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Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira -A osteoartrite(OA) é uma síndrome que possui a perda qualitativa e quantitativa da cartilagem articular determinando uma intensa remodelação óssea hipertrófica local aliada a discreta inflamação secundária. Resulta de um processo de modificação da estrutura da matriz cartilaginosa na qual ocorre ativação de condrócitos, resposta inflamatória e posterior perda progressiva da cartilagem. -Ela afeta principalmente a cartilagem articular e também o osso subcondral, ligamentos, cápsula, membrana sinovial e músculos periarticulares, constituindo-se em uma verdadeira insuficiência da articulação sinovial -A estrutura + acometida durante o processo de surgimento da OA é a cartilagem articular EPIDEMIOLOGIA -A incidência da osteoartrite de joelhos é de 164 a 240 casos/100.000 indivíduos-ano e a de osteoartrite de quadris, de 47,3 a 88 casos/100.000 indivíduos-ano -A incidência de osteoartrite das mãos varia de 2 a 4% ao ano, dependendo da idade da população estudada -As alterações articulares da osteoartrite têm início na idade adulta e são + prevalentes c/ o avançar da idade -A prevalência da OA na população geral é de 3,5%, e c/ a idade, chegando a atingir 10% dos indivíduos c/ idade superior a 60 anos e aproxima-se de 100% acima dos 85 anos. -Dos pacientes c/ osteoartrite, 80% apresentam mobilidade reduzida e 25% são incapazes de realizar atividades rotineiras. -No Brasil, a prevalência da osteoartrite em uma população geral c/ idade média de 36 anos foi de 4,1%, chegando a 15,8% após os 55 anos. Do ponto de vista histopatológico, cerca de 90% das pessoas c/ idade em torno de 40 anos podem apresentar alguma modificação tecidual sugestiva da doença -Já em relação a achados radiográficos, cerca de 50% da população adulta apresenta o diagnóstico de osteoartrite de joelhos (incluindo casos assintomáticos), sendo que em até 20% o quadro pode ser considerado moderado ou grave. -A distribuição da osteoartrite entre os sexos é semelhante até os 40 anos. A partir de então mulheres começam apresentar >tendência ao aparecimento de osteoartrite de mãos, quadris e joelhos, ficando + evidente após os 50 anos de idade FISIOPATOLOGIA -Do ponto de vista fisiopatológico, a osteoartrite é definida como uma insuficiência da cartilagem articular, devido a um predomínio da degradação sobre a síntese, que evolui c/ inflamação local, proliferação sinovial e enfraquecimento global dos ligamentos e músculos -Fisiopatologia: fatores biológicos (genéticos, inflamatórios, metabólicos e hormonais, envelhecimento) + mecânicos (trauma, displasias, obesidade, desalinhamentos, perda de propriocepção) -A osteoartrite desenvolve-se por um desacoplamento entre síntese e degradação do tecido cartilaginoso, que compromete as propriedades físico-químicas do tecido -A cartilagem constitui-se de uma matriz extracelular que responde por cerca de 95% de seu volume total, e de condrócitos e condroblastos, que ocupam os outros 5% -A matriz cartilaginosa é formada por uma rede de proteoglicanos capaz de atuar como uma mola biológica -Proteoglicanos: são formados por grupamentos denominados agrecanos, que se ligam ao ácido hialurônico. Os agrecanos possuem um eixo proteico central ao qual se ligam cadeias de dissacarídeos denominados glicosaminoglicanos. Dentre os diversos tipos de glicosaminoglicanos existentes, predominam na cartilagem hialina o sulfato de condroitina e o sulfato de queratano, ricos em glicosamina. Devido à presença dos grupamentos sulfatos, os Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira proteoglicanos são altamente aniônicos e hidrofílicos. A rede de colágeno da cartilagem responde pela resistência e compactação, permitindo a interação célula-matriz -Cerca de 90% do colágeno total é composto pelo colágeno tipo II, sendo o restante formado pelos colágenos dos tipos XI, IX e VI. Na cartilagem em crescimento há também colágeno tipo X. -No processo de regeneração da cartilagem lesionada há a substituição por uma fibrocartilagem rica em colágenos dos tipos I, III e V, o que compromete as propriedades ideais necessárias de resistência e elasticidade do tecido -O condrócito exerce o papel principal no processo de renovação da cartilagem. Ele possui a capacidade de elaborar moléculas de acordo c/ a demanda por meio da ação de mediadores anabólicos e catabólicos. Além disto, serve como sensor osmótico e mecânico (canais de íons, transportadores de sulfato, integrinas) alterando seu metabolismo em decorrência de mudanças físico-químicas no microambiente que modulam sua expressão gênica e acarretam aumento da produção de citocinas inflamatórias e proteínas degradadoras de matriz -A atividade catabólica da cartilagem é dependente da ação de citocinas, em especial da interleucina-1 (IL-1) e do fator de necrose tumoral a (TNF-α), sintetizados pelos condrócitos e pela membrana sinovial. Outras interleucinas, como a IL6 e a IL8, também participam do processo -Elas induzem a produção e a ativação de metaloproteases (em especial a MMP-13 que degrada o colágeno tipo II), através da elevação do plasminogênio e de seus ativadores e pela dos inibidores teciduais das metaloproteases (TIMP) e do inibidor do plasminogênio, ambas proporcionam uma da síntese de elementos da matriz ou modificam o padrão normal de sua produção -A IL-1, em sua ação nos condrócitos, inibe a produção dos colágenos dos tipos II e IX e a dos tipos I e III, reparando a matriz de maneira inapropriada (formando fibrocartilagem) e agravando a osteoartrite -O comprometimento da cartilagem manifesta-se pela formação de ondulações e soluções de continuidade na superfície (fibrilações e erosões) -Ocorre progressivamente a perda da espessura da cartilagem e a exposição do osso subcondral, que, em resposta a sobrecargas, hipertrofia-se e gera metaplasia óssea encondral, formando os osteófitos. -Na sequência, ocorre o desprendimento de microfragmentos da cartilagem que são fagocitados e geram inflamação sinovial, liberando + citocinas e enzimas proteolíticas que agravarão o processo de degradação da cartilagem. Microscopicamente a alteração inicial é o do conteúdo de água na matriz, causado por roturas na rede colágena que predispõem a uma > retenção de líquidos pelos proteoglicanos, que são altamente hidrofílicos. Há, então, uma ativação metabólica condrocitária em especial junto às regiões de fibrilação, onde há hiperplasia e hipertrofia celular, formando-se grupamentos de condrócitos. Em uma fase subsequente, ocorre uma depleção de proteoglicanos que provoca uma redução do grau de hidratação da matriz. -No final do processo há depressão de condrócitos e aparecem áreas acelulares na cartilagem. Segundo alguns autores, o mecanismo dessa depleção pode ser em parte apoptose -O processo fisiopatológico da osteoartrite encontra-se ilustrado abaixo: Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira ETIOPATOGENIA -Na OA, os condrócitos têm papel-chave no equilíbrio entre a produção e a degradação da matriz cartilaginosa e, por consequência, da manutenção da função da cartilagem -Funções dos condrócitos: • Síntese dos elementos da MEC • Produção das enzimas proteolíticas que quebram a MEC como: as metaloproteinases (MMPs), como a MMP-1, MMP-3, MMP-8 e MMP-13, além das agrecanases, a desintegrina e metaloproteinase c/ trombospondina-4 e -5 (ADAMTS) • Expressam citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1β e o TNF-α, e fatores de crescimento, como o TGF-β -Surgimento da OA: quando ocorre fatores mecânicos eles induzem o da expressão de citocinas inflamatórias e os fatores biológicos rompem c/ o equilíbrio o que predomina a destruição da cartilagem articular-A perda local de proteoglicanos e da molécula do colágeno tipo II ocorre inicialmente na superfície da cartilagem, levando a um no conteúdo de água e perda da força de tensão da MEC na medida em que a lesão progride -No líquido sinovial de pacientes c/ OA é possível detectar-se a presença de fragmentos do agrecano tanto gerado por ação das MMPs quanto daqueles produzidos pela ação direta das agrecanases -Nas fases iniciais da OA, um transitório na proliferação dos condrócitos pode ocorrer e se associa a um na produção das proteínas da MEC, o que na maioria das vezes é interpretada como uma resposta reparadora -Estudos genômicos da expressão gênica total notaram um na expressão do gene do colágeno do tipo II (COL2A1) na cartilagem proveniente de pacientes c/ OA inicial -Colágenos do tipo III e VI, que podem estar presentes em baixos níveis na cartilagem normal, e também variantes do gene do colágeno tipo II e colágeno do tipo X (ausentes da cartilagem adulta), podem ser encontrados em diferentes estágios de evolução da OA Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira -A produção suprafisiológica de citocinas inflamatórias que ocorre na OA é considerada como desencadeante da destruição da matriz cartilaginosa e as + importantes são a IL-1β e o TNF-α, além das prostaglandinas e do óxido nítrico, que como consequência a destruição da matriz, através do aumento da produção das MMPs, do ativador de plasminogênio e de prostaglandinas (PGE2) - ainda a destruição e diminuem a síntese de proteoglicanos e dos colágenos de tipos II e IX. -O óxido nítrico, aumentado na OA, estimula a apoptose celular. -O osso subcondral também está envolvido na patogenia da OA, relacionando-se c/ a reparação das lesões teciduais, mecanismo que ñ funcionaria adequadamente -Principais agentes envolvidos na etiopatogenia são: • Citocinas inflamatórias: IL-1β, o TNF-α, prostaglandinas e oxido nítrico • Expressão poligênica -A etiologia permanece desconhecida, entretanto, existem fatores que influenciam o surgimento e a progressão da doença -Dentre os fatores que acarretam da sobrecarga estão: o uso excessivo da articulação, a obesidade, a história de trauma, as displasias ósseas, a presença de desalinhamentos, a fraqueza muscular e a perda da propriocepção -Os fatores que predispõem ao desenvolvimento de uma cartilagem anormal são: hormonais, metabólicos, genéticos, além do próprio envelhecimento -Fatores genéticos: a osteoartrite nodal de mãos e a forma generalizada estão ligadas à transmissão genética. Os nódulos de Heberden são 2 vezes + frequentes em mães e 3 vezes + frequentes em irmãs de mulheres que os apresentam. Verifica-se > prevalência do antígeno de histocompatibilidade B8 na OA. Os genes envolvidos podem relacionar-se c/: 1. Produção de componentes da matriz extracelular associados à osteoartrite precoce como os colágenos dos tipos II, V, VI e as COMP (proteínas oligoméricas de matriz cartilaginosa); 2. Proteínas não estruturais como a asporina, a proteína friso relacionada secretada e genes do fator von Willebrand; 3. Citocinas como TGF-β, interleucina-1 α e β além do antagonista do receptor de IL-1, e enzima COX-2. -Idade: o processo de envelhecimento da cartilagem interfere na capacidade dos condrócitos em sintetizar proteoglicanos sua quantidade, além de propiciar alterações bioquímicas no colágeno e nos proteoglicanos, sua qualidade. Isto torna a cartilagem + propensa à fadiga. Identifica-se nas fases iniciais da osteoartrite, um da síntese dos proteoglicanos e uma na relação entre os sulfatos de condroitina 6 e 4. Além disso, diversos outros fatores associam-se ao desenvolvimento da osteoartrite c/ o avançar da idade como a perda de propriocepção, a redução da congruência articular e a insuficiência muscular, ligamentosa e tendínea, alterações do peso corporal levando a sobrecarga mecânica e instabilidade articular. Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira -Trauma: qualquer lesão que propicie uma perda do alinhamento osteoarticular ou instabilidade articular pode gerar ou agravar a osteoartrite. O risco p/ o desenvolvimento da osteoartrite nos joelhos é 2,95 vezes > nos indivíduos c/ história de trauma pregresso. -Deformidades articulares: a presença de uma deformidade pode gerar de carga sobre um ponto específico da cartilagem contribuindo p/ o desenvolvimento da osteoartrite. A deformidade em valgo do joelho leva à sobrecarga lateral, e a deformidade em varo, à sobrecarga medial. São exemplos de lesões que predispõem o aparecimento e o agravamento da osteoartrite -Obesidade: o efeito da obesidade pode ser biomecânico, pois a maioria dos obesos apresenta deformidades dos joelhos em varo, causando > sobrecarga medial e aceleração do processo. Por outro lado, existe o efeito biológico, uma vez que adipócitos secretam + IL-6 e proteína C- reativa, que tem atividade pró-catabólica e, portanto, potencial p/ causar dano a condrócitos. -Vitamina D: verificou-se uma ação protetora da vitamina D em fases iniciais, mas ñ na OA avançada -Deficiência de estrógeno: a osteoartrite apresenta-se nas mulheres, em geral, após os 40 anos e apresenta elevação significativa da incidência após a menopausa. O estrogênio possui diversos efeitos na cartilagem, como da produção de prostaglandinas por condrócitos, diminuição de NF-κB, iNOS, COX-2 e espécies reativas de oxigênio. Regula ainda o cálcio dentro do condrócito e no osso subcondral, modulando o crescimento e o remodelamento ósseos, a função e o desenvolvimento de osteoblastos, a mineralização e a produção de matriz, entre outros efeito -Atividade física: determinadas posturas, o uso excessivo de alguma articulação ou a sobrecarga articular decorrente de alguma atividade física, laborativa ou ñ, podem gerar ou agravar quadros de osteoartrite. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Quadro clínico: • Dor articular: inicialmente é leve, é proocinética (piora c/ o movimento e melhora c/ o repouso). A progressão da doença apresenta dor noturna, continua mesmo em repouso e alguma rigidez articular que tem relação c/ a intensidade do quando inflamatório presente apresenta sempre curta duração. Algumas vezes a dor é amplificada, resultando em dor difusa, c/ sensibilização central. • Dor a palpação articular c/ crepitação ao movimento e do volume articular • Apresenta instabilidade articular, insuficiência miotendínea e a limitação de amplitude de movimento articula • Podem apresentar transtornos depressivos e distúrbios do sono -É importante lembrar que a cartilagem em si é desprovida de inervação, e as estruturas responsáveis pela nocicepção são a sinóvia, os ligamentos próximos de suas inserções, o osso, o músculo e o menisco. A perda da estabilidade articular propicia aceleração da lesão, e a consequência é > intensidade de dor e limitação funcional. Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira -Exame físico: dor à palpação articular, presença de crepitação ao movimento e de volume articular, por proeminência óssea aliado ao espessamento de sinóvia e mesmo presença de derrame articular. Eventualmente surgem deformidades articulares, como joelho valgo e varo, e até mesmo anquilose em casos mais graves -A avaliação de dores localizadas em território periarticular favorece o diagnóstico de tendinopatias, bursopatias ou lesões ligamentares e meniscais, relacionadas ou decorrentes da própria osteoartrite. -Possíveis causas de dor na osteoartrite encontram-se: a sinovite, a ativação de nociceptores sinoviais e periarticulares, a distensão da cápsula articular, a elevação periosteal ocasionada por osteófitos, o da pressão vascular no osso subcondral, a presença de espasmose contraturas musculares periarticulares, a tensão nas ênteses e na cápsula articular, a compressão neurológica e a isquemia decorrentes do do volume intra-articular além da resposta individual central frente ao estresse. EXAMES COMPLEMENTARES -A radiografia simples é o exame complementar + utilizado. -Alterações características de osteoartrite são: a redução do espaço articular, que reflete a perda da cartilagem articular, a esclerose óssea subcondral e o desenvolvimento de osteófitos, que indicam remodelação óssea. Cistos subcondrais e erosões ósseas aparecem nos casos + graves e são envolvidos por ossos de densidade normal ou , diferente das artropatias inflamatórias, em que se verifica osteopenia periarticular -Exames laboratoriais: provas de atividade inflamatória são, em geral, normais. O exame do líquido sinovial revela um aspecto amarelo citrino, pouco inflamatório, c/ celularidade baixa (menos de 3.000 leucócitos/mm3 ), habitualmente c/ menos de 25% de polimorfonucleares e viscosidade preservada ou levemente diminuída. Sua análise se presta principalmente para avaliar quadros de agudização onde se faz necessária a pesquisa de artrites microcristalinas ACOMETIMENTO ARTICULAR Mãos -As articulações + afetadas nas mãos são as interfalangianas distais, a 1º carpometacarpiana (rizartrose) e as interfalangianas proximais -A presença de de volume articular nas interfalangianas, de consistência rígida, denomina-se nódulo de Heberden na interfalangiana distal e nódulo de Bouchard na interfalangiana proximal -Os nódulos ocorrem devido à proliferação osteocartilaginosa e tecido fibrótico. São geralmente de distribuição poliarticular e simétrica. Há um subtipo em que aparecem diversos cistos e erosões, apresenta uma evolução agressiva c/ intensa destruição da cartilagem e do osso subcondral, denominada osteoartrite nodal erosiva Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira -A rizartrose refere-se ao acometimento da articulação trapézio-primeiro metacarpo, porém pode acompanhar-se também do envolvimento da articulação trapézio-escafoide. Clinicamente, verifica-se dor à palpação local e a existência de uma proeminência óssea que, quando acentuada, confere à mão um formato quadrado. Pode haver subluxação ventral do polegar. O envolvimento da articulação trapézio-metacarpiana é o que + prejuízo funcional pode causar p/ a função das mãos, em virtude da perda da capacidade de preensão e pinça do polegar. Coluna vertebral -A dor da osteoartrite de coluna relaciona-se c/ movimentos e postura, c/ caráter mecânico. O espasmo muscular paravertebral também é um desencadeante de dor -A formação de osteófitos reflete áreas sujeitas a forças de pressão excessiva. Em linhas gerais atribui-se a dor à flexão como proveniente dos elementos anteriores, por exemplo o disco intervertebral e a dor à extensão como proveniente de elementos posteriores, como as articulações interapofisárias -A osteoartrite de coluna é uma das causas de estenose de canal vertebral, em geral pela presença de complexos disco-osteofitários exuberantes. Clinicamente ocorre claudicação neurogênica, c/ queixas na coluna distal e nádegas, ou dor irradiando p/ membros inferiores, posteriormente. Há piora ao esforço e alívio ao repouso, identifica-se alargamento da base de apoio e pode ocorrer perda de propriocepção. O acometimento cervical pode originar dor em região nucal, do músculo trapézio ou mesmo cefaleia occipital. O envolvimento da coluna torácica geralmente se traduz em sintomas importantes devido à estabilização proporcionada pelo gradeado costal. -A hiperostose esquelética difusa idiopática é uma doença que se caracteriza pela presença de calcificações e ossificações dos ligamentos anterolaterais da coluna, especialmente do segmento torácico evidente à direita, podendo também afetar a coluna lombar, porém tendendo a poupar os discos intervertebrais. Outros locais podem ser afetados pela doença, como patela, olécrano e calcâneo. Há associação c/ obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus e coronariopatia. Apresenta dor e rigidez, em geral sem possibilidade de correlação entre sintomas e aspecto radiográfico Quadril -Até os 45 anos, ocorre c/ > frequência em homens. Pode ser uni ou bilateral, porém esta última é + frequente -A dor geralmente localiza-se na virilha, mas também pode ser referida lateralmente, principalmente quando associada à bursite trocantérica. Pode também ser referida posteriormente ou extender-se em direção ao joelho. Existe limitação p/ a flexão e rotação do quadril, que pode ser referida como dificuldade p/ colocar sapatos e meias -Exame físico: verifica-se dor e/ou redução de amplitude p/ a rotação interna da articulação. O paciente pode manter permanentemente uma postura em flexão e rotação externa. Na evolução, a cabeça femoral pode migrar em direção ao acetábulo, criando uma protuberância do mesmo na pelve -A OA do quadril é lentamente progressiva, porém existe um subtipo de evolução + rápida -Diagnóstico diferencial da OA de quadril inclui: osteonecrose da cabeça femoral, fratura de colo do fêmur, bursite trocantérica e dor irradiada da coluna vertebral -Uma das causas da OA do quadril é o impacto fêmoro-acetabular, decorrente da incongruência articular quando a articulação está no limite máximo da amplitude do movimento. Essa incongruência resulta de alterações morfológicas tanto da cabeça femoral quanto do acetábulo. Existem dois mecanismos que podem levar ao impacto: • Came: ocorre quando há uma retificação ou elevação na transição cabeça-colo que muda o contorno da cabeça tornando-a + elíptica nessa região. Assim, em graus extremos de flexão, a Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira cabeça impacta contra o acetábulo lesando a cartilagem e o labrum. É + comum em homens na 4º década de vida, e relaciona-se c/ atividades esportivas • Pinçamento: ocorre devido ao da cobertura do acetábulo, sendo + frequente em mulheres na 5º década. Na prática, o que se observa são as formas mistas na maioria dos casos. Joelhos -O acometimento do compartimento patelo-femoral gera dor + intensa à flexão e à compressão patelar -A crepitação articular está quase sempre presente -Avalia-se o trofismo do quadríceps e compara-se ao contralateral -A dor da osteoartrite de joelhos tende a piorar ao subir ou descer escadas, ao sentar-se ou levantar-se e ao realizar movimentos como colocar ou tirar meias, entrar ou sair do carro, entre outros. O envolvimento femoropatelar causa especial dificuldade p/ a flexão dos joelhos -Frequentemente, verifica-se de volume articular c/ edema e presença de derrame articular -Em alguns casos pode evoluir c/ deformidade em varo, e c/ < frequência, em valgo. Em casos extremos, pode levar à completa limitação da amplitude de movimento articular -O grau da osteoartrite à radiografia ñ reflete necessariamente dor ou disfunção articular e, de maneira inversa, a intensidade da dor ñ reflete alterações na radiografia. CLASSIFICAÇÃO -Classicamente, a OA se desenvolve + comumente na ausência de uma causa conhecida p/ o processo que ocorre na articulação, condição conhecida como OA primária ou idiopática. Ela raramente ocorre em indivíduos c/ menos de 40 anos. É poliarticular e quase invariavelmente acomete as mãos -As alterações podem surgir como consequência de um processo anterior, seja local ou sistêmico, e nestes casos é conhecida como OA secundária. Nela poucas são as articulações acometidas, em especial as de suporte de carga como joelhos, coxofemorais e coluna vertebral Dentre as causas estão incluídas as lesões articulares traumáticas, alterações hereditárias, biomecânicas dos membros, ou, ainda, distúrbios metabólicos e neurológicos. -Existediversas classificações p/ osteoartrite, uma das + utilizadas é a proposta por Altman, a partir dela define-se osteoartrite idiopática quando ñ podem ser identificados fatores predisponentes, e osteoartrite secundária quando há fatores locais ou sistêmicos que interferem no surgimento e desenvolvimento da osteoartrite. Em ambas podem existir as formas localizadas e generalizadas -São exemplos de doença generalizada: osteoartrite nodal generalizada, secundária a displasias ósseas e cartilaginosas, condrodisplasias, displasia epifisária múltipla, artrite reumatoide; e de localizada: condromalacia patelar, pós-traumática, secundária a doença de Legg-Calvé-Perthes ou à meniscecto mia. -A classificação de Kellgren e Lawrence refere-se à evolução radiográfica: ⎯ No estágio 0 ñ há anormalidades à radiografia ⎯ O estágio 1 caracteriza-se por osteoartrite incipiente, com formação inicial de osteófitos ⎯ O estágio 2 mostra redução do espaço articular e esclerose subcondral moderada Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira ⎯ O estágio 3 apresenta + de 50% de perda do espaço articular, c/ côndilos femorais arredondados, marcada esclerose óssea subcondral e formação extensa de osteófitos O estágio 4 revela destruição articular, obliteração do espaço articular, presença de cistos subcondrais e posição de subluxação DIAGNÓSTICO -O grande determinante p/ o diagnóstico é a presença de dor, associada a alterações nos exames de imagem ou bioquímicos ou mesmo anatomopatológicos. -Diagnóstico: é clínico-radiológico, sendo a presença de dor articular obrigatória. O quadro clínico pode variar de acordo c/ a articulação acometida, o tempo de evolução da doença e a intensidade e a gravidade da doença. O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) definiu critérios para o diagnóstico de osteoartrite de joelhos, quadris e mãos TRATAMENTO Ñ FARMACOLOGICO -Os objetivos do tratamento da osteoartrite são: buscar alívio dos sintomas, reduzir a incapacidade funcional e tentar retardar a progressão da doença -O tratamento é dividido em abordagens não farmacológicas, farmacológicas e cirúrgicas. -A avaliação inicial compreende a identificação de prováveis fatores de risco em cada paciente -Anamnese: identifica riscos ocupacionais e recreativos que possam gerar sobrecarga articular, sequelas de traumatismos anteriores ou de deformidades congênitas e/ou adquiridas, a presença de instabilidade articular e fatores adicionais como sarcopenia ou obesidade -Medidas não farmacológicas incluem: • A educação do paciente a respeito da doença e a possibilidade de evolução • O encaminhamento a grupos de ajuda • A realização de alongamentos, exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular p/ promover estabilização articular • O controle do peso é fundamental p/ o tratamento de osteoartrite de joelhos • O uso de órteses de apoio à deambulação, calçados apropriados, palmilhas em cunha p/ correção de desvios, joelheiras, adesivo patelar entre outros são aconselhados como adjuvantes ao tratamento • No ambiente domiciliar a instalação de artefatos de assistência previnem quedas e dão > estabilidade e segurança ao paciente -Fisioterapia e terapia ocupacional: ajudam no condicionamento muscular, na propriocepção, no aprendizado de medidas de proteção articular, além de tentar corrigir ou minimizar deformidades e evitar a progressão e piora da incapacidade funcional → Recomenda-se que o paciente transfira carga p/ articulações maiores, poupe articulações afetadas e distribua os esforços bilateralmente p/ que as atividades corriqueiras como subir escadas ou descer do Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira ônibus ñ ofereçam um > risco de queda ou agravamento de lesão. Os pacientes devem ser treinados a evitar posturas inadequadas e situações em que haja flexão em demasia ou por períodos prolongados. → Orientam-se a realização de caminhadas, natação, bicicleta e hidroginástica, que são, em geral, bem tolerados → É importante enfatizar que os exercícios ñ devem causar + dor → Enfatizar sobre a escolha de calçados c/ solados c/ boa capacidade de absorção de impacto, de borracha ou c/ amortecedores, que possuam adequada estabilidade, tendo fixação nas regiões do antepé e calcanhar e que possuam uma elevação posterior de até 3 cm. Saltos de tamanho > modificam o centro de gravidade levando ao da lordose lombar, encurtamento da cadeia posterior e causam sobrecarga do antepé. -Uso de palmilhas: palmilhas de silicone podem ser utilizadas p/ promover > absorção de impacto. Palmilhas c/ cunha lateral, de altura entre 6 e 8 mm, reduzem significativamente a carga no compartimento medial femorotibial do joelho varo, além de o estiramento dos seus ligamentos colaterais laterais. -Uso de tornozeleiras: associado à palmilha em cunha permite > estabilização da articulação -Uso de uma bengala: contralateral à articulação + acometida pela osteoartrite pode reduzir em até 60% a carga do quadril lesado. Seu comprimento durante a empunhadura deve ser suficiente para permitir um ângulo entre 20 e 30 graus entre o braço e o antebraço. -Uso de fita adesiva: p/ promover o realinhamento medial da patela c/ desvio laterolateral é indicado nos casos de osteoartrite da faceta lateral patelofemoral ou de osteoartrite patelofemoral em que haja do ângulo Q -Aplicação do calor de formas superficial ou profunda: exerce sua ação em terminações nervosas e melhora a distensibilidade das fibras colágenas e musculares -Neuroestimulação elétrica transcutânea: consiste no envio à articulação afetada de campos eletromagnéticos pulsáteis de baixa intensidade e de frequência variável -Acupuntura: pode ser indicada c/ intuito analgésico e como tratamento de contraturas musculares TRATAMENTO FARMACOLOGICO -O tratamento farmacológico divide-se em medicações de ação rápida e de ação lenta -São fármacos de ação rápida os: analgésicos e AINE -Os fármacos de ação lenta ainda são divididos: em sintomáticos e modificadores de doença Tratamento sintomático de ação rápida e curta duração -Paracetamol ou acetaminofeno: é a escolha inicial p/ o alívio da dor leve a moderada da osteoartrite. O limite de uso diário é de 4 gramas e especial atenção deve ser dada aos riscos de hepatotoxicidade. Pode interagir c/ anticoagulantes orais, sua potência de ação. Álcool e anticonvulsivantes podem exacerbar os efeitos tóxicos do paracetamol. Em casos de intoxicação o antídoto é a acetilcisteína. -Dipirona: é recomendada como analgésico em nosso meio, porém ñ é autorizada em alguns países. No 1º consenso brasileiro de osteoartrite incluiu-se seu uso p/ o tratamento da OA. Sua dose máxima também é de 4 g/dia, e seu uso é relacionado c/ o risco de agranulocitose.Pode interagir c/ a ciclosporina ( do nível sérico) e o alopurinol ( do nível sérico) -Opioides: são orientados a pacientes c/ dor intensa e seus efeitos adversos em idosos sob uso prolongado incluem alterações cognitivas, de humor, alucinações, depressão respiratória, do risco de quedas, obstipação, retenção urinária entre outros. Deve-se notar também que podem ocorrer tolerância e sintomas de abstinência depois de retirada em usuários crônicos. Há formulações de codeína e tramadol isoladas ou em associação c/ paracetamol ou diclofenaco que são + comumente utilizadas. -Anti-inflamatórios não esteroidais: são amplamente utilizados, tendo eficácia analgésica superior aos analgésicos comuns p/ casos moderados a graves de osteoartrite. No que tange a tolerância e a segurança, os ICOX-2 mostram > segurança gastrointestinal, porém > risco cardiovascular c/ uso prolongado. Em relação à segurança gastrointestinal, p/ pacientes c/ baixo risco cardiovascular o uso de ICOX-2 + IBP é superior ao de AINE + IBP. P/ pacientes c/ alto riscocardiovascular, o uso de ICOX-2 + IBP ou mesmo AINE + IBP deve ser evitado. O ACR Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira indica o uso de AINE em casos refratários a analgésicos ou casos moderados a graves. Em pacientes c/ idade igual ou superior a 65 anos, usuários de corticoterapia, c/ histórico de doença ulcerosa péptica e ou sangramento digestivo alto, ou ainda usuários de anticoagulantes devem receber preferencialmente ICOX-2. Em resumo, recomenda- se que quaisquer que sejam os AINEs, eles devem ser utilizados sempre na menor dose e pelo menor tempo possível. O uso de anti-inflamatórios tópicos na forma de gel, como o diclofenaco, o cetoprofeno, o piroxicam, a nimesulida e outras associações c/ salicilato representam uma opção adicional de tratamento da osteoartrite. Sua eficácia é > em articulações superficiais como a das mãos. -Corticosteroides: seu uso ñ é respaldado pela literatura. Entretanto as infiltrações intra- articulares de hexacetonido de triancinolona promovem respostas rápidas e eficazes em casos selecionados, na qual há inflamação exuberante. Ñ se recomenda a utilização repetida (+ de 3 a 4/articulação por ano) em virtude do potencial atrofiante do fármaco. Pelo mesmo motivo, deve-se ter um especial cuidado p/ que a infiltração ñ seja fora do espaço articular. P/ o quadril recomendam-se infiltrações guiadas por radioscopia ou US. Devem ser evitadas infiltrações c/ corticosteroides em pacientes que serão submetidos a artroplastias nos 2 meses que antecedem a cirurgia. Tratamento sintomático e/ou modificador de doença de ação lenta - As medicações sintomáticas de ação lenta têm como característica melhorar os sintomas de dor. Apresentam-se como alternativa ao uso isolado de analgésicos e/ou AINE, podendo exercer um efeito poupador de droga ou até mesmo substituí-los. -Os fármacos modificadores de doença de ação lenta são definidos como medicações capazes de prevenir, retardar ou reverter a progressão da osteoartrite. -Neste caso podem ser usados os seguintes medicamentos: ácido hialurônico, a cloroquina e a hidroxicloroquina, os sulfatos de glicosamina e de condroitina, os extratos insaponificáveis de abacate e soja e a diacereína. -Cloroquina: tem sua eficácia analgésica indicada p/ a forma erosiva da osteoartrite de mãos, as doses diárias preconizadas são de 125 a 250 mg de difosfato de cloroquina e de 200 a 400 mg de sulfato de hidroxicloroquina. É imprescindível a avaliação oftalmológica periódica dos pacientes submetidos a este tratamento. -Diacereína: é um fármaco que inibe diretamente a interleucina 1β e suas funções, como expressão de óxido nítrico, a liberação de prostaglandina e as metaloproteases degradadoras de matriz por condrócitos. Ela também a expressão do TGF-β1 e β2, favorecendo a produção de colágeno e proteoglicanos.Além disso, inibe a formação de superóxido, a quimiotaxia e a atividade fagocitária de neutrófilos, a migração e a fagocitose de macrófagos. Os principais efeitos adversos são diarreia, flatulência e dispepsia. -Glicosamina e condroitina: o sulfato de glicosamina apresenta eficácia no controle dos sintomas álgicos da osteoartrite. O sulfato de condroitina age inibindo a síntese de IL-1β e o fator NF-κB. -Extratos insaponificáveis de soja e abacate: inibem a destruição de proteoglicanos aguda e cronicamente estimulam síntese e secreção por condrócitos, além de inibirem a colagenase, uma das enzimas degradadoras de matriz. -Harpagophytum procumbens: o harpagosídeo, é o responsável pelos efeitos analgésicos desse fármaco e acredita-se que possam reduzir a produção de MMP-1, 3 e 5 por condrócitos via inibição do estímulo IL-1β. Os efeitos adversos são dispepsia, dor abdominal, diarreia e possibilidade de interagir c/ varfarina. Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira -Hialuronato intra-articular: o uso do ácido hialurônico intra-articular, conhecido como viscossuplementação, possui efeito estimulador da síntese de ácido hialurônico de novo. O efeito é + demorado do que o de corticosteroides intra-articulares, todavia tende a ser + duradouro. P/ doença acometendo o joelho foi demonstrado efeito positivo na dor, funcionalidade e avaliação global pelo paciente, além de reduzir o consumo de AINE. O uso em coxofemorais é + restrito devido à necessidade de serem guiadas por radioscopia ou US, pois as infiltrações às cegas apresentam grande risco de mau posicionamento. Os efeitos colaterais encontrados são dor local, que pode durar até 72 horas, e algumas reações alérgicas, especialmente em alérgicos a ovo. -Outras terapêuticas: vários outros fármacos têm sido estudados p/ o tratamento da osteoartrite. Nesse grupo incluem-se os bisfosfonatos (particularmente o risedronato), a doxiciclina, os hidrolisados de colágeno, a hidroxiprolina e o ranelato de estrôncio entre outros. Em estudos mostraram que: → Doxiciclina: reduz na velocidade de perda do espaço articular na osteoartrite do joelho, a dose preconizada é de 100 a 200 mg por dia → Risedronato: demonstrou ação em marcadores da degradação da cartilagem → A administração de hidrolisados de colágeno: mostrou do conteúdo de proteoglicanos na cartilagem aferido por RM em pacientes com osteoartrite e joelho. → Hidroxiprolina: tem sido utilizada p/ o controle sintomático da doença, a dose recomendada é de 600 a 1.200 mg/dia → Ranelato de estrôncio: reduz a velocidade de perda de cartilagem articular, a dose utilizada foi de 2 g por dia TRATAMENTO CIRURGICO -Indica-se o tratamento cirúrgico habitualmente após a falha do tratamento clínico -Os principais tratamentos cirúrgicos são: a lavagem articular artroscópica c/ limpeza da cavidade, a fenestração do osso subcondral, a remoção de osteófitos, osteotomias corretivas, artroplastias totais ou parciais e a artrodese -Artroscopia: o tratamento artroscópico apresenta maiores benefícios em casos de possibilidade de remoção de corpos livres intra-articulares, que podem causar dor ou na presença de outras restrições mecânicas como lesões meniscais ou ligamentares passíveis de correção, especialmente em pacientes sem desalinhamentos e c/ radiografias, registrando fases iniciais da osteoartrite. As vantagens do procedimento artroscópico são o mínimo trauma operatório e a baixa taxa de infecção intra-articular. A técnica de preferência na atualidade é a de microfraturas. -Enxertos e transplantes de células: o transplante autólogo osteocondral (cartilagem íntegra e osso subcondral adjacente) já foi realizado de maneira bem-sucedida em pacientes c/ osteoartrite. A técnica utilizada é a mosaicoplastia, em que são realizados pequenos implantes de cilindros de cartilagem normal e osso adjacente oriundos de áreas doadoras ñ sujeitas à sobrecarga de peso pode corrigir defeitos de até 2 cm e ñ podem ser utilizados em osteoartrite difusa. Entretanto, esse procedimento ñ elimina a progressão das lesões preexistentes. O > benefício é esperado com transplante autólogo de condrócitos (TAC), cujo objetivo seria evitar a formação da fibrocartilagem e promover cartilagem de melhor qualidade c/ > durabilidade. -Plasma rico em plaquetas: a aplicação intra-articular de plasma rico em plaquetas, ou PRP, tem sido utilizada p/ o tratamento da osteoartrite, principalmente dos joelhos. As plaquetas são ricas em fatores de crescimento, que sendo liberados nos tecidos articulares lesados poderia estimular sua melhora -Osteotomia: indicam-se osteotomias p/ correções de desalinhamentos que predisponham ao desenvolvimento de osteoartrite ou que sejam secundários à progressão da doença já instalada. Tende-se a sua opção como tratamento de eleição nos pacientes + jovens, visto que a vida útil das próteses articulares é < nesses pacientes. Pode ser realizada na extremidade distal do fêmur ou naproximal da tíbia e em casos de rizartrose. -Artroplastia: apesar da durabilidade das próteses ainda ñ ser a ideal, a artroplastia total ou parcial tem por objetivo restaurar a integridade e a funcionalidade articular e obtém seus Marc 01-Uma coluna, duas dores! Carolina Ferreira melhores resultados em curto prazo. A indicação deste procedimento deve ser realizada ñ só analisando-se fatores como idade do paciente e expectativa de vida, mas também presença de comorbidades, grau de mobilidade e nível prévio de atividades e expectativas do paciente -Artrodese: é escolhida no tratamento da osteoartrite de mãos, coluna, tornozelo e pés. Seu uso em quadris e joelhos é bastante restrito. Ganha-se em controle da dor, porém perde-se em mobilidade articular