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SISTEMA RESPIRATÓRIO POR QUE É VITAL? - Várias funções: troca gasosa, absorção de oxigênio e excreção de gás carbônico; - O2 em reações bioquímicas > oxidação de nutrientes e geração de energia > essencial para manutenção das células; - Animal não respira de forma adequada, absorve menos oxigênio e tem menos energia > células, tecidos e órgãos não funcionam de forma adequada > pode fazer o coração parar de bater > parada cardíaca > falecimento do animal; - Importante excretar gás carbônico (presente no sangue no formato de ácido carbônico) > equilíbrio ácido-base. ANATOMIA E FISIOLOGIA - Narinas e cavidade nasal; - Nasofaringe e laringe; - Traqueia cervical; - Traqueia torácica; - Brônquios; - Pulmão; - Sistema nervoso > produz estímulo para respiração; - Músculos > musculatura intercostal diafragmática que se contrai para promover inspiração > diminui pressão intratorácica (fica negativa); - Cavidade torácica > em condições normais, permite a expansão pulmonar. FUNÇÕES PRINCIPAIS - Olfação > mucosa nasal > sentido mais importante para cães e gatos; - Fonação > laringe > cordas vocais; - Termorregulação > quase não perdem calor por sudorese, ou seja, perdem calor evaporando a água da cavidade oral e vias aéreas > importante para o controle térmico do corpo; → Animais com doenças respiratórias têm predisposição à hipertermia > função prejudicada. - Absorção de O2 e fármacos; - Excreção de CO2 e fármacos; - Equilíbrio ácido-base SINAIS CLÍNICOS COMUNS - Taquipneia > organismo tenta compensar aumentando o número de movimentos respiratórios por minuto; - Dispneia > se doença respiratória for grave; - Hipertermia; - Intolerância ao exercício > se falta oxigênio, não produz energia para contração muscular; - Agitação e estresse > tentar respirar e não conseguir é desesperador para o animal; - Cianose > se a pressão arterial de oxigênio cai abaixo de 50, mucosas começam a adquirir coloração azulada e roxeada, devido a baixa oxigenação da hemoglobina; - Síncope > se falta oxigênio para o encéfalo (hipóxia encefálica), animal desmaia e pode causar a morte. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRANIAIS/SUPERIORES - Narina, cavidade nasal, nasofaringe, laringe e traqueia. DOENÇAS NASAIS (NARINAS, CORNETOS E SEIOS) CONSIDERAÇÃO ANATÔMICA: - A separação da cavidade nasal para a caixa craniana é feita pela placa cribriforme (osso fino e poroso) > nervo olfatório sai do telencéfalo e vai para a cavidade abdominal; - Qualquer infecção ou neoplasia osteolíticas, podem destruir a placa cribriforme e alcançar o encéfalo > pode evoluir para meningite e infiltração encefálica. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Secreção nasal; - Espirros; - Deformidade/dor nasal; - Lesões nasais/despigmentação; - Sibilos (assovio) > ar passa em via aérea estreita/ estenosada; - Dispneia inspiratória. DOENÇAS CAUSAS COMUNS Secreção Nasal - CRF (serosa a mucopurulenta); - Cinomose (serosa a mucopurulenta); Rinite alérgica (serosa a mucopurulenta); - Erliquiose, leishmaniose (epistaxe); - Traumas (rinorragia); - CE (mucopurulenta, piossanguinolenta); - Fístula oro-nasal. Estenose de Narinas - Neoplasias; - Tumor Venéreo Transmissível (cão); - Carcinoma de Células Escamosas; - Linfoma. Rinite Fúngica - Criptococose; - Aspergilose. Pólipos Nasais - Menos comum, mas pode acontecer. Corpo Estranho - Menos comum, mas pode acontecer. SECREÇÃO NASAL: Secreção serosa: - Transparente, aguada; - Início de inflamação; - Associadas a infecções virais > Parainfluenza, Coronavírus. Secreção mucosa: - Viscosa, amarelada, mais aderente; - Processo inflamatório bem estabelecido; - Inflamação alérgicas > rinite e sinusite. Secreção purulenta: - Acúmulo de pus > coloração esverdeada, acinzentada; - Principais etiologias são bacterianas: → Complexo Respiratório Felino (CRF); → Cinomose > vírus destrói células ciliadas, muco contaminado não é eliminado > infecção bacteriana oportunista secundária; → Fístulas oro-nasais > microbiota da cavidade oral e alimentos líquidos passam pelas conchas nasais; → Corpos estranhos; → Rinite bacteriana. Secreção sanguinolenta: - Lesões erosivas/ulcerativas: → Rinite fúngica; → Neoplasia; → Corpo estranho, trauma; → Erliquiose, Leishmaniose; → Coagulopatia > doença hepática ou intoxicações; → Hipertensão. Unilateral x bilateral: - Unilateral: processos mais localizados > corpo estranho, início de neoplasia, fístula oro-nasal; - Bilateral: mais associado a infecções, doenças sistêmicas. RINITES VIRAIS: Cinomose: - Principalmente filhotes; - Intensa imunodepressão; - Microbiota multiplica exageradamente > infecções oportunistas; - Infecções digestórias > vômitos, diarreias; - Infecção cutânea (piodermites, pústulas, hiperqueratose); - Infecções conjuntivais; - Infecções respiratórias > secreção nasal purulenta; - Fase neurológica (tropismo por neurônios) > 2 a 3 semanas após a fase sistêmica. Complexo Respiratório Felino: - Calicivírus + Herpesvírus + Chlamydophila; - Filhotes em aglomerações; - Calicivírus > olhos, nosofaringe, ulceração oral, pneumonia > é muito ulcerativo; - Herpesvírus > olhos, nasofaringe, traqueia (rinotraqueíte), osteólise (deformidades, necrose), aborto; - Chlamydophila > olhos, rinite (secreção purulenta). RINITES BACTERIANAS: - Secreção nasal purulenta; - São secundárias a: → Rinites virais/fúngicas/parasitária; → Corpo estranho, trauma; → Neoplasias; → Aspiração; → Fístula oronasal; → Broncopneumonia; → Imunodepressão. - Abscesso da raiz dentária > bactérias osteolíticas > abre fístula para a cavidade nasal ou pele > doença periodontal grave > secreção nasal unilateral (4º pré-molar, 1º molar e canino superior). RINITE FÚNGICA: - Fungos inalados > se estabelecem nas vias respiratórias se houver imunodepressão; - Aspergilose em cães; - Criptococose em gatos (FIV); - Produzem toxinas osteolíticas > destruição local da mucosa > secreção hemorrágica nasal, dor, deformidade nasal; - Cryptococcus > formação de granuloma nasal; - Aspergillus > toxina que causa despigmentação; - Se houver destruição da placa cribriforme > alcança caixa craniana e causa meningite fúngica > sinais neurológicos. NEOPLASIAS: - Maioria das neoplasias nasais são malignas; - Muitas são de células epiteliais (carcinomas); - Adenocarcinomas, CCE, linfoma, TVT; - Localmente invasivos > destruição óssea, ulceração; - Taxa de metástase à distância é baixa; - Ulceração, destruição nasal, deformidades. - Secreção mucopurulenta a hemorrágica; - Deformidade, ulcerações; - Neurológicos (destruição da placa cribriforme e invasão craniana). CCE: - Comum em gatos de pelagem branca; - Mutação induzida pela radiação solar > animais de pelagem branca possuem menos melanócitos, consequentemente, menos defesa contra a radiação ultravioleta. TVT: - TVT genital pode passar para a cavidade nasal se inspirado; - Nasofaringe > próxima do encéfalo. ESTENOSE DE NARINA: - Doença da síndrome dos braquicefálicos; - Má formação de cartilagens nasais que obstruem o lúmen; - Dispneia inspiratória; - Correção cirúrgica. EXAMES COMPLEMENTARES: - Hemograma: → Doença bacteriana: neutrofilia, desvio a esquerda; → Doença alérgica: eosinofilia; → Doença viral: linfopenia. - Coagulograma > caso de secreção hemorrágica; - Tomografia e ressonância magnética; - Cultura > não fazer com secreção nasal externa (contaminação), melhor amostra coletada com rinoscópio; - Sorologia/PCR > cinomose, CRF, rinites fúngicas etc. - Radiografia > radiodensidade líquida quando há secreção, osteólise, corpos estranhos radiopacos; - Rinoscopia > exame ouro > retira amostra para cultura; - Histopatológico. TRATAMENTO BÁSICO: - Limpeza de secreções nasais > se animal não sente o cheiro, não come > se não come, perde peso e fica desnutrido > imunodepressão > piora do quadro; - Oxigenoterapia; - Repouso;- Diminuição do estresse > ansiedade piora dispneia; - Manejo dietético > alimento cheiroso e energético; - Conforto térmico. FÁRMACO INDICAÇÃO PROTOCOLO Acetilcisteína Secreção nasal mucosa 10 mg/kg, BID, cães e gatos, 5-15 dias, VO, Nebulização Nebulização Secreção nasal mucosa NaCl 0,9% (2-6x, 10-30 min.) Meloxicam Dor 0,1 mg/kg, SID (máx.: 14 dias cães e 4 dias gatos). TRATAMENTO ESPECÍFICO: Cinomose, CRF: - Básico + nebulização + colírios (Tobramicina – antibiótico); - Ampicilina VO para CRF > pega todo sistema respiratório: → Cão 11-20 mg/kg, TID; → Gato 22 mg/kg, TID. - Sulfametoxazol + Trimetoprim (15 mg/kg, BID) para cinomose > Sulfa penetra no SNC; - Doxicilina (10 mg/kg SID ou 5 mg/kg BID) > infecção restrita a vias aéreas superiores; - Suporte. Rinite bacteriana secundária: - Básico + nebulização + colírios (Trobramicina); - Sulfametoxazol + Trimetoprim (15 mg/kg, BID), Doxiciclina (10 mg/kg SID ou 5 mg/kg BID) > podendo ser estendido de acordo com a bactéria evidenciada (cultura) ou reposta. Rinite fúngica: - Tópico: → Mais eficaz, menos facilidade; → Lavagens > 2 sondas antifúngicas em cada narina e uma sonda para isolar a cavidade nasal; → Deixa o animal 1h anestesiado com a solução presa na cavidade nasal > após 1h, muda o decúbito do animal a cada 15 minutos > total: 2h de anestesia. - Sistêmico > tratamento longo: → Itraconazol (10 mg/kg, VO, SID, 1-2 meses); → Fluconazol (cães 2,5mg/kg VO BID – gatos 50mg/animal VO BID) > 2 a 6,5 meses. Outros: - CE > remoção; - Neoplasia > radioterapia, cirurgia, quimioterapia; - Estenose narinas > cirurgia. DOENÇAS DE NASOFARINGE/LARINGE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Nasofaringe: - Ronco (som alto, de timbre grave); - Dispneia inspiratória; - Engasgos, disfagia. Laringe: - Estridor (som alto, agudo, estridente, irregular); - Mudanças na sonoridade/vocalização > cordas vocais; - Dispneia inspiratória; - Tosse, pneumonia > se a laringe não se fechar no momento de deglutição, pode aspirar conteúdo. SÍNDROME DOS BRAQUICEFÁLICOS: - Sons ruidosos (ronco) > prolongamento do palato mole > obstrui a laringe > vibra tecido mole do palato > ronco; - 100% têm prolongamento do palato mole; - 50% têm estenose de narina; - Fazem tanta força para inspirar que as cordas vocais acabam sendo “sugadas” > eversão dos sacos laríngeos > ocorre em até 50% dos animais braquicefálicos. PARALISIA DE LARINGE: - Paralisia uni (N paralisia de laringe) ou bilateral; - Se laringe não abre > traqueia não recebe ar > associada a dispneias gravíssimas. Sinais clínicos: - Dispneia grave; - Estridor; - Síncope e morte. Etiologia: - Idiopática (grande/idoso) > Labrador e Golden Retriever; - Má formação congênita > Bouvier de Glandes, Husky Siberiano, Malamute-do-Alasca etc.; - Adquirida: → Trauma > intubação, cervical, cirurgia do pescoço; → Compressão do nervo laringo-recorrente (comanda a abertura da laringe); → Neoplasia de pescoço; → Intoxicação de chumbo > raro; → Polineuropatia > fraqueza muscular generalizada (hipotireoidismo associado) > Dálmata, Rottweiler. - Maioria são machos. PÓLIPOS: - Mais comuns em gatos jovens; - Aumento de volume (edema e hipertrofia de mucosa) devido à inflamação > neoformação não neoplásica; - Orelha > nasofaringe; - Sons respiratórios anormais > estridor; - Dispneia. NEOPLASIA: - Raras; - Normalmente são epiteliais > carcinomas; - Podem ser linfomas, rabdomiomas ou rabdomiossarcomas; - Estridor. EXAMES COMPLEMENTARES: - Palpação; - Laringoscopia > tenta diagnosticar o movimento da laringe; - US, RM, TC, RX; - Citologia > neoplasia; - Histopatológico > biópsia. TRATAMENTO BÁSICO: - Desobstrução > ar precisa chegar à traqueia; - Repouso; - Diminuição do estresse; - Conforto térmico; - Manejo dietético; - Oxigenoterapia. TRATAMENTO ESPECÍFICO: - Sedativos: → Animais agitados/estressados > piora a dispneia; → Butorfanol: 0,1 mg/kg, IV/SC/IM > é antitussígeno; → Acepromazina: 0,05 mg/kg. - Corticoides: → Se a mucosa estiver muito inflamada/edemaciada; → Dexametasona: 0,1-0,5 mg/kg; → Prednisona: 0,5 mg/kg, BID. - Doenças de faringe/laringe > cirurgia; - Traqueostomia > mantém animal respirando até operar. DOENÇAS TRAQUEAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Tosse alta, frequente e seca > quanto mais cranial a via respiratória, mais receptor de tosse tem; - Sibilos > caso de hipoplasia traqueal com lúmen diminuído; - Dispneia inspiratória (cervical); - Dispneia expiratória (torácica). DOENÇAS: - Infecção (TIC, Cinomose, CRF); - Colapso de traqueia; - Hipoplasia traqueal; - Corpo estranho; - Ruptura; - Estenose; - Neoplasia; - Obstrução por vermes. COLAPSO DE TRAQUEIA: - Traqueia é um tubo > mantido aberto por anéis de cartilagem em forma de C > recobertos dorsalmente por uma membrana de músculo liso e tecido conjuntivo; - Cartilagem degenera > perde glicosaminoglicanos, condroitina, células, capacidade de reter água e consequentemente perde rigidez e sua forma de C > vai se abrindo > membrana dorsal internaliza e lúmen diminui > membrana toca a mucosa respiratória > tosse muito alta. 4 graus: - A cada grau, indica uma diminuição de lúmen de até 25%; - Grau 1 > redução de até 25%; - Grau 2 > redução de 25 a 50%; - Grau 3 > redução de 50 a 75%; - Grau 4 > redução de 75 a 100%. Epidemiologia: - Adultos e idosos > degenerativa e genética; - Pode ocorrer me jovens quando for congênita; - Colapso da traqueia cervical e/ou torácica; - Poodle, Lhasa, Shitzu, Spitz Alemão, Yorkshire. Sinais clínicos: - Tosse alta, seca, crônica > reflexo de tosse aumentado; - Ciclo vicioso > a passagem vigorosa e turbulenta do ar na tosse machuca a mucosa traqueal, inflamando a traqueia > receptores de tosse mais ativos > mais vontade de tossir; - Encerra o ciclo vicioso desinflamando a traqueia; - Piora com coleira cervical, no calor, na agitação e em casos de obesidade. EXAMES COMPLEMENTARES: - Radiografia: → Radiografia normal não exclui prolapso de traqueia; → Suspeita de colapso de traqueia cervical > radiografia no final da inspiração; → Se suspeita de colapso de traqueia torácica > radiografia no final da expiração. - TC, RM > são bons, mas necessita de anestesia; - Fluoroscopia (RX em movimento); - Traqueoscopia; - Lavado traqueal > suspeita de infecção > coleta amostra para antibiograma; - Citologia/histopatologia. TRATAMENTO BÁSICO: - Desobstrução; - Diminuição da tosse; - Repouso; - Diminuição do estresse; - Conforto térmico; - Manejo dietético; - Oxigenoterapia. TRATAMENTO ESPECÍFICO – COLAPSO: FÁRMACO INDICAÇÃO PROTOCOLO Butorfanol Ansiedade/tosse Cães: 0,1mg/kg, SC, TID Gatos: 0,4mg/kg, SC, TID Codeína Tosse 0,5-1,0 mg/kg, VO, BID- QID PREDNISONA Tosse 0,5mg/kg, VO, BID FLUTICASONA Tosse 110µg, inalação, BID Coleira peitoral Tosse - Cirurgia Arresponsivo Cervical – prótese externa Torácico – Stent Outros Infecção = antibacterianos; CE = remoção; Ruptura = cirurgia; Neoplasia = cirurgia/quimioterapia. - Evitar antitussígenos se animal tem infecção bacteriana da via aérea ou muita produção de muco > tosse é mecanismo de defesa > se suprime, bactéria e muco ficam retidos; DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CAUDAIS/INFERIORES DOENÇAS BRONQUIAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Tosse alta e produtiva > maioria das doenças de brônquio geram produção aumentada de muco; - Dispneia expiratória; - Espirros > rinite alérgica associada à bronquite alérgica/asmática; - Sibilos > brônquio diminui tanto o lúmen, que o ar passa muito rápido e assoviando. ETIOLOGIAS/DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Bronquite asmática felina; - Bronquite crônica e aguda; - Bronquiectasia; - Obstrução por vermes. BRONQUITE CRÔNICA: - Inflamação crônica neutrofílica (alergia, infecção, irritantes) > pode haver eosinófilos; - Animal tosse todo dia por mais de 2 meses. Patogenia: - Inflamação> infiltração de leucócitos na mucosa bronquial > secreção de proteases e radicais livres de O2 > lesão da mucosa e destruição do epitélio ciliado; - Como defesa, brônquio hipertrofia glândulas produtoras de muco (mais espesso, viscoso, aderente) e musculatura bronquial (broncoespasmo) > prejudica o lúmen; - Lúmen diminuído gera a dispneia; - Grande quantidade de poluentes e alérgenos + ausência do epitélio ciliado > muco não é excretado, retém microrganismos, inflamação se torna crônica. Epidemiologia: - Raças pequenas; - Adultos a idosos. Sinais clínicos: - Tosse, sibilos; - Dispneia; - Sem alterações sistêmicas; - Piora: calor, agitação, alérgenos e microrganismos. EXAMES COMPLEMENTARES: - Hemograma > eosinofilia (alergias ou vermes); - Radiografia, fluoroscopia, TC; - Coproparasitológico; - Broncoscopia; - Lavado broncoalveolar > cultura, antibiograma, citologia > não faz no primeiro momento pois há muito falso negativo; - Teste intradérmico > pesquisa de IgE alérgeno-específica. TRATAMENTO BÁSICO: - Diminuir a exposição de alérgenos; - Broncodilatadores; - Repouso; - Diminuição do estresse; - Conforto térmico; - Manejo dietético e bom ECC. TRATAMENTO ESPECÍFICO – BRONQUITE CRÔNICA: FÁRMACO PROTOCOLO Nebulização + Tapotagem NaCl 0,9% (2-6x, 10-30 min.) Terbutalina (broncodilatador) 1,25-5mg/kg (cão), VO, BID – TID Albuterol (broncodilatador) 0,02-0,05mg/kg, VO, BID – TID Prednisolona (corticoide) 1-2mg/kg, VO, SID, 10d > redução gradual Fluticasona (corticoide) 10-20mg/kg, inalação, BID Beclometasona (corticoide) 250mg, inalação, BID Doxiciclina 5mg/kg VO, BID - Tapotagem > “tapas” no tórax para descolar o muco do epitélio da parede bronquial; - Doxiciclina > quando há componente bacteriano envolvido > se difunde bem em secreções > antibiótico e anti- inflamatório. Diminuir exposição alergênica: - Filtro de ar; - Aspirador de pó; - Retirar: carpetes e cortinas, fumaça de cigarro, pólen, granulado com perfume e tudo com cheiro. DOENÇAS PULMONARES CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Tosse baixa e infrequente > pulmão tem pouco receptor de tosse; - Dispneia expiratória ou mista; - Crepitação pulmonar > alvéolo cheio de líquido, quando ar tenta entrar, forma bolhas que “estouram”; - Cianose > dispneia grave; - Silêncio/abafamento > pulmão pode estar doente a ponto de o ar não entrar nos alvéolos; - Sinais sistêmicos > inapetência, perda de peso, aumento dos linfonodos e febre. DOENÇAS IMPORTANTES: - Pneumonia; - Edema pulmonar; - Neoplasia. PNEUMONIA: - Inflamação do pulmão > origem infecciosa mais comum; - Doenças predisponentes: bronquite crônica, aspiração (fenda palatina, regurgitação, êmese, doenças neuromusculares, alimentação forçada, anestesia), vírus (cinomose e FIV), irritantes voláteis, defeitos congênitos, neoplasia, imunodepressão (hiperadrenocorticismo, diabetes mellitus, corticoides e desnutrição). Etiologia: - Bactérias aeróbicas G+ e G-; → Staphilococcus, Streptococos, Bordetella, E. coli, Pseudomonas, Pastereulla. - Fúngica > formação de granulomas: → Blastomicose, Histoplasmose, Criptococose. - Inalação e aspiração. Sinais clínicos: - Tosse baixa, produtiva e intermitente; - Dispneia; - Secreção nasal > associação com rinite bacteriana; - Cianose; - Apatia, hipo/anorexia > perda de peso; - Linfonodomegalia; - Febre. EDEMA PULMONAR: - Consequência de outras doenças; - Alvéolo pulmonar se enche de líquidos de origem inflamatória (exsudatos ou transudatos) > não consegue receber o ar > dispneia. Etiologia: - Aumento permeabilidade vascular: toxina, alergia, vasculite; - Aumento da pressão hidrostática > hidratação excessiva, ICCE, neoplasia, tromboembolismo pulmonar. Sinais clínicos: - Crepitação; - Dispneia expiratória ou mista; - Aumento da FR; - Tosse baixa; - Secreção nasal/oral espumosa e sanguinolenta > morte. NEOPLASIA: - Metástase > Carcinoma, Melanoma, Hemangiossarcoma, Osteossarcoma; - Patogenia > conforme o nódulo tumoral vai crescendo, comprime os alvéolos > não consegue receber ar > dispneia. Sinais clínicos: - Crônicos progressivos; - Dispneia expiratória ou mista; - Intolerância ao exercício, tosse baixa; - Edema > crepitação localizada; - Pneumotórax > se romper os alvéolos; - Silêncio > ar não entra no alvéolo; - Sinais sistêmicos; - Linfonodomegalia. EXAMES COMPLEMENTARES: - Hemograma: → Pneumonia bacteriana > neutrofilia; → Pneumonia verminótica/alérgica > eosinofilia. - Sorologia de fungos; - Lavado broncoalveolar > citologia, cultura e antibiograma; - Radiografia, TC, RM; - Análise do líquido cavitário; - Citologia/histopatologia > lobectomia. TRATAMENTO GERAL: - Oxigenoterapia; - Repouso; - Diminuição do estresse; - Conforto térmico; - Manejo dietético. TRATAMENTO ESPECÍFICO – INFECÇÕES: ANTIBIÓTICOS DOSE FREQUÊNCIA Amoxacilina + ácido clavulônico 22mg/kg TID Enrofloxacina 10mg/kg (cães) 2,5 mg/kg (gatos) SID Metronidazol (pneumonia aspirativa) 20-25mg/kg BID Gentamicina (pneumonia aspirativa) 50mg em 5mL SF BID Itraconazol (pneumonia fúngica) 10mg/kg SID N-acetilcisteína 5mg/kg TID Nebulização SF + Taponagem 10-15mL em 15-20 min. BID, TID - N-acetilcisteína > mucolítico e antioxidante. Outros: - Edema pulmonar: → Furosemida (2-5mg/kg IV BID-QID) > diurético; → Nitroprussiato (1-5µg/kg/min.) > vasodilatador. - Vermes > vermífugo; - Atelectasia > respiração mecânica. DISPNEIA - Dificuldade em respirar > acontece por 2 mecanismos. 1. AR NÃO ENTRA NOS ALVÉOLOS: - Geralmente por alguma obstrução (parcial ou total); - Estenose de narina, secreção nasal, pólipo nasal, prolongamento de palato mole, colapso de traqueia etc.; - Vias aéreas obstruídas > ar não chega ao alvéolo > trocas gasosas não acontecem. 2. SEM TROCAS GASOSAS NOS ALVÉOLOS: - Vias aéreas livres, mas alvéolo não recebe ar (tem líquido); - Pneumonia > alvéolos se enchem de exsudato inflamatório; - Edema pulmonar > alvéolos se enchem de transudato; - Contusão pulmonar > alvéolos se enchem de sangue; - Trocas gasosas não acontecem de maneira correta. DISPNEIA INSPIRATÓRIA - Obstrução de vias aéreas superiores > expande o tórax > aumenta amplitude da inspiração > pressão negativa intratorácica forte, puxa a mucosa > inflamação e edema > diminui do lúmen. - Narinas dilatadas na inspiração; - Boca aberta, inspiração lenta; - Aumento da amplitude inspiratória; - Movimentos abdominais inspiratórios; - Ruídos anormais na inspiração > estridor; - Posição ortopneica > indica emergência: → Sentado > descomprime o fígado do diafragma; → Afasta membros torácicos > para tórax expandir; → Evita flexão do pescoço (facilita entrada de ar). DISPNEIA RESTRITIVA: - Restrição da expansão do pulmão (efusão pleural, pneumotórax, neoplasia, ruptura diafragmática etc.); - Inspiração muito curta e rápida; - Frequência elevada; - Amplitude torácica pequena. DISPNEIA EXPIRATÓRIA - Distúrbios de vias aéreas caudais; - FR normal ou discretamente elevada; - Aumento do esforço expiratório; - Expiração mais lenta e dificultosa; - Aumenta contrações abdominais > não há músculo torácico que auxilie na expiração > músculos abdominais contraem o diafragma, aumenta pressão intratorácica e elimina o ar; - Ruídos abdominais e ruídos anormais na expiração > tosse. DISPNEIA MISTA - Dificuldade em inspirar e expirar; - FR normal ou discretamente elevada; - Grande esforço inspiratório e expiratório > lentas; - Aumenta contrações abdominais e distende o tórax; - Ruídos anormais; - Cianose > pressão arterial de oxigênio menor que 50. EMERGÊNCIA - Conforto térmico > evitar calor; - Acalmar paciente e tutor > menos claridade = menos estresse, não deixar muita gente perto do animal; - Limpar secreções nasais; - Oxigenoterapia de ambulatório > máscara, capacete, caixa; - Adrenalina e Atropina, laringoscópio> caso haja parada cardiorrespiratória; - Sedar > caso animal não tenha se acalmado > Acepromazina, Butorfanol (gatos); - Canular; - Laringoscopia > desobstrução das vias aéreas; - Entubar traqueia > para animal respirar; - Traqueostomia > caso não dê para entubar; - Toracocentese > em caso de dispneia restritiva > confirma com auscultação > se for efusão pleural coloca ventral, se for pneumotórax coloca dorsal, se não souber, coloca no meio; - Internamento > opções melhores de oxigenoterapia do que no ambulatório, como a sonda de oxigênio/cateter nasal; - Ventilação mecânica > última opção > em casos de doenças neurológicas, paralisia torácica ou edema pulmonar fulminante.
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