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Clínica Médica e Terapêutica de Pequenos Animais - Sistema Respiratório

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SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
POR QUE É VITAL? 
 
- Várias funções: troca gasosa, absorção de oxigênio e 
excreção de gás carbônico; 
- O2 em reações bioquímicas > oxidação de nutrientes e 
geração de energia > essencial para manutenção das células; 
- Animal não respira de forma adequada, absorve menos 
oxigênio e tem menos energia > células, tecidos e órgãos não 
funcionam de forma adequada > pode fazer o coração parar 
de bater > parada cardíaca > falecimento do animal; 
- Importante excretar gás carbônico (presente no sangue no 
formato de ácido carbônico) > equilíbrio ácido-base. 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
- Narinas e cavidade nasal; 
- Nasofaringe e laringe; 
- Traqueia cervical; 
- Traqueia torácica; 
- Brônquios; 
- Pulmão; 
- Sistema nervoso > produz estímulo para respiração; 
- Músculos > musculatura intercostal diafragmática que se 
contrai para promover inspiração > diminui pressão 
intratorácica (fica negativa); 
- Cavidade torácica > em condições normais, permite a 
expansão pulmonar. 
 
FUNÇÕES PRINCIPAIS 
 
- Olfação > mucosa nasal > sentido mais importante para 
cães e gatos; 
- Fonação > laringe > cordas vocais; 
- Termorregulação > quase não perdem calor por sudorese, 
ou seja, perdem calor evaporando a água da cavidade oral e 
vias aéreas > importante para o controle térmico do corpo; 
→ Animais com doenças respiratórias têm 
predisposição à hipertermia > função prejudicada. 
- Absorção de O2 e fármacos; 
- Excreção de CO2 e fármacos; 
- Equilíbrio ácido-base 
 
SINAIS CLÍNICOS COMUNS 
 
- Taquipneia > organismo tenta compensar aumentando o 
número de movimentos respiratórios por minuto; 
- Dispneia > se doença respiratória for grave; 
- Hipertermia; 
- Intolerância ao exercício > se falta oxigênio, não produz 
energia para contração muscular; 
- Agitação e estresse > tentar respirar e não conseguir é 
desesperador para o animal; 
- Cianose > se a pressão arterial de oxigênio cai abaixo de 50, 
mucosas começam a adquirir coloração azulada e roxeada, 
devido a baixa oxigenação da hemoglobina; 
- Síncope > se falta oxigênio para o encéfalo (hipóxia 
encefálica), animal desmaia e pode causar a morte. 
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRANIAIS/SUPERIORES 
 
- Narina, cavidade nasal, nasofaringe, laringe e traqueia. 
 
DOENÇAS NASAIS (NARINAS, CORNETOS E SEIOS) 
 
CONSIDERAÇÃO ANATÔMICA: 
- A separação da cavidade nasal para a caixa craniana é feita 
pela placa cribriforme (osso fino e poroso) > nervo olfatório 
sai do telencéfalo e vai para a cavidade abdominal; 
- Qualquer infecção ou neoplasia osteolíticas, podem 
destruir a placa cribriforme e alcançar o encéfalo > pode 
evoluir para meningite e infiltração encefálica. 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
- Secreção nasal; 
- Espirros; 
- Deformidade/dor nasal; 
- Lesões nasais/despigmentação; 
- Sibilos (assovio) > ar passa em via aérea estreita/ 
estenosada; 
- Dispneia inspiratória. 
 
DOENÇAS CAUSAS COMUNS 
 
 
 
 
Secreção Nasal 
- CRF (serosa a mucopurulenta); 
- Cinomose (serosa a mucopurulenta); 
Rinite alérgica (serosa a mucopurulenta); 
- Erliquiose, leishmaniose (epistaxe); 
- Traumas (rinorragia); 
- CE (mucopurulenta, piossanguinolenta); 
- Fístula oro-nasal. 
 
Estenose de 
Narinas 
- Neoplasias; 
- Tumor Venéreo Transmissível (cão); 
- Carcinoma de Células Escamosas; 
- Linfoma. 
Rinite Fúngica - Criptococose; 
- Aspergilose. 
Pólipos Nasais - Menos comum, mas pode acontecer. 
Corpo Estranho - Menos comum, mas pode acontecer. 
 
SECREÇÃO NASAL: 
 
Secreção serosa: 
- Transparente, aguada; 
- Início de inflamação; 
- Associadas a infecções virais > Parainfluenza, Coronavírus. 
 
Secreção mucosa: 
- Viscosa, amarelada, mais aderente; 
- Processo inflamatório bem estabelecido; 
- Inflamação alérgicas > rinite e sinusite. 
 
Secreção purulenta: 
- Acúmulo de pus > coloração esverdeada, acinzentada; 
- Principais etiologias são bacterianas: 
→ Complexo Respiratório Felino (CRF); 
→ Cinomose > vírus destrói células ciliadas, muco 
contaminado não é eliminado > infecção bacteriana 
oportunista secundária; 
→ Fístulas oro-nasais > microbiota da cavidade oral e 
alimentos líquidos passam pelas conchas nasais; 
→ Corpos estranhos; 
→ Rinite bacteriana. 
Secreção sanguinolenta: 
- Lesões erosivas/ulcerativas: 
→ Rinite fúngica; 
→ Neoplasia; 
→ Corpo estranho, trauma; 
→ Erliquiose, Leishmaniose; 
→ Coagulopatia > doença hepática ou intoxicações; 
→ Hipertensão. 
 
Unilateral x bilateral: 
- Unilateral: processos mais localizados > corpo estranho, 
início de neoplasia, fístula oro-nasal; 
- Bilateral: mais associado a infecções, doenças sistêmicas. 
 
RINITES VIRAIS: 
 
Cinomose: 
- Principalmente filhotes; 
- Intensa imunodepressão; 
- Microbiota multiplica exageradamente > infecções 
oportunistas; 
- Infecções digestórias > vômitos, diarreias; 
- Infecção cutânea (piodermites, pústulas, hiperqueratose); 
- Infecções conjuntivais; 
- Infecções respiratórias > secreção nasal purulenta; 
- Fase neurológica (tropismo por neurônios) > 2 a 3 semanas 
após a fase sistêmica. 
 
Complexo Respiratório Felino: 
- Calicivírus + Herpesvírus + Chlamydophila; 
- Filhotes em aglomerações; 
- Calicivírus > olhos, nosofaringe, ulceração oral, pneumonia 
> é muito ulcerativo; 
- Herpesvírus > olhos, nasofaringe, traqueia (rinotraqueíte), 
osteólise (deformidades, necrose), aborto; 
- Chlamydophila > olhos, rinite (secreção purulenta). 
 
RINITES BACTERIANAS: 
- Secreção nasal purulenta; 
- São secundárias a: 
→ Rinites virais/fúngicas/parasitária; 
→ Corpo estranho, trauma; 
→ Neoplasias; 
→ Aspiração; 
→ Fístula oronasal; 
→ Broncopneumonia; 
→ Imunodepressão. 
- Abscesso da raiz dentária > bactérias osteolíticas > abre 
fístula para a cavidade nasal ou pele > doença periodontal 
grave > secreção nasal unilateral (4º pré-molar, 1º molar e 
canino superior). 
 
RINITE FÚNGICA: 
- Fungos inalados > se estabelecem nas vias respiratórias se 
houver imunodepressão; 
- Aspergilose em cães; 
- Criptococose em gatos (FIV); 
- Produzem toxinas osteolíticas > destruição local da mucosa 
> secreção hemorrágica nasal, dor, deformidade nasal; 
- Cryptococcus > formação de granuloma nasal; 
- Aspergillus > toxina que causa despigmentação; 
- Se houver destruição da placa cribriforme > alcança caixa 
craniana e causa meningite fúngica > sinais neurológicos. 
NEOPLASIAS: 
- Maioria das neoplasias nasais são malignas; 
- Muitas são de células epiteliais (carcinomas); 
- Adenocarcinomas, CCE, linfoma, TVT; 
- Localmente invasivos > destruição óssea, ulceração; 
- Taxa de metástase à distância é baixa; 
- Ulceração, destruição nasal, deformidades. 
 
- Secreção mucopurulenta a hemorrágica; 
- Deformidade, ulcerações; 
- Neurológicos (destruição da placa cribriforme e invasão 
craniana). 
 
CCE: 
- Comum em gatos de pelagem branca; 
- Mutação induzida pela radiação solar > animais de pelagem 
branca possuem menos melanócitos, consequentemente, 
menos defesa contra a radiação ultravioleta. 
 
TVT: 
- TVT genital pode passar para a cavidade nasal se inspirado; 
- Nasofaringe > próxima do encéfalo. 
 
ESTENOSE DE NARINA: 
- Doença da síndrome dos braquicefálicos; 
- Má formação de cartilagens nasais que obstruem o lúmen; 
- Dispneia inspiratória; 
- Correção cirúrgica. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
- Hemograma: 
→ Doença bacteriana: neutrofilia, desvio a esquerda; 
→ Doença alérgica: eosinofilia; 
→ Doença viral: linfopenia. 
- Coagulograma > caso de secreção hemorrágica; 
- Tomografia e ressonância magnética; 
- Cultura > não fazer com secreção nasal externa 
(contaminação), melhor amostra coletada com rinoscópio; 
- Sorologia/PCR > cinomose, CRF, rinites fúngicas etc. 
- Radiografia > radiodensidade líquida quando há secreção, 
osteólise, corpos estranhos radiopacos; 
- Rinoscopia > exame ouro > retira amostra para cultura; 
- Histopatológico. 
 
TRATAMENTO BÁSICO: 
- Limpeza de secreções nasais > se animal não sente o cheiro, 
não come > se não come, perde peso e fica desnutrido > 
imunodepressão > piora do quadro; 
- Oxigenoterapia; 
- Repouso;- Diminuição do estresse > ansiedade piora dispneia; 
- Manejo dietético > alimento cheiroso e energético; 
- Conforto térmico. 
 
FÁRMACO INDICAÇÃO PROTOCOLO 
Acetilcisteína Secreção nasal 
mucosa 
10 mg/kg, BID, cães e 
gatos, 5-15 dias, VO, 
Nebulização 
Nebulização Secreção nasal 
mucosa 
NaCl 0,9% (2-6x, 10-30 
min.) 
Meloxicam Dor 0,1 mg/kg, SID (máx.: 14 
dias cães e 4 dias gatos). 
 
TRATAMENTO ESPECÍFICO: 
 
Cinomose, CRF: 
- Básico + nebulização + colírios (Tobramicina – antibiótico); 
- Ampicilina VO para CRF > pega todo sistema respiratório: 
→ Cão 11-20 mg/kg, TID; 
→ Gato 22 mg/kg, TID. 
- Sulfametoxazol + Trimetoprim (15 mg/kg, BID) para 
cinomose > Sulfa penetra no SNC; 
- Doxicilina (10 mg/kg SID ou 5 mg/kg BID) > infecção restrita 
a vias aéreas superiores; 
- Suporte. 
 
Rinite bacteriana secundária: 
- Básico + nebulização + colírios (Trobramicina); 
- Sulfametoxazol + Trimetoprim (15 mg/kg, BID), Doxiciclina 
(10 mg/kg SID ou 5 mg/kg BID) > podendo ser estendido de 
acordo com a bactéria evidenciada (cultura) ou reposta. 
 
Rinite fúngica: 
- Tópico: 
→ Mais eficaz, menos facilidade; 
→ Lavagens > 2 sondas antifúngicas em cada narina e 
uma sonda para isolar a cavidade nasal; 
→ Deixa o animal 1h anestesiado com a solução presa 
na cavidade nasal > após 1h, muda o decúbito do 
animal a cada 15 minutos > total: 2h de anestesia. 
- Sistêmico > tratamento longo: 
→ Itraconazol (10 mg/kg, VO, SID, 1-2 meses); 
→ Fluconazol (cães 2,5mg/kg VO BID – gatos 
50mg/animal VO BID) > 2 a 6,5 meses. 
 
Outros: 
- CE > remoção; 
- Neoplasia > radioterapia, cirurgia, quimioterapia; 
- Estenose narinas > cirurgia. 
 
DOENÇAS DE NASOFARINGE/LARINGE 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
 
Nasofaringe: 
- Ronco (som alto, de timbre grave); 
- Dispneia inspiratória; 
- Engasgos, disfagia. 
 
Laringe: 
- Estridor (som alto, agudo, estridente, irregular); 
- Mudanças na sonoridade/vocalização > cordas vocais; 
- Dispneia inspiratória; 
- Tosse, pneumonia > se a laringe não se fechar no momento 
de deglutição, pode aspirar conteúdo. 
 
SÍNDROME DOS BRAQUICEFÁLICOS: 
- Sons ruidosos (ronco) > prolongamento do palato mole > 
obstrui a laringe > vibra tecido mole do palato > ronco; 
- 100% têm prolongamento do palato mole; 
- 50% têm estenose de narina; 
- Fazem tanta força para inspirar que as cordas vocais 
acabam sendo “sugadas” > eversão dos sacos laríngeos > 
ocorre em até 50% dos animais braquicefálicos. 
 
PARALISIA DE LARINGE: 
 
- Paralisia uni (N paralisia de laringe) ou bilateral; 
- Se laringe não abre > traqueia não recebe ar > associada a 
dispneias gravíssimas. 
 
Sinais clínicos: 
- Dispneia grave; 
- Estridor; 
- Síncope e morte. 
 
Etiologia: 
- Idiopática (grande/idoso) > Labrador e Golden Retriever; 
- Má formação congênita > Bouvier de Glandes, Husky 
Siberiano, Malamute-do-Alasca etc.; 
- Adquirida: 
→ Trauma > intubação, cervical, cirurgia do pescoço; 
→ Compressão do nervo laringo-recorrente (comanda 
a abertura da laringe); 
→ Neoplasia de pescoço; 
→ Intoxicação de chumbo > raro; 
→ Polineuropatia > fraqueza muscular generalizada 
(hipotireoidismo associado) > Dálmata, Rottweiler. 
- Maioria são machos. 
 
PÓLIPOS: 
- Mais comuns em gatos jovens; 
- Aumento de volume (edema e hipertrofia de mucosa) 
devido à inflamação > neoformação não neoplásica; 
- Orelha > nasofaringe; 
- Sons respiratórios anormais > estridor; 
- Dispneia. 
 
NEOPLASIA: 
- Raras; 
- Normalmente são epiteliais > carcinomas; 
- Podem ser linfomas, rabdomiomas ou rabdomiossarcomas; 
- Estridor. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
- Palpação; 
- Laringoscopia > tenta diagnosticar o movimento da laringe; 
- US, RM, TC, RX; 
- Citologia > neoplasia; 
- Histopatológico > biópsia. 
 
TRATAMENTO BÁSICO: 
- Desobstrução > ar precisa chegar à traqueia; 
- Repouso; 
- Diminuição do estresse; 
- Conforto térmico; 
- Manejo dietético; 
- Oxigenoterapia. 
TRATAMENTO ESPECÍFICO: 
- Sedativos: 
→ Animais agitados/estressados > piora a dispneia; 
→ Butorfanol: 0,1 mg/kg, IV/SC/IM > é antitussígeno; 
→ Acepromazina: 0,05 mg/kg. 
- Corticoides: 
→ Se a mucosa estiver muito inflamada/edemaciada; 
→ Dexametasona: 0,1-0,5 mg/kg; 
→ Prednisona: 0,5 mg/kg, BID. 
- Doenças de faringe/laringe > cirurgia; 
- Traqueostomia > mantém animal respirando até operar. 
 
DOENÇAS TRAQUEAIS 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
- Tosse alta, frequente e seca > quanto mais cranial a via 
respiratória, mais receptor de tosse tem; 
- Sibilos > caso de hipoplasia traqueal com lúmen diminuído; 
- Dispneia inspiratória (cervical); 
- Dispneia expiratória (torácica). 
 
DOENÇAS: 
- Infecção (TIC, Cinomose, CRF); 
- Colapso de traqueia; 
- Hipoplasia traqueal; 
- Corpo estranho; 
- Ruptura; 
- Estenose; 
- Neoplasia; 
- Obstrução por vermes. 
 
COLAPSO DE TRAQUEIA: 
- Traqueia é um tubo > mantido aberto por anéis de 
cartilagem em forma de C > recobertos dorsalmente por 
uma membrana de músculo liso e tecido conjuntivo; 
- Cartilagem degenera > perde glicosaminoglicanos, 
condroitina, células, capacidade de reter água e 
consequentemente perde rigidez e sua forma de C > vai se 
abrindo > membrana dorsal internaliza e lúmen diminui > 
membrana toca a mucosa respiratória > tosse muito alta. 
 
4 graus: 
- A cada grau, indica uma diminuição de lúmen de até 25%; 
- Grau 1 > redução de até 25%; 
- Grau 2 > redução de 25 a 50%; 
- Grau 3 > redução de 50 a 75%; 
- Grau 4 > redução de 75 a 100%. 
 
Epidemiologia: 
- Adultos e idosos > degenerativa e genética; 
- Pode ocorrer me jovens quando for congênita; 
- Colapso da traqueia cervical e/ou torácica; 
- Poodle, Lhasa, Shitzu, Spitz Alemão, Yorkshire. 
 
Sinais clínicos: 
- Tosse alta, seca, crônica > reflexo de tosse aumentado; 
- Ciclo vicioso > a passagem vigorosa e turbulenta do ar na 
tosse machuca a mucosa traqueal, inflamando a traqueia > 
receptores de tosse mais ativos > mais vontade de tossir; 
- Encerra o ciclo vicioso desinflamando a traqueia; 
- Piora com coleira cervical, no calor, na agitação e em casos 
de obesidade. 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
- Radiografia: 
→ Radiografia normal não exclui prolapso de traqueia; 
→ Suspeita de colapso de traqueia cervical > 
radiografia no final da inspiração; 
→ Se suspeita de colapso de traqueia torácica > 
radiografia no final da expiração. 
- TC, RM > são bons, mas necessita de anestesia; 
- Fluoroscopia (RX em movimento); 
- Traqueoscopia; 
- Lavado traqueal > suspeita de infecção > coleta amostra 
para antibiograma; 
- Citologia/histopatologia. 
 
TRATAMENTO BÁSICO: 
- Desobstrução; 
- Diminuição da tosse; 
- Repouso; 
- Diminuição do estresse; 
- Conforto térmico; 
- Manejo dietético; 
- Oxigenoterapia. 
 
TRATAMENTO ESPECÍFICO – COLAPSO: 
FÁRMACO INDICAÇÃO PROTOCOLO 
Butorfanol Ansiedade/tosse Cães: 0,1mg/kg, SC, TID 
Gatos: 0,4mg/kg, SC, TID 
Codeína Tosse 0,5-1,0 mg/kg, VO, BID-
QID 
PREDNISONA Tosse 0,5mg/kg, VO, BID 
FLUTICASONA Tosse 110µg, inalação, BID 
Coleira 
peitoral 
Tosse - 
Cirurgia Arresponsivo Cervical – prótese externa 
Torácico – Stent 
Outros Infecção = antibacterianos; 
CE = remoção; 
Ruptura = cirurgia; 
Neoplasia = cirurgia/quimioterapia. 
 
- Evitar antitussígenos se animal tem infecção bacteriana da 
via aérea ou muita produção de muco > tosse é mecanismo 
de defesa > se suprime, bactéria e muco ficam retidos; 
 
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CAUDAIS/INFERIORES 
 
DOENÇAS BRONQUIAIS 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
- Tosse alta e produtiva > maioria das doenças de brônquio 
geram produção aumentada de muco; 
- Dispneia expiratória; 
- Espirros > rinite alérgica associada à bronquite 
alérgica/asmática; 
- Sibilos > brônquio diminui tanto o lúmen, que o ar passa 
muito rápido e assoviando. 
 
ETIOLOGIAS/DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
- Bronquite asmática felina; 
- Bronquite crônica e aguda; 
- Bronquiectasia; 
- Obstrução por vermes. 
BRONQUITE CRÔNICA: 
- Inflamação crônica neutrofílica (alergia, infecção, 
irritantes) > pode haver eosinófilos; 
- Animal tosse todo dia por mais de 2 meses. 
 
Patogenia: 
- Inflamação> infiltração de leucócitos na mucosa bronquial 
> secreção de proteases e radicais livres de O2 > lesão da 
mucosa e destruição do epitélio ciliado; 
- Como defesa, brônquio hipertrofia glândulas produtoras de 
muco (mais espesso, viscoso, aderente) e musculatura 
bronquial (broncoespasmo) > prejudica o lúmen; 
- Lúmen diminuído gera a dispneia; 
- Grande quantidade de poluentes e alérgenos + ausência do 
epitélio ciliado > muco não é excretado, retém 
microrganismos, inflamação se torna crônica. 
 
Epidemiologia: 
- Raças pequenas; 
- Adultos a idosos. 
 
Sinais clínicos: 
- Tosse, sibilos; 
- Dispneia; 
- Sem alterações sistêmicas; 
- Piora: calor, agitação, alérgenos e microrganismos. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
- Hemograma > eosinofilia (alergias ou vermes); 
- Radiografia, fluoroscopia, TC; 
- Coproparasitológico; 
- Broncoscopia; 
- Lavado broncoalveolar > cultura, antibiograma, citologia > 
não faz no primeiro momento pois há muito falso negativo; 
- Teste intradérmico > pesquisa de IgE alérgeno-específica. 
 
TRATAMENTO BÁSICO: 
- Diminuir a exposição de alérgenos; 
- Broncodilatadores; 
- Repouso; 
- Diminuição do estresse; 
- Conforto térmico; 
- Manejo dietético e bom ECC. 
 
TRATAMENTO ESPECÍFICO – BRONQUITE CRÔNICA: 
FÁRMACO PROTOCOLO 
Nebulização + Tapotagem NaCl 0,9% (2-6x, 10-30 min.) 
Terbutalina 
(broncodilatador) 
1,25-5mg/kg (cão), VO, BID – TID 
Albuterol 
(broncodilatador) 
0,02-0,05mg/kg, VO, BID – TID 
Prednisolona 
(corticoide) 
1-2mg/kg, VO, SID, 10d > 
redução gradual 
Fluticasona 
(corticoide) 
10-20mg/kg, inalação, BID 
Beclometasona 
(corticoide) 
250mg, inalação, BID 
Doxiciclina 5mg/kg VO, BID 
 
- Tapotagem > “tapas” no tórax para descolar o muco do 
epitélio da parede bronquial; 
- Doxiciclina > quando há componente bacteriano envolvido 
> se difunde bem em secreções > antibiótico e anti-
inflamatório. 
Diminuir exposição alergênica: 
- Filtro de ar; 
- Aspirador de pó; 
- Retirar: carpetes e cortinas, fumaça de cigarro, pólen, 
granulado com perfume e tudo com cheiro. 
 
DOENÇAS PULMONARES 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
- Tosse baixa e infrequente > pulmão tem pouco receptor de 
tosse; 
- Dispneia expiratória ou mista; 
- Crepitação pulmonar > alvéolo cheio de líquido, quando ar 
tenta entrar, forma bolhas que “estouram”; 
- Cianose > dispneia grave; 
- Silêncio/abafamento > pulmão pode estar doente a ponto 
de o ar não entrar nos alvéolos; 
- Sinais sistêmicos > inapetência, perda de peso, aumento 
dos linfonodos e febre. 
 
DOENÇAS IMPORTANTES: 
- Pneumonia; 
- Edema pulmonar; 
- Neoplasia. 
 
PNEUMONIA: 
- Inflamação do pulmão > origem infecciosa mais comum; 
- Doenças predisponentes: bronquite crônica, aspiração 
(fenda palatina, regurgitação, êmese, doenças 
neuromusculares, alimentação forçada, anestesia), vírus 
(cinomose e FIV), irritantes voláteis, defeitos congênitos, 
neoplasia, imunodepressão (hiperadrenocorticismo, 
diabetes mellitus, corticoides e desnutrição). 
 
Etiologia: 
- Bactérias aeróbicas G+ e G-; 
→ Staphilococcus, Streptococos, Bordetella, E. coli, 
Pseudomonas, Pastereulla. 
- Fúngica > formação de granulomas: 
→ Blastomicose, Histoplasmose, Criptococose. 
- Inalação e aspiração. 
 
Sinais clínicos: 
- Tosse baixa, produtiva e intermitente; 
- Dispneia; 
- Secreção nasal > associação com rinite bacteriana; 
- Cianose; 
- Apatia, hipo/anorexia > perda de peso; 
- Linfonodomegalia; 
- Febre. 
 
EDEMA PULMONAR: 
- Consequência de outras doenças; 
- Alvéolo pulmonar se enche de líquidos de origem 
inflamatória (exsudatos ou transudatos) > não consegue 
receber o ar > dispneia. 
 
Etiologia: 
- Aumento permeabilidade vascular: toxina, alergia, 
vasculite; 
- Aumento da pressão hidrostática > hidratação excessiva, 
ICCE, neoplasia, tromboembolismo pulmonar. 
Sinais clínicos: 
- Crepitação; 
- Dispneia expiratória ou mista; 
- Aumento da FR; 
- Tosse baixa; 
- Secreção nasal/oral espumosa e sanguinolenta > morte. 
 
NEOPLASIA: 
- Metástase > Carcinoma, Melanoma, Hemangiossarcoma, 
Osteossarcoma; 
- Patogenia > conforme o nódulo tumoral vai crescendo, 
comprime os alvéolos > não consegue receber ar > dispneia. 
 
Sinais clínicos: 
- Crônicos progressivos; 
- Dispneia expiratória ou mista; 
- Intolerância ao exercício, tosse baixa; 
- Edema > crepitação localizada; 
- Pneumotórax > se romper os alvéolos; 
- Silêncio > ar não entra no alvéolo; 
- Sinais sistêmicos; 
- Linfonodomegalia. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
- Hemograma: 
→ Pneumonia bacteriana > neutrofilia; 
→ Pneumonia verminótica/alérgica > eosinofilia. 
- Sorologia de fungos; 
- Lavado broncoalveolar > citologia, cultura e antibiograma; 
- Radiografia, TC, RM; 
- Análise do líquido cavitário; 
- Citologia/histopatologia > lobectomia. 
 
TRATAMENTO GERAL: 
- Oxigenoterapia; 
- Repouso; 
- Diminuição do estresse; 
- Conforto térmico; 
- Manejo dietético. 
 
TRATAMENTO ESPECÍFICO – INFECÇÕES: 
ANTIBIÓTICOS DOSE FREQUÊNCIA 
Amoxacilina + ácido 
clavulônico 
22mg/kg TID 
Enrofloxacina 10mg/kg (cães) 
2,5 mg/kg (gatos) 
SID 
Metronidazol 
(pneumonia aspirativa) 
20-25mg/kg BID 
Gentamicina 
(pneumonia aspirativa) 
50mg em 5mL SF BID 
Itraconazol 
(pneumonia fúngica) 
10mg/kg SID 
N-acetilcisteína 5mg/kg TID 
Nebulização SF + 
Taponagem 
10-15mL em 15-20 
min. 
BID, TID 
 
- N-acetilcisteína > mucolítico e antioxidante. 
 
Outros: 
- Edema pulmonar: 
→ Furosemida (2-5mg/kg IV BID-QID) > diurético; 
→ Nitroprussiato (1-5µg/kg/min.) > vasodilatador. 
- Vermes > vermífugo; 
- Atelectasia > respiração mecânica. 
DISPNEIA 
 
- Dificuldade em respirar > acontece por 2 mecanismos. 
 
1. AR NÃO ENTRA NOS ALVÉOLOS: 
- Geralmente por alguma obstrução (parcial ou total); 
- Estenose de narina, secreção nasal, pólipo nasal, 
prolongamento de palato mole, colapso de traqueia etc.; 
- Vias aéreas obstruídas > ar não chega ao alvéolo > trocas 
gasosas não acontecem. 
 
2. SEM TROCAS GASOSAS NOS ALVÉOLOS: 
- Vias aéreas livres, mas alvéolo não recebe ar (tem líquido); 
- Pneumonia > alvéolos se enchem de exsudato inflamatório; 
- Edema pulmonar > alvéolos se enchem de transudato; 
- Contusão pulmonar > alvéolos se enchem de sangue; 
- Trocas gasosas não acontecem de maneira correta. 
 
DISPNEIA INSPIRATÓRIA 
 
- Obstrução de vias aéreas superiores > expande o tórax > 
aumenta amplitude da inspiração > pressão negativa 
intratorácica forte, puxa a mucosa > inflamação e edema > 
diminui do lúmen. 
 
- Narinas dilatadas na inspiração; 
- Boca aberta, inspiração lenta; 
- Aumento da amplitude inspiratória; 
- Movimentos abdominais inspiratórios; 
- Ruídos anormais na inspiração > estridor; 
- Posição ortopneica > indica emergência: 
→ Sentado > descomprime o fígado do diafragma; 
→ Afasta membros torácicos > para tórax expandir; 
→ Evita flexão do pescoço (facilita entrada de ar). 
 
DISPNEIA RESTRITIVA: 
- Restrição da expansão do pulmão (efusão pleural, 
pneumotórax, neoplasia, ruptura diafragmática etc.); 
- Inspiração muito curta e rápida; 
- Frequência elevada; 
- Amplitude torácica pequena. 
 
DISPNEIA EXPIRATÓRIA 
 
- Distúrbios de vias aéreas caudais; 
- FR normal ou discretamente elevada; 
- Aumento do esforço expiratório; 
- Expiração mais lenta e dificultosa; 
- Aumenta contrações abdominais > não há músculo torácico 
que auxilie na expiração > músculos abdominais contraem o 
diafragma, aumenta pressão intratorácica e elimina o ar; 
- Ruídos abdominais e ruídos anormais na expiração > tosse. 
 
DISPNEIA MISTA 
 
- Dificuldade em inspirar e expirar; 
- FR normal ou discretamente elevada; 
- Grande esforço inspiratório e expiratório > lentas; 
- Aumenta contrações abdominais e distende o tórax; 
- Ruídos anormais; 
- Cianose > pressão arterial de oxigênio menor que 50. 
EMERGÊNCIA 
 
- Conforto térmico > evitar calor; 
- Acalmar paciente e tutor > menos claridade = menos 
estresse, não deixar muita gente perto do animal; 
- Limpar secreções nasais; 
- Oxigenoterapia de ambulatório > máscara, capacete, caixa; 
- Adrenalina e Atropina, laringoscópio> caso haja parada 
cardiorrespiratória; 
- Sedar > caso animal não tenha se acalmado > 
Acepromazina, Butorfanol (gatos); 
- Canular; 
- Laringoscopia > desobstrução das vias aéreas; 
- Entubar traqueia > para animal respirar; 
- Traqueostomia > caso não dê para entubar; 
- Toracocentese > em caso de dispneia restritiva > confirma 
com auscultação > se for efusão pleural coloca ventral, se for 
pneumotórax coloca dorsal, se não souber, coloca no meio; 
- Internamento > opções melhores de oxigenoterapia do que 
no ambulatório, como a sonda de oxigênio/cateter nasal; 
- Ventilação mecânica > última opção > em casos de doenças 
neurológicas, paralisia torácica ou edema pulmonar 
fulminante.

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