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INSUFICIÊNCIA RENAL DANIELA FRANCO SÍNDROME URÊMICA É o grupo de manifestações da insuficiência renal. Funções importantes do rins: FILTRAÇÃO: quando para de filtrar, deixa de jogar algumas substancias fora. Tem retenção de escórias nitrogenadas – ureia e creatinina (azotemia). Tem manifestações GI, pericardite (uremia, actinea, tuberculose), disfunção plaquetária (altera glicoproteínas), encefalopatia (flapping – movimentos involuntários). EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO E ACIDOBÁSICO: se o rim deixa de filtrar, fica Hipervolêmica (edema, congestão, hipertensão). Alto: H+ (acidose), P (hiperfosfatemia) e K (hipercalemia). IR com K+ baixo: anfotericina B e aminoglicosídeos, leptospirose. Baixo: Ca (Hipocalcemia, por causa do P, o P se liga no Ca, por isso diminui), Na (hiponatremia). O Ca se liga a albumina e um pouco fica livre, o que age é o livre, e a acidose faz o Ca se soltar da albumina tendo mais livre, por isso a hipocalcemia no nefropata não é tão acentuada. FUNÇÃO ENDÓCRINA: Diminui a eritropoietina (estimula medula óssea a produzir novas hemácia), tem anemia. Diminui Vitamina D (calcitriol – já ativada pelo rim): o rim ativa a vitamina D = doença óssea Para perder função endócrina tem que ser IR crônica, endócrino não altera rápido, precisa de tempo. LESÃO RENAL AGUDA Definição: evolução rápida e reversível. DIAGNÓSTICO Aumento de Cr > 0,3 mg/dl (48h) OU Cr > 50% em 7 dias OU Débito urinário < 0,5 ml/kg/h (6h) TRATAMENTO Depende da causa. Pode ser pré-renal (55%), intrínseca (40%) e pós-renal (5%) PRÉ-RENAL: hipoperfusão de rins, se não recebe um quantidade adequada de sangue ele deixa de filtrar. Pode ser por hipovolemia (vomitando muito, sangrando) / choque. RESTAURAR VOLUME INTRINSECA: Lesão renal direta, glomerular, NTA, NIA. ABORDAR CAUSA. PÓS-RENAL: Obstrução pós renal. Próstata / cálculo. DESOBSTRUIR. O tratamento se não melhorar é comum a todas causas, é a DIÁLISE DE URGÊNCIA. INDICAÇÃO DE DIÁLISE 1. Refratariedade: hipervolemia, hipercalemia, acidose 2. Uremia franca: encefalopatia, pericardite, hemorragia (acumulo de toxicas, tem que tirar) 3. Intoxicação exógena AGUDA X CRÔNICA Na aguda não tem anemia ou doença óssea. Tem creatinina prévia e USG normal. Na crônica já tem anemia e doença óssea. Tem creatinina prévia alterada. E no USG tem perda da relação córtex/medula e rim < 8,5cm LESÃO RENAL CRÔNICA Definição: evolução lenta (HAS, DM) e irreversível DIAGNÓSTICO Filtração: TFG < 60 mL/min OU Lesão renal: albuminúria > 30 mg/dia Com duração maior que 3 meses (com mais de duas alterações) CAUSAS No mundo mais comum é DM, no Brasil é HAS. Vai sofrendo alterações fibróticas e o rim vai ficando pequeno. Porém tem exceções. RINS DE TAMANHO NORMAL/AUMENTADO: Infiltração: amiloidose, esclerodermia, policística. Hiperfluxo: DM, falciforme, HIV Obstrução: hidronefrose CLASSIFICAÇÃO Avaliar TFG e albuminúria. TFG pela COCKROFT-GAULT OBS: sexo feminino x 0,85 G1 e G2: vai ser feito nefroproteção com IECA/BRA (diminui a pressão intraglomerular) G3A e G3B: tratar anemia e doença óssea G4: preparar para TSR G5: Transplante / diálise ANEMIA Para produzir hemácias o rim libera eritropoietina que estimula a medula óssea a produzir as células vermelhas. Mas para isso acontecer precisa te matéria prima (ferro, ácido fólico e B12). No nefropata crônico: tem o TG inflamado (sangra cronicamente) tende a perder sangue pelas fezes, tem toxinas circulante que alteram a hemácia, porém, a principal causa é a deficiência de eritropoietina. TRATAMENTO Eritropoietina tem efeitos adversos, tem que ter cuidado. Alvo: Hb 10-12 g/dl Reposição de eritropoietina (antes de repor avalisa o estoque de ferro) Manter: ferritina 100-200 e sat transferrina > 20% (analisar se tem ferro) OSTEODISTROFIA RENAL O osso é um estoque de cálcio, temos que analisar o metabolismo do cálcio. O cálcio entra no organismo via tubo digestivo, e para absorver cálcio precisa de vitamina D (essa precisa ser ativada pelos rins – calciferol), se o rim não ativar não absorve cálcio. Se o cálcio sério diminui ativa as paratireoides que vão liberar paratormônio que vai tirar Ca do osso e colocar no sangue. Isso deixa o osso frágil, tendo a osteíte fibrosa. OSTEÍTE FIBROSA (ALTO TURN-OVER) O rim filtra menos então começa reter fosforo e esse se liga ao Ca (consome cálcio), diminuindo o cálcio no sangue. Além disso, tem a diminuição da vitamina D (rim não está ativando), logo não absorve Ca, diminuindo cálcio sérico. Hipocalcemia ativa a paratireoide, libera paratormônio (hiperparatireoidismo secundário), o PTH tira Ca do osso e coloca no sangue. Reabsorção óssea. Clcr = (140-idade) x peso /Cr x 72 ACHADOS: 1ª alteração: reabsorção subperiosteal das falanges. Tem mosaico de áreas mais escuras (absorção) e mais claras (construção óssea) (SAL E PIMENTA) Tem uma parte escura no meio (parte que foi digerida) Coluna em Rugger-Jersey TRATAMENTO 1. Restringir Fosforo na dieta (800-1000 mg/dia) 2. Quelante de fosforo: Sevalamer; carbonato de Ca 3. Vitamina D: calcitriol 4. Calcimimético: cinacalcete (simula o Ca e diminui PTH) DOENÇA ÓSSEA ADINAMICA (BAIXO TURN – OVER): paciente chega com osteíte fribronsa a gente começa a tratar, porém exagera na dose e o fosfato dele despenca. O cálcio sobe muito rápido, paratireoide entende que não precisa mais trabalhar e o PTH cai (não estimula mais remodelamento ósseo). O osso trabalhando de menos é um problema também. CONDUTA: diminuir a intensidade do tratamento da osteíte fibrosa. TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL Transplante: melhor terapia e prognóstico. Precisa fazer um esquema de imunossupressão: corticoide + inibidor de calcineurina (tacrolimus ou ciclosporina) + antiproliferativo (micofenalato ou azatioprina) Diálise: é só uma ponte, resolve bem coisas agudas. Mas na crônica é só uma ponte para transplante Hemodiálise: fistula arteriovenosa construída. Paciente agudo vai ter que pegar acesso venoso, com veia de escolha sendo a veia jugular interna > veia femoral > fístula arteriovenosa (IDEAL). Diálise peritoneal: injeta solução dialítica no peritônio. Usado em crianças, sem acesso, intolerância a HD. DIÁLISE Definição: remoção de solutos de uma solução por uma membrana semipermeável. Através de difusão (vai por gradiente de concentração). Para isso acontecer vai depender do gradiente, área de superfície e coeficiente de transferência (porosidade, espessura, tamanho e fluxo). TIPOS HEMODIÁLISE Contínua: faz mais devagar por mais tempo (12h). CAVHD- arteriovenoso (artéria e veia femoral) CVVHD- venovenosa: veia jugular / femoral SLEHD – intermediário entre continuo e intermitente SCUF – ultrafiltração (tira solvente (agua) por diferença de pressão) Intermitente: 3x/sem – sessão de 3-4h/sessão Sangue do paciente sai passa numa bomba de fluxo, depois bomba de heparina (evitar coagular – cuidado com aqueles paciente que podem sangrar mais), chega no dialisador (filtro), nesse filtro o sangue vai para um lado e a solução vai para outro (otimizar troca), tem um detector de bolhas de ar (prevenir embolia). E o sangue volta para paciente. OBS: pericardite uremica não pode usar heparina, risco de sangramento Solução de diálise: agua supertratada + solutos. Acesso vascular: fístula arteriovenosa, demora ela ficar pronta, tem que ir preparando 2-3 meses. Começa mais distal e vai subindo, com o tempo pode perder todos acessos. Ai pode usar politetrafluoretileno (é um enxerto) Acesso por cateter duplo lúmen: COMPLICAÇÕES Agudas: hipotensão(tira solvente), hipocalemia, câimbras, isquemia (pode enfartar), sangramento (usa heparina – pode te tamponamento cardíaco), anafilaxia (Contato com oxietileno – higienização), IC (alto debito) Crônicas: desnutrição (dialise remove elementos bons), infecção (pode receber patógenos), amiloidose (não consegue jogar fora a proteína, B2-microglobulina, que é muito grande para passar no filtro), doença cística (pode ter evolução para câncer). Eficácia: clearence fracional de ureia – avalia ureia antes e depois da hemodiálise. Tem que ter 65% - 70% PERITONEAL A membrana (que tem a solução da diálise) fica no peritônio (que é muito vascularizado). Pode ser contínuo e intermitente. A continua pode ser CAPD (ambulatorial – troca a cada 6h) CCPD (cicrometro –automatizado, aparelho que faz as trocas faz durante a noite só) Acesso: Tenckhoff (procedimento cirúrgico)
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