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TCC_FINAL_RIVOLI_2003_-_26032023

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10
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
As alergias alimentares e seus impactos
Ana Paula Sampaio Rivoli
Vitória
2023
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
As alergias alimentares e seus impactos
Ana Paula Sampaio Rivoli
Artigo científico apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Faculdade Estácio de Sá como parte dos requisitos para aprovação da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, com orientação do Prof. Ms Anette Souza.
Vitória
2023
ANA PAULA SAMPAIO RIVOLI
As alergias alimentares e seus impactos
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Estácio de Sá como parte dos requisitos parcial para obtenção do título de nutricionista.
Avaliada em _____/_____/_____.
_______________________________________________________________
Profa. Ms Anette Souza
_______________________________________________________________
RESUMO
Considerando o aumento exponencial no número de casos de alergias alimentares a cada ano, especialmente de novos casos registrados no público adulto, o assunto tem se tornado um marco nas discussões científicas, em prol de uma linguagem única que possa facilitar a formulação de políticas públicas para atender esta parcela da população. Neste sentido, visando contribuir com o arcabouço teórico sobre o tema, o presente artigo centrou seu objetivo geral em investigar a incidência das alergias alimentares em estudantes de graduação, na cidade de Vitória - ES. Considerando os objetivos propostos para o presente artigo, os procedimentos metodológicos definiram-se como uma pesquisa quali-quantitativa; aplicada; e exploratória, utilizando-se como procedimento uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica para a amostragem qualitativa foi realizada a partir do levantamento de referências publicadas em fontes digitais ou impressas, como livros; artigos científicos; teses e dissertações, além de sites oficiais do Governo ou de instituições privadas ou não governamentais. Já a parte quantitativa foi realizada a partir da aplicação de questionários com online com alunos universitários. A partir da coleta de dados realizada para o artigo foi possível concluir que as causas da alergia alimentar são multifatoriais, sendo que cada vez mais tem se registrado um aumento no número de casos em adultos. Além disso, para a população de universitários de Vitória – ES, o principal alimento que causa alergia são os frutos do mar, sendo que os impactos mais registrados são os sociais. 
Palavras-chave: alergias, alimentação saudável, nutrição clínica.
ABSTRACT
Considering the exponential increase in the number of cases of food allergies each year, especially new cases registered in the adult public, the subject has become a landmark in scientific discussions, in favor of a single language that can facilitate the formulation of public policies for serve this portion of the population. In this sense, aiming to contribute to the theoretical framework on the subject, this article focused its general objective on investigating the incidence of food allergies in undergraduate students in the city of Vitória - ES. Considering the objectives proposed for this article, the methodological procedures were defined as a quali-quantitative research; applied; and exploratory, using the procedure of a bibliographic research and field research. The bibliographical research for the qualitative sampling was carried out from the survey of references published in digital or printed sources, such as books; scientific articles; theses and dissertations, as well as official websites of the Government or private or non-governmental institutions. The quantitative part was carried out from the application of online classes with university students. From the data collection carried out for the article, it was possible to conclude that the causes of food allergy are multifactorial, and an increase in the number of cases in adults has been registered. In addition, for the population of university students in Vitória - ES, the main food that causes allergies is seafood, with the most recorded impacts being social.
Key Words: allergies, healthy eating, clinical nutrition.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
MATERIAIS E MÉTODOS	7
RESULTADOS E DISCUSSÃO	9
Alergias alimentares: enquadramento e nomenclatura	11
Classificação dos principais tipos de alergias alimentares	12
Epidemiologia e etiologia das alergias alimentares	14
Fisiopatologia da alergia alimentar	16
Perfil do paciente com alergia alimentar	17
CONCLUSÃO	24
REFERÊNCIAS	25
ANEXO	27
INTRODUÇÃO
Com o avanço cada vez mais acelerado da industrialização decorrente do processo de globalização novos hábitos foram adquiridos pela população humana (FERRARI; MEIRA; SOARES, 2022). De acordo com os autores loc. cit., um setor que tem sofrido muita alteração é o de alimentos. Com isso, ainda segundo os mesmos autores, não apenas o modo de se alimentar como a qualidade dos alimentos ingeridos têm apresentado mudanças reais na sociedade, tornando o cotidiano das pessoas mais produtivo para o mercado de trabalho, porém mais nocivo para a saúde física e mental dos sujeitos envolvidos. 
Neste sentido, conforme observado por Cocco (2018), este dinamismo social, laboral e pessoal trazidos pelo processo de globalização dos países desenvolvidos e em desenvolvimento vem desencadeando uma série de ocorrências nocivas à saúde humana, em função da elevação na taxa de ingestão de alimentos industrializados e processados, que fornecem altos índices de substâncias prejudiciais ao bom funcionamento do corpo humano. Deste modo, Ferrari, Meira e Soares (2022) destacam neste cenário novas alergias e intolerâncias têm sido identificadas pelos sistemas de atenção primária de saúde e pelos centros de pesquisa. Os autores loc. cit. ainda destacam que não apenas novas ocorrências, como a gravidade na expressão daquelas já conhecidas alteram negativamente o viés da saúde nutricional dos pacientes.
No que se refere especificamente as alergias alimentares, essas são mencionadas na literatura como uma resposta do sistema imunológico do paciente frente à ingestão de nutrientes compreendidos como invasores e agressores ao bom funcionamento do corpo-humano (SOLÉ et al., 2018). A semiologia destas alergias dá-se por manifestações clínicas de diferentes níveis de risco à saúde, sendo que os principais sintomas envolvem alterações gastrointestinais e cutâneas (BERZUINO et. al., 2017). Logo, de acordo com Ferrari, Meira e Soares (2022), na crise alérgica alimentar o corpo reage a um dado alimento, combatendo-o como se ele fosse um agente agressor.
Diferentemente da alergia, a intolerância é uma dificuldade que um organismo apresenta em digerir um dado alimento, em função de uma deficiência na produção de determinadas enzimas (SOUZA, 2017). A semiologia destas intolerâncias envolve manifestações clínicas como náuseas, diarreia e gases (BERZUINO et. al., 2017).
Atualmente estima-se que 3% da população adulta apresente algum tipo de alergia alimentar e 6% a 8% da população infanto-juvenil (SILVA et al, 2020). Para intolerância alimentar, de acordo com o autor loc. cit., este percentual pode ser muito maior: estima-se que 20% da população brasileira já apresentou ou apresenta atualmente algum tipo de deficiência enzimática que dificulte a digestão de certos alimentos. Neste sentido e ainda considerando que tais percentuais podem ser muito maiores já que existe uma carência em estudos científicos que os demonstrem claramente, o presente artigo teve a sua problemática centrada na seguinte pergunta: de que maneira a expressão de alergias e intolerâncias alimentares pode afetar a qualidade de vida e o bem-estar social dos sujeitos em idade adulta? 
Partindo deste problema, se estabelece como hipótese: as alergias alimentares podem ser fatais ou ao menos limitantes aos pacientes que as apresentam, causando riscos reais ao equilíbrio homeostático e metabólico do paciente e fazendocom que os mesmos fiquem mais suscetíveis ao comprometimento de alguns órgãos, reduzindo drasticamente a sua qualidade de vida social, laboral e pessoal dos sujeitos acometidos.
Neste sentido, tomando como base tais colocações supracitadas, definiu-se como objetivo geral deste artigo investigar a incidência das alergias alimentares em estudantes de graduação, na cidade de Vitória - ES. Este objetivo geral se limita pelos seus específicos, a listar: [i] diferenciar alergia e intolerância alimentar quanto à nomenclatura; classificação, epidemiologia e etiologia; [ii] apresentar a fisiopatologia da alergia alimentar e as estratégias de prevenção e combate as mesmas; [iii] identificar a indecência da alergia alimentar em estudantes de graduação na cidade de Vitória; e [iv] discutir os impactos que as alergias alimentares identificadas têm na vida social, acadêmica e pessoal dos estudantes.
A partir dos objetivos traçados para este artigo e da problemática norteadora da pesquisa; e ainda, considerando o dinamismo do mundo contemporâneo, com a ingestão cada vez mais elevada de alimentos processados pela população adulta, o presente trabalho se justifica pela importância em se conhecer o perfil nutricional dos estudantes com alergias alimentares, de modo que seja possível traçar estratégias de prevenção e contenção da doença, internalizados em programas de atendimento nutricional e coletiva e de atendimento do público.
MATERIAIS E MÉTODOS
Considerando os objetivos propostos para o presente artigo, os procedimentos metodológicos definiram-se como uma pesquisa quali-quantitativa; aplicada; e exploratória, utilizando-se como procedimento uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica para a amostragem qualitativa foi realizada a partir do levantamento de referências publicadas em fontes digitais ou impressas, como livros; artigos científicos; teses e dissertações, além de sites oficiais do Governo ou de instituições privadas ou não governamentais.
Conforme descrito por Goldenberg (1997), a pesquisa qualitativa consiste em uma abordagem sem qualquer preocupação com a representatividade numérica dos dados, mas, em contrapartida, com um na compreensão de um dado conceito ou uma dada aplicação. Para o autor loc. cit., a pesquisa qualitativa parte de um pressuposto que não há um único modelo de pesquisa científica. Para Minayo (2001), esta abordagem qualitativa em uma pesquisa tem como foco uma abordagem de significados, importante para que sejam estabelecidas hipótese a serem posteriormente testadas em uma abordagem quantitativa. 
A busca pelo material bibliográfico para a pesquisa qualitativa materializou-se pelo Google Acadêmico e Scielo, utilizando como descritores a combinação de termos como alimentação, alergia alimentar, intolerância alimentar, saúde, qualidade de vida, bem-estar, estudantes de graduação.
Para critério de inclusão do material bibliográfico foram considerados aqueles publicados em periódicos nacionais ou internacionais, com data de publicação ocorrida entre os anos de 2013 até 2023, salvaguardando as publicações mais antigas de clássicos tradicionalmente utilizados pela área de saúde e nutrição, para conceituação de um dado termo ou aplicação do mesmo, bem como para exemplificação de Legislações que versam sobre o tema. Ainda como critérios de inclusão considerou-se apenas artigos; anais de eventos; capítulos de livros; ou livros completos cuja obra apresenta claramente a data de publicação e que estejam dentro da delimitação proposta do tema. 
Já no que versam os critérios de exclusão, desconsiderou-se os artigos; os anais de eventos; os capítulos de livros; ou os livros cuja abordagem teórica estivesse incompleta ou cuja data de publicação não fosse claramente explicitada, uma vez que não era possível confirmar a delimitação do tema e a inclusão destas produções no lapso temporal estabelecido como critério de inclusão. 
Ainda como critério de exclusão foram desconsideradas as publicações cujo lapso temporal de publicação estivesse fora do período de 10 últimos anos (de 2013 a 2023) estabelecido para pesquisa, desde que esses não fossem clássicos que versam o tema. A adoção desta exclusão pautou-se na necessidade de se abordar trabalhos cada vez mais atuais, haja vista o dinamismo da ciência, que se mostra cada vez mais veloz nos campos das publicações. 
Já a pesquisa quantitativa de caráter exploratório foi realizada por uma pesquisa de campo com universitários. Para a delimitação da amostragem fora disponibilizado um link do Google Forms, com um questionário (ANEXO I) a ser respondido pelos estudantes. O link foi distribuído aleatoriamente em grupos de WhatsApp para alcançar o máximo de pessoas possíveis nesta amostragem. O questionário ficou disponibilizado por dois meses para que os estudantes que recebessem o link pelo seu WhatsApp pudessem responder; e depois fora fechado para respostas a fim de se avaliar os resultados obtidos. Ao clicar no link, os estudantes não eram obrigados a se identificar para responder as perguntas. O questionário foi composto por 10 perguntas de múltipla escolha. Para realização da pesquisa de campo o foco foi centrado apenas nas alergias e não nas intolerâncias. Havia uma orientação pra que prosseguissem nas perguntas apenas quem fizesse parte do grupo questionado, ou seja, se a pessoa marcou que não tem alergia, não responderia as perguntas sobre tipos de alergia.
De acordo com Gil (2007), a pesquisa exploratória é aquela cujo propósito para sua realização é definido como a necessidade de se produzir maior familiaridade sobre um determinado assunto e tema, de modo que o mesmo se torne cientificamente mais compreendido e explícito. Outra razão pela qual se opta por uma pesquisa exploratória, ainda de acordo com o autor loc. cit., é a necessidade de se construir hipóteses sobre um dado problema identificado como postulado do trabalho. 
Gil (2007) ainda destaca que esta pesquisa tem uma importância fundamental na construção de hipóteses sendo necessária para que os pesquisadores tomem um cuidado especial com a confiança excessiva e a reflexão exaustiva sobre um dado tema. Ainda de acordo com o autor loc. cit., há basicamente três principais maneiras de se aplicar a pesquisa exploratória: [i] o levantamento de dados; [ii] as entrevistas com sujeitos diretamente envolvidos na aplicação prática do problema pesquisado; ou [iii] a análise de exemplos que têm por objetivo compreender um dado problema pesquisado. 
Diante do contexto supracitado, o presente trabalho estrutura-se nos seguintes capítulos: [i] Alergias alimentares: enquadramentos e nomenclatura; através do qual abordou-se a distinção dos tipos de alergia, suas classificações, etiologia e etimologia; [ii] Fisiopatologia da alergia alimentar, através do qual mostrou-se o mecanismo de ação das alergias alimentares, o comportamento do sistema imunológico e as estratégias de prevenção e de combate das alergias alimentares; [iii] Perfil do estudante universitário com alergia alimentar, através do qual se falou da prevalência da alergia alimentar, apresentando os principais grupos que desenvolvem tal condição a partir da análise da coleta de dados. Por fim, o presente trabalho finalizou-se com a conclusão acerca do objetivo geral desta pesquisa, considerando tanto os dados teóricos coletados para a pesquisa qualitativa, como os dados de campo coletados pelo questionário para a pesquisa quantitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Conforme já relatado na introdução deste artigo existem duas respostas inadequadas do organismo no que diz respeito à ingestão de alimentos que podem acarretar dados à saúde: [i] a alergia alimentar; e [ii] a intolerância alimentar (BERZUINO et al., 2017). 
Ainda que muitos leigos citem as duas expressões como sinônimos, elas são bastante diferentes desde a sua gênese até a sua forma de tratamento e prevenção (COCCO, 2014). Enquanto as alergias são reações não tóxicas imunomediadas, pelas quais ocorre uma resposta exagerada ou anormal do sistemaimunológico, que passa a enxergar um dado alimente como um agente invasor e, portanto, passa a produzir anticorpos contra ele; a intolerância alimentar é uma reação não toxica e não imunomediadas, pela qual o organismo apresenta uma dificuldade em absorver um dado nutriente em função da ausência total ou parcial de uma enzima responsável (SOLÉ et al., 2018).
Neste sentido, pode-se observar que a alergia é uma resposta do sistema imunológico, em função de uma interpretação errônea do organismo sobre um alimento; e a intolerância é uma falha no processamento destes alimentos durante o processo de digestão celular (SOLÉ et al., 2018). De acordo com os autores loc. cit., por serem condições médicas diferentes, desde o seu mecanismo de ação, as alergias e as intolerâncias alimentares apresentam sinais e sintomas que também se diferem e, é claro, existem formas variadas de lidar com cada uma delas, conforme especificado na tabela 01. 
Tabela 01 – diferenças entre alergia alimentar e intolerância alimentar
	
	ALERGIA ALIMENTAR
	INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
	Definição
	reações não tóxicas imunomediadas
	reações não toxicas e não imunomediadas
	Sistema responsável
	sistema imunológico
	sistema digestório
	Expressão médica
	resposta do organismo a um alimento que ele considera um corpo estranho
	dificuldade do organismo em realizar a digestão adequada de um alimento em função da ausência de uma enzima
	Sintomas mais comuns
	inchaço; erupções na pele, coceira, sintomas gastrointestinais dificuldade em respirar, fechamento da glote, sangramento intestinal
	Diarreia, náuseas e gases
Fonte: produção própria (2023).
Observando a tabela 01 compreende-se a alergia alimentar como uma resposta do sistema imunológico imediata, que ao receber alimento outrora tido como inofensivo ao ser humano, interpreta ele como invasor e, portanto, uma vez que envolve justamente o sistema de defesa do corpo humano, pode promover uma série de reações de elevada gravidade, como uma reação anafilática grave que pode evoluir para o óbito em poucos minutos ou em apenas algumas horas (SOLÉ et al., 2018). Ainda sob a interpretação da tabela 01, ao contrário da alergia, a intolerância alimentar não envolve o sistema imunológico, portanto é um caso de hipersensibilidade alimentar que decorre de uma reação adversa reprodutível que ocorre quando há exposição a um determinado alimento cujo o corpo apresenta permanentemente ou temporariamente a ausência da enzima digestiva responsável pelo processo de digestão deste nutriente (SOUZA, 2017).
Assim, diante desta compreensão e diferenciação teórica, as subseções abaixo, focando no objetivo e na delimitação do tema traçados para este artigo, apresentarão um norte apenas do contexto das alergias alimentares e não mais das intolerâncias. 
Alergias alimentares: enquadramento e nomenclatura
O conceito mundialmente aceito sobre alergia é pautado nas proposições nomenclaturais da European Academy of Allergology and Clinical Immunology (EAACI) que definem a alergia como expressão exagerada do sistema imunológico frente a um composto que adentra o organismo e que, neste caso, é compreendido como um organismo estranho que precisa ser combatido (EAACI, 2012). Neste sentido, ainda de acordo com o autor loc. cit., a World Allergy Organization (WAO) criou um comité de revisão da nomenclatura que envolve as doenças alérgicas, definindo como alergia alimentar (AA) uma reação de hipersensibilidade iniciada por mecanismos imunológicos específicos (SOARES-WEISER et al., 2014). Sobre esta hipersensibilidade, os autores loc. cit. destacam que seu ponto de largada é a exposição do organismo a um estímulo definido, numa dose normalmente tolerada, que origina sinais e sintomas objetivos. 
Deste modo, ainda de acordo Soares-Weiser et al. (2014) ainda que haja uma tendência em se designar como alergia qualquer reação inesperada que ocorra na pele e nas mucosas, o termo mais adequado para designar este processo é o de hipersensibilidade imunológica. Neste sentido, de acordo com os autores loc. cit., a alergia é definida como uma reação de hipersensibilidade mediada por mecanismos imunológicos específicos, sendo que pode ser mediada tanto por anticorpos; como por células; ou por uma combinação de ambos. Ferrari, Meira e Soares (2022) ressaltam que no que se refere a mediação por anticorpos, aquele que é tipicamente responsável por uma reação alérgica pertence ao isótopo IgE (Imunoglobulina E), sendo por isso designada de alergia mediada por IgE.
Classificação dos principais tipos de alergias alimentares
Como até aqui observado, o termo alergia alimentar refere-se ao subgrupo de reações no qual os mecanismos imunológicos foram implicados, mediados por IgE ou não mediados por IgE (FERRARI; MEIRA; SOARES, 2022). Neste sentido, a European Academy of Allergology and Clinical Immunology (EAACI) propôs uma classificação segundo o mecanismo fisiopatológico em alergia alimentar ou hipersensibilidade alimentar não alérgica (Tabela 2), consoante os mecanismos imunológicos que estejam ou não envolvidos (EAACI, 2021).
Observando a tabela 2 abaixo apresentada e indicada no parágrafo supracitado nota-se que a as alergias mediadas por IgE apresentam uma gama maior de mecanismos imunopatológicos envolvidos. De acordo com Solé et. al. (2018), nas manifestações mistas estão envolvidas as mediações por IgE e ainda estão associados os linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias, apresentando manifestações clínicas imediatas e que podem causar um dano mais preocupante ao paciente. Já as manifestações não mediadas por IgE, ainda de acordo com os autores loc. cit., não apresentam uma expressão imediata e podem ser classificadas como uma hipersensibilidade por células. 
Tabela 02 – classificação dos mecanismos fisiopatológicos das alergias alimentares, considerando os mecanismos imunológicos envolvidos em cada uma
	
	Alergia mediada por IgE
	Alergia mista (mediada por IgE e célula)
	Alergia não mediada por IgE
	Dermatológico
	- Urticária; 
- Angiodemia;
- Rash eritematoso morfiliforme;
- Rubor.
	- Dermatite atópica.
	- Dermatite herpetiforme;
- Dermatite de contato.
	Respiratório
	- Rinoconjuntivite alérgica;
- Brincoespasmo agudo.
	- Asma.
	- Hemossiderose introduzida por alimento (síndrome de Heiner).
	Gastrointestinal
	- Síndrome de alergia oral;
- Espasmo intestinal agudo.
	- Esofagite eosinofilica (EoE);
- Gastrite eosinofilica;
- Gastroenterite eosinofílica.
	- Síndrome de enterocolite induzida por proteína alimentar (FPIES);
- Síndrome da protocolite induzida por proteína alimentar (FPIPS);
- Síndrome de enteropatia induzida por proteína alimentar.
	Cardiovascular
	- Tontura;
- Desamai.
	
	
	Miscelânea
	- Cólicas;
- Contraçoes uterinas;
- Mal-estar (sentimento de “morte iminente”)
	
	
	Sistêmica
	- Anafilaxia.
	
	
Fonte: adaptado de Solé et al. (2018, p. 09).
Para Souza (2017), no caso das manifestações alérgicas mediadas por IgE ocorre uma sensibilização a determinados alérgenos alimentares, que, por sua vez, ao entrarem em contato com o sistema imunológico há a formação de anticorpos específicos que serão fixados em receptores presentes na membrana celular dos mastócitos e dos basófilos. Deste modo, de acordo com os autores loc. cit., quando o corpo recebe novos contatos com o nutriente alérgenos, ocorre a ligação deles com duas moléculas de IgE, fazendo com que sejam liberados mediadores vasoativos e citocinas Th2, promovendo, imediatamente, as manifestações clínicas citadas na tabela 2. 
Epidemiologia e etiologia das alergias alimentares
A partir da delimitação classificatória de alergias alimentares é possível se estabelecer um perfil epidemiológico e etiológico destas manifestações. De acordo com Solé et al. (2018), as alergias alimentares podem variar conforme um conjunto de fatores que dificulta a obtenção de dados precisos sobre sua prevalência na população, como idade; hábitos alimentares; mecanismo de atuação do sistema imunológico de cada paciente; cultura; tipo de alimento consumido; determinaçãode IgE em cada sujeito; dentre outros. Contudo, de acordo com os autores loc. cit., as alergias alimentares são mais comuns em crianças do que em adultos, sendo que há uma prevalência de ocorrência em 6% das crianças com menos de três anos de idade e de 3,5% em adultos.
Neste sentido, Castellazzi et al. (2013) destacam também sobre a dificuldade em se precisar a prevalência de alergia alimentar na população e ainda cita, como alguns fatores que contribui para isso a falta de critérios de diagnóstico uniforme; a classificação muitas vezes imprecisa ou confusa; as diferenças raciais, bem como as intrínsecas a cada faixa etária; e a reatividade por cada alimento. Ainda de acordo com os autores loc. cit., mesmo que a prevalência exata da alergia alimentar não seja plenamente conhecida, considerando as pessoas que já passaram por um teste de provocação oral (TPO), cerca de 3% da população adulta apresenta algum tipo de alergia alimentar. 
Este percentual é observado ainda em outros estudos em diversos países, contudo, Menezes e Silva (2018) destacam que na literatura muito se fala de alergias totais, com percentuais altos que podem chegar a 40% ou 60% da população, mas efetivamente apenas 4% a 8% destes é que se referem a um gênero alimentício. Lopes et al. (2018) destacam que no que se refere ao público universitário, ou seja, aquele que compreende uma população majoritariamente jovem, foi observada uma prevalência muito elevada de alergia alimentar, que pode passar de 14% da população amostrada. Ainda de acordo com os autores loc. cit., a alergia a frutos do mar parece ser a que mais tem prevalência nesta parcela da população. Sobre este assunto, Solé et al. (2018) destacam que os frutos do mar representam os principais alérgenos alimentares, seguidos de frutas ou de vegetais, leites e derivados e amendoim.
Já no que diz respeito à etiologia da alergia alimentar, os crescentes casos de diagnósticos de alergia alimentar observados na população nos últimos anos podem estar ligados tanto a fatores genéticos e epigenéticos, como à deficiência de vitamina D; aos fatores nutricionais; e à exposição oral aos alimentos alergênicos (BERIN; SAMPSON, 2013). De acordo com os autores loc. cit., a etiologia genética das alergias alimentares é um fator propenso a explicar este aumento exponencial no quantitativo de pacientes com alergia alimentar nos últimos anos. Contudo, os mesmos autores destacam que estudos recentes identificam forte associação entre os fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento de alergia alimentar. 
Sobre a influência da vitamina D no desencadeamento de reações alérgicas de cunho alimentar, Pinto e Mello (2019) destacam que isso decorre das alterações que a deficiência em vitamina D provoca no organismo, promovendo uma barreira intestinal que desencadeia uma sensibilização na resposta imune. Oliveira et al. (2018) ressaltam que a exposição oral ao nutriente alérgeno promove uma tolerância imunológica, logo, atrasos na introdução de alimentos na dieta podem levar ao desenvolvimento de sensibilização a determinados nutrientes. Deste modo, conforme os autores loc. cit. são necessários estudos que indiquem como a exposição a alguns alimentos associados com os fatores genéticos podem ajudar a definir estratégias de prevenção ao desenvolvimento de alergias alimentares.
Ainda em continuidade aos fatores que etiológicos que contribuem para o desencadeamento das alergias alimentares, os nutricionais parecem ter um papel importante no desenvolvimento da doença (EAACI, 2012). De acordo com Lopes et al. (2018), o momento de introduzir um dado nutriente na dieta dos pequenos parece desempenhar um papel importante no desenvolvimento de alergias na fase adulta; bem como, de acordo com Menezes e Silva (2018), a quantidade de ácido gástrico no estômago e a composição de bactérias no intestino (flora normal) também podem influenciar a susceptibilidade à doença.
Neste sentido, Berin e Sampson (2013) relatam que apesar de todo este quadro multifatorial no desenvolvimento da doença, o principal, ou seja, o fator que parece ter maior percentual de contribuição no aparecimento de alergias alimentares na fase adulta de uma pessoa, é o fato genético. 
Ainda de acordo com Berin e Sampson (2013), ao realizarem um estudo com gêmeos monozigóticos e dizigóticos observaram que no caso de gêmeos monozigóticos houve uma similaridade no caso de alergias alimentares em 64% da amostra, enquanto no caso dos gêmeos dizigóticos este percentual caiu para apenas 7%. Para os autores loc. cit., o fator genético desencadeador da patologia em adultos pode ter origem em uma mutação de um gene específico, que está relacionado com a redução da função da barreira da pele e, consequente, com o aumento na absorção cutânea a alérgenos, elevando à sensibilização sistémica ao alérgeno. 
Fisiopatologia da alergia alimentar
O mecanismo fisiopatológico que envolve o desenvolvimento de uma alergia é uma resposta anormal do corpo humano quando em contato com um alérgeno (BERIN; SAMPSON, 2013). Conforme já observado neste artigo e descrito por Monte (2015), as alergias alimentares envolvem um conjunto de reações imunológicas específicas, ou seja, têm uma chance reduzida a apresentar uma mesma reação se considerados múltiplos alimentos. Os autores loc. cit. ainda destacam que considerando o fator memória envolvido nestas reações, elas apresentam um alto risco de desenvolver anafilaxia, podendo levar ao óbito. 
No que tange aos fatores que envolvem a fisiopatologia destas alergias, Oliveira et al. (2018) destacam três deles: alérgenos; fatores ambientes; e alterações imunológicas. Para os autores loc. cit., os dois últimos fatores citados (ambientais e alterações imunológicas) recebem forte influência das características genéticas do paciente. Para Monte (2015), as fontes de alérgenos mais comuns são aquelas de natureza protéica, que incluem ácaros, pólenes, pelos de animais, os venenos de himenópteros, látex e os alimentos. Este autor loc. cit. destaca que quando um indivíduo sensível é exposto à fonte de alergia, os linfócitos B produzem um anticorpo específico conhecido como imunoglobulina E (IgE) contra a molécula alergênica. Giangrieco et al. (2012) alertam para o fato quando ocorre a ligação da IgE aos mastócitos pelos receptores de alta afinidade, quando o organismo entra em contato com o alérgeno inicia uma resposta imunitária complexa envolvendo a libertação de mediadores da inflamação que são responsáveis pelos sintomas alérgicos
Neste sentido, a reação alérgica pode causar um ou mais sintomas que podem ser mais ou menos graves, incluindo urticária, rinite, conjuntivite, angioedema, dor abdominal, diarreia, asma, choque anafilático (GIANGRIECO et al., 2012). No que tange as reações no trato gastrointestinal, lá estão alojadas várias células do sistema imunológico, incluindo Linfócitos T efetores e reguladores, Linfócitos B produtores de imunoglobulinas e fagócitos mononucleares (BERIN; SAMPSON, 2013). Nesse sentido, de acordo com os autores loc. cit., o sistema imunológico da mucosa tem como função proteger todo o trato gastrointestinal de contaminantes e manter a flora normal.
Perfil do paciente com alergia alimentar
Aderiram ao estudo um total de 134 estudantes universitários da cidade de Vitória, sendo que 77% pertence ao sexo feminino e apenas 23% pertence ao sexo masculino (Figura 1).
Figura 1: frequência de pessoas do sexo masculino e feminino
Fonte: produção própria (2023).
A maior parte dos estudantes apresenta uma faixa etária entre 20 e 25 anos de idade (45%), seguido dos estudantes com uma faixa etária entre 26 e 30 anos de idade (26%). Os demais apresentam idades entre 18 e 20 anos e acima de 30 anos (Figura 2). Este percentual é esperado em função do público alvo ter se limitado aos estudantes universitários, sendo esta a idade média registrada em trabalhos que perfilam a faixa etária destes alunos. 
Figura 2: frequência de pessoas por faixa etária
Fonte: produção própria (2023).
Ao serem questionados se algumavez apresentaram alguma reação alérgica geral, ou seja, não específica para alimentos, um total de 48% dos estudantes universitários respondeu que sim (Figura 3).
Figura 3: frequência de pessoas que já apresentaram reações alérgicas
Fonte: produção própria (2023).
Quando questionados sobre a fase da vida em que apresentaram tal reação alérgica, apenas 25% respondera na fase adulta. Os demais alegam não se lembrar de terem apresentado algum tipo de reação alérgica até o momento de sua vida (Figura 4). Este dado é corroborado pela pesquisa bibliográfica apresentada neste artigo, já que conforme mostrado por Solé et al. (2018), a ocorrência de alergias é determinada principalmente na fase da infância. 
Figura 4: frequência de pessoas que já apresentaram reações alérgicas, quanto a fase de vida
Fonte: produção própria (2023).
Ao especificar as reações alérgicas alimentares, 13% dos estudantes que indicaram se lembrar de uma reação alérgica alegam que essa decorreu da ingestão de algum alimento específico, e 87% alega não saber ou não ser referente a um composto nutricional (Figura 5). Este fato está um pouco acima dos apresentados na revisão de literatura deste trabalho, que demonstraram que as alergias alimentares são em menos de 10%, mas também pode ser explicado por este público ainda ser um público mais jovem e que agora tende a apresentar maior acesso aos diagnósticos de alergias, conforme indicado por Pinto e Mello (2019).
Figura 5: frequência de pessoas que já apresentaram reações alérgicas alimentares
Fonte: produção própria (2023).
No que se refere especificamente os estudantes que apresentaram reações alérgicas alimentares, apenas 4% deles alega que as mesmas ocorreram na fase adulta (Figura 6). Este fato é corroborado pela bibliografia apresentada no artigo.
Figura 6: frequência de pessoas que já apresentaram reações alérgicas alimentares na fase adulta
Fonte: produção própria (2023).
Ao serem questionados se já realizaram algum teste para confirmar a alergia a algum alimento, 73% dos estudantes com alergias alimentares informaram que sim, que a doença fora confirmada (Figura 7). Este fato impressiona, já que, segundo Pinto e Mello (2019), a maior parte das pessoas que apresenta algum tipo de alergia não busca testes para confirmar as mesmas.
Figura 7: frequência de pessoas que já realizaram testes para confirmar a alergia alimentar
Fonte: produção própria (2023).
Ao serem questionados sobre o tipo de alergia alimentar que eles tinham, os frutos do mar prevaleceram como as principais causas de alergia, seguidos de leires e derivados, sendo que a maioria das pessoas não sabe ser precisa ao especificar o tipo de alergia alimentar que possui (Figura 8). Este fato é corroborado por Lopes et al. (2018) que coloca os frutos do mar como os principais causadores de reações alérgicas graves em crianças e em adultos. O autor loc. cit., ainda ressalta que isso trata-se de uma reação alérgica e não de uma intolerância, pois em caso de intolerância o leite e seus derivados tomam a posição de maior incidência na população. 
Figura 8: frequência de pessoas quanto ao tipo de alimento que causa alergia
Fonte: produção própria (2023).
Quando questionados se realizam um acompanhamento nutricional em conjunto com a restrição alimentar indicada pelo médico, a fim de se garantir o aporte nutricional via outro alimento não alergênico para ele, somente 8% dos estudantes indicaram que têm este acompanhamento (Figura 9). Oliveira et al. (2018) ressaltam que ainda hoje a figura do nutricionista é pouco utilizada no tratamento de pessoas com alergias, especialmente em função de uma cultura segregador em que a população passa a compreender que casos de saúde devem ser tratados exclusivamente com a classe médica. Ferrari, Meira e Soares (2022) ainda destacam que é urgente a necessidade de se difundir a importância do nutricionista no acompanhamento de pacientes com alergia.
Figura 9: frequência de pessoas quanto ao acompanhamento nutricional no caso de alergias
Fonte: produção própria (2023).
Quando questionadas sobre os impactos que a alergia trazia para sua vida, o fator principal foi de desconforto social em função de ter uma limitação para se alimentar em eventos ou em estabelecimentos de alimentação coletiva (Figura 10). 
Figura 10: frequência de pessoas quanto aos impactos gerados pelas alergias alimentares
Fonte: produção própria (2023).
Sobre este assunto, Ferrari, Meira e Soares (2022) alegam que muitas vezes os impactos gerados por uma alergia são mal compreendidos até pelo próprio paciente, que tende a compreender os aspectos da sua vida de maneira sist6emica e não isolados.
CONCLUSÃO 
Retomando o objetivo geral traçado para este artigo, que versou sobre investigar a incidência das alergias alimentares em estudantes de graduação, na cidade de Vitória – ES; é possível dizer que o mesmo fora atendido, já que, a partir da revisão de bibliografia associada com a pesquisa de campo foi possível notar quais são os fatores que estão envolvidos com a alergia alimentar, bem como qual a incidência de pessoas adultas, matriculadas em cursos de graduação nas faculdades e na universidade de Vitória, que apresentam algum tipo de alergia e como essa impacta sua vida. 
Interpretando a pesquisa bibliográfica realizada notou-se que as alergias alimentares compreendem um percentual reduzido dentro da gama de expressões alérgicas que existe na sociedade e que estas se manifestam na grande maioria das vezes ainda na infância. Foi também possível observar que sobre os tipos de alergia manifestadas, aquelas mediadas por IgE são as mais preocupantes e as mais comuns. 
Quanto aos tipos de alimentos que mais causam alergia, foi possível notar que os frutos do mar assumem a posição de destaque. Este dado foi corroborado para a população universitária de Vitória, que indicou como alimento causador prioritário de suas alergias estes insumos. 
No que tange ainda a pesquisa de campo, observou-se que os estudantes universitários de Vitória – ES parecem apresentar um percentual m pouco acima da média nacional registrada em bibliografia, mas que as causas das alergias alimentares deles são as mesmas. 
Por fim, foi possível entender que o principal impacto gerado na vida do paciente com alergia é o impacto social. Neste caso, considerando o caráter sistêmico com que as pessoas encaram os aspectos da sua vida, é possível que neste caso social estejam envolvidas as saídas com amigos, os fatores laborais e ainda o atendimento de estabelecimentos de alimentação coletiva com produtos não alergênicos.
Assim, a partir da realização desta pesquisa é possível concluir que é fundamental uma continuidade da mesma, com focos mais específicos nos tipos de alergia alimentar para que se possa traçar estratégias de políticas públicas que atendam as necessidades das pessoas com alergia alimentar, já que esta condição está em crescimento exponencial e pode ser potencialmente letal. 
REFERÊNCIAS
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BERZUINO, M. B. et al. Alergia alimentar e o cenário regulatório no Brasil. 2017. Alimentos e Saúde, v. 14, n. 2, pp. 23-36.
CASTELLAZZI, A. M., et al. Probiotics and food allergy. 2013. Italian journal of pediatrics, v. 39, n. 47, pp. 1-10.
COCCO, R. R. et al. Abordagem laboratorial no diagnóstico da alergia alimentar. Revista Paulista de Pediatria, v. 25, n. 1, pp. 258-265.
EAACI, European Academy of Allergology and Clinical Immunology. Food hypersensitivity in portuguese adults. European Journal of Clinical Nutrition, v. 58, n. 1, pp. 1621-1625.
FERRARI, B. L.; MEIRA, K. C.; SOARES, M. P. Alergias e intolerâncias alimentares: comportamento e perfil dos consumidores: uma revisão bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Alimentos). Buri: Universidade federal de São Carlos, 52f. 
GIANGRIECO, I. et al. Allergens in allergy diagnosis: a glimpse at emerging new conceptsand methodologies. 2012. Transl. med. UniSa, v. 11, n. 4, pp. 27-33.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 2007. São Paulo: Atlas, 230p. 
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisa. 1997. Rio de Janeiro: Record, 117p. 
LOPES, J. G. D. P. et al. Prevalência de reações alérgicas relacionadas aos alimentos entre estudantes universitários. 2018. Revista Ingá, v. 55, n. 1, pp. 195-205. 
MENEZES, L. E. A.; SILVA, M. C. Avaliação do preparo de restaurantes para atender clientes com alergias alimentares na Asa Sul, Brasília – Distrito Federal. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição). Brasília: Universidade de Brasília, 26f. 
MONTE, H. M. C. Alergias e intolerâncias alimentares: novas perspectivas. 2015. Dissertação de mestrado (Mestrado em Medicina). Cidade do Porto: Universidade do Porto, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, 40f. 
OLIVEIRA, A. R. V. et al. Alergia alimentar: prevalência através de estudos epidemiológicos. 2018. Nova Esperança: revista de Ciências da Saúde, v. 16, n. 1, pp. 7-15.
PINTO, A. P. R.; MELLO, E. D. D. Alergia alimentar ao trigo. 2019. Int. J. Nutrol., v. 13, n. 1, pp. 13-17.
SILVA, R. T. et al. Alergias alimentares na infância: sistema imunológico e fatores envolvidos. 2020. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 9, pp. 66324-66342.
SOARES-WEISER, K. et al. The diagnosis of food allergy: a systematic reviw and meta-analysis. 2014. Allergy, v. 69, n. 1, pp. 76-86.
SOLÉ, D. et al. Consenso brasileiro sobre alergia alimentar: 2018 – Parte 1 – etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. 2018. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, v. 2, n. 1, p. 7-38.
SOUZA, C. C. F. D. Consumidores com intolerância ou alergia alimentar: um estudo exploratório sobre suas estratégias de compra. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração de Empresas). Rio de janeiro: Pontifica Universidade católica do Rio de Janeiro, 63f.
 
ANEXO
QUESTIONÁRIO
1 – Qual seu sexo biológico? 
( ) Feminino ( ) Masculino
2 – Marque a sua faixa etária 
( ) 18 até 19 anos ( ) 20 até 25 anos ( ) 26 até 30 anos ( ) Acima de 30 anos
3 – Qual cidade você estuda? 
( ) Vitória ( ) Vila Velha ( ) Outra. Especifique: _____________________
4 – Você já apresentou algum tipo de alergia em sua vida? 
( ) Sim ( ) Não
5 – Caso você tenha apresentado alguma alergia, ela ocorreu na infância ou na vida adulta? 
( ) Infância ( ) Adulta ( ) Não recordo de ter apresentado
5 – Caso você tenha apresentado alguma alergia, ela teve origem alimentar? 
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei precisar
6 – Caso você tenha apresentado alguma alergia alimentar, ela teve origem alimentar, ela se manifestou na fase da infância ou adulta? 
( ) Infância ( ) Adulta ( ) Não recordo de ter apresentado
7 – Caso você tenha apresentado alguma alergia alimentar, você realizou algum teste para confirmar a alergia e qual o composto alérgeno? 
( ) Sim ( ) Não
8 – Caso você tenha apresentado alguma alergia alimentar, a qual tipo de alimento você tem alergia? 
( ) Frutos do mar ( ) Vegetais ( ) Leites e derivados 
( ) Amendoim ( ) outro. especifique: _____________________
9 – Caso você tenha apresentado alguma alergia alimentar, você faz algum acompanhamento nutricional para reposição de nutrientes retirados da dieta em caso de alergia? 
( ) Sim ( ) Não
10 – Você acredita ser importante a atuação do profissional de nutrição no acompanhamento do seu quadro? 
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei precisar
77%
23%
SIM
NÃO
77%
23%
SIM
NÃO
42%
25%
33%
INFÂNCIA
ADULTO
NÃO SEI PRECISAR
42%
25%
33%
INFÂNCIA
ADULTO
NÃO SEI PRECISAR
13%
87%
ALIMENTAR
NÃO ALIMENTAR
NÃO SEI PRECISAR
13%
87%
ALIMENTAR
NÃO ALIMENTAR
NÃO SEI PRECISAR
4%
90%
6%
INFÂNCIA
ADULTA
NÃO SEI PRECISAR
4%
90%
6%
INFÂNCIA
ADULTA
NÃO SEI PRECISAR
73%
27%
SIM
NÃO
73%
27%
SIM
NÃO
49%
12%
34%
3%2%
FRUTOS DO MAR
VEGETAIS
LEITES E DERIVADOS
AMENDOIM
OUTRO
49%
12%
34%
3%
2%
FRUTOS DO MAR
VEGETAIS
LEITES E DERIVADOS
AMENDOIM
OUTRO
8%
92%
SIM
NÃO
8%
92%
SIM
NÃO
5%
39%
3%
36%
17%
NENHUM
SOCIAL
RELIGIOSO
PESSOAL
LABORAL
5%
39%
3%
36%
17%
NENHUM
SOCIAL
RELIGIOSO
PESSOAL
LABORAL
77%
23%
FEMININO
MASCULINO
77%
23%
FEMININO
MASCULINO
10%
45%26%
19%
18 ATÉ 20 ANOS
20 ATÉ 25 ANOS
26 ATÉ 30 ANOS
ACIMA DE 30 ANOS
10%
45%
26%
19%
18 ATÉ 20 ANOS
20 ATÉ 25 ANOS
26 ATÉ 30 ANOS
ACIMA DE 30 ANOS

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