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VERMINOSE EQUINA IMPORTÂNCIA - Registros de animais parasitados, com mais de 1.200.000 espécimes de Cyathostominae; - Pequeno desconforto abdominal; - Redução no desempenho > relevante em animais esportivos, de alta performance; - Episódios fulminantes de cólicas, seguidos de morte; - Resistência do hospedeiro aos parasitos > imunidade que ocorre ou não com a idade; - Resistência dos parasitos às drogas. ETIOLOGIA - Principais espécies que causam verminose gastrointestinal em equinos. HABITAT PARASITO Estômago Trichostrongulus axei Habronema/Draschia Intestino delgado Strongyloides westert Parascaris equorum Anoplocephala perfoliata, A. magna Intestino grosso Anoplocephala perfoliata (v.i.C.) Oxajuris equi Grandes estrôngilos migratórios Grandes estrôngilos não- migratórios Pequenos estrôngilos Reto Oxyuris equi Fígado Larvas de Parascaris equorum Larvas de Strongylus edentatus Pulmões Larvas de Parascaris equorum Larvas de Stronguloides westeri Dictyocaulus arnfieldi Pâncreas Larvas de Strongylus edentatus STRONGYLOIDOSE - Primeira verminose de equinos; - Infecta potros > aos 10-14 dias de idade já é possível observar ovos nas fezes. - Strongyloides westeri (8-9mm); - Intestino delgado; - Transmissão transmamária > égua parasitada com queda de imunidade > larvas penetram no intestino delgado, caindo na circulação sanguínea > do sangue, passa para o leite > infecta o potro; - Normalmente apatogênico > sem muita relevância; - Pode levar a casos graves e morte; - Imunidade aos 7 meses. LESÕES - Dermatite; - Lesões pulmonares; - Enterite catarral (diarreia) > mais comum. Como verme pode causar lesão na pele, pulmão e intestino? R: Além da ingestão pelo leite, larvas podem penetrar pela pele do animal > circulação sanguínea e linfática > coração > pulmão > deglutidas novamente > intestino. - Ovo pode eclodir no intestino do cavalo> larva eliminada nas fezes > diagnóstico pesquisando larvas; - PPP curto. AUTOINFECÇÃO ENDÓGENA - Fêmea partenogenética no intestino > oviposição > ovos saindo para a circulação > lesão = enterite catarral (diarreia) e perda de peso; - Larva penetrando no intestino do animal causa a autoinfecção. ASCARIDIOSE EQUINA - Parascaris equorum > lombriga dos equinos; - Intestino delgado; - Verme muito grande > pode atingir até 45 centímetros; - Não possuem órgãos de fixação, estão em constante movimento > movimento ondulante no intestino delgado faz com que a cutícula do helminto cause lesão na parede no intestino; - Além da ação espoliadora do verme (pega nutrientes da luz do intestino delgado), lesões na parede do intestino levam à diarreia > síndrome da má absorção; - Ingestão de ovos L2 (forma infectante) presentes em gramíneas ou ao mamar (ovo está aderido ao teto, não é transmissão transmamária); - Resistência imune aos 24 meses; - Migração hepato-traqueal (2-3 semanas); - Ovos podem sobreviver até uma década no ambiente. LESÕES FASE DE MIGRAÇÃO: - Fígado e pulmões; - Hemorragias petequiais; - Infiltração de eosinófilos; - Fibrose no parênquima hepático > manchas brancas de até 1cm > lesão permanente. INTESTINO: - Enterite (ação irritativa); - Má absorção > deficiência de vitaminas (principalmente vitamina A); - Obstrução com cólica; - Ruptura; Casos extremos - Peritonite. SINAIS CLÍNICOS PULMÕES: - Tosse; - Perda de apetite; - Corrimento nasal. INTESTINO: - Perda de peso; - Diarreia/constipação > síndrome da má absorção; - Cólica > casos extremos; - Comum encontrar vermes nas fezes dos equinos. HABRONEMOSE - Habronema spp. MORFOLOGIA ESPÉCIE MACHO (MM) FÊMEA (MM) CONSTRICÇÃO CEFÁLICA CAVIDADE BUCAL H. muscae 8-14 13-22 Ausente Curta, cilíndrica com separação transversal do fundo H. microstoma 9-22 15-35 Ausente Curta, cilíndrica com separação transversal no fundo e com lâmina na entrada da cavidade oral Draschia megastoma 7-10 10-13 Presente Alongada, afunilada e sem separação - Extremidade posterior do macho é curvada e os espículos são desiguais. CICLO - Ovos larvados saem nas fezes do equino; - Ingestão dos ovos larvados por larvas de moscas; - Mosca leva a larva à boca do equino > deglutição > desenvolvimento no estômago. PARASITISMO ERRÁTICO: - Larva atraída por lesões/exsudatos/secreção ocular > causa lesão no tecido subcutâneo = habronemose cutânea. HABRONEMOSE GÁSTRICA D. MEGASTOMA: - Formação de nódulos granulomatosos; - Quando próximos ao piloro, podem causar obstrução. H. MUSCAE E H. MICROSTOMA: - Irritação superficial na mucosa; - Hipersecreção de muco; - Gastrite catarral crônica. HABRONEMOSE CUTÂNEA - “Ferida de verão”; - Forma mais grave da habronemose; - L3 migra pelas feridas; - Ferida aumenta pela ação irritativa, alérgica e tóxica; - Dificulta a cicatrização; - Áreas podem ser muito extensas. SINAIS CLÍNICOS: - Prurido; - Aspecto esponjoso avermelhado no centro; - Tecido granulomatoso; - Recidivas; - Menor velocidade que pitiose; - Ausência de exsudato soro-hemorrágico (pitiose); - Ausência de kunkers (pitiose). OXIURÍASE - Oxyuris equi; - Caracterizada por intenso prurido na região perianal. MORFOLOGIA OVO: - Pouca sobrevivência no ambiente > depende da temperatura do hospedeiro; - Precisa ficar preso no hospedeiro do lado de fora > fêmeas faz oviposição na região perianal com substância “cimentante” > causa intenso prurido no hospedeiro. BIOLOGIA HABITAT: - Ceco e apêndice; - Fixos à mucosa ou livres na cavidade; - Fêmea: região perianal. NUTRIÇÃO: - Conteúdo intestinal. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Prurido anal noturno. PARASITOLÓGICO: - Exame de fezes não é eficiente; - Método da fita adesiva ou de Graham > região perianal > leitura da lâmina > ovos operculados. SUBFAMÍLIA STRONGYLINAE GRANDES ESTRÔNGILOS MIGRATÓRIOS - Mais importantes, patogênicos e conhecidos. IMPORTÂNCIA: - Cólica trombo-embólica (S. vulgaris); - Aneurisma de artérias (S. vulgaris); - Ingestão de grandes tampões de mucosa do intestino grosso; - Perda de sangue e de proteínas. CICLO BIOLÓGICO – STRONGYLUS VULGARIS: - Ovo eliminado nas fezes e se mantém dentro do bolo fecal; - L1 eclode após 24h > se alimenta de matéria orgânica em decomposição e microrganismos; - L1 perde cutícula, se tornando L2 (ainda dentro do bolo fecal); - L2 → L3 (mantém cutícula da L2) possui maior resistência às condições ambientais > sai do bolo fecal para poder subir no capim e seja ingerida pelo animal; - Fase ambiental influenciada pela temperatura e umidade > necessita de umidade; - L3 ingerida > perde bainha no intestino delgado, penetrando na parede do intestino > sofre mais uma muda, se tornando L4; - L4 é migratória > penetra na parede de arteríolas, e migra até a artéria mesentérica cranial > formação de nódulo; - Dentro do nódulo, L4 faz a muda para L5; - L5 levada pelo sangue até a luz do intestino grosso > L5 dá origem ao verme adulto; - PPP = 6-7 meses. PATOGENIA: - L4 subindo pela parede do vaso > lesões causadas na parede das artérias são substituídas por tecido fibroso > artéria pede elasticidade e capacidade de expansão > menor vascularização > chega menos sangue no intestino; - Aneurisma na artéria mesentérica cranial > se romper, morte ocorre em segundos; - Trombos na artéria mesentérica cranial com L4 sofrendo muda para L5 > trombos se desprendem e chegam até as arteríolas > obstrução > infarto do tecido/órgão > cólica trombo-embólica; - Claudicação intermitente > trombos levados à musculatura. GRANDES ESTRÔNGILOS NÃO-MIGRATÓRIOS - Triodontophorus; - Cavidade bucal bem desenvolvida; - Hábito alimentar em grupo > ficam ao redor de uma lesão que eles mesmos causaram na parede do intestino grosso; - Perda de proteína e sangue. SUBFAMÍLIA CYASHOSTOMINAE - Pequenos estrôngilos;- Ciatostomíneos. IMPORTÂNCIA - São os mais numerosos nematódeos em equídeos; - Patogenia muito importante; - Nódulos na parede intestinal; - Não migram > ficam encistadas na parede do intestino; - Não é toda droga que consegue chegar em concentração suficiente e matar as larvas > terá estoque de larvas mesmo após o tratamento do animal; - Se larvas saem ao mesmo tempo dos nódulos e vão para a parede do intestino > causam lesões ulcerativas na parede do intestino, levando à morte. CICLO BIOLÓGICO - Ovo eliminado nas fezes e se mantém dentro do bolo fecal; - L1 eclode após 24h > se alimenta de matéria orgânica em decomposição e microrganismos; - L1 perde cutícula, se tornando L2 (ainda dentro do bolo fecal); - L2 → L3 (mantém cutícula da L2) possui maior resistência às condições ambientais > sai do bolo fecal para poder subir no capim e seja ingerida pelo animal; - Fase ambiental influenciada pela temperatura e umidade > necessita de umidade; - L3 ingerida > chega no intestino grosso, penetrando na parede e formando um nódulo, se encistando > L3 → L4; - Depois de um tempo, larva sai do cisto/nódulo > tempo de permanência depende da larva e do sistema imune do hospedeiro; - L4 vai para a luz do intestino > L5 (adulto jovem) > maturação sexual > adulto > produção de ovos. ADULTOS: - Biologia ainda pouco estudada; - Parasitos de ceco e cólon. LARVAS: - Nódulos; - Larvas x antiparasitários; - Larvas são reservatórios; - Ao sair do nódulo, larva deixa um espaço que é preenchido por tecido granulomatoso > perda funcional do intestino. DIAGNÓSTICO - Ovos tipo Strongylida > exame de fezes. COPROCULTURA: - Morfometria da L3; - Larvas de Strongylinae podem ser identificadas especificamente > as de Cyathostominae, não. FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE NOME ESPECÍFICO HABITAT MORFOLOGIA Anoplocephala perfoliata Intestino delgado Intestino grosso Equídeos 8-12 x 1,2 cm Anoplocephala magna Intestino delgado Estômago Equídeos 35-80 x 2,5 cm Paranoplocephala mamillona Intestino delgado Estômago Equídeos 0,6-5 x 50 cm CICLO - Ingestão do hospedeiro intermediário (ácaros de vida livre) pelo equino; - Verme adulto no intestino delgado e grosso. ANOPLOCEPHALA PERFOLIATA MORFOLOGIA: - Projeção triangular no pescoço; - Menor que A. magna. PATOGENIA/SINAIS CLÍNICOS: - Inflamação da mucosa; - Ulceração; - Diarreia persistente; - Invaginação do íleo no ceco. ANOPLOCEPHALA MAGNA MORFOLOGIA: - Maior que A. perfoliata; - Não tem projeção triangular no pescoço; - Não tem órgão de fixação, mas tem órgão de adesão (ventosas) > causa sérias lesões no intestino. PATOGENIA/SINAIS CLÍNICOS: - Enterite catarral (jejuno); - Diarreia; - Obstrução. DIAGNÓSTICO - Ovos ou proglotes nas fezes; - Ovo em formato de trapézio. VERMINOSE PULMONAR - Dictyocaulus sp; - Dictiocaulose; CICLO BIOLÓGICO - Larvas nas fezes; - Larva sem grande motilidade > fungo responsável pela sua dispersão; - Larva ingerida > estômago > intestino > circulação > fígado > pulmão; - PPP: 3 a 4 semanas. PATOGENIA - Normalmente assintomática; - Raramente associada à doença clínica; - Eclosão da L1 ocorre apenas nas fezes > equinos; - Em ruminantes, eclosão da L1 ocorre no intestino; - Áreas elevadas de tecido pulmonar superinflado de 3 a 5mm de diâmetro nos lobos pulmonares caudais; - Cuidado com asininos > prevalência muito alta > tem os parasitos, mas ficam doentes > contaminam o ambiente > podem infectar equinos (mais sensíveis e adquirem a doença). DIAGNÓSTICO - Procura as larvas e não ovos. EPIDEMIOLOGIA - Hospedeiro x ambiente x parasito. HOSPEDEIRO IDADE: - Curva pontilhada = verme eliminando ovos nas fezes, com 4 meses cai bastante, 24 semanas/6 meses já desapareceu > primeiro verme na vida do cavalo que desaparece pois animal adquiriu imunidade > PPP curto > Strongyloides westeri. - Curva contínua e clara = pico de ovos nas fezes com 12 semanas de vida (animal jovem), logo diminui e com 2 anos de vida vai desaparecendo > PPP mais longo, demora mais para aparecer é quando o animal começa a ingerir capim > Parascaris equorum. - Curva contínua e escura = cresce e nunca mais para de crescer > única forma de infecção é pela ingestão do capim com a larva > PPP pode ser muito longo > não há imunidade adquirida > estrongilídeos. AMBIENTE SOBREVIVÊNCIA DE L3 NO AMBIENTE: Período frio: - 15 semanas nas fezes; - 12 semanas na gramínea. Período quente: - 9 semanas nas fezes; - 8 semanas. NÚMERO DE L3: - Período chuvoso: maior número recuperado nas fezes; - Período seco: na gramínea > geralmente larvas morrem. TRATAMENTO - Única forma: pastas orais; - Triclorfon > pode ser utilizada por sonda nasogástrica; - Nunca administrar medicamento injetável. GRUPOS QUÍMICOS BENZIMIDAZÓIS: - Albendazole; - Oxibendazole; - Fenbendazole > mata formas imaturas de ciatostomíneos > deve ser aplicado por 5 dias consecutivos. - Mais utilizados; - Elevada segurança clínica; - Mata todos os vermes em todas as fases; - Problema com resistência; - Fracamente absorvido e rapidamente eliminado > deve-se aplicar durante 3 a 5 dias consecutivos > dificulta uso na prática. PIRIMIDINAS: - Pirantel. - Adulticida; - Controla ascarídeos adultos (Parascaris equorum) e Oxyuris; - Anti-helmíntico com ação mais rápida; - Período residual curto > elimina, mas não protege. ISOQUINOLONAS: - Praziquantel. - Controle de Anoplocephala/cestodas; - Fragmentação do tegumento; - Encontrado em associações (Ivermec plus); - Não pode ser usado em fêmeas gestantes PIPERAZINA: - Droga antiga; - Sem controle sobre grandes estrôngilus. LACTONAS MACROCÍCLICAS: - Ivermectina > não mata cestoda > Ivermec plus contém praziquantel, mata cestoda; - Moxidectina > período residual mais longo e eficácia contra formas imaturas > melhor opção. - Doramectina; - Abamectina. - Principal droga; - Amplo espectro de ação; - 3 a 4 dias para eliminar parasitos; - Protegem por muito tempo. ESQUEMAS DE TRATAMENTO SUPRESSIVO: - Tratamentos a cada 4-8 semanas; - Não indicado > resistência. ESTRATÉGICO: - Tratamentos regulados com a época do ano e o aumento do número de parasitas no animal. - Tratar a mãe pós-parto (24h); - Primeiro tratamento com 8-10 semanas; - Até desmama: a cada 2 meses; - Após desmama: 2 a 4x ano; - Repetição conforme desafio por parasitos e período residual do anti-helmíntico. Potro até 1 ano de idade: - Categoria que necessita de mais cuidados; - Limitar, mas não eliminar ou impedir > precisam entrar em contato com o helminto para adquirirem imunidade; - OPG não significa muita coisa: → Negativo: pode estar dentro no PPP; → Positivo: pode ter feito coprofagia. - 3 principais nematodas: Strongyloides westeri > ivermectina ou benzimidazol; Parascaris equorum > pamoato de pirantel, benzimidazóis, ivermectina; Oxyuris equi > benzimidazóis. Controle 2x por ano: - Primavera e outono; - Controle satisfatório da verminose; - Dificilmente tem problema sério com parasitos mais patogênicos (Strongylus vulgaris, que tem PPP de 6 meses. Controle seletivo: - Identifica animais que precisam ser tratados pelo OPG; - Aplica vermífugos em animais que possuem OPG > 200 a 500 → economiza com anti-helmíntico e mantém população de helmintos menos expostas à droga → resistência desacelerada. CURATIVO: - Tratamentos quando o animal apresenta alta contagem de ovos nas fezes ou sinais clínicos; - Pior de todos. CONTROLE NÃO QUÍMICO - Remoção das fezes a cada 7 dias > tempo que as larvas de estrongilídeos demoram para chegar a L3; - Áreas vedadas > área sem animais > não adianta para Parascaris equorum (sobrevivem mais de uma década); - Limpeza de tetos; - Escovação; - Nutrição > mais importante de todos > animal bem alimentado não tem problemasde verminoses.
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