Buscar

Doenças Parasitárias - Helmintoses de Ruminantes

Prévia do material em texto

HELMINTOSES DE 
RUMINANTES 
 
IMPACTO ECONÔMICO 
 
- Quanto em número controlado, animal continua ganhando 
peso e vivendo normalmente; 
- Problema é quando as parasitoses saem do controle e passa 
a interferir na saúde do animal, afetando a produtividade e 
causando impacto econômico para o produtor. 
 
DEPENDE DE 
 
- Espécie do parasito > uns são mais patogênicos que outros; 
- Grau de parasitismo; 
- Parasitismo simultâneo por vários parasitos diferentes > 
dificulta estimar qual prejuízo é causado por casa parasito 
especificamente; 
- Condições climáticas; 
- Idade do hospedeiro; 
- Manejo; 
- Nutrição. 
 
HELMINTOS EM RUMINANTES 
 
ABOMASO: 
- Haemonchus; 
- Ostertagia; 
- Trichostrongylus axei. 
 
RÚMEN/RETÍCULO: 
- Paramphistomum. 
 
INTESTINO GROSSO: 
- Oesophagostomum; 
- Trichuris; 
 
INTESTINO DELGADO: 
- Cooperia; 
- Bunostomum; 
- Toxocara vitulorum; 
- Trichinella; 
- Capillaria bovinos; 
- Moniezia; 
- Nematodirus; 
- Trichostongylus colubriformis; 
- Strongyloides papill 
 
FÍGADO: 
- Fasciola. 
 
PÂNCREAS: 
- Eurytrema. 
 
PULMÃO: 
- Dictyocaulus. 
 
 
- Cooperia; 
- Haemonchus; Tricostrongilídeos 
- Trichostrongylus; 
- Oesophagostomum Estrongilídeos 
 
SUPER-FAMÍLIA TRICHOSTRONGYLOIDEA 
 
REVISÃO 
 
- Tricostrongilídeos; 
- Vermes delgados, pequenos e capiliformes; 
- Parasitam trato digestivo de mamíferos e aves; 
- Cápsula bucal vestigial e poucos apêndices cuticulares; 
- Machos com bolsa copuladora e espículos curtos e grossos 
> extensão da cutícula da porção anterior; 
- Alta morbidade e considerável mortalidade em ruminantes. 
 
CICLO EVOLUTIVO GERAL: 
 
 
- Ciclo direto, monóxeno e não-migratório; 
- Parasitos do abomaso/intestino delgado; 
- Após o acasalamento, fêmeas irão ovipor e ovos serão 
eliminados nas fezes do animal; 
- 24h depois no ambiente > eclosão dos ovos; 
- L1, L2 > se alimentam de microrganismos e matéria 
orgânica; 
- Muda para L3 (5-10 dias) > é a forma infectante para o 
hospedeiro > sobe nas pastagens por película de água; 
- Larvas ficam na pastagem, precisando de umidade; 
- Hospedeiro vertebrado se infecta ingerindo as pastagens 
contaminadas com as formas L3 das larvas; 
- L3 penetram na mucosa abomasal ou intestinal > passam 
para a fase L4 e depois se tornam adultos > completam o 
desenvolvimento na luz intestinal > postura dos ovos. 
 
COOPERIA SPP. 
 
- Gênero encontrado com maior frequência em bovinos no 
Brasil; 
- Hospedeiros: ruminantes; 
- Local de infecção: intestino delgado (duodeno). 
 
ESPÉCIES: 
- C. puntacta, C pectinata, C. oncophora > bovinos; 
- C. surnabada: bovinos e ovinos; 
- C. curticei: ovinos e caprinos. 
 
IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA: 
- Adultos: cerca de 1cm; 
- Pequena vesícula cefálica > extensão da cutícula na região 
anterior do verme; 
- Cutícula estriada na região do esôfago; 
- Fêmeas: longa cauda pontiaguda; 
- Machos: bolsa copuladora muito grande; 
- Ovos: 
PATOGENIA: 
- Baixa patogenicidade em bezerros; 
- Maior importância em infecções maciças > normalmente 
ocorre agindo como agente secundário; 
- Penetra na superfície do epitélio intestinal; 
- Infecção grave: 
→ Atrofia das vilosidades; 
→ Redução da área de absorção. 
 
SINAIS CLÍNICOS: 
- Diarreia em infecções maciças; 
- Anorexia; 
- Perda de peso intensa; 
- Edema submandibular; 
 
- Imunidade parcial após 8 a 12 meses do contato com larvas 
infectantes > ficam mais resistentes a novos processos 
infecciosos por esse gênero. 
 
ASPECTOS BIOLÓGICOS: 
-Larvas muito resistentes às condições ambientais > podem 
viver até cerca de 12 meses no pasto, tornando o controle 
muito difícil; 
- PPP: 3 semanas. 
 
HAEMONCHUS SPP. 
 
- Hospedeiros: ruminantes; 
- Local de infecção: abomaso; 
- Podem causar anemia profunda em animais jovens > pode 
levar a óbito. 
 
ESPÉCIES: 
- H. placei: bovinos, ovinos e caprinos; 
- H. contortus: ovinos, caprinos e bovinos. 
 
IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA: 
- Adultos: 2 a 3cm; 
- Papilas cervicais; 
- Presença de lanceta na boca; 
- Fêmeas: ovários brancos em espiral e apêndice vulvar; 
- Machos: bolsa copuladora assimétrica; 
- Ovos: 74 x 44 µm, facilmente observados em microscopia 
óptica. 
 
PATOGENIA: 
- Hematofagia das formas adultas; 
- Média diária de ingestão de sangue por adulto = 0,05 ml de 
sangue/dia; 
- 2 mil a 20 mil vermes parasitando simultaneamente; 
- Quando perda de sangue supera capacidade 
hematopoiética, processo anêmico é progressivo e 
rapidamente pode levar o animal a óbito; 
- Adultos mudam constantemente de local de fixação na 
mucosa abomasal > ao se desprenderem, provocam 
hemorragia e destruição do epitélio gástrico. 
 
SINAIS CLÍNICOS: 
- Anemia; 
- Bovinos: sinais observados em animais jovens (menores de 
2 anos de idade); 
- Altera o pH gástrico > fica menos ácido (de 2 para 7); 
- Dispepsia > por conta da inibição da pepsina; 
- Dor abdominal; 
- Edema submandibular; 
- Perda de peso e fraqueza; 
- Fezes com coloração escura; 
- Perda de lã (ovinos); 
- Morte súbita (ovinos) – hiperaguda; 
- Extensas perdas em bovinos e ovinos de regiões tropicais. 
 
ASPECTOS BIOLÓGICOS: 
- L1 →L3 em 5 dias; 
- PPP bovinos: 4 semanas: 
- PPP ovinos: 2 a 3 semanas; 
- 15 mil ovos/dia. 
 
TRICHOSTONGYLUS SPP. 
 
- Hospedeiros: ruminantes, equinos, suínos, coelhos e aves; 
- Local de infecção: variável com a espécie. 
 
ESPÉCIES: 
- T. axei: abomaso de ruminantes, estômago de suínos e 
equinos; 
- T. colubriformis: intestino delgado de ruminantes, suínos e 
equinos. 
 
IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA: 
- Adultos: 7mm; 
- Fêmeas: cauda afila-se abruptamente; 
- Machos: espículos espessos; 
- Ovos típicos de tricostrongilídeos. 
 
PATOGENIA: 
- Formas adultas penetram no epitélio do 
abomaso/intestino; 
- Formação de “túneis” sob o epitélio > provocam alterações 
na mucosa, influenciando no pH > aumentam a 
permeabilidade > perda de proteínas plasmáticas na luz 
intestinal; 
- Liberações dos vermes adultos: deformam vilosidades e 
reduzem a superfície de absorção de nutrientes; 
- Formação de placas edemaciadas. 
 
SINAIS CLÍNICOS: 
- Animais frequentemente assintomáticos; 
- Infecção maciça (10 a 100 mil adultos): 
→ Diarreia aquosa (cor verde-escura) prolongada em 
animais sob estresse; 
→ Perda de apetite; 
→ Fraqueza; 
→ Emagrecimento. 
 
ASPECTOS BIOLÓGICOS: 
- L1 → L3 em 7 a 10 dias; 
- PPP: 2 a 3 semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
SUPER-FAMÍLIA STRONGYLOIDEA 
 
REVISÃO 
 
- Estrongilídeos; 
- Vermes pequenos (poucos centímetros); 
- Machos com bolsa copuladora e espículos; 
- Grande cápsula bucal > podem apresentar dentes/lâminas 
cortantes; 
- Em geral, parasitam intestino grosso. 
 
CICLO EVOLUTIVO GERAL: 
- Semelhante ao dos Tricostrongilídeos, mas parasitam 
intestino grosso; 
- Monoxeno; 
- PPP: 45 dias. 
 
OESOPHAGOSTOMUM 
 
- Conhecidos como “vermes nodulares”; 
- Hospedeiros: ruminantes e suínos; 
- Local de infecção: intestino grosso. 
 
ESPÉCIES: 
- O. radiatum: bovinos; 
- O. colombianum, O. venulosum: ovinos e caprinos. 
 
IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA: 
- Brancos e espessos; 
- 1-2cm de comprimento; 
- Cápsula bucal relativamente pequena; 
- Vesícula cervical desenvolvida. 
 
PATOGENIA: 
- Larvas penetram profundamente na mucosa do intestino 
grosso; 
- Formação de nódulos no ceco e cólon visíveis a olho nu (em 
necrópsia); 
- Nódulos de 2cm em reinfecções; 
- Presença física dos nódulos causam distúrbios na fisiologia 
do intestino > movimentos peristálticos e prejuízo na 
absorção de líquidos, levando à diarreia; 
- Rompimento dos nódulos > ulceração da mucosa = colite 
ulcerativa. 
 
SINAIS CLÍNICOS: 
- Diarreia debilitante (escura/esverdeada), febre, perda de 
apetite > enfraquecem o animal; 
- Colite ulcerativa; 
- Efeitos negativos sobre produção de carne, lã e leite; 
- Intestinos impróprios para processamento industrial > 
exemplo: pele de linguiça e material de sutura cirúrgica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
EXAMES COPROLÓGICOS 
 
QUALITATIVOS: 
- Resultado positivo ou negativo; 
- Técnica de Willis e sedimentação; 
- Não temmuita utilidade para ruminantes, pois é comum 
encontrar ovos de helmintos nas fezes; 
- Útil no caso de pequenos animais > ao detectar o parasito, 
já entra com o tratamento. 
 
QUANTITATIVOS: 
- Técnica de McMaster (OPG – Ovos Por Grama de fezes); 
- Mais adequados para ruminantes; 
- Associação do resultado do exame com o grau de infecção; 
- Maioria dos ovos são muito parecidos entre si > difícil 
diferenciação de um gênero específico. 
 
COPROCULTURA 
 
- Técnica de Robert O’Sullivan; 
- Técnica complementar ao OPG > deve ser interpretado 
baseado nos resultados de OPG, e nunca sozinho; 
- Princípio: mimetizar in vitro o ciclo do parasito no 
ambiente; 
- Identificação das larvas – considerar: 
→ Tamanho; 
→ Presença ou não de bainha; 
→ Espaço entre a ponta da cauda da larva e da bainha; 
→ Número de células intestinais. 
- Emitir o resultado em percentual. 
 
NECRÓPSIA PARASITOLÓGICA 
 
- Isolamento dos segmentos anatômicos; 
- Recuperação do conteúdo e raspado das mucosas em 1 litro 
de solução; 
- Retirar alíquota de 100 ml (10%); 
- Contagem (x10) e classificação. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
- Efeitos negativos do parasitismo dependem de vários 
fatores; 
- Animais x parasitos x ambiente. 
 
ANIMAIS 
 
IDADE: 
- Bezerros nos primeiros meses de vida correm um risco 
menor de adoecerem por duas razões: 
Ingestão do colostro – imunidade passiva; 
Poucos expostos às larvas presentes nas pastagens. 
- Jovens desmamados são mais suscetíveis > passam a 
ingerirem as pastagens; 
- Adultos: sofrem menor efeito das verminoses > grau de 
proteção adquirida ao longo do tempo de exposição 
contínua aos parasitos. 
 
 
RAÇA: 
- Zebuínos mais resistentes que taurinos. 
 
ESTADO NUTRICIONAL: 
- Animais bem nutridos suportam melhor os efeitos das 
verminoses. 
 
ESTADO FISIOLÓGICO: 
- Gestação; 
- Final da prenhez e início da lactação: animais mais 
suscetíveis aos efeitos dos vermes pela baixa da imunidade. 
 
PARASITOS 
 
- Intensidade da carga parasitária; 
- Espécies envolvidas na infecção. 
 
MEIO AMBIENTE 
 
- Vegetação alta > mais densa: 
→ Favorece presença e desenvolvimento das formas 
larvais nas pastagens; 
→ Impede penetração solar de luz direta > mantém 
microclima com umidade perfeita para 
manutenção dos parasitos na fase de vida livre > 
representa maior fonte de infecção para os animais. 
- Sistema de exploração extensivo; 
- Condições climáticas > larvas se desenvolvem melhor em 
períodos chuvosos. 
 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS: 
 
Temperatura: 
- Estações do ano não são bem definidas; 
- Nível energético solar > vegetação o ano todo; 
- Exceção: região sul > clima temperado. 
 
Regime hídrico: 
- Fator chave na epidemiologia de helmintos; 
- Há um período menos chuvoso durante o ano > “estação 
seca” (um trimestre); 
- Outros meses: “estação chuvosa”; 
- Exceções: regiões sul e parte do norte. 
 
Importância das estações secas e chuvosas: 
- Estação chuvosa: 
→ Maiores riscos de infecções; 
→ Eclosão e manutenção de larvas nas pastagens: 
nível máximo. 
- Estação seca > favorece a manutenção de animais 
infectados: 
→ Menor taxa de crescimento da vegetação; 
→ Anorexia causada pelo parasitismo; 
→ Interrupção no crescimento e baixo desempenho; 
→ Fase crítica para os animais e para os helmintos. 
 
- Intervenção com antiparasitários no fim do período seco 
(nível de parasitismo dos animais estará no seu auge) > 
menor liberação de ovos no ambiente pelos parasitos 
(grande maioria irá morrer) > menor número de larvas nas 
pastagens, justamente no período de chuva, bom para o 
desenvolvimento das formas livres no ambiente. 
CONTROLE 
 
- Grande desafio para produtores e veterinários; 
- Crescimento: 
→ Da população parasitária da região; 
→ Das condições climáticas locais. 
- Considerar duas formas de controle: 
1. Controle na fase de vida livre; 
2. Controle na fase de vida parasitária. 
 
CONTROLE NA FASE DE VIDA LIVRE 
 
MANEJO DO REBANHO E DAS PASTAGENS: 
- Impedir (ou diminuir) o contato entre as formas infectantes 
e os hospedeiros susceptíveis. 
 
Pastejo rotacionado: 
- Divisão das pastagens em piquetes; 
- Morte das larvas por exaustão energética/dessecação > 30 
a 45 dias sem a presença do animal, leva a morte de até 80% 
das larvas; 
- Cuidados com densidades elevadas de animais nos 
piquetes > maior número de animais em um menor espaço, 
há o aumento da taxa de contaminação da pastagem; 
- Avaliar custo-benefício > nem sempre é viável > necessário 
organização. 
 
Descontaminação prévia das pastagens: 
- Ambiente livre de ovos e larvas; 
- Para descontaminar: 
→ Mantê-la vazia por tempo suficiente; 
→ Alternar atividades pecuárias e agrícolas; 
→ Implantar nova pastagem. 
- Ponto negativo: prejudica o desenvolvimento da resposta 
imunológica de animais jovens. 
 
Alternância de espécie animal ou pastejo misto: 
- Conhecer especificidade dos parasitos em relação aos 
hospedeiros; 
- Redução do contato do parasito com o hospedeiro mais 
suscetível; 
- Pontos negativos: 
→ Cuidado com parasitos de baixa especificidade > 
exemplo: H. placei, T. axei; 
→ Adaptação gradativa de parasitos a hospedeiros 
não-preferenciais. 
 
CONTROLE BIOLÓGICO: 
- Uso de antagonistas naturais para diminuir as fontes de 
infecção > inviável usar produtos químicos (alto custo e 
impacto ambiental); 
- Vírus, bactérias, amebas, fungos nematófagos, artrópodes, 
nematódeos de vida livre, anelídeos; 
- Método utilizado deve ser isento de impacto ambiental > 
não afetar nematódeos de solo e invertebrados não 
patogênicos; 
- Atuais métodos enfrentam barreiras de custo/benefício, 
aplicabilidade e segurança. 
 
 
 
 
CONTROLE NA FASE DE VIDA PARASITÁRIA 
 
- Ataca diretamente os parasitos presentes no animal 
através do controle químico > uso de anti-helmínticos; 
- Brasil: gasto de $130 mi/ano com anti-helmínticos; 
- 70% desse valor é desperdiçado: falta de conhecimento, 
épocas erradas, faixas-etárias erradas. 
 
CONTROLE QUÍMICO: 
 
Preventivo/extensivo: 
- Administração do princípio ativo por períodos longos e 
contínuos; 
- Evitar a necessidade de juntar os animais para fazer a 
aplicação dos anti-helmínticos; 
- Maior forma do proprietário gastar dinheiro e não resolver 
o problema na propriedade; 
- Pontos negativos: 
→ Não elimina todas as formas infectantes; 
→ Risco de seleção de cepas resistentes; 
→ Uso constante desses medicamentos > resíduos na 
carne, leite e ambiente > impróprios para consumo 
por um período. 
 
Curativo: 
- Administração de fármacos apenas em animais doentes; 
- Tentativa ilusória de baratear os custos; 
- Pontos negativos: 
→ Prejuízos na produção são ainda maiores; 
→ Danos causados pelo parasito já estão ocorrendo; 
→ Proprietário ignora a verminose subclínica; 
→ Grande contaminação ambiental por ovos e larvas 
> virão a infectar novos animais, dificultando outros 
tipos de controle; 
→ Prejuízos na produção são ainda maiores. 
- Método não recomendado. 
 
Supressivo: 
- Dosificações em intervalos pré-estabelecidos > a cada 60 
ou 90 dias, independentemente se os animais apresentam 
sinais de parasitismo ou não; 
- Pontos negativos: 
→ Administração em épocas desnecessárias, 
ignorando as estações secas e chuvosas; 
→ Gastos excessivos; 
→ Deixa de vermifugar nas épocas corretas > 
problema persiste na propriedade; 
→ Intensa pressão de seleção de cepas resistentes à 
ação dos medicamentos. 
 
Tático: 
- Deve-se ter conhecimento sobre ciclo, biologia dos 
parasitos, estações secas e chuvosas; 
- Dosificação em períodos inesperados ou oportunos; 
- Chuvas pesadas na estação seca > fazer ajuste em quando 
será administrado os anti-helmínticos; 
- Introdução de animais em outra área ou na entrada do 
confinamento > intuito de que o animal fique sem ou pouco 
parasitos no momento, otimizando o ganho de peso; 
- Compra de novos animais; 
- Boa forma de controle quando em conjunto com o controle 
estratégico. 
Estratégico - Preventivo: 
- Ótimos resultados a médio e longo prazo; 
- Visa a otimização do uso dos vermífugos > aplicando-osnas 
épocas críticas para tratamento, número de doses 
economicamente viável e apenas em um determinado grupo 
de animais; 
- Mantém larvas no ambiente (em níveis compatíveis com a 
produção); 
- Requer conhecimento da epidemiologia dos helmintos na 
região. 
 
- Dosificação em estação chuvosa tem pouco efeito > animais 
constantemente desafiados ao parasitismo 
- Dosificação em estação seca > ótimos resultados: 
→ Período do ano em que os animais estão mais 
suscetíveis aos efeitos do parasitismo; 
→ Vermes adultos/larvas no hospedeiro são afetados; 
→ Baixa ingestão de novas larvas (poucas no 
ambiente) > reinfecção menor; 
→ ↓ eliminação de ovos na próxima estação chuvosa. 
 
- 3 dosificações visando o período seco – maior parte do 
Brasil > Maio, Julho e Setembro (“5-7-9”): 
1. Maio: fim da estação chuvosa > elimina os vermes 
adquiridos no período chuvoso; 
2. Julho: meio da estação seca > elimina os 
sobreviventes e as infecções mais recentes; 
3. Setembro: fim da estação seca e início da estação 
chuvosa > previne contaminação das pastagens 
próximo ao período chuvoso. 
 
- Custo/benefício: 
→ Geralmente os benefícios são mensurados em 
ganho de peso; 
→ Aumento de peso vivo entre 15 e 43kg/animal; 
→ Redução da mortalidade em 2%; 
→ Animais perdem menos peso no período seco. 
 
CATEGORIA 
ANIMAL 
PREJUÍZO 
 
DOSIFICAÇÕES 
 
Bezerro antes do 
desmame 
Baixo Depende 
Desmame até 18-
24 meses 
Alto Maio, julho e 
setembro 
Boi de engorda Baixo Outubro ou 
novembro 
Vacas Baixo Julho ou agosto 
 
- Dosificação antes do desmame depende e só compensaria 
se o animal fosse vendido ou enviado para abate precoce; 
- Desmame até a fase adulta > período em que as verminoses 
causam maiores prejuízos, pois animais tem acesso às 
pastagens contaminadas pelas fases larvais > controle do 
tipo “5-7-9” deve ser realizado nessa faixa etária; 
- Bois de engorda > sofrem menos prejuízos ao parasitismo 
por já terem desenvolvido resistência após muitos contatos 
prévios com os parasitos > não despensa vermifugação > 
outubro ou novembro; 
- Vacas > não sofrem com parasitismo, mas vermifugação é 
recomendada um mês antes do pico de parição (na região, 
ocorre em agosto e setembro) > diminui as larvas nas 
pastagens, protegendo os bezerros que nascem nesse 
período. 
- Problemas: 
→ Pouco utilizado no Brasil (20% das propriedades 
rurais); 
→ Produtores dosificam 2x (maio e novembro) > 
coincide com calendário de febre aftosa > aproveita 
o manejo; 
→ Dosificação intermediária é necessária (agosto) > 
proteção por um período mais longo > aumento de 
20,1kg/animal > nova proposta chamada “5-8-11”. 
 
Seletivo: 
- Método FAMACHA (Faffa Malan Chart); 
- Método lançado em 1997; 
- Utilizado em ovinos; 
- Uso de um cartão para verificar diferentes graus de anemia 
> diagnóstico rápido; 
- Utilização quando Haemonchus for o principal problema: 
→ OPG e coprocultura prévia são obrigatórios; 
→ Haemonchus deve apresentar mais de 60% do 
parasitismo. 
 
 
 
- Vermelho robusto: volume globular > 28%, animal não 
precisa ser tratado; 
- Vermelho rosado: volume globular entre 23-27%, animal 
não precisa ser tratado; 
- Rosa: limiar, volume globular entre 18-22%, animal já deve 
ser tratado com anti-helmíntico; 
- Rosa pálido: animal correndo sério risco de morte, volume 
globular entre 13-17%, deve ser tratado o quanto antes; 
- Branco: animal perto da morte, volume globular menor que 
12%, tratamento e condições de suporte é essencial. 
 
- Vantagens: 
→ Reduz o número de tratamentos (custos) > 58,4% 
de economia com fármacos; 
→ Diminui ocorrência de resistência anti-helmíntica; 
→ Minimiza resíduos químicos no ambiente; 
→ Método simples, barato e fácil de ser aplicado. 
 
- Precauções: 
→ Monitoramento rotineiro; 
→ Requer treino; 
→ Comparar a conjuntiva com o cartão sob luz natural; 
→ Apenas em propriedades em que Haemonchus seja 
o principal parasito (+60%); 
→ É necessário saber qual fármaco pode ser utilizado; 
→ Não ignorar outras possíveis causas de anemia; 
→ Trocar o cartão a cada 12 meses. 
CONCLUSÕES 
 
- Manter nível adequado de nutrição e manejo; 
- Conhecimento dos parasitos prevalentes na região > 
coletar amostras e realizar exames fecais para identificação 
dos parasitos; 
- Conhecer os períodos de chuvas e de seca; 
- Implementar vermifugação estratégica/tática; 
- Uso de anti-helmíntico eficaz; 
- Considerar pastejo integrado, com diferentes espécies 
animais.

Continue navegando