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Pedro Santos COMPLICAÇÕES AGUDAS E CRÔNICAS DO DIABETES MELLITUS Complicação Aguda CETOACIDOSE DIABÉTICA (CAD) Causa mais comum de hospitalização e principal causa de óbito no DM1. É uma emergência clínica (HIPOINSULINEMIA). Distúrbio metabólico caracterizado por: Hiperglicemia (> 250 mg/dL) + Cetonemia/ Cetonúria + Acidose metabólica (pH < ou = 7,3) Fatores Precipitantes Deficiência absoluta de Insulina. Doença aguda: infecção, hemorragia GI e queimaduras. Distúrbios endócrinos: hipertireoidismo, hipercortisolismo. Drogas: corticosteroides, fenitoína, betabloqueadores, álcool; Desidratação: oferta inadequada de água, diálise e diarreia. Clínica Iniciais (descompensação do DM) Poliúria, polidipsia, perda de peso, astenia e fraqueza muscular. Evolução Náuseas, vômitos, visão turva, câimbras, parestesias, taquipneia e dor abdominal. Tardios Sonolência, torpor e coma. SINAIS EXAMES Desidratação Glicemia Taquicardia Gasometria Arterial Hipotensão/ Choque EAS (cetonúria ++) Alteração do sensório Hemograma (Leucocitose) Hálito Cetônico Eletrólitos Tratamento CAD se desenvolve agudamente (24-48h). Metas: Restaurar a perfusão. Bloquear a cetogênese com insulina. Corrigir eletrólitos. Atenção: Primeiro estabilizar/HIDRATAR o paciente. Ex: Ringer. Cuidados com o potássio. Insulinoterapia: 1-2 horas após o início da hidratação. (Bicarbonato, SN) Pedro Santos HIPOGLICEMIA Conceito Glicemia < 70 mg/dL Fatores de Risco Desinformação. > 65 anos. Uso de insulina. Infecção. Irregularidade nas refeições. Doença renal ou hepática. Clínica Tremor. Taquicardia. Sudorese. Tonteira. Fraqueza. Consequências + graves: Crise convulsiva. Arritmia. Alteração de consciência. Conduta Paciente Consciente Paciente Inconsciente Glicose 15-20 gramas, via oral. *15g de CHO eleva glicemia em torno de 45 mg/dL. SG 50%, 40 mL, EV, em bolus. Repetir medida após 15 minutos. Chamar serviço de urgência. ESTADO HIPERGLICÊMICO HIPEROSMOLAR (EHH) Hiperglicemia progressiva, poliúria e desidratação (mais comum no idoso) alteração do estado de consciência. Evolução mais insidiosa. Glicemia > 600 mg/dL. pH > 7,3 (não tem acidose). Osmolaridade > 320 mOsm/Kg. O que fazer? Encaminhar ao PA. Iniciar hidratação. Insulina, EV. Monitorização clínica e laboratorial. Pedro Santos Complicações Crônicas Macrovasculares Microvasculares Obstrução de grandes vasos sanguíneos. Obstrução de pequenos vasos sanguíneos. Insuficiência arterial periférica/ DAC/ Doença cerebrovascular. Otimizar: perfil lipídico, controla da PA e glicêmico. Retinopatia/ Nefropatia/ Neuropatia. NEFROPATIA DIABÉTICA Estágios/ Classificação Estágios Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Estágio 4 Estágio 5 Parâmetros Hiperfiltração glomerular Mudanças estruturais Nefropatia Incipiente Nefropatia Estabelecida DRC Dialítica Albuminúria: Normal Normal 29-300 mg/g > 300 mg/g > 300 mg/g TFG: Aumentada Normal Normal Alterada Alterada PA: Normal Discreto aumento Elevada Elevada Elevada Função Renal: Normal Normal Alterada ou Normal Alterada Alterada Reversibilidade: Sim Sim Sim Não Não TTO: Não Não IECA/BRA IECA/BRA Diálise Triagem DM1 com > 5 anos de doença. DM2 ao diagnóstico. Pelo menos 1x/ano: Albuminúria. Estimativa de TFG. Tratamento Otimizar o controle glicêmico (HbA1C < 7%), lipídico (estatinas) e da PA. Restrição proteica. IECA/BRA como opções. Diálise. RETINOPATIA DIABÉTICA Maior causa de cegueira em pessoas em idade produtiva. Otimizar: controle glicêmico, da PA e dos lipídios. Rastreio DM2 Imediatamente ao diagnóstico. DM1 3-5 anos após o diagnóstico. Fatores de Risco Tempo de DM. Dislipidemia. HAS. Pedro Santos Tabagismo. H.F + para DM. Variabilidade genética. Nefropatia diabética. Classificação RD Não Proliferativa RD Proliferativa Edema de Mácula Leve, moderada, severa e muito severa Novos vasos sanguíneos, risco de hemorragia e descolamento de retina. Qualquer estágio. Tratamento Encaminhar ao oftalmologista em retinopatia: Fotocoagulação à LASER. Farmacomodulação com antiangiogênico. Cirurgia. POLINEUROPATIA DIABÉTICA Conceito A ND é definida pela presença de sintomas ou sinais de disfunção dos nervos, de forma difusa ou focal, em pessoas com DM, após a exclusão de outras causas. Complicação crônica mais comum do diabetes. A ND Periférica se refere à doença como uma ‘’ lesão difusa, simétrica, distal e progressiva das fibras sensitivo-motoras e autonômicas, causadas pela hiperglicemia crônica e por fatores de risco cardiovasculares’’. Clínica Dor contínua e constante, de surgimento repentino. Sensação de queimação e ardência. Formigamento Dor causada por toques/ estímulos pequenos. O diagnóstico da NPD é essencialmente clínico e baseia-se na presença de 2 ou mais testes ou sinais neurológicos alterados. Obs.: Neuropatias não diabéticas deficiência de vitamina B12, etilismo, hipotireoidismo, síndrome do túnel do carpo, excesso de vitamina B6 ou drogas, substâncias neurotóxicas e metais pesados.
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