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Síndromes Verrucosas - PLECT P Paracoccidioidomicose (PCM) L Leishmaniose tegumentar E Esporotricose C Cromomicose T Tuberculose cutânea Paracoccidioidomicose É a principal micose sistêmica no Brasil Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis (fungo) - Evolução: o Subaguda (3-5%) o Crônica – forma mais comum da doença (>90%) - Contágio por inalação de estruturas esporuladas advindas do solo - Afeta principalmente: homens trabalhadores rurais de 30-50 anos - Tabagismo e alcoolismo estão frequentemente associados a essa micose - Compromete principalmente a pele e mucosas, mas pode se disseminar e ter manifestações sistêmicas o Comprometimento de mucosa em > 50% o Típico o comprometimento da mucosa oral com úlcera apresentando pontilhado hemorrágico (estomatite moriforme) o Na pele: úlceras de fundo limpo com fina granulação, podendo ou não se assemelhar ao acometimento mucoso; lesões vegetantes hiperqueratósicas - 90% dos pacientes apresentam manifestações pulmonares - O padrão ouro para o diagnóstico da PCM consiste na confirmação da presença do fungo no tecido, seja por identificação a fresco, exame histopatológico ou cultura Tratamento: o Leves ou moderados: itraconazol ou sulfametoxazol + trimetoprim o Graves: anfotericina B Leishmaniose Tegumentar Agentes etiológicos: protozoário do gênero Leishmania ➢ L. amazonensis ➢ L. Brasiliensis ➢ L.guyanensis - Vetor: picada da fêmea de mosquitos (Phlebotomus e Lutzomyia longipalpis) - Reservatórios: marsupiais e roedores, como a preguiça, o tamanduá #OBS: O cão doméstico não é reservatório da LTA, sendo acidentalmente infectado e podendo ter cura espontânea da doença, não sendo necessárias medidas de controle - Período de incubação: média de 2 semanas a 2 meses - As manifestações clínicas dependem da resposta imune do hospedeiro e do vetor flebotomineo → As lesões aparecem em áreas expostas à picada → Pápula que evolui para nódulo, tubérculo, úlcera ou uma lesão verrucosa → Geralmente, acompanhada de discreta linfangite e adenopatia insignificante - Formas clínicas: o Mucosa/Cutaneomucosa o Cutânea Disseminada o Cutânea Anérgica Difusa o Recidiva Cútis - Características das lesões: → As lesões podem ser cutâneas (na maioria das vezes) apresenta-se como uma lesão ulcerada única e se caracteriza por bordas elevadas em moldura → O fundo é granuloso, com ou sem exsudação, geralmente indolores → A forma cutânea disseminada caracteriza-se por lesões ulceradas pequenas, às vezes acneiformes, distribuídas por todo o corpo (disseminação hematogênica); → Lesões mucosas geralmente secundárias às lesões cutâneas, surgindo normalmente meses ou anos após a resolução das lesões de pele → Às vezes não se identifica a porta de entrada, supondo- se que as lesões sejam originadas de infecção subclínica → São mais acometidas as cavidades nasais, faringe, laringe e cavidade oral - Exames: ❖ Pesquisa direta (1ª escolha): escarificação, biópsia com impressão por aposição e punção aspirativa ❖ Intradermoreação de Montenegro (IDRM): Em áreas endêmicas é um método pouco confiável, a IDRM positiva pode ser LTA anterior ou aplicação anterior de antígeno de IDRM, infecção sem doença, alergia ao diluente ou reação cruzada com outras doenças ❖ Histopatologia: A biópsia pode ser feita com “punch” ou em cunha com o bisturi - Tratamento • 1ª escolha: antimoniato de N-metilglucamina • Alternativas: desoxicolato de anfotericina B e anfotericina B lipossomal, pentamidina #OBS: Se não houver cicatrização completa em até 12 semanas após o término do primeiro esquema de tratamento, repetir o esquema apenas uma vez, por 30 dias. Em caso de não resposta, encaminhar o paciente para o serviço de referência. Contraindicações ao antimonial pentavalente: o Gestantes o > 50 anos o Cardiopatas, nefropatas e hepatopatas (relativas) o Hipersensibilidade aos componentes Esporotricose Agente etiológico: Infecção fúngica granulomatosa causada por Sporothrix schenckii Manifestações clínicas: → Afeta principalmente a pele e as membranas mucosas → Forma cutânea localizada/verrucosa: lesão aparece como uma pápula que se desenvolve no local dias a semanas após a inoculação. A pápula pode ulcerar, mas também pode permanecer nodular com eritema sobrejacente. Lesões semelhantes ocorrem subsequentemente ao longo dos canais linfáticos proximais à lesão original → Em raras ocasiões, pode disseminar-se para outros órgãos, ou ainda ser primariamente sistêmica, resultante da inalação de esporos, principalmente em pacientes imunocomprometidos → Outras formas: pulmonar, osteoarticular e meníngea Diagnóstico: o Padrão-ouro: cultura o Achado histopatológico usual é de processo misto granulomatoso e piogênico Tratamento para esporotricose linfocutânea e cutânea: ➢ Itraconazol 200 mg, via oral, 1 x ao dia, até 2-4 semanas após resolução de todas as lesões Cromomicose Micose profunda, crônica, com acometimento da pele e do subcutâneo Agente etiológico: fungos pertencentes à família Dematiaceae (Fonsecea pedrosoi, Phialofora verrucosa, Cladosporium carrioni) Transmissão: O fungo é encontrado na natureza nas plantas e no solo, sendo introduzido no organismo através de traumas ou ferimentos. Epidemiologia o No Brasil, a região amazônica tem sido conside-rada a principal área endêmica de cromomicose o trabalhadores rurais são acometidos com maior frequência Características das lesões o Após 1-2 meses do trauma surge a lesão inicial, frequentemente em MMII o Lesões iniciais no local da inoculação – pápulas e nódulos que evoluem para lesões verrucosas, confluindo para placas verrucosas de aspecto tumoral o Na evolução, as lesões tendem a crescer centrifugamente, cicatrizando ou ulcerando na parte central Tratamento: itraconazol ou terbinafina em doses altas, por 6 a 12 meses; crioterapia com nitrogênio líquido; cirurgia por exérese Tuberculose cutânea A TB cutânea (TBC) é rara infecc¸ão, que representa 1 a 1,5% das formas de TB extrapulmonar Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis Transmissão: as soluções de continuidade do tegumento mucocutâneo favorecem a infec ção do hospedeiro pelo BK e, portanto, das manifesta ções tuberculosas cutâneas e/ou mucosas Classificação: Diagnóstico o Quadro clínico + exames complementares: PPD reator, histopatológico e PCR para BAAR TABELA RESUMO: