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Gustavo Moreno T19 Aula 15: Pneumonia no idoso Acomete mais em idoso por várias situações e é final de vida de muitas doenças!! Conceito: Inflamação do parênquima pulmonar, causada por bactérias (50% dos casos), vírus, fungos ou agentes físicos e químicos (dieta / medicações → pneumonite → pneumonia). Influência do envelhecimento: -Redução da mobilização da caixa torácica (rigidez da caixa torácica) diminuição do reflexo e da eficiência da tosse -Redução da atividade mucociliar (Proteção do trato respiratório) Imunosenescencia (diminuição de linfócitos B e T) Classificação: -Local → pneumonia adquirida na comunidade (PAC), Pneumonia adquiridas nos hospitais (nosocomial) e pneumonias asilares. -Co-morbidade → presente ou ausente (normalmente os idosos têm) -Imunológica → imunocompetente, imunodeprimido (DM, uso crônico de corticoide, artrite reumatoide…) Epidemiologia: -Maior incidência de internamento nas patologias respiratórias -Internamentos por PAC em idosos é 3 a 4x maior que adultos jovens -As pneumonias nosocomiais são 8 a 10x maior em idosos que nos adultos jovens (hospital) -Idoso asilares tem mais pneumonia (vários idosos reunidos em um mesmo local, com várias doenças degenerativas, imunossuprimidos. Como todos fazem atividades juntos, isso facilita a proliferação de alguns agentes). -A pneumonia tem maior mortalidade nos idosos -Surtos de gripe (devido a isso entra a importância da vacinação) Fatores predisponentes: -Fatores extrínsecos – influenza, COVID, asilos e hospitais -Fatores intrínsecos – desnutrição, DM, ICC, coronariopatia, IR, DPOC (catarro - meio de cultura de infecção), hepatopatias crônicas, anemias, doenças neurológicas, depressão, delirium, disfagia, convulsões (broncoaspiração), alcoolismo (imunodeficiência, quedas, broncoaspiração), imobilização, sonda nasoenteral ou gástricas (broncoaspiração, pneumonia). Patogenia – modo de transmissão -Colonização da orofaringe e aspiração de microrganismos Principal Orofaringe → bactérias gram negativas ((klebsiella pneumoniae, pseudomonas aeruginosa, e.coli e haemophilus influenza), gram positivas e anaeróbias, podendo levar a uma pneumonia. -Inalação de aerossóis infectados (raro) -Disseminação hematogênica (raro) -Inoculação direta ou por contiguidade. No caso de drenagem/punção pleural sem higiene adequada, abcessos hepáticos → pneumonia Patogenia ⇒ Pneumonia Aspirativa: Comum em idosos Aspiração – ocorre mais em indivíduos com disfagia por demências, AVC, parkinson, doenças esofágicas, uso de tubos para alimentação, diminuição da consciência devido a patologias, sedativos ou álcool. Vários fatores que leva o paciente ter o quadro pneumônico *Doenças crônicas; diminuição da capacidade funcional; fragilidade; desnutrição; antiácidos; morar em asilos; hospitalização frequente → colonização por gram negativos e anaeróbios *Uso de antibióticos indiscriminadamente *Redução de saliva: tricíclicos, antiparkinsonianos, diuréticos, antibióticos e antihipertensivos (principalmente os diuréticos) *Associados a doença periodontal, higiene precária oral e uso de próteses (facilita colonização por gram negativos e anaeróbios) Etiologia: -Principal do idoso ⇒ S pneumoniae * -PAC → S Pneumoniae, M Pneumoniae, Legionella, Haemophilus influenzae, C pneumoniae, Moraxella catarralis (comum em pacientes com DPOC descompensado) -PAILP (pneumonia adquirida em instituições de longa permanência) → S. Pneumoniae, Haemophilus influenzae, E. coli, Klebsiella, S. aureus, Anaeróbios …. -PAH (nasocomial) → bacilos gram negativos, pseudomonas, S. Aureus, Anaeróbios Pneumonia aspirativa (broncoaspirativas) → anaeróbios e gram negativos Quadro clínico: Taquipneia e taquicardia (principalmente)* Delirium, diminuição das atividades de vida diária, inapetência, síncope, quedas, incontinência, alteração da consciência Menor incidência de febre (idosos normalmente não costumam fazer febre), de tosse com expectoração e dor torácica Tosse com expectoração amarelada ou esverdeada Piora de outras patologias Dor abdominal e dor no ombro (pneumonia em ápice → dor no ombro/ pneumonia em base → dor abdominal) Pode ter diarreia e vômito Obs:10 dias com uma gripe que não melhora’’ e está com tosse persistente (seca ou com expectoração), pode não ter febre ou ter somente uma febrícula UTI – Piora da função respiratória do quadro mental, comprometimento de outros orgaos, falência de múltiplos órgãos Exame físico – menor achado de estertores crepitantes, MV diminuído ou ausente, frêmito tóraco-vocal aumentado (Na pneumonia a condensação e o som passa mais fácil) Diagnóstico diferencial: -TEP(taquicardia, taquipneia, febrícula – pedir D-dímero) -CA pulmão (processo inflamatório e infeccioso – cuidar) -TB (emagrecimento, queda do estado geral – fazer coleta de escarro) -Micoses pulmonares -ICC com ou sem IAM (dispnéia, confusão mental e sintomas semelhantes) Avaliação diagnóstica: *Hemograma → 30% não apresentam leucocitose com desvio à esquerda Corticoide → leucocitose Aumento dos segmentados e bastões Fase inicial do quadro, o hemograma pode vim normal *Rx de tórax → normal em 10% dos casos, imagens alveolares – BCP. → (broncopneumonia) *Resolução do rx até 12 semanas *Exame do escarro → casos de resistência ao antibiótico (ou quando veio em instituição de longa permanência) Não pede para todos os pacientes *Proteína C reativa, procalcitonina *Função hepática (transaminases aumentados), glicemia (descompensação da glicemia), função renal e eletrólitos (questão dos uso dos medicamentos e ver a saúde dos rins) *Hemoculturas (em pneumonia grave) *Gasometria arterial – (Insuficiência respiratória, septicemia, disfunção ácido-básico) *Toracocentese – (derrame pleural, empiema pleural) Escore de avaliação CURB-65 (método de avaliação e tratamento) – antigo *Usado para saber se vai tratar ambulatorial ou hospitalar Escala de pontos utilizado no pneumonia severity index (índice de gravidade da pneumonia) Ajuda a avaliar se interna ou não o paciente Tratamento: Paciente ambulatorial: *Amoxicilina e ácido clavulânico (Gram + e -) + macrolídeo (pega atípicos, pode usar azitromicina), com comorbidades e uso prévio de antibiótico *Cefuroxima, cefprozil, ceftriaxona IM + macrolídeo *Levofloxacino, moxifloxacino, gemifloxacino (pega gram +/- e atípicos), dose única *7 A 10 DIAS *Todos os esquemas pegam gram +/- e atípicos PAC a ser internado sem necessidade de UTI ou de asilos: *Ceftriaxona ou ampicilina + sulbactam + macrolídeo *Cefotaxima + macrolídeo *Quinolonas respiratórias (levofloxacino ou moxifloxacino ou gemifloxacino) *Suspeitas de pseudomonas → piperacilina / tazobactan ou meropenen ou polimixina B *Suspeita aspiração → metronidazol, clindamicina associado ou piperacilina/tazobactan (anaeróbios) PAC necessitando de UTI *Pacientes hipertensos, com suspeita de sepse, com catarro, taquipneia, precisando de ventilação mecânica ou não invasiva. *Ceftriaxona ou ampicilina/sulbactan + macrolídeo *Piperacilina/tazobactan *Ceftriaxona + quinolona *Suspeita de MRSA (S. aureus) → usar vancomicina*, linezolida Pneumonia nosocomial: *Cefepime ou ceftazidima *Piperacilina/tazobactan *Imipenem, meropenem *Suspeita de MRSA (S. aureus) → usar vancomicina*, linezolida Tratamento: *Em casos de pneumonia + ventilação mecânica ⇒ piperacilina/tazobactan, imipenem, meropenem *Uso de corticoides junto a antibioticoterapia em casos graves em PAC *Fungos: anfotericina B ou usar fluconazol (pacientes imunossuprimidos) *Tempo de tratamento – vai depender da gravidade do quadro do tempo pulmonares ou extrapulmonares por 7 a 10 dias *Suspeita de pseudomonas ou MRSA ou bactérias mais importante ⇒ 14 dias *PAC ⇒ 7 dias Prevenção: *Vacina anti-influenza e covid 19 *Vacina anti-pneumococica *Medida anti-tabagismo *Mobilização precoce *Fisioterapia motora e respiratória *Medida contra aspiração – cabeceira elevada, higiene oral e cuidados dentários, tratar a disfagia, evitar medicamentos anticolinérgicos e sedativos, sentado ao receber a alimentação *Nutrição enteral ou gastrostomia*Evitar uso abusivo de substâncias que reduzem o Ph gástrico *Manter boas condições nutricionais e tratar doenças concomitantes (essas medidas ajudam no tratamento) Esquema para pneumococo: ** + pacientes de risco: DM, sequelados de AVC, HAS, coronariopatias, doenças degenerativas, demências. Mas pode ser indicado para todos os pacientes VP13 → Depois 6 a 12 meses: VPN23 → 5 anos depois da 1º dose da VPN23 (pneumo23) → depois de 5 anos faz a 2º dose da VPN13 Se o paciente já teve pneumonia pode fazer a vacinação mesmo assim Protege somente contra a S. pneumoniae*
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