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SISTEMA URINÁRIO - Rins; - Ureteres; Trato Urinário Superior - Bexiga; - Uretra. Trato Urinário Inferior FISIOLOGIA DO RIM LOCALIZAÇÃO: - Rim direito (T13 – L1) > mais cranial; - Rim esquerdo (L2 – L3). COMPOSIÇÃO: - Cápsula; - Córtex; - Hilo (artéria, veia e saída do ureter); - Medula; - Pelve. - Cães e gatos não eliminam ácido úrico > é transformado em alantoina pelo fígado > formação de cristais na urina; - Dalmatas > deficiência na enzima (uricase) que transforma ácido úrico em alantoína > excreta sob forma de uratos. CÓRTEX - Néfron (Cápsula de Bowman, glomérulos, túbulos contorcidos proximais e distais e alça de Henle) > unidade funcional do rim: → Cães: 415 mil néfrons / Gatos: 200 mil néfrons. - Se alguma parte do néfron tem algum problema, há problema na formação da urina; - Aparelho Justaglomerular (células justaglomerulares e mácula densa) > células sensíveis à pressão arterial > capacidade de fazer retenção ou não de água, mediante a pressão do sangue que chega nesse local; - Aparelho Justaglomerular dá início ao sistema SRAA. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA (SRAA): - Baixa pressão arterial > ativação da renina > angiotensina I transformada em angiotensina II (vasoconstrição) pela ECA (Enzima Conversora de Angiotensina) > ativação da aldosterona (suprarrenais) > aumenta reabsorção de Na > aumenta retenção de água > aumenta pressão arterial; - Medicamentos inibidores da ECA interrompem o sistema. - Síndrome cárdio-renal > animal com problema renal provavelmente tem algum débito antes de chegar no rim, muitas vezes sendo por conta de um problema no coração. - 1ª etapa > filtração > sangue precisa ter boa pressão para chegar no glomérulo e ocorrer a filtração; - 2ª etapa > reabsorção > túbulos reabsorvem água; - 3ª etapa > excreção; - 1% da água do filtrado glomerular deixa o corpo pela urina, sendo assim, cerca de 99% da água filtrada é absorvida; - Alteração no glomérulo > proteinúria; - Alteração nos túbulos > densidade baixa (urina muito diluída, muita água). MEDULA - Alça de Henle; - Túbulos coletores. - Principal função de reabsorção. URETERES LOCALIZAÇÃO: - Trígono vesical; - Impedem refluxo de urina. COMPOSIÇÃO: - Células epiteliais de transição. BEXIGA LOCALIZAÇÃO: - Forma de “pêra”; - Possui 3 camadas musculares e o trígono vesical (2 ureteres entrando e uretra saindo). COMPOSIÇÃO: - Células epiteliais de transição. URETRA CÃES: - Macho: uretra prostática e uretra peniana: → Compressão pela próstata; → Maior comprimento e menor diâmetro. - Fêmea: → Menor comprimento e maior diâmetro; → Esfíncter na função uretra-vagina. - Transporte de urina da bexiga ao exterior, e no macho também sêmen e líquido vesical. GATOS: - Fêmea e macho possuem a mesma posição para urinar; - Mesma posição para urinar e defecar pode confundir na anamnese. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA - Dados sobre o animal. ANAMNESE: - Micção > armazenagem e eliminação; - Controle voluntário da micção envolve inervação múltipla; - Frequência; - Volume; - Ato; - Capacidade de iniciar – tenesmo? - Aspecto e dor da urina; - Hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria – exames laboratoriais. POSIÇÃO DURANTE A MICÇÃO - De acordo com espécie e sexo: gatos ≠ cães; - Urina espontaneamente, conscientemente. FREQUÊNCIA - Normal: 2 a 4 vezes ao dia (cadelas e gatas); - Polaciúria (> nº de micções). QUANTIDADE - Normal: → Cão 20-50 ml/Kg/24h; → Gato 10-20 ml/Kg /24h; → Cães grandes: 0,5-2L; → Cães pequenos e gatos: 40-200mL. - Poliúria > 50 ml/Kg/24h (cão); - Oligúria (pouca quantidade de urina produzida); - Iscúria (retenção) ≠ Anúria (falta de produção). ALTERAÇÕES - Disúria: dificuldade na micção; - Estrangúria: micção lenta e dolorosa (gota a gota); - Tenesmo: desejo doloroso, contínuo e ineficaz de urinar; - Enurese: incontinência noturna; - Nictúria: micção durante a noite; - Incontinência; Periúria (fora do local). - Anúria ≠ iscúria: → Anúria = não produz urina > não dá para saber; → Iscúria = retenção de urina. - Disúria = termo genérico para dizer que algo está diferente na micção. FUNÇÕES - A principal função dos rins é manter a homeostase (equilíbrio dos líquidos corpóreos), mantendo adequados o volume, a composição e a concentração de líquidos no organismo; - Os mecanismos pelos quais os rins desenvolvem tais funções são: filtração, reabsorção, secreção e excreção. FILTRAÇÃO - Realizado no glomérulo; - O filtrado glomerular é semelhante ao plasma (ultrafiltrado). FATORES QUE ALTERAM A FILTRAÇÃO: - Perfusão sanguínea renal inadequada (hipertensão, hipovolemia, desidratação) > diminui taxa de filtração glomerular > retenção dos produtos que iriam ser filtrados (principalmente creatinina e ureia) > azotemia; - Não integridade da membrana filtrante. - Animal com problema cardíaco (ICC, por exemplo) > baixa perfusão sanguínea > baixa taxa de filtração (TFG) > retém compostos nitrogenados na circulação > azotemia; - Azotemia ≠ uremia: → Azotemia é apenas laboratorial. → Uremia (vômito, diarreia e desidratação) é sinal clínico. ALTERAÇÕES NA FILTRAÇÃO: - Proteinúria; - Não integridade da membrana filtrante. REABSORÇÃO - Realizada nos túbulos > deve estar funcional, para que não deixe passar água e outras substâncias; - Capacidade de reabsorção tubular; - Necessidades corpóreas. SÓDIO: - Reabsorvido nos túbulos proximais (+/- 2/3 Na+ filtrado), independente das necessidades corpóreas; - Nos túbulos distais e coletores > reabsorção sofre influência das necessidades orgânicas e da aldosterona. ALTERAÇÕES NA REABSORÇÃO: - Densidade alterada; - Presença de eletrólitos (G); - Presença de glicose > pode não ser por alteração no túbulo. SECREÇÃO DE HORMÔNIOS - Renina > aldosterona > ADH; - Eritropoietina; - Paratormônio (PTH): → Cálcio e fósforo > estará elevado quando houver mais fósforo do que cálcio; → Retenção de fósforo na doença renal crônica; → Retirada de cálcio do osso > mineralização de tecidos moles > enfraquecimento dos ossos; → Hiperparatireoidismo secundário renal. - HC; - Tiroxina e andrógenos. EXCREÇÃO - Resíduos do metabolismo > ureia e creatinina; - Não dosa ureia da urina, mas dosa creatinina da urina (UPC (Taxa de Creatinina Urinária em relação a Proteína) > determina proteinúria. DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO - Palpação dos rins; - Palpação da bexiga > verifica aumento, retenção urinária, presença de cálculos etc. EXAMES LABORATORIAIS - Coleta da urina > de preferência por cistocentese. URINÁLISE: - Avalia cor, odor, aspecto e sedimento (sonda) e cultura (antibiograma). BIOQUÍMICA: - Ureia, creatinina; - Cálcio; - Fósforo > cálcio normal ou baixo; - Potássio: → Elevado (hipercalemia) em casos de obstrução > retenção urinária > hipercalemia > taquicardias e arritmias; → Diminuído em casos de desidratação > diabetes, hiperadreno, doença renal crônica > poliúria. - Azotemia ≠ uremia. CULTURA E ANTIBIOGRAMA: - 1 semana sem antibióticos. RADIOGRAFIA: - Simples: visualização de cálculos radiopacos; - Contrastado: → Ar (pneumocistografia) via uretra ou dentro da bexiga; → Iodo IV > urografia excretora > tóxico para animais, quase não é realizado. BIÓPSIA RENAL: - Guiado por ultrassonografia ou por laparotomia; - Raramente utilizado. ULTRASSONOGRAFIA: - Visualização de cistos e dimensão do problema (região cortical e medular, pelve dilatada etc.); - Cálculos hiperecogênicos. DESORDENS DO TRATO URINÁRIO CLASSIFICAÇÃO: - Agudo; - Crônico. LOCALIZAÇÃO: - Alto: → Rins > pielonefrite, glomerulonefrite; → Ureteres. - Baixo: → Bexiga > infecção bacteriana; → Uretra > cálculo. ETIOLOGIA: - Infecciosa/parasitária: Dioctophyma renale rim), Capillaria plica (bexiga). - Imunomediada; - Obstrutiva> urólitos; - Degenerativa > DRC; - Neoplásica. Tubular: - Necrose isquêmica; - Nefrotóxica. Túbulo-intersticial: - Nefrite; - Pielonefrite. Glomerular: - Geralmente não têm relação com infecção; - Glomerulonefrite; - Amiloidose > doença hereditária. PIELONEFRITE - Inflamação da pelve e do parênquima renal (nefrite) > infecção bacteriana; - Maior incidência em cães. ETIOLOGIA TÓXICA: Exógena: - Antibióticos (aminoglicosídeos e sulfas); - Desinfetantes (creolina); - Alimentos mofados; - Tinta (chumbo). Endógena: - Retenção fecal; - Gastroenterite grave; - Doenças endócrinas > diabetes mellitus > glicose é nefrotóxica; - Doenças hepáticas > bilirrubina lesa os néfrons. PARASITÁRIA: - Dioctophyma renale > necrose, nefrite > insuficiência renal; - Capillaria plica (bexiga) > gatos; INFECCIOSA: - Leptospira: L. canicola (lesão renal mais grave) e L. icterohemorrhagie (causa icterícia, hemorragia e nefrite aguda) > zoonose e leva à lesão intersticial grave > mesmo que se recupere, fica com danos renais; - Coliformes, Staphylococcus sp., Streptococeus sp. > podem se tornar patogênicas; - Proteus sp., Pseudomonas sp., Kleibsiela sp. > podem ascender pela uretra ou via hematógena; - Secundária a processos à distância > cinomose, peritonite, piometra, piodermite, broncopneumonia, leishmaniose (hematógena). OUTRAS CAUSAS: - HAC > também pode causar cistite > não se faz antibiótico se não houver sinal clínico; - Ureteres ectópicos (raro); - Nefrolitíases. SINAIS CLÍNICOS - Sinais clínicos são mais evidentes se a causa for bacteriana; - Depende do tempo de exposição ao agente/concentração tóxica; - Reserva de néfrons. - Se for agudo > mais fácil de diagnosticar do que a forma crônica. AGUDA: - Disúria/oligúria; - Sensibilidade renal (dorso arqueado); - Congestão de mucosas; - Hipertermia; - Anorexia/prostração; - Vômitos (dor e síndrome urêmica); - Hidronefrose – IRA: → Dilatação da pelve devido à obstrução do fluxo eferente da urina; → Retenção do líquido próximo ao rim; → Aumenta pressão na pelve renal > dilata pelve; → Atrofia progressiva do parênquima renal. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Anamnese; - Quanto pior estiver o animal e mais sinais clínicos tiver, mais provável que seja alteração no trato urinário superior. LABORATORIAL: - Urinálise: → Presença de cilindros (hialinos e granulosos) > substância que vêm dos túbulos renais > significa que rim está “descamando” > lesão tubular > diagnostica doença do rim; → Hemácias; → Bactérias > presença de bactérias deixa pH alcalino; → Densidade > se está diminuida, é problema nos túbulos; → Proteínas > se está aumentada, problema é no glomérulo > confirma proteinúria apenas pela UPC; → pH > pH alcalino (por conta da retenção de urina ou bactérias) destrói cilindros. - Ureia/creatinina > elevadas; - Hemograma praticamente não dá nenhuma alteração > pode haver neutrofilia; - Radiografia e ultrassonografia; - Cultura/antibiograma > não é rotina, faz apenas se antibioticoterapia não for eficaz. TRATAMENTO FLUIDOTERAPIA: - VO/SC/IV. ANTIBIOTICOTERAPIA: - 1 a 2 semanas; - Crônica > mínimo 4 semanas? - E. coli e alguns Enterobacter (gram negativos)> Sulfas, Enrofloxacina, Cefalosporinas, Marbofloxacina, Norfloxacina (quinolonas); - Proteus > Amoxicilina com clavulanato ou quinolonas; - Staphyloccocus e alguns Streptoccocus (gram positivas) > Amoxicilina com clavulanato; - Pseudomonas > quinolonas. - Gram + > Ampicilina, Amoxicilina com clavulanato, Cefalosporinas (Convenia – Cefovexima) injetável 14 dias; - Gram - > Sulfas, quinolonas, aminoglicosídeos. GLOMERULONEFRITE - Geralmente são secundárias a outras doenças (Leishmaniose, FeLV, lúpus etc.). CLASSIFICAÇÃO: - Autoimune verdadeira – não identificada em cães e gatos; - Por deposição de imunocomplexos. TIPOS (POST-MORTEM): - Membranosa > mais em gatos; - Membranoproliferativa > mais em cães; - Mesangioproliferativa. PATOGENIA - Mecanismos imunológicos da glomerulonefrite e proteinúria; - Formação de complexos imunes antígeno-anticorpo no interior do glomérulo; - Ativação de complemento; - Envolvimento de neutrófilos, macrófagos, plaquetas e células glomerulares residentes; - Eicosanóides, citocinas, fatores de crescimento, proteinases oxidantes, óxido nítrico e ativação do sistema de coagulação > formação de trombos > alteração em hemograma (plaquetas altas); - Proliferação da célula glomerular e/ou espessamento da membrana basal glomerular > altera permeabilidade e filtração > causa proteinúria. - Proteinúria fisiológica > pré-renal > exercício intenso; - Proteinúria do sistema genital > advém da sonda etc.; - Proteinúria patológica: → Glomerular; → Tubular; → Intersticial; → Não faz muita diferença no tratamento diferencial, são definições didáticas. - Síndrome de Fancone > deficiência hereditária de algumas raças > reabsorção deficiente de glicose > glicosúria > parece com diabetes, mas não é; - Proteinúria persistente > pode levar a doença renal > e vice- versa. - Doberman, Samoieda, Bull Terrier, Labrador, Golden Retriever. SINAIS CLÍNICOS - Dependem do processo primário; - Anorexia/prostação; - Edema/ascite; - Poliúria/polidipsia; - Sinais de tromboembolismo pulmonar (perda glomerular de antitrombina e hiperagregabilidade plaquetária). DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Anamnese. LABORATORIAL: Urinálise: - Proteinúria (2 a 4 +), sem sinais de inflamação; - UPC 0,2-0,4N > se for maior que 2,0 = glomerulonefrite. Bioquímica sérica: - Albumina > hipoalbuminemia; - Colesterol > hipercolesterolemia (síndrome nefrótica) > cão fica todo edemaciado = anasarca; - Ureia/creatinina; - Fósforo. Biópsia renal: - Diferenciar de amiloidose. Exames específicos: - Causa primária > LES (Lúpus), AHAI (Anemia Hemolítica Autoimune) etc. - Comum em cães por Ehrlichia. - Aspecto curvo > celularidade; - Densidade baixa > hipostenúria (1008 – 1012). TRATAMENTO - Identificar e tratar a causa primária; - Imunossupressores? > anti-inflamatórios esteroidais podem piorar; - Alopurinol (10 mg/kg VO BID) > controla proteinúria e previne a progressão da nefropatia em cães com Leishmaniose e Glomerulonefrite; - Aspirina em doses baixas (0,5mg/kg VO SID e 48 a 72 horas gatos) > anti-inflamatório inibe a agregação plaquetária. SUPORTE: - Restrição de sódio > apenas em caso de síndrome nefrótica com muito edema; - Proteína moderada > controverso > já há muita proteína saindo, se oferece pouco, piora questão nutricional; - Ômega-3 suprime a inflamação glomerular e coagulação; - Inibidores da ECA – Enalapril > efeito antiproteinúrico > necessário controlar a pressão. INSUFICIÊNCIA RENAL - Diferenciar quadro agudo do crônico. REQUISITOS PARA UMA BOA FUNÇÃO RENAL PERFUSÃO SANGUÍNEA: - Função cardíaca adequada; - Bom volume sanguíneo > filtração glomerular. QUANTIDADE DE TECIDO RENAL FUNCIONAL: - Lesão maior que 75% > insuficiência renal que pode levar à hipertrofia do outro rim > perda da função de forma gradativa (hipertrofia compensatória do outro rim com o tempo). PATOGENIA - Diminuição da taxa de filtração glomerular leva à azotemia (elimina o que não deveria sair) que pode chegar à uremia; - Por um lado, inibidor de ECA resolve um problema (reduz proteinúria) mas piora outras (desequilibra azotemia) > animal deve sempre estar bem hidratado. - Alteração nas funções de filtração, reabsorção, secreção e excreção: → Aumenta potássio > alterações cardíacas; → Aumenta H+ > acidose metabólica. - Alteração nos níveis de Ca (diminui) e P (aumenta) > levam ao aumento do PTH > causa hiperparatireoidismo secundário renal > doença renal crônica; - Poliúria/polidipsia > ingestão de mais que 80 a 100mL/kg/dia e produção de urina maior que 40 a 50mL/kg/dia. CAUSAS POTENCIAIS DE POLIDIPSIA EPOLIÚRIA: PD primária: - Polidipsia psicogênica > rara; - Insuficiência hepática ou shunt. PU primária: - Diabetes insipidus central (falta ADH)/nefrogênica (sem resposta ao ADH); - Insuficiência ou falha renal; - Hiperadrenocorticismo; - Hipoadrenocorticismo; - Insuficiência hepática; - Piometra; - Hipercalcemia; - Hipocalcemia; - Diabetes mellitus; - Hipertireodismo. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: - Oligúria > controle da desidratação; - Vômito; - Tende a desidratar. CLASSIFICAÇÃO ORIGEM: PRÉ-RENAL RENAL PÓS-RENAL Baixo fluxo sanguíneo renal: - Choque; - Desidratação; - IC; - Hemorragias. Lesões parenquimatosas: - Infecciosas; - Isquêmicas; - Tóxicas; - Obstrutivas; - Neoplásicas; - Parasitárias. Obstrução das vias excretoras: - Litíases; - Neoplasias; - Ruptura de bexiga, ureteres, uretra. NEFROTOXINAS - IRA: - Etilenoglicol; - Aminoglicosídeos; - Anfotericina B; - Lírios (gatos); - Intoxicação por uva ou passas (cães); - Hipercalcemia; - Agentes de contraste radiográfico administrados por via intravenosa; - Metais pesados; - Alimentos contaminados; - Água de piscina (por conta do cloro). ISQUEMIA RENAL - IRA: - Desidratação; - Trauma; - Anestesia; - Sepse; - Intermação > exposição excessiva ao sol/calor; - Mioglobinúria > incomum; - AINEs; - Hemorragia. NEFRITE: - Leptospirose > nefrite tubulointersticial aguda; - Borreliose > glomerulonefrite de rápida progressão. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Anamnese: história clínica; - Espécie, raça, idade; - Sinais clínicos; - Curso da doença; - Resposta à terapia. OBS.: - Quantidade normal de urina: 20 a 40 ml/kg/dia; - Ingestão normal de água: → Cães 80 ml/kg/dia; → Gatos 40-70 ml/kg/dia). AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DE FILTRAÇÃO (GLOMERULAR): Ureia: - Afetada por fatores extra-renais e alimentação; - Diminui em dietas com restrição de proteínas e em hepatopatias crônicas; - Aumenta em dietas hiperproteicas. Creatinina: - Fornece melhor estimativa da taxa de filtração glomerular; - Mais alta em machos adultos musculosos > menor em animais muito magros; - Relação inversa entre a creatinina e a taxa de filtração glomerular não é linear: → Acima de 4 mg/dL > pequenos aumentos na creatinina indicam uma grande perda no percentual de néfrons funcionais; → Aumenta quando 75% néfrons estão lesados. - Avaliação pela urinálise: → Doença aguda > animal consegue concentrar a urina; → Doença crônica > desidratação > animal não consegue concentrar a urina. SDMA (Dimetilarginina Simétrica): - Aumenta quando há cerca de 40% da perda de função renal > não diagnostica doença aguda (perda de capacidade renal momentânea); - Utiliza mais em doença renal crônica; - Segundo estudos, não é significativa. UPC: - Proteinúria pode ser avaliada pela mensuração da excreção de proteínas urinárias em 24 horas ou pela determinação da relação de proteína-creatinina na urina (PCU) em uma amostra > faz 3 exames em 2 semanas para ter uma ideia melhor; - Falsos positivos > piúria e acentuada contaminação da urina por sangue > proteína de origem não renal. Microalbuminúria: - Exame raramente feito > teste de pesquisa; - Concentração de albumina na urina detectada por ELISA; - Detectada em 15% a 20% de cães e gatos aparentemente saudáveis; - Sua prevalência aumenta com o passar dos anos: → 7% em cães < 3 anos; → 49% em cães com ≥ 12 anos. Densidade urinária: - Animal insuficiente não consegue concentrar bem: → > 1,030 (cães); → > 1,035 (gatos). Doenças que podem mascarar a IR: Densidade < 1,020: HAC, hipoadreno, hipertireoidismo; Densidade < 1,008: diabetes insipidus, HAC; Densidade > 1,025: diabetes mellitus (glicosúria). - Corticoides > aumentam taxa de filtração glomerular > aumenta glomerulonefrite > aumento da perda de proteinúria; → Não causam a DRC, mas pode agravar; → Uso a longo prazo pode causar DRC. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ETIOLOGIA - Agressão tóxica ou isquêmica abrupta; - Vasculite; - Febre; - Anestesia prolongada; - Endotoxina E. coli na piometra; - Furosemida + nefrotóxicos. SINAIS CLÍNICOS - Depressão e anorexia; · - Oligúria (ou não) > posteriormente se transforma em poliúria; - Vômitos e diarreia; - Desidratação; - Estomatite com necrose de língua e halitose; - Taquipneia e taquicardia; - Convulsões > encefalopatia urêmica > incomum. DIAGNÓSTICO - Clínico. LABORATORIAL: Urinálise: - Densidade diminuída ou normal; - Presença de cilindros; - pH alcalino indica infecção das vias urinárias baixas; - Glicosúria sem hiperglicemia de jejum pode indicar dano tubular > em gatos, é DRC; Hemograma: - Proteínas plasmáticas totais aumentada; - Volume globular normal ou aumentado; - Sinais que indicam desidratação. Bioquímica sérica: - Ureia aumentada; - Creatinina aumentada ou normal; - Cálcio diminuído; - Fósforo aumentado; - Aumento de potássio > fase oligúrica faz hipocalemia: → Potássio só está diminuído se houver poliúria. Radiografia/ultrassonografia: - Avaliar o tamanho dos rins (não altera no caso de doença aguda); - Visualização de cálculos, hidroureteres. Biópsia: - Raramente utilizada. TRATAMENTO - Retirar a causa (tóxicos, obstrução); - Aumentar a perfusão renal/aumentar a eliminação de excretas: → Fluidoterapia maciça (solução fisiológica, ringer); → Diuréticos > não realiza em animal desidratado! - Suporte: → Transfusão; → Vitaminas B e C > hidrossolúveis; → Antibioticoterapia; → Bicarbonato de sódio; → Diálise. - Controlar hiperfosfatemia > qualantes (hidróxido de alumínio); - Dieta hipoproteica; - Cetoanálogos (Ketosteril). DOENÇA RENAL CRÔNICA - Progressão de nefropatias crônicas ou IRA; - Perda progressiva consequente a vários episódios de nefrites; - Vários pontos de fibrose se formam devido à isquemia; - Tecido conjuntivo cicatricial é afuncional. ETIOLOGIA - Nefropatias hereditárias > rins policísticos (PKD) em persas; - Dermatoses imunomediadas > glomerulonefrites; - Inflamações diversas; - Idade > é algo relativo > geralmente a partir de 7-8 anos. PATOGENIA - Atrofia progressiva dos glomérulos; - Inflamação > cicatrização > tecido conjuntivo > isquemia > esclerose > baixa reabsorção tubular > retenção de ureia > diurese osmótica (poliúria e polidipsia); - Hipertrofia compensatória do rim funcional; - Rins reduzidos ao US (nem sempre, demora para reduzir); - Quando 75% dos néfrons estão lesados > ocorre insuficiência renal crônica. SINAIS CLÍNICOS - Poliúria e polidipsia (nem sempre); - Pode ter oligúria > azotemia > síndrome urêmica > agudização da doença renal crônica; - Em gatos > pode haver apenas polidipsia; - Acidose metabólica (hemogasometria); - Osteodistrofia fibrosa (mandíbula de borracha) > hiperparatireoidismo renal secundário > incomum; - Hemorragias por trombocitopatias (perda da função das plaquetas) > queda de tromboxanos, alterações no metabolismo do cálcio; - Necrose de língua, estomatite > ureia e outros; - Perda de peso gradativa. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Histórico prévio de nefropatias; - Sinais clínicos. LABORATORIAL: Urinálise: - Densidade diminuída (< 1015) - poliúria; - UPC > cuidado com cistite, mas geralmente acréscimo de hemácias à urina canina não excede 0,4. Hemograma: - Anemia normocítica e normocrômica; - Hemólise; - Alteração em número (e função) das plaquetas. Bioquímica sérica: - Ureia e creatinina aumentados (IRIS); - Cálcio diminuído e Fósforo aumentado; - FA aumentada (pelo Hiperparatireoidismo secundário renal). PRESSÃO ARTERIAL: - Aumentada > sistema renina-angiotensina-aldosterona; - Fator perpetuante da DRC; - Se > 150, representa risco. ESTÁGIOS DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – IRIS ESTÁGIO I: - Não azotêmico; - Inabilidade renal de concentração urinária; - Proteinúria renal; - Alterações renaisao exame de imagem e de biopsia; - Sem sinais clínicos. ESTÁGIO II: - Discreta azotemia em avaliações seriadas; - Creatinina sérica: → Entre 1,4mg/dl e 2,0mg/dl para cães; → 1,6mg/dl a 2,8mg/dl para gatos. - Sem sinais > a não ser perda de peso e apetite seletivo. ESTÁGIO III: - Azotemia em grau moderado; - Creatinina sérica: → Entre 2,1mg/dL e 5,0mg/dL para cães; → 2,9mg/dL a 5,0mg/dL para gatos. - Manifestações clínicas de perda de função renal; - Progressão da DRC. ESTÁGIO IV: - Azotemia grave; - Creatinina sérica superior a 5,0mg/dL para cães e gatos; - Perda da função renal relacionada à falência renal; - Manifestações sistêmicas de uremia: alterações gastrintestinais, neuromusculares ou cardiovasculares. TRATAMENTO OBJETIVOS: - Manter hidratação; - Atenuar os sinais clínicos da uremia (falta de apetite, vômitos etc.); - Corrigir distúrbios associados a excessos ou déficits (eletrólitos, vitaminas e minerais); - Garantir nutrição adequada (qualitativa e quantitativa) > depende de exames > se começa a dieta antes do necessário, prejudica o animal; - Modificar a progressão da doença renal (renoproteção ou nefroproteção). CONSERVADOR: - Controlar Hipertensão (Amlodipina, I ECA, Telmisartan); - Fluidoterapia e diuréticos(?) > corrigir acidose, hipocalemia (Citrato de K) e hiperfosfatemia (quelantes – hidróxido de alumínio; calcitriol em cães); - Controlar vômitos/náuseas (Ondansetrona, Maropitant); - Omeprazol BID > reduz a absorção de outros remédios, não fazer na mesma hora; - Estimulantes de apetite: Ciproheptadina (Cobavital/Apevitin – pode dar reação em gatos sensíveis), Mirtazapina (Mirtz, não utilizar em hepatopatas): → Se houver a necessidade de utilizar a Mirtazapina (a cada 48h), utiliza Maropitant/Cerenia. - Antibioticoterapia > somente se houver infecção bacteriana > faz urocultura para ter certeza se necessita de antibiótico; - Dieta com restrição de proteínas, rica em sódio e cálcio, com baixos teores de fósfofo – Hill’s, Royal Canin; - Quelantes > no momento em que o animal ingere fósforo (na ração normal) para não absorver e aumentar o nível sistêmico; ANTI-HIPERTENSIVOS: - Trata a hipertensão (complicação da DRC); - Besilato de amlodipina > bloqueador dos canais de Ca++. → Vasodilatação sem efeitos cardíacos consideráveis; → É eficaz para proteinúria; → Não altera concentração sérica de creatinina ou o peso corpóreo de gatos com DRC; → Pode ser administrada a cada 12h, com ou sem comida; → Adição de β-bloqueador ou IECA no tratamento > para gatos que não respondem à amlodipina. INIBIDORES DA ECA: - Enalapril/Benazepril (Fortekor - vet, Lotensin - humano) > pode fazer hipotensão em altas doses. - Antagonista (bloqueador) de receptor da Angiotensina > efeito mais seletivo > Telmisartan (Semintra) > feito para gatos, mas pode ser utilizado em cães; - Gatos não fazem bom aproveitamento do inibidor de ECA > Telmisartan deixa os efeitos bons da Angiotensina agir e faz uma nefroproteção muito melhor. DIÁLISE: Peritoneal: - 250ml Solução Fisiológica + 10ml Glicose 50% + heparina 20-30 ml/kg > solução hipertônica > absorve líquido dos vasos (rico em ureia) por osmose; - Não é eficaz. Hemodiálise: - RenalVet.> tratamento paliativo, e não curativo; - Transferência do excesso de toxinas e líquido para uma solução dialisante; - Tratamento dura entre 2 a 4 horas; - Utilizada em animais com mais de 7kg de peso, devido ao volume sanguíneo necessário para a circulação extra- corpórea (100ml); - Necessário linha de hemodiálise menor > cães pequenos e gatos. - Principais complicações: → Altera a hemodinâmica do paciente > efeito comum é a hipotensão; → Monitorar a pressão arterial sistêmica do paciente durante o procedimento é fundamental para evitar uma crise hipotensiva; → Sintomas da crise: vômito, dispneia, síncope, convulsão e parada cardiorrespiratória em quadros mais graves. SUPORTE: - Vitaminas B e C; - Antianêmicos anabolizantes: → Deca Durabolin 1,0-1,5 mg/kg/semanalmente IM > hormônio masculino que faz estimulação da eritropoiese; → Hemolitan; → Eritropoitina recombinante humana + Fe? > não adianta estimular a eritropoiese se não tem “matéria prima”. - Transfusão de sangue total ou papa de hemácias; - Transplante renal; - Renalvet – gatos; - Kerosteril; fazem a redução dos compostos - RenaDogs/RenaCats. nitrogenados do sangue. CISTITE - É a inflamação da mucosa da bexiga (órgão apenas de armazenamento da urina). ETIOLOGIA - Traumatismos > geralmente há sangue e bactérias; - Litíases/neoplasias; - Bactérias > via hematógena (raramente) pelo rim (pielonefrite) ou ascendente via uretra. ISOLADOS PORCENTAGEM DO TOTAL E. coli 45 Staphylococcus spp. 13 Proteus spp. 10 Enterococcus spp. 8 Klebsiella spp. 7 Streptococcus spp. 6 Enterobacter spp. 3 Pseudomonas spp. 3 Outros microrganismos 5 Porcentagens aproximadas dos isolados bacterianos em cães com infecção do trato urinário. MECANISMO DE DEFESA DO HOSPEDEIRO PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS DA URINA: - pH ácido; - Hiperosmolaridade; - Concentração elevada de ureia. MICÇÃO NORMAL: - Volume urinário normal; - Frequência de micção normal; - Baixo volume urinário residual. SINAIS CLÍNICOS - Estrangúria > jatos que saem em poucas vezes; - Polaquiúria (quantidade) > de pouco em pouco; - Hematúria (terminal ou total); - Incontinência; - Disúria; - Periúria (gatos); - Desidratação – se houver obstrução; - Vômitos > incomum. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Anamnese; - Sinais clínicos. LABORATORIAL – CISTOCENTESE: Urinálise: - pH alcalino (devido à retenção); - Bacteriúria; - Hematúria; - Piúria/leucocitúria; - Aumento do número de células transicionais epiteliais. Urocultura/antibiograma: - E. coli; - Proteus sp.; - Pseudomonas aeruginosa; - Staphylococcus sp.; - Streptococcus sp. Raio X: - Simples/contrastado; - Neoplasias, cálculos e espessamento da parede. Ultrassonografia: - Neoplasias, cálculos, espessamento da parede; - Sedimentos são comuns em gatos > não necessariamente indica cistite. TRATAMENTO - Causa; - Aumentar a diurese (sal na comida?) > facilita saída de bactérias. ANTIBIOTICOTERAPIA: - Por 7 a 30 dias; → Ampicilina; → Amoxicilina com Clavulanato > boa para gram + e -; → Trimetropim + Sulfadiazina; → Cefalosporinas; → Quinolonas > NÃO utilizar ciprofloxacina. - Cronicidade > antibiograma (30 dias) > faz por mais dias. ANTISSÉPTICOS: - Analgésicos urinários – cães; - Pyridium; - Sepurin; opcionais, - Mictasol. não precisa SUPORTE: - Complexo B e C. ATENÇÃO: não utilizar azul de metileno e fenazopiridina em gatos > anemia hemolítica. UROLITÍASES - Formação de concretações a partir de cristalóides. EPIDEMIOLOGIA - Maior ocorrência na bexiga e uretra do que nos rins e ureteres. - Cães com idade de 4-6 anos (presença de oxalatos e carbonatos); - Gatos (urolitíase vesical não é comum e sim plugs uretrais). CLASSIFICAÇÃO DOS URÓLITOS - Composição mineral; - Localização; - Forma. O QUE INTERFERE NA FORMAÇÃO DOS URÓLITOS: - Predisposição genética; - Concentração urinária elevada; - pH urinário: → Alcalino – estruvita; → Ácido – oxalato. - Fatores predisponentes que levam à predisposição e retenção dos cristais. TIPO DE MINERAL PREDOMINANTE % DE URÓLITOS Estruvite 55,4 Oxalato de cálcio 26,5 Urato 6,6 Cistina 1,4 Sílica 1,4 Fosfato de cálcio 0,8 Compostos 5,6 Mistos 2,3 Matriciais 0,1 TIPOS DE URÓLITOS: Estruvita: - Mais comum; - Acomete geralmente cadelas com 6 anos de idade; - Susceptibilidade racial (Schnauzer, Teckel, Poodle, Beagle); - Mecanismo: → Bactérias produtoras de urease alteram o pH (tornam alcalino) > causa precipitação de cristais; → Medicamentos que alcalinizam a urina; → Ingestão de magnésio > raçõesde boa qualidade possuem nível baixo de magnésio. - Cães com estruvita tem bactérias > retira o cálculo e faz a cultura/antibiograma da urina (antibioticoterapia até os urólitos acabarem). Oxalato de cálcio: - pH ácido; - Não são dissolvíveis; - Geralmente são achados. Uratos: - Normalmente o ácido úrico sofre a ação da uricase no fígado e se transforma em alantoína; - Susceptibilidade racial (Dálmata, Boxer, Teckel, Cocker, SRD e gatos); - Mais comum em machos (uretra); - Hepatopatias; - Uratos amorfos não têm significado. SINAIS CLÍNICOS GERAIS: - - DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO: Uretrais: - Obstrução. Vesicais: - Disúria; - Hematúria; - Insuficiência renal. Ureterais: - Obstrução do fluxo urinário. Renais: - Dor; - Obstrução do fluxo urinário. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Sintomatologia; - Exame físico (palpação). IMAGEM: - Radiografia e ultrassonografia; - RX simples; - Cistografia retrógrada; - Observar tamanho, número e localização. URINÁLISE: - Infecção do Trato Urinário (ITU); - Cristalúria (não é sinônimo da presença de urólitos); - Densidade e pH. BIOQUÍMICA SÉRICA: - Ureia; - Creatinina. LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA: - Urolitíase renal; - Urolitíase ureteral. UROCULTURA: - Em casos de urolitíase vesical > certeza de que há bactérias envolvidas. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO URÓLITO: - Universidade de Minnesota. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - ITU; - Neoplasias. TRATAMENTO DIETA: - Para dissolução e prevenção de recidivas; - Se for estruvita, só dieta resolve > em 15 dias reduz mínimo de 50% do tamanho; - Se não reduz, ou dieta não está correta ou não é estruvita. RETIRADA DO URÓLITO: - Cirurgia (cistotomia e uretrostomia); - Litotripsia > quebra dos urolólitos. - Basket retriever > retirada do fragmento se for pequno. ITU: - Antibioticoterapia por todo tempo que houver o cálculo na bexiga > depende da cultura e do antibiograma; - Hidratação. PREVENÇÃO DE RECIDIVA SUBSATURAÇÃO URINÁRIA: - Adição de sal visando aumentar a ingestão de água > geralmente não é feito; - Estimula de outras maneiras. DIETA: - Hill’s, Royal, Farmina; - Para sempre. ACIDIFICAÇÃO URINÁRIA: - Ácido ascórbico (100mg/500mg/kg/TID) > não é bom acidificante > não funciona; - Se for para acidificar, utiliza ração. DTUIF - Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos/CIF/Síndrome de Pandora; - Origem comportamental (comum em felinos); - Cistite pode evoluir para obstrução. ETIOLOGIA MULTIFATORIAL: - Predisposição genética; - Dieta (aumento de magnésio e pouca umidade); - Castração precoce; - Obesidade; - Número de refeições/dia; - Estresse; - Viral; - Bacteriana. EPIDEMIOLOGIA - Machos adultos com idade de 2-6 anos; - Variação sazonal; - Gatos machos castrados, obesos, adultos, inativos que se alimentam com ração seca em poucas refeições/dia. FATORES PREDISPONENTES: - Baixa ingestão de líquidos > aumento da densidade > aumento de cristalóides; - Retenção urinária devido a alta ingestão de magnésio; - Mecanismos de defesa alterados – pH alcalino (cristais de estruvita). SINAIS CLÍNICOS - Hematúria; - Disúria/polaquiúria devido à inflamação, mesmo sem obstrução; - Com obstrução > dor à micção, lambedura do pênis e desidratação. - Disúria; - Estrangúria; - Polaquiúria; - Hematúria; - Obstrução. - Cistite idiopática > 60-70%; - Urolitíases > 10-20%; - Infecções > menos de 2%; - Comportamento > 10%; - Alterações anatômicas > 10% - Neoplasias > 1%. CISTITE IDIOPÁTICA: - Obesidade/castração; - Vida sedentária; - Ração seca; - Estresse; - Baixa ingestão de água; - Adultos (até 10 anos); - Auto-limitante em 5 a 10 dias; - Recidivante. Etiologia: - Vírus: herpesvírus, calicivírus, retrovírus; - Cristais > rações; - Multifatorial: → Inflamação neurogênica (CI humana); → Deficiência da camada de GAG; → Alteração do eixo neuro-endócrino > maior atividade do sistema nervoso simpático e menor resposta adrenal. Síndrome de pandora: - Estresse > “animal sensitivo em um ambiente provocativo”; - Doenças imunológicas; - Doenças funcionais; - Neoplasias; - Doenças neurológicas; - Doenças respiratórias; - Doença inflamatória intestinal; - Dermatites psicogênicas. Procurar: - Histórico por estresse; - Histórico de outras doenças; - Cistite idiopática é consequência e não causa. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Sintomatologia; - Histórico. LABORATORIAL: - Elementos Anormais de Sedimentoscopia (EAS)/Urinálise: presença de hemácias, bactérias (secundárias) e aumento de proteínas (se houver inflamação); - Bioquímica: ureia e creatinina aumentados > aumenta potássio (se estiver obstruído) > acidose. - Imagem > Ultrassonografia e radiografia. TRATAMENTO EMERGENCIAL: - Desobstrução: → Massagem; → Hidropropulsão retrógrada; → Cistocentese de alívio; → Uretrostomia só em último caso. - Alfa-bloqueadores reduzem o tônus da musculatura lisa da próstata e do colo da bexiga e são úteis no auxílio à cateterização: → Prazosin (Minipress), VO 0,25-0,5mg/gato SID (ou BID). - Lavagem vesical > infundir 2-3ml de DMSO por kg diluído em 6-10ml de solução salina > retirar e repetir até urina clarear. SUPORTE E MANUTENÇÃO: - Restaurar o fluxo urinário; - Corrigir insuficiência renal e acidose metabólica > fluido só após desobstrução; - Manutenção do fluxo urinário: cateter fixo (cuidado com as infecções secundárias) > antibiótico após retirar o cateter (fonte de infecção); - Enriquecimento ambiental para reduzir o estresse; - Feliway classic/friends, Serenex; - Glucosaminas injetável ou VO – empírico e off label; - Se nada resolver a CIF, usar antidepressivos tricíclicos – amtriptilina, clomipramina, fluoxetina, buspirona > depende do caso. PROFILAXIA - Evitar recidivas; - Aumentar volume urinário (adição de sal e alimentos úmidos); - Fontes de água; - Acidificar urina (ácido ascórbico, cloreto de amônio e D.L. Metionina); - Restringir inatividade e obesidade (brinquedos, esconderijos); - Ração Hill’s C/D multicare, Royal High Dilution, Urinary seca e úmida; - Antissépticos urinários > não usar azul de metileno e fenazopiridina!
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