Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AVALIAÇÃO CLÍNICA PEDIÁTRICA A CONSULTA PEDIÁTRICA • Deve ser cuidadosa, objetiva e o mais abrangente possível; a prescrição e as orientações devem ser claras, legíveis e construídas em parceria com o responsável pela criança, para a total compreensão e aceitação • priorizar práticas de promoção da saúde e prevenção dos agravos, detectando precocemente situações de risco e promovendo práticas educativas. • Escutar e valorizar a fala da mãe, compreender as queixas, medos e inseguranças da dinâmica e do ambiente familiar ANAMNESE Deve contemplar • Identificação, queixa principal, história de gestação, parto e nascimento, história alimentar, história do desenvolvimento, imunizações, história patológica pregressa pessoal e familiar, e história social Em todas as consultas • Acompanhar e avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança por meio de gráficos e tabelas da Caderneta da Criança, que deve ser preenchida com os dados atualizados. • Monitoramento do crescimento por meio de 4 gráficos: perímetro cefálico por idade nos dois primeiros anos de vida, peso, comprimento/altura por idade e índice de massa corporal (IMC) por idade. • Avaliação do desenvolvimento: avaliar aspectos psicomotor, social, psíquico, maturativo e sensitivos, como audição e visão. • Conversar com a família sobre os marcos do desenvolvimento presentes na caderneta da criança → fazer o registro na caderneta • Avaliar e atualizar o calendário vacinal • Incentivar o aleitamento materno e orientar sobre a alimentação saudável • Orientar sobre saúde bucal • Orientar sobre prevenção de acidentes → avaliar o ambiente • Avaliar a dinâmica familiar PRONTUÁRIO DE PEDIATRIA Identificação • Nome • Data de nascimento • Nome do pai e nome da mãe • Sexo Motivo da consulta (queixa principal) • Palavras do paciente História da doença atual • Descrição detalhada, cronologia, quantificação, fatores de melhora e de piora dos sinais e sintomas, tratamentos realizados (dose, tempo de uso e resposta) • Avaliar a repercussão da doença sobre as atividades diárias, o apetite, o humor, o sono, o peso e a disposição da criança • Contato com pessoas doentes • Anotar sintomas negados Revisão dos sistemas • Dar atenção especial a amamentação, se possível observar a mãe amamentando e fazer as possíveis correções • Orientar cuidados com o coto umbilical → manter seco e higienizar com álcool 70% História da gestação e do parto • Idade da mãe na gestação • Exames realizados História neonatal • Idade gestacional • Ao nascer: peso, comprimento, PC, APGAR no 1’ e no 5’ • Patologias do RN: asfixia, reanimação, transfusão • Infecção • Distúrbio metabólico • Fototerapia • Alojamento conjunto • Triagem neonatal: sinal de ortolani, teste do reflexo vermelho, teste do pezinho, triagem auditiva OD e OE, oximetria de pulso, teste da linguina (freio lingual) História socioeconômica • Idade da mãe, escolaridade, ocupação, durante o trabalho da mãe com quem fica a criança? • Idade do pai, escolaridade, ocupação • Irmãos: sexo e idade • Quantas pessoas moram na casa (quem?) • Presença de animais • Tabagismo passivo? Uso de drogas? Etilismo? • Saneamento básico: água encanada? Rede de esgoto? História patológica pregressa • Infecções • Alergias • Acidentes/intoxicações • Convulsões • Internações • Cirurgias • Transfusões • Doenças na família? Epilepsia, neoplasia, tuberculose, deficiência mental? HAS? DM? Obesidade? Condições habituais de vida da criança • Sua rotina diária: alimentação, rotina de sono, refeições, escola, estudo, brincar, uso de telas etc • Aleitamento: exclusivo? Por quantos meses? • Alimentação atual: diário alimentar de 24 horas – avaliar quantidade, qualidade, aceitação, intolerância, preferencias, recusas. • Avaliar os hábitos alimentares da família • Uso de vitaminas e suplementação com ferro. Questionar como são armazenados os medicamentos da família • Escolaridade: tipo de escola, interesse, horário, desempenho, relacionamento • Atividades lúdicas e sociais: brinca sozinho? Com amigos da mesma idade ou apenas com adultos? Quanto tempo de tela? • Ambiente: presença de alérgenos? • Temperamento: humor, personalidade, relacionamento com os pais, professores, crianças. Birras, tiques, uso de chupeta, agressividade. É uma criança alegre? • Sono: características do sono, horário, interrupções, dorme na mesma cama que os pais? Pesadelos? • Sexualidade História de desenvolvimento • Sorriso social • Sustentou a cabeça • Sentou • Engatinhou • Ficou de pé • Caminhou • Controle de esfíncter • Visão • Audição • Odontológico • Linguagem • Comportamento/interação • Qualidade do sono • Escolaridade • Atividade física História de imunizações • Calendário vacinal • Anotar eventuais reações vacinais Exame físico Diagnóstico e conduta EXAME FÍSICO • Antes de iniciar o exame físico, deve-se explicar o que será feito ao paciente/acompanhante • Ter disponível e acessível o material necessário • Higienizar as mãos • Procurar seguir a sequência craniocaudal • Pode-se iniciar o exame com a criança no colo da mãe Antropometria • Aferir o peso, o comprimento/altura e o perímetro cefálico e calculado o índice de massa corporal (IMC). Em seguida, essas medidas devem ser registradas nos gráficos de acompanhamento do crescimento • No exame do adolescente devem ser preenchidos os critérios de tanner • Em algumas situações pode-se aferir perímetro torácico e abdominal • Atenção! As curvas de crescimento não devem ser usadas para prematuros e crianças com síndrome de down – existem curvas específicas • Aferição do peso: criança com a menor quantidade de roupa possível • Medida da criança deitada: até os 4 anos de idade a régua (antropômetro) deve estar ajustada na parte superior da cabeça e na região plantar (calcâneo), com os joelhos totalmente estendidos na hora da tomada da medida • Para crianças com mais de 4 anos de idade, utiliza-se a régua fixa na parede ou a da balança • PC: deve ser sempre medido nos primeiros 2 anos de vida, posicionando a fita métrica no ponto mais saliente do occipital e na glabela • Perímetro torácico: a fita é posicionada no nível dos mamilos, com a criança deitada ou de pé e em posição respiratória média (entre a inspiração e a expiração completa). Aos 2 anos de idade, esse perímetro passa a ser maior do que o cefálico. Referencias das medidas antropométricas • Nos primeiros dias de vida, ocorre perda normal de 3% a 10% do peso de nascimento, o qual deve ser recuperado no décimo dia de vida. O peso duplica dos 4 para os 5 meses, triplica com 1 ano e quadruplica aos 2 anos de idade. • Fechamento das fontanelas: a fontanela anterior fecha entre o 9o e o 18º mês de vida e a fontanela posterior aos 2 meses, mas já pode não ser palpável desde o nascimento. Pressão arterial • A partir dos 3 anos de idade, todas as crianças devem ter a pressão arterial (PA) medida em consultas de rotina anuais • Tamanho do manguito: o tamanho apropriado deve cobrir obrigatoriamente 80% a 100% da circunferência do braço; largura correspondente a 40% da circunferência do braço no ponto médio entre o acrômio e o olécrano Estado geral • bom, regular, comprometido ou grave • Perfusão • Marcha (anserina, claudicante, atáxica, parética etc.) • Biótipo (longilíneo, normolíneo e brevilíneo) • Os movimentos • A nutrição (peso), a estatura, a temperatura, a hidratação, a atitude (posturas atípicas como as antálgicas, de cócoras, contraturais etc.) • Psiquismo (distúrbios da consciência do tipo sonolência, estupor, coma, depressão, alucinação, agitação etc.) e a fala do(a) paciente Pele e mucosas • No RN, observam-se verniz caseosa (primeiras 24 horas de vida) e cianose (pode estar relacionado a afecções ou aexposição ao frio) • Icterícia pode ser normal entre o 2º e o 10º dia de vida • Palidez pode estar presente em estado de choque (palidez palmar) • Identificar hematomas, equimoses, impetigos, nevus etc Gânglios linfáticos • Gânglios cervicais, axilares e inguinais moles, móveis e < 2 cm são facilmente palpáveis – maior frequência de IVAS • Adenopatias na região supraclavicular, auricular posterior, epitroclear e poplítea devem ser investigadas Cabeça • Fáscies • Cabelo: implantação, cor, tipo • Pelos: implantação, cor • Orelhas: forma e posição das orelhas, secreção, implantação do pavilhão auricular; otoscopia (se possível nesse momento) • Crânio: conformação, fontanelas, craniotabes, perímetro cefálico • Olhos: mucosa conjuntival, nistagmo, estrabismo, exoftalmia, acuidade visual, reflexos • Orelhas: dor, coloração • Nariz: obstrução, mucosa, batimentos de asa de nariz • Cavidade bucal: lábios, dentes, gengiva, língua, mucosa oral, palato, dentes • Garganta: amígdalas • Pescoço: tumorações, lesões, rigidez, pulsos venosos (jugulares) e impulsões venosas, fúrcula esternal, palpação das glândulas salivares, traqueia e tireoide, rigidez de nuca • Linfonodos: número, tamanho, consistência, mobilidade e sinais inflamatórios Membros superiores • Lesões de pele • Cicatriz de BCG • Implantação de fâneros • Articulações: aumento de tamanho, simetria, coloração • Musculatura: simetria • Pulsos Tórax • Avaliar a assimetria, pois ela sugere malformações cardíacas, pulmonares, de coluna ou arcabouço costal. • Apalpar as clavículas, para avaliar se há fraturas que poderiam acarretar diminuição ou ausência de movimentos do braço. • Observar possíveis sinais de sofrimento respiratório (tiragens, retração xifoidiana, batimentos de asas do nariz, gemidos, estridor). • Contar a frequência cardíaca. • Observar a possível presença de cianose, abaulamento pré-cordial, turgência jugular, ictus cordis e sopros cardíacos. • Desenvolvimento das mamas • Ausculta Abdome • Observar a respiração, que é basicamente abdominal e deve estar entre 40mrm e 60mrm. Observar a forma do abdome • Forma • Coto umbilical • Turgor e elasticidade da pele • Tensão da parede abdominal • Diástase dos músculos reto abdominais Membros inferiores • Avaliar sua resistência à extensão, a flexão dos membros, a possibilidade de flacidez excessiva e a suposta presença de paralisia. • Simetria da musculatura • Verificar a presença de displasia evolutiva do quadril (encaixe imperfeito entre o fêmur e o osso do quadril) realizando os testes de Ortolani e de Barlow. • Quando a criança começa a deambular, a partir da consulta dos 12 ou dos 18 meses, a observação da marcha da criança é o exame de escolha. Genitália • Apalpar a bolsa escrotal para identificar a presença dos testículos. Se aos 6 meses os testículos não forem apalpados na bolsa escrotal, a criança deve ser encaminhada para melhor avaliação e tratamento. • Verificar implantação da uretra • Pelos • Já, na genitália feminina, os pequenos lábios e o clitóris estão mais proeminentes. Pode haver secreção esbranquiçada, às vezes hemorrágica, devido à passagem de hormônios maternos, que se resolve espontaneamente Ânus e reto • Verificar a permeabilidade anal, bem como a posição do orifício e a presença de fissuras. Coluna vertebral, joelhos e pés • Curvaturas da coluna (escoliose, cifose e lordose) • Coluna: espinha bífida, meningomielocele, fístulas, pontos dolorosos • Curvaturas dos joelhos; curvaturas dos pés • Sinais inflamatórios e limitações de movimentos
Compartilhar