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DOENÇA HIPERTENSIVA DA GESTAÇÃO DANIELA FRANCO CLASSIFICAÇÃO PRÉ-ECLAMPSIA: surgimento de hipertensão e proteinúria após 20 semanas. ECLAMPSIA: convulsões em gestante com pré- eclâmpsia HIPERTENSÃO GESTACIONAL: surgimento de hipertensão sem proteinúria após 20 semanas. PRÉ-ECLAMPSIA SOBREPOSTA: hipertensão agravada por pré-eclâmpsia HIPERTENSÃO CRÔNICA: hipertensão presente antes da gestação ou de 20 semanas, sem proteiúria. FATORES DE RISCO Primiparidade Gestação múltipla HAS, DM, Doença renal, Lúpus (doenças vasculares) PE em gestação anterior História familiar Gestação molar FISIOPATOLOGIA Placentação anormal Em uma gestação normal temos os ramos da artéria uterina, que vão nutrir o útero e a placenta. E tem o trofoblasto fazendo invasão da parede do endométrio e começa o processo para aumenta o fluxo de sangue, artérias espiraladas vão se dilatando para permitir que chega muito sangue para perfundir placenta (aumentar fluxo e diminuir resistência). 1 onda trofoblastica: 6-12 semanas 2 onda trofoblastica: 16-20 semanas, acaba com a camada muscular e diminui resistência. Se não ocorre de forma adequada o vaso fica com mais resistência (gera hipertensão) e impede a chegada de sangue para placenta, começando o processo de isquemia e lesão endotelial. Se leva endotélio reduz prostaciclina (vasodilatador) e aumenta tromboxane (faz vasoconstrição e pro coagulante). Gera espasmo arteriolar e aumento da permeabilidade vascular (perde líquido pro 3 espaço – edema, ganho de peso muito expressivo no final da gestação pode ficar alerta) Má placentação: resposta imune deficiente aos antígenos paternos. Estresse oxidativo: produção de radical livre por hipóxia Suscetibilidade genética: polimorfismos genéticos. Resumo: Tem uma disfunção endotelial em vários locais, no rim por exemplo, por isso tem a proteinúria. Vasoespasmo, perda do controle vascular. Aumento da permeabilidade vascular Perda de agentes anticoagulantes (aumento risco de trombose) Expressão de agentes pró-coagulantes REPERCUSSÕES SISTÊMICAS CARDIOVASCULAR Vasoconstrição: tromboxane, lesão endotelial Aumento da permeabilidade vascular – edema Redução do volume plasmático Hemoconcentração – perdendo líquido para 3 espaço HEMATOLÓGICAS Plaquetopenia Hemólise microangiopática OBS: Sd. Help – microangiopática trombótica RENAL Endoteliose capilar glomerular: o endotélio do glomérulo na pre eclampsia fica inchado, perdendo a capacidade de controle Redução da TFG Elevação do ácido úrico (significa que está ficando grave) Proteinúria: não consegue reabsorver a proteína que está sendo filtrada. Diminui ainda mais a pressão coloidosmótica, piorando o edema. ENDÓCRINO METABÓLICA Redução da secreção de renina Maior resposta vascular aos agentes vasopressoes CEREBRAIS Formação de trombos plaquetários Vasoespasmo Convulsões tonicoclonicas Hemorragia cerebral (principal causa de morte) HEPÁTICAS Hemorragia periportal Lesões isquêmicas UTEROPLACENTÁRIAS Aumento da resistência vascular no leito placentário Infartos placentários Crescimento intrauterino restrito Mortalidade perinatal DIAGNÓSTICO PRÉ- ECLAMPSIA PA > 140/90 mmHg Proteinúria > 300mg/24h ou relação proteiúria/creatinuria > 0,3 Após 20 semanas Sem proteinúria Trombocitopenia Elevação de enzimas hepáticas Creatinina > 1,2 Edema agudo de pulmão Sintomas visuais ou cerebrais ECLAMPSIA Convulsões tonico-clonicas 1-2 min (autolimitado) Pré-eclampsia HIPERTENSÃO GESTACIONAL PA > 140/90 Proteinúria < 300/24h (não tem proteinúria) Após 20 semanas Não tem lesão de órgão alvo e proteinúria < Se não melhorar no puerpério é classificada como hipertensão crônica (6-12 semanas pós parto) HIPERTENSÃO CRÔNICA PA > 140/90 Antes de 20 semanas Proteinúria < 300/24h PRÉ-ECLÂMPSIA SOBREPOSTA Pré-eclâmpsia Hipertensão crônica DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL CLASSIFICAÇÃO DE PRÉ-ECLÂMPSIA Pré-eclâmpsia leve: - PA entre 140/90 – 160/110 - Sem lesão de órgão alvo Pré-eclâmpsia grave: - PA > 160/110 (urgência hipertensiva da obstetrícia) - Creatinina > 1,2 mg/dl - Edema agudo de pulmão - Cianose - Sd. HELLP: hemólise, plaquetopenia - Iminência de eclampsia: cefaleia, torpor, obnubilação, escotomas, turvação visual, diplopia, dor epigástrica (distinção da cápsula de Gilson – hepático, mais na Sd. HELLP) SÍNDROME DE HELLP H – Hemólise: esquizócitos, bilirrubina Total >1,2 (indireta que aumenta mais), LDH > 600 ui/l EL – Elevação de enzimas hepáticas: TGO (AST) > 70 ui/l LP – Plaquetopenia: plaquetas < 100.000 TRATAMENTO PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE/ HIPERTENSÃO GESTACIONAL Conduta conservadora até termo. Observar sinais de gravidades maternos e fetais. NÃO FAZER ANTI-HIPERTENSIVO! O uso de anti hipertensivo está relacionado com a restrição de crescimento fetal. PRÉ –ECLÂMPSIA GRAVE Sulfato de Mg: prevenção e tratamento de convulsões. Zuspan mais usado. Primeira medida INTOXICAÇÃO: perda de reflexos profundos, depressão respiratória, parada cardíaca. Avaliar reflexos, frequência respiratória e diurese (a diurese avalia risco de intoxicação, < 25ml/h indica maior risco! Não precisa suspender, não é sinal é só risco) - raro Se reflexos abolidos ou FR < 12-16 tem que suspender e fazer antídoto: GLUCONATO DE CÁLCIO. Anti-Hipertensivo: Redução da hemorragia cerebral. Objetivo: não é normalizar é so tirar da urgência. Entre 140-155 / 90-105 mmHg. Medicações: Hidralazina EV (agudo), nifedipina ORAL (manutenção), labetalol (não tem BR) Tratamento crônico: metildopa (não usa no agudo), hidralazina e nifedipina (IECA E BRA NÃO USA NA GESTAÇÃO) Parto: tratamento definitivo. Preferencialmente vaginal (não indica cesária), após estabilização clínica da paciente (sulfato Mg, anti hipertensivo) Conduta conservadora até IG<24 semanas, gestante e feto estáveis. ECLÂMPSIA PARTO independentemente da idade gestacional. Estabilizar antes. SINDROME HELLP Conduta igual da eclâmpsia. Se paciente estável pode aguardar 48h com uso de corticoide, internada (maturação pulmonar). RISCO: hematoma na cesariana, rotura hepática, piora no puerpério imediato. PREVENÇÃO Apenas para população de alto risco: história anterior pré-eclampsia, gestação múltipla, HAS, DM, doença renal, LES, SAF. ASS em baixas doses (60-150mg/dia) iniciar até 16 semanas (invasão trofoblastica) Cálcio (1,5 a 2 g/dia): apenas para pacientes com baixa ingesta.
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