diminuindo a ação do ácido clorídrico (antissecretores)
Melhores escolhas de IBP – esomeprazol 40mg 12/12 horas e rabeprazol 20mg 12/12 horas
INFLAMAÇÃO
Lesão na membrana à ativação de citocinas inflamatórias à ativação da enzima fosfolipase A2
Fosfolipase A2 degrada os fosfolipideos e libera o ácido araquidônico
Ácido araquidônico, se metabolizado pela lipoxigenase leucotrienos
Se metabolizado pela cicloxigenase prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos
COX
· Cox 1 – presente em quase todos os tecidos; está associada à produção de prostaglandinas diversos efeitos fisiológicos proteção gástrica, agregação plaquetaria, homeostase vascular e manutenção do fluxo sanguíneo renal
· Cox 2 – presente nos locais de inflamação; ela é expressa por células envolvidas no processo inflamatório (macrófagos, monócitos e sinoviocitos). Entretanto, ela também se encontra em outros tecidos e órgãos, como rins, cérebro, ovário, útero, cartilagem, ossos e endotélio vascular
Função das prostaglandinas
Vasodilatação ou vasoconstrição; contração ou relaxamento da musculatura brônquica ou uterina; hipotensão; aumento do fluxo sanguíneo renal
No TGI, as prostaglandinas I2 e E2 são citoprotetoras da mucosa gástrica: inibição da secreção ácida, aumento do fluxo sanguíneo local, promoção da produção de muco, aumento da síntese de glutation e aumento da síntese de bicarbonato
Mecanismo de ação dos AINEs
Inibição das enzimas COX bloqueio da entrada do ácido araquidônico no canal diminuição da produção de prostaglandinas
Inibição da COX 1 – diminui produção de prostaglandinas deixa de ter os efeitos de anti-secreção gástrica, de produção de muco, de aumento da síntese de bicarbonato deixa o ambiente gástrico mais ácido e desprotegido
Sem muco, o contato de enzimas digestivas e bactérias com o epitélio superficial é facilitado, além de perder proteção contra os ácidos luminais lesão 
Anti-inflamatórios e ulcera péptica
Desacopladores (AINEs ácidos convencionais): associados ao aumento da permeabilidade intestinal, inflamação e ulceras
Agentes seletivos para COX2, como o celecoxibe: não estão associados ao aumento da permeabilidade intestinal, inflamação ou ulceras 
DRGE
Afecção crônica por fluxo retrógrado de conteúdo gástrico para o esôfago e adjacências
Esofagite de refluxo = alterações histopatológicas da mucosa esofágica, por DRGE
Disfunção do esfíncter esofágico inferior – relaxamento transitório, hipotonia e/ou alteração anatômica (hérnia hiatal)
Desbalanço entre fatores agressores (intensidade do refluxo e nível do ph) x fatores protetores (esvaziamento resistência da mucosa)
Antissecretores gástricos
Grupo composto por duas classes farmacológicas
· Antagonistas de receptores H2
Inibem a secreção ácida por bloqueio competitivo da interação de histamina com receptores H2 da célula parietal gástrica
Mesma eficácia em doses equipotentes; interação medicamentosa decrescente nos mais recentes; cada vez mais substituídos pelos inibidores de BP 
Biodisponibilidade de 60-90%
1x/d a 2x/d; excreção renal
Cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina
· Inibidores de bomba de prótons
Inibem a secreção acida por meio da inibição especifica da enzima H+/K+ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica
Desintegração entérica, quando alcança ph alcalino; posterior ativação do pró-fármaco ao alcançar ambiente ácido
Efeito muito superior à meia-vida (<2 horas) – inativação irreversível da H+/K+ATPase, cujo turnover é de 24-48 horas
1x/d a 2x/d, antes das refeições; eficácia equivalente em doses comparáveis; sem interferência renal ou hepática
Omeprazol, pantoprazol, lansoprazo, esomeprazol, rabeprazol
Mesma finalidade, mas mecanismos de ação diferentes
H+/K+ATPase é a via final da produção de ácido
A cimetidina em particular inibe a expressão de alguns citocromos. Esses, por sua vez, são responsáveis pela metabolização de diversas substancias endógenas e exógenas; como consequência – aumento de algumas substancias que são substratos dessa enzima
· O uso prolongado de IBP
A absorção de vitamina B12 está vinculada a acidez estomacal – a presença do ácido gástrico também está associada a absorção de outros componentes alimentares, como os sais insolúveis de cálcio
Hipomagnesemia grave e hipocalcemia secundaria ao uso de IBP – uso prolongado ligado ao aumento de fraturas ósseas
Todos os fármacos que inibem a secreção gástrica podem alterar a velocidade de absorção daqueles ligados a receptores de H+

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