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Resposta metabólica ao trauma ● Introdução: ○ Já pararam para pensar? ○ Quando um ser vivo sofre uma lesão, necessariamente ele morrerá? ○ Não?! Então existe um mecanismo para a recuperação tecidual e funcional desse organismo?? ○ Que interessante! ● Resposta metabólica ao trauma: ○ Precisa de aporte de energia para o organismo lesado: ■ Como obter essa energia se o organismo está em “repouso”? ● ação dos órgãos viscerais ● ativação imunológica ● reparo tecidual ○ Como obter essa energia para o organismo está em “repouso”? ● Definição: É uma resposta metabólica desencadeada com o objetivo de reparar, de forma adequada, as lesões teciduais e atender as demandas do processo inflamatório até a sua resolução. ● Processo inflamatório: ○ O que o processo inflamatório tem a ver com isso? ○ Qualquer lesão tecidual induz a processo inflamatório - plaquetas e rede de fibrina. ■ polimorfonucleares ■ macrófagos ■ fibroblastos ■ síntese de colágeno ● Vamos refletir: ○ Síntese de colágeno = síntese proteica ○ Como vou obter proteína se não consigo buscar meu próprio alimento? ○ Para isso é necessário um mecanismo fisiológico: ■ síntese muscular (nitrogênio) ■ mobilização de reservas energéticas (gliconeogênese) ○ Resposta efetiva = convalescença ○ Resposta inadequada = óbito ● Resumindo: ○ A partir da lesão = catabolismo ■ fase catabólica (degradação proteica - gliconeogênese) ○ Organismo convalescente = anabolismo ■ fase anabólica inicial ■ fase anabólica tardia (Recuperação da massa magra e reservas de gordura) ● IMPORTANTE: ○ Evolução em diversos estágios: ■ fisiológica - patológica ■ sinais cardinais: dor, rubor, calor, tumor e perda de função. ○ SIRS: ■ FC > 90, FR >20, TX: > 38 ou < 36. ■ Leucócitos > 12.000, < 4.000 ou 10% > bastões. ■ 2 ou mais itens ○ Foco infeccioso comprovado = sepse ○ Sepse + hipotensão e necessidade de droga = choque séptico ● Identificação do choque séptico (SOFA > ou = 2 → SEPSE): ○ QSOFA: ■ PAS < 100, FR > 22, GCS < 15 ■ > ou = 2: Risco aumentado de óbito ou permanência prolongada na UTI. ● Desencadeando a resposta ao trauma: ○ Ansiedade, medo ○ dor ○ hipo e hipertermia ○ Hipovolemia ○ Acidose ○ Jejum ○ Desidratação ○ Hipóxia / infecção / sepse ○ Imobilização prolongada ● Resposta ao trauma: ○ Trauma é interpretado pelo SNC: ■ sistema nervoso autônomo ■ eixo hipotálamo-hipofisário ○ Estímulo a adrenal: ■ catecolaminas ■ glicocorticóides ● Qual é o caminho inicial? ○ Trauma tecidual: ■ injúria / infecção / necrose ○ Moléculas de alarme: ■ proteases / radicais livres / aminas vasoativas ○ Células de resposta: ■ macrófagos / fibroblastos / células endoteliais ○ Citocinas inflamatórias: ■ interleucina 1 / interleucina 6 / fator de necrose tumoral / interferon ○ Início da fase aguda ● CAI NA PROVA: ○ Fase catabólica (Pró-inflamatória): 0800 - 1268 ○ Início e propagação: ■ Demanda metabólica varia de acordo com a gravidade ■ Aumento de hormônios contrarreguladores: ● Glicocorticoide, glucagon e catecolaminas. ■ Manutenção da resposta pela ação de citocinas inflamatórias TNF, IL-1, IL-6 e IL-8). ■ Diminuição de secreção de insulina ● Aumento da resistência a insulina ■ Consequência: balanço nitrogenado negativo ■ Glicogenólise e gliconeogênese no fígado ○ Início e propagação: ■ Mediadores pró-inflamatórias: ● ativam o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal ● aumentam catabolismo proteico ● aumentam lipólise ● aumentam gliconeogênese ■ Altas doses de mediadores: ● disfunção de órgãos e sistemas, até óbito. ■ Alguns efeitos de mediadores inflamatórios: ● IL-1: ○ baixas concentrações - estímulo imunológico positivo ○ altas concentrações - febre, hipotensão e proteólise ● IL-6: ○ grande concentração nos politraumatizados ○ estimula a produção hepática de proteínas de fase aguda ○ altos níveis - relacionadas à maior gravidade e mortalidade ■ Utilização de substratos energéticos: ● produção de glicose no fígado: ○ quebra do glicogênio/utilização de aa alanina ○ metabolismo da glicose = CO2 e água ○ glicólise = lactato (em alguns tecidos ocorre isquemia e a glicose, além de oxidada é transformada em piruvato e lactato). ● Pacientes críticos = elevação lactato (mesmo sem hipóxia) ● Utilização de ácidos graxos: ○ hidrólise de TG do tecido adiposo ○ paciente não alimentados - ácidos graxos são os substratos energéticos predominantes ● Concluindo: ○ no trauma - aumento simultâneo de glicose e ácidos graxos ○ utilização de glicose libera lactato ○ lipólise causa elevação nos níveis de ácidos graxos ● Redução de glutamina: ○ degradação aumentada e produção diminuída ○ mais abundante AA livre intracelular ○ tem a mesma origem de alanina (glutamato) ○ alanina = gliconeogênses ○ aumenta produção de alanina e diminui glutamina ○ É fonte de energia do enterócito ○ * Atrofia de vilosidades = translocação bacteriana ● Resposta catabólica: ○ Endócrina: ■ aumento do ACTH, cortisol, HAD, hormônio de crescimento, glucagon, renina e aldosterona. ○ Metabólica: ■ carboidratos: hiperglicemia, resistência a insulina, intolerância a glicose. ■ proteínas: aumento do catabolismo ■ gorduras: aumento da lipólise ○ Água e eletrólitos: ■ retenção de água e sódio ■ excreção aumentada de K+ ● IMPORTANTE: ○ Cortisol: ■ Efeito generalizado sobre o catabolismo ■ Mobiliza AA da musculatura ■ Estímulo a lipólise ■ Aumento 4 a 5 vezes o normal, por mais de 24 horas. ○ Catecolaminas (Epinefrina): ■ vasoconstrição ■ Estímulo a glicogenólise, gliconeogênese e lipólise. ■ Necessária a presença de glicocorticóides ■ Elevadas por 48 - 72 horas ○ ADH: ■ reabsorção de água pelos túbulos renais ■ Retenção hídrica pós-operatória ■ oligúria funcional, edema ■ Vasoconstrição esplâncnica ■ Estímulo a glicogenólise e gliconeogênese ■ Pode permanecer elevado 1 semana. ○ Aldosterona: ■ Lesão tecidual - balanço de K+ positivo ■ Manutenção do volume intravascular (+ Na++/- K-) ○ Glucagon: ■ Estimula a glicogenólise ■ Inibe a síntese de glicogênio ■ Atividade lipolítica ■ Efeito permissivo do cortisol ○ Insulina: ■ Principal hormônio anabolizante ■ Armazena glicose e ácidos graxos ■ Secreção reduzida pelas catecolaminas ■ Meia-vida reduzida ■ Ação periférica bloqueada ○ Hormônios do crescimento - GH e IGF- (somatomedina): ■ classicamente anabólicos ■ IGF - inibido ■ IL-1 ■ IL-6 ■ TNF- ALFA ■ GH + epinefrina = lipólise ● Implicações clínicas no paciente cirúrgico: ● Fase anabólica inicial: ○ Queda dos níveis de corticosteróides ○ Diurese do líquido retido ○ Redução da gliconeogênese ○ Formação de proteínas ○ Balanço nitrogenado positivo ○ Ganho de massa magra ● Fase anabólica tardia: ○ Redução do balanço nitrogenado ○ Redução do ritmo do ganho de peso ○ Recuperação das reservas ○ Recuperação dos depósitos de gordura. ● Aplicando na prática cirúrgica: ○ Atrasam a recuperação: ■ ansiedade/medo ■ disfunção orgânica ■ íleo pós-operatório ■ náuseas e vômitos ■ jejum prolongado ■ hipoxemia ■ drenos ■ tubos ■ cateteres ○ Aceleram a recuperação: ■ Informação pré-operatória ■ Nutrição perioperatória ■ controle da dor ■ bloqueio neuroaxial ■ cirurgia minimamente invasiva ■ normotermia ■ prevenção de náuseas e vômitos ■ prevenção de íleo ■ Abreviação do jejum pré-operatório ■ retorno precoce a dieta ■ sono adequado ■ evitar opióides ● Uma consideração especial: ○ Desnutrição: ■ Aumento da possibilidade de infecção ■ diminuição de força tênsil de anastomoses ■ Comprometimento da cicatrização ■ Diminuição da força muscular ■ Aumento do período de hospitalização ■ Aumento do período de convalescença ■ Aumento de custo ● Pegadinha: ○ Se as IL- 1, 2, 6 e 8. são pró-inflamatórias, existem citocina anti-inflamatórias? ■ Citocinas anti-inflamatórias:
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