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Complicações agudas do DM → crises hiperglicêmicas • Cetoacidose diabética → pode ocorrer no DM2 e DM1, mas é beeeeeem mais frequente no DM1. • Estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH) ou síndrome hiperosmolar hiperglicêmica (SHH). → praticamente só ocorre no DM2 Complicação do tratamento • Hipoglicemia → Complicação mais frequente no tratamento da DM, sendo mais frequente em pacientes em uso de insulina ou sulfonilureias. Cetoacidose diabética (CAD) Epidemiologia: predomínio em pacientes jovens, com uma mortalidade maior em locais sem muita estrutura hospitalar (pode chegar a 30% de mortalidade) • CAD como manifestação inicial do DM1 (pode ser a primeira manifestação do diabetes, principalmente em indivíduos mais jovens → crianças e adolescentes) • Pode ocorrer uma superposição de CAD e EHH. (em até 30% dos casos) Patogênese: Deficiência de insulina + aumento dos hormônios contrarreguladores (GH, glucagon e catecolaminas) Lembrando que a insulina é um hormônio de depósito, ela deposita a glicose na forma de triacilglicerol no adipócito e na forma de glicogênio no fígado e no musculo esquelético. ➔ Fígado – aumento da gliconeogênese (formação de glicose a partir de precursores como ácidos graxos livres) e glicogenólise ➔ Músculo esquelético – menos utilização de glicose ➔ Adipócitos – aumento da lipólise ➔ Fígado – cetogênese → formação de corpos cetônicos Fatores precipitantes para um quadro de cetoacidose diabética • Tratamento inadequado → interrupção da administração da insulina ou de hipoglicemiantes orais, omissão da aplicação da insulina ou mau funcionamento da bomba de insulina • Doenças agudas → principalmente infecções (pulmonar, trato urinário, influenza), infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, hemorragia gastrointestinal, queimaduras ou pancreatite • Medicações → glicocorticoides, inibidores do SGLT2, inibidores do check point iimune, antipsicóticos atípicos, tiazídicos, agonistas adrenérgicos, betabloqueadores, dizaóxido, fenitoína e pentamina • Medicações → hipertireoidismo, feocromocitoma, síndrome de Cushing, acromegalia e diabetes gestacional • Drogas → álcool, cocaína, maconha ou cetamina • Desidratação → oferta inadequada de água, uremia, diarreia, sauna ou diálise • Outros → ingestão excessiva de refrigerantes ou líquidos contendo açúcar. Manifestações clínicas • Evolução rápida (poucas horas) • Vão decorrer da hiperglicemia • Náuseas e vômitos • Hálito cetônico • Taquipneia • Desidratação • Dor abdominal • Letargia, coma (mais raro) • Leve hipotermia Obs – em cerca de 30% dos casos pode ocorrer sobreposição de CAD e EHH. Diagnóstico • Osmolalidade plasmática → hiperosmolaridade ocasional (Osmolalidade efetiva = 2Na + glicemia/18) → diferentemente da EHH que esta sempre aumentada e acima 320. • Corpos cetônicos → método nitroprussinato ➔ Somente reconhece o acetoacetato e a acetona ➔ Não reconhece o beta-hidroxibutirato (BHB) → principal produto da CAD ➔ Durante tratamento – conversão do BHB em acetoacetato (simulando agravamento da cetonuria, mas na verdade é apenas essa transformação) ➔ A melhor forma é dosar o BHB no sangue capilar para diagnóstico de CAD e monitorização do tratamento Anormalidades bioquímicas na cetoacidose diabética (CAD) • Glicemia – elevada (aumento menos intenso do que EHH, pode existir em 7% dos casos uma CAD euglicêmica) • Osmolalidade plasmática efetiva – variável (em geral < 320mOsmol/L) • Sódio sérico – geralmente alto em função da desidratação • Potássio – em geral baixo devido a vômitos e poliúria, mas pode estar alto em virtude da cetoacidose metabólica, pois o K é trocado com H (sai da célula e H entra na célula), a medida que o ph vai se regularizando esse potássio vai diminuindo. • Anion gap – elevado • Cetonúria – elevado • BHB - > 3 mmol • Bicarbonato – baixo • pH – baixo < 7,3 • Leucograma – leucocitose com desvio a esquerda sem infecção ( até 25.000 sem infecção associada) • Amilase, lipase e transaminases – ocasionalmente aumentadas Causas de CAD euglicêmica ➔ Uso de inibidores do SGLT2 (aumenta a excreção urinária de sódio e glicose) → principal causa ➔ Gravidez ➔ Inanição ➔ Ingestão excessiva de álcool ➔ Abuso de cocaína Tratamento da CAD e do EHH • Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos • Insulinoterapia • Corrigir ou tratar o fator desencadeante Tratamento da Cetoacidose diabética • Reposição de líquidos • Reposição de insulina ➔ A insulina mais usada é a insulina regular IV • Reposição do potássio Atenção – quando o potássio está baixo deve-se repor o potássio e só depois iniciar a insulina pois ela faz o potássio entrar dentro da célula, agravando a hipocalemia. • Uso de NaHCO3 Somente em ph< 6,9 Riscos da terapia com NaHCO3 ➔ Alcalose metabólica ➔ Hipocalemia e hipocalcemia ➔ Acidose paradoxal do LCR ➔ Edema cerebral Hipoglicemia Respostas hormonais e sintomatologia na hipoglicemia • 80 mg/dl - começa a diminuir a secreção de insulina • 70-65 mg/dl – aumento da secreção de glucagon e catecolaminas • 65-60 mg/dl – aumento da secreção de GH • < 60 mg/dl - secreção de cortisol começa a aumentar e início dos sintomas, como fome, sudorese, palpitações e tremores • < 50 mg/dl - início de disfunção cognitiva Sintomas e sinais de hipoglicemia 1. Neurogênicos (autonômicos) ➔ Tremor ➔ Sensação de fome ➔ Sudorese (pele fria e úmida) ➔ Palidez ➔ Palpitações e taquicardia ➔ Náuseas e vômitos 2. Neuroglicopênicos Hipoglicemia leve a moderada ➔ Tontura ➔ Cefaleia ➔ Fraqueza ➔ Parestesia ➔ Distúrbios visuais ➔ Distúrbios do comportamento ➔ Confusão mental Hipoglicemia grave ➔ Convulsão ➔ Torpor ➔ Coma ➔ Hemiplegia ➔ Dilatação pupilar ➔ Postura de decorticação Fatores de risco para hipoglicemia em diabéticos • Omissão ou atraso da refeição • Dose excessiva de insulina ou sulfonilureias • Consumo excessivo de álcool • Exercícios prolongados ou extenuantes • Fármacos que mascarem a percepção da hipoglicemia • Fármacos indutores de hipoglicemia • Contrarregulação defeituosa • Insuficiência renal ou suprarrenal • Hipotireoidismo • Síndrome da má absorção • Insulinoma (raramente) Tratamento da hipoglicemia Pacientes conscientes → • Comprimidos de glicose ou qualquer liquido ou alimento contendo acuçar • Glucagon (SC,IM ou intranasal) Pacientes torporosos ou comatosos • Nada por via oral • Glicose 50% - 2 a 3 ampolas IV • Manitol a 20% - 200 ml IV (casos refratários) Prevenção da hipoglicemia ➔ Evitar atraso ou omissão de refeição ➔ Fazer lanche a noite antes de se deitar ➔ Não exercitar em jejum ➔ Evitar – exercícios extenuantes, álcool em excesso ➔ Usar bracelete de identificação Atenção sempre tratar a hipoglicemia pois ela é mais grave (complicações) do que a hiperglicemia, na duvida trate.
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